Sebastião de Barros mais conhecido como K-Ximbinho foi arranjador, clarinetista, compositor, maestro e saxofonista. Nasceu no dia 20/01/1917 em Taipu-RN e lá começou a tocar clarineta.Ainda criança decidiu ser musico, e não só músico, mas sim um bom músico. A família não conseguiu demovê-lo dessa ideia ainda criança.Foi coroinha da igreja matriz de Taipu, no órgão que havia na igreja aproveitava o tempo para tocar o instrumento quando não estava fazendo as funções que o cargo exigia, ou seja, ajudar o padre na missa.
Seu pai Pedro Francisco de Barros se opunha a vocação musical do filho, queria que o menino o ajudasse no armazém que possuía em Taipu como de fato o fez, K-ximbinho ajudou o pai nos afazeres do armazém comercial, como todo pai de sua época, ele queria para o filho uma profissão mais honrada e de prestigio social que não a musica. Os integrantes da banda de musica da cidade iam ao armazém do pai de K-ximbinho para tocar e beber, o pai naturalmente achava que aquela era uma profissão de boêmios e não queria isso para o seu filho. Seu pai desejava que ele fosse fazer medicina em Natal.
Entre 8 e 9 anos compôs seu primeiro choro. Já tinha alguma noção de música, pois ficava do lado de fora da sede da banda de música da cidade olhando como os alunos faziam para aprender as notas musicais.
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K-Ximbinho |
K-Ximbinho se apresentando em boite no Rio de Janeiro, década de 1950. |
A carreira
Em 1938 passou a integrar a Orquestra Tabajara de Severino Araújo, e quatro anos mais tarde radicou-se no Rio de Janeiro, desligando-se da orquestra.Tocou em outras orquestras na década de 1940, e foi também músico de estúdio, acompanhando cantores.
Em 1938 passou a integrar a Orquestra Tabajara de Severino Araújo, e quatro anos mais tarde radicou-se no Rio de Janeiro, desligando-se da orquestra.Tocou em outras orquestras na década de 1940, e foi também músico de estúdio, acompanhando cantores.
Cansado
da rigidez que havia no serviço militar, em 1942 aceitou o convite do
pistonista Porfirio Costa e partiu com este para o Rio de Janeiro onde veio a
integrar a banda Fon Fon uma das mais famosas da época.Permaneceu na orquestra
de Fon fon por 3 anos.Foi então que em 1945 ingressa na orquestra do
maestro Severino Araujo, onde passou a tocar sax alto e não clarinete, mas
preferiu dedicar-se ao clarinete quando conheceu Zé Bodega que considerava uma
dos melhores no sax.
Por volta de 1946 voltou a ingressar na Tabajara, que
foi a primeira a gravar uma composição de sua autoria, o clássico choro
"Sonoroso".
No Rio de Janeiro teve contato com o jazz, mas, não
se deixou influenciar por esse ritmo. Acreditava ele que o choro era o
equivalente brasileiro do jazz americano.O chora permitia ao artista improvisar,
criar e dava maior liberdade de execução ao musico.dizia ele que o choro não
deveria perder seu espírito, a sua estrutura, fosse de duas ou três partes.
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capa de um disco de K-ximbinho |
Depois de estudar teoria musical com o
maestro Koellreuter e tocar em boates, fez uma turnê pela Europa, na década de
50.De
volta ao Brasil, trabalhou como arranjador na Odeon e na TV Globo. Outras de
suas composições também se tornaram clássicos do choro, como "Eu Quero É
Sossego", "Saudades de um Clarinete" e "Gilka".
Diversas
bandas apresentavam musicas de K-Ximbinho em apresentações na Radio Nacional,
como a orquestra do maestro Chiquinho, que realizava seus concertos as
quartas-feiras das 12h05min as 12h30min na Radio Nacional. No programa do dia
31/12/52 ele executou com sua orquestra o choro ‘sempre’ de K-Ximbinho
[A NOITE, 30/12/52, p.10]. Em 09/07/1954
k-ximbinho participou de uma homenagem ao pianista Jacques Klein, a Jam Session
foi realizada na boite Beguin. [A NOITE, 07/07/54, p.12].
Em 13/06/1955 esteve se apresentando na boite Rose Garden, no bairro do Leme no Rio. Nesse mesmo ano deixou a continental para assinar contrato com a Odeon, grava os sucesso ‘mulambo’ e ‘ a chuva caiu’ e ficou em segundo lugar no premio do melhores da música popular brasileira daquele ano, e perdeu para o maestro Severino Araújo da orquestra Tabajara que ficou em primeiro lugar. A eleição foi feita por 33 críticos e pessoas da imprensa de RJ e SP. Em 04/08/1955 se apresentou na boite Sacha’s onde esteve soprando seu sax. [A NOITE, 05/08/1955, p.21]. Em 13/06 /1955 se apresentou no Jam session na boite rose Garden Club no Leme
Já em 1956 foi contratado pela gravadora Odeon que com sua experiência de clarinetista, compositor e arranjador entraria em contato com o publico daquela gravadora, lança o LP ritmo e melodia. Ainda nesse ano K-Ximbinho esteve presente no II grande concerto brasileiro de jazz no Golden Room do Copacabana Palace. Na ocasião ele acompanhou com seu conjunto a cantora Julie Joie que interpretou a canção ‘tenderly’.
Em 13/06/1955 esteve se apresentando na boite Rose Garden, no bairro do Leme no Rio. Nesse mesmo ano deixou a continental para assinar contrato com a Odeon, grava os sucesso ‘mulambo’ e ‘ a chuva caiu’ e ficou em segundo lugar no premio do melhores da música popular brasileira daquele ano, e perdeu para o maestro Severino Araújo da orquestra Tabajara que ficou em primeiro lugar. A eleição foi feita por 33 críticos e pessoas da imprensa de RJ e SP. Em 04/08/1955 se apresentou na boite Sacha’s onde esteve soprando seu sax. [A NOITE, 05/08/1955, p.21]. Em 13/06 /1955 se apresentou no Jam session na boite rose Garden Club no Leme
Já em 1956 foi contratado pela gravadora Odeon que com sua experiência de clarinetista, compositor e arranjador entraria em contato com o publico daquela gravadora, lança o LP ritmo e melodia. Ainda nesse ano K-Ximbinho esteve presente no II grande concerto brasileiro de jazz no Golden Room do Copacabana Palace. Na ocasião ele acompanhou com seu conjunto a cantora Julie Joie que interpretou a canção ‘tenderly’.
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K-Ximbinho |
Nas criticas que recebeu Paulo Medeiros escreveu que K-ximbinho juntamente com seu conjunto gravaram pela Odeon o samba ‘molambo’ de Jaime Florence e Augusto Mesquita, devido sua constante gravações, o jornalista despejou em sua coluna que a música estava ameaçada em torna-se um chateação igual aos Pobres de Paris [ULTIMA HORA, 24/06/1956, p.2] a critica só não foi completa por que o referido jornalista resolveu elogiar a outra face do LP com as musicas ‘arrasta sandália’ de Osvaldo Vaques e Aurélio Gomes como sendo uma boa pedida para quem gostava de instrumental.
Em 1959 já na Polidor apresentou se novo LP ‘K-Ximbinho e seus plaboys’. Em 1978 ganhou o primeiro lugar no festival de choros realizado pela TV Bandeirantes o qual surpreendeu a muitos que ainda não o conheciam. Acompanhado do grupo Rio Antigo executou a musica ‘manda brasa’.Em 1979 K-Ximbinho se apresentou no planetário da Gávea, junto com o conjunto nó em pingo d’água.Em 1981 foi lançado um disco póstumo de K-ximbinho com o titulo K-ximbinho, saudades de clarinete.
A Família
K-ximbinho
casou aos dezoitos anos com Maria Stella com quem viveu até o fim de sua vida. Teve
sete filhos, 6 meninas e 1 menino.Nenhum dos 7 filhos herdou a vocação musical
do pai.Deu a todos liberdade de escolha e nunca os pressionou a seguir na vida
musical.
Segundo
escreveu Gilka em seu diário, uma de suas filhas, K-ximbinho era um “homem de
pouco sorriso, muito caráter, grande personalidade, rico de confiança nos seus
próprios atos” [JORNAL DO BRASIL, 14/09/1981 p. 6]. Ele não gostava de tocar em
casa na frente da mulher e dos filhos segundo sua filha Gilka. De
suas composições, ‘ternura’ era a preferida de sua esposa, além disso compôs e ‘Gilka’
para sua filha e ‘Deninho Chegou’ para o neto.
O fim
K-Ximbinho
sofria de reumatismo crônico, a isso se seguiu a descoberta de problemas renais
que foram descobertos depois de exames realizados para se fazer uma cirurgia de
catarata. A
morte o alcançou 34 dias depois de sofrer um derrame no dia 24/05/1980
Sempre se
aperfeiçoando
Nunca
parou de estudar música e disso tinha orgulho. Em sua formação musical fez
cursos com Joachim Koellreuttter e já no fim da vida fazia um curso por
correspondência na Berkeley School nos EUA.
Em seu processo criativo nunca utilizava
diretamente o instrumento, ia primeiro para a pauta para depois usar o
instrumento musical. Às vezes utilizava-se do piano para experimentar harmonias.
Ele
acreditava que uma orquestra era um lugar em que havia espaço para todos
brilharem, era um conjunto, uma equipe, não precisava que ninguém desse seu
‘show’ particular. Era esta convicção que tinha desde quando começou a ser
arranjador. Quando fazia arranjos musicais não puxava a sardinha pro seu lado
dedicando as melhores partes da musica para o clarinete, instrumento que mais
gostava e da qual era exímio tocador.Ele dava grande importância a liberdade
criativa dos músicos que tocava junto com ele.
Além
da orquestra Tabajara, tocou na orquestra de Napoleão Tavares e em outras do
Rio, São Paulo e Brasil a fora.Ao
viajar por conta própria à Itália apresentava-se gratuitamente onde houvesse um
grupo de música. Foi ‘autoconvidado’ da orquestra do cassino de Monte Carlo. Os
passageiros do navio em que viajou de volta ao Brasil se encantaram com sua
musica tendo sido uma grande atração a bordo do navio. K-Ximbinho
teve uma intensa atividade na música, tocava em bailes e boites, gravando
discos, participando de programas de rádio e televisão.
Característica típica
de K-Ximbinho
Ele
tocava com uma expressão peculiar, com os olhos apertados num sorriso,
demonstravam a expressão de felicidade que K-ximbinho sentia quando estava
tocando. Essa atitude revelava o jeito esperto de quem sabia de tudo.Calado,
taciturno, sorria apenas quando tocava.
Homenagens
Vários artistas e grupos musicais
homenagearam o músico taipuense K-Ximbinho. Em
1977 o quinteto Villa Lobos que havia aderido ao choro com bom gosto e
competência colocou K-Ximbinho num disco lançado naquele ano com a
música ‘sempre’, esta seria interpretada em diversos shows do grupo.Airton
Barbosa o líder do grupo o tinha como referencial musical além de outros .Em 1978
Sergio Assad fez um recital no cineclube Paulo Pontes do Campo Grande onde
tocou de Bach a K-ximbinho.
Em
1983 foi homenageado pelo conjunto Nó em pingo d’água nos saraus da Cidade Nova,
no Rio de Janeiro. Em
1984 o conjunto Chorus também o homenageia tocando no planetário da cidade do
Rio na Gávea, o choro sonoroso, um dos mais famosos de K-Ximbinho, se não o
mais. No mesmo ano o grupo Água Doce colocou no repertório do seu disco a música
perplexo de K-Ximbinho. Em
1988 Rafael Rabelo e Paulo Moura tocaram em um shows em Ipanema canções
de K-Ximbinho.
Em
2000 grupo choro combinado em sua apresentação no teatro municipal
de Niterói tocou a musica sonoroso de K-Ximbinho dentre as que estavam no
repertorio da apresentação. Sonoroso foi o titulo de estreia desse grupo.Em
2001 o grupo Cinco em ponto, apresentou-se no Terraço Acústico tocando também
canções de K-ximbinho. Também em 2001 a Orquestra Petrobras Pró-música
interpretou canções de K-Ximbinho no teatro municipal de Niterói no projeto
prata da casa.
Em
2009, foi homenageado pelo grupo Flautistas da Pro Arte com o espetáculo
"K-Ximbinho - Um mestre do sopro" em espetáculos apresentados no
Teatro Municipal do Jockey, na Sala Baden Powel e no Jardim Botânico, todos no
Rio de Janeiro. Na ocasião foram apresentadas suas obras "Sonoroso",
"Mais uma vez" e "Sonhando", todas com Del Loro; "Tô
sempre aí"; "Ternura"; "Simoninha na Barra";
"Tudo passa"; "Sempre"; "Velhos companheiros";
"Auto-plágio"; "Eu quero é sossego", com Hianto de Almeida;
"Teleguiado" e "Catita".
Em 2010, as
gravações dos choros "Sonoroso", "Meiguice" e "Mais
uma vez", com Del Loro, na interpretação da Orquestra Tabajara, foram
incluídas no CD 4 da coletânea "Chorinho do Brasil - Vol. 2" da
Warner Music.
O
grupo choro na praça interpretou musicas de K-Ximbinho durante apresentação na
Praça Arariboia em Niterói em 2004. O grupo se apresentou em outras áreas da
cidade de Niterói levando o choro a praça e nele tocando K-ximbinho entre
outros compositores. Cultuado,
admirado e respeitado por músicos como Paulo Moura, Severino Araujo, Abel
Ferreira entre outros, K-ximbinho é de certo ponto menos conhecido do que mercê
ser. As gravadoras deixaram de gravar suas canções, andou esquecido do publico.
K-ximbinho
considerava que as músicas eletrônicas eram uma vitória da máquina sobre o
instrumentista, no entanto tinha uma visão sábia e atitudes compreensivas sobre
a modernidade no que tange a musica. Nunca foi obcecado pelo sucesso embora
tocar fosse a razão de existir de sua vida. Gostava de tocar, embora no fim da
vida tivesse deixado de fazê-lo.
Segundo o maestro
Paulo Moura, K-Ximbinho foi "o mais original dentre os instrumentistas que
se dedicaram à orquestra popular urbana". Dedicou-se ao "jazz",
ao choro e ao conjunto regional. "Sua atuação no "jazz" do Brasil
é marcada pela criação de formações camerísticas, orquestrando para
instrumentos até então pouco utilizados (...)
Frases de K-Ximbinho
“O que eu gosto, mesmo é de tocar. É de saber que o
que eu estou tocando agrada aos outros, emociona os outros” [JORNAL DO BRASIL, 14/09/1981
p. 6].
“Pode haver felicidade maior que a musica?”.
“Então eu quis sair disso procurando outro caminho, outra linha melódica... e achei”.
Acervo musical
Ei algumas musicas que compõem o
acervo musical de K-Ximbinho.
Auto
plágio ∙ Choro.
Catita
∙ Choro.
Deninho
chegou ∙ Choro.
Eu
quero é sossego ∙ Choro.
Gilca
∙ Choro.
Bodega
∙ Choro.
K-Ximbinho∙
Samba /Choro.
Mais
uma vez ∙ Choro.
Manda
brasa K-Ximbinho∙ Choro.
Meiguice
∙ Choro.
Penumbra
∙ Choro.
Perplexo
∙ Choro.
Quando
te vejo ∙ Choro.
Sempre
∙ Choro.
Simoninha
na Barra ∙ Choro Baião.
Sonhando
∙ Choro.
Sonoroso
Choro.
Ternura
∙ Choro.
Tô
sempre aí ∙ Choro.
Tudo
passa ∙ Choro.
Velhos
companheiros ∙ Samba Canção.
Viajando
∙ Choro.
Discografia
Perplexo/Tudo
passa, 1953.
Começou
o baile/Baião potiguar, 1954.
Um
clarinete à jato/Fim de semana em Paquetá, 1954.
A
fonte secou/Gilka, 1955.
Ama-me
ou esquece-me/Murmurando, 1956.
Le
rififi/Jura, 1956.
Molambo/Arrasta
a sandália, 1956.
Suba
espuma/Esperando você, 1956.
Em
Ritmo de dança, 1958.
O
Samba de Cartola, 1959.
K-Ximbinho
e Seus Play Boys, 1961.
-
Saudades de um clarinete, 1980.
Álbum póstumo
Álbum lançado em 1981 após sua morte
esse foi o último disco de K-Ximbinho. O disco é composto pelas seguintes
faixas:
Lado
A - Eu quero é sossego, Sempre, Meiguice, Tô
sempre aí, Gilka, mais uma vez.
Lado
B - Velhos companheiros, Penumbra, Simoninha na barra, Ternura, Autoplágio,
Catita.
Fontes? Bibliografias?
ResponderExcluirSe se desse ao trabalho de lero texto veria que estão citadas as fontes no mesmo.
ExcluirÉ uma honra saber que o nosso município de Taipu, no Rio Grande do Norte, um artista de renome nacional na música (MPB), como é o nome de K-Ximbinho.
ResponderExcluirSurgiu levando a nossa identidade de taipuenses.
Excluir