sexta-feira, 27 de agosto de 2021

MANIFESTAÇÃO POLITICA EM BAIXA VERDE EM 1898


Segundo o jornal A República foi marcado para o dia 15/02/1898 uma reunião politica com a presença do chefe republicano, o coronel Felismino do Rego Dantas, na povoação de Baixa Verde, onde dispunha de todo o eleitorado que era leal e dedicado.

O coronel Felismino Dantas de fato ali chegou, quando esperavam ansiosos todos os seus amigos ali residentes fazendo naquela povoação uma entrada triunfante "porque o acompanhava crescidíssimo número de cavalheiros". Antes de chegarem a Baixa Verde foi se incorporando a cavalgada que já era bastante crescida desde a vila do Taiu, por onde passou aquele chefe politico, grupos de 6, 8 e mais cavalheiros.

As 09h00 da manhã do dia 16/02/1898 quando ali chegou ouviram-se nos ares girandolas de foguetes, ao mesmo tempo que dentre a multidão se ouviam estrepitosos vivas à democracia brasileira, ao senador Pedro Velho, ao Governador do Estado e ao coronel Felismino Dantas.

Houve um jantar para mais de 100 pessoas, inclusive senhoras.

À noite daquele mesmo dia houve animadíssima soireé, que se prolongou até as 05h00 da manhã, "reinando sempre a melhor ordem, e divisando-se nos semblantes dos circundantes grande júbilo e satisfação que lhes proporcionava aquela reunião de sinceros republicanos".

Desde a chegada do coronel Felismino Dantas até sua partida no dia seguinte à tarde "foguetes e girandolas fendiam os ares quase constantemente".

À hora da partida viu-se o chefe republicano da região sendo festejado por grande número de amigos, que o acompanharam até a grande distância donde então voltaram a seus lares, depois de darem-lhe o abraço de despedida e lhe assegurarem mais uma vez o seu apoio ao partido chefiado pelo mesmo coronel,  "o qual, pela sua boa orientação politica, traz arregimentado sob sua bandeira um partido invencível" ( A REPÚBLICA, 26/02/1898, p.2).

É uma das mais antigas, se não o primeiro, comício realizado no Mato Grande já registrado.

         Além de chefe do partido republicano na região do rio Ceará-Mirim, o coronel Felismino Dantas foi intendente do município homônimo.

Coronel Felismino Dantas.


O CINEMATÓGRAFO EM NATAL


"Dessa bela novidade

fui à primeira função,

E saí pensado mesmo

Ser aquilo arte do cão!"

A epigrafe a cima foi assinada por um certo Lulu Capeta e registrado no jornal A República em 19/04/1898 para se referir a novidade do cinema em Natal, à época chamado de cinematógrafo.

De fato era novidade a exibição de cenas em movimento visto ter sido a invenção dos irmãos Lumiere aparecido em 1895.

Uma visão mais otimista que a de Lulu Capeta do cinematógrafo foi exibida no mesmo jornal, segundo o qual:

"Sábado à noite o Sr. Nicolau Parente fez uma excelente exibição do cinematógrafo - mais uma das grandes aplicações da eletricidade, devida ao grande gênio de Edison. O trabalho agradou bastante e é uma das melhores diversões que temos gozado nesta capital".

Ainda de acordo com o citado jornal foram exibidas naquele sábado cenas do Jubileu da rainha Vitória, "onde viam-se todos os movimentos do grande cortejo", os Banhos da Alvorada, a Catedral de Milão, o Casamento do Príncipe de Nápoles, o Panorama de Veneza, a Chegada em Gondolas, a Comida aos Pombos na Praça São Marcos e a Chegada do Trem.

Sobre a exibição desses filmes escreveu o jornalista de A República: É de notar a naturalidade com que são apresentadas todas as cenas, dando a ilusão do natural. Os 'Banhos da Alvorada', sobretudo, merecem os favores do público distinguindo-se perfeitamente os gestos dos banhistas e os salpicos d'água".

De acordo ainda com o jornal citado o Sr. Parente pretendia demora-se na capital potiguar, exibindo muitas outras cenas do cinematógrafo, no entanto os filmes seriam sempre os mesmos, ou seja o jubileu da Rainha Vitória, os Banhos da Alvorada e a Chegada do trem, apesar de prometer nos dias seguintes serem mais variados.

"O público ficará agradavelmente e surpreendido com as aplicações do cinematógrafo, e é de esperar que proporcione extraordinárias enchentes à excelentes distração de que nos vimos ocupando" escreveu o jornalista do jornal citado (A REPÚBLICA, 19/04/1898, p.1).





Recortes do anúncio de exibição do cinematógrafo em Natal.
Fonte: A República, 19/04/1898, p.1.

No dia 26/04/1898 o jornal A República voltou a se ocupar da novidade do cinematógrafo em Natal, onde escreveu: "conforme estava anunciado o Sr. Nicola Maria Parente, sábado à noite, exibiu novas e interessantes vistas no 'Cinematógrafo', satisfazendo, como sempre, às exigências do público desta capital, sequioso de diversões agradáveis de um povo civilizado"( A REPÚBLICA, 26/04/1898, p.2).

Dentre as cenas exibidas salientou o jornal citado a naturalidade admirável da cena "os jogadores de cartas" e o "homem cão". Entretanto, o que mais mais surpreendeu, de acordo com o mesmo jornal, foi o final do quadro "banhos da alvorada" em que "naturalmente por uma inversão das fotografias ou do aparelho projetor, os banhistas que atiravam-se à água tornavam a ascender como impelidos por uma mola, dando cambalhotas no ar e indo cair precisamente nas extremidades dos trampolins que tinham servido para lhes darem impulso no primitivo salto. É o caso de dizermos: digam os sábios da escritura, que segredos são esses da natura" ( A REPÚBLICA, 26/04/1898, p.2).Eis, então, a mais antiga, se não a primeira, descrição de um filme cinematográfico e sua critica feita em Natal.

De acordo com o mesmo jornal a exibição dos filmes naquele dia atraiu bastantes pessoas tendo o jornalista usado a expressão "a enchente foi completa"  para indicar que o o local das exibições estava lotado.

Se prometia novas exibições no dia seguinte.

O cinematógrafo foi uma invenção dos irmãos Louis e Auguste Lumiere o qual o patentearam em 13/02/1895.

O aperfeiçoamento capital introduzido nesse aparelho foi o de substituir e desenrolar continuamente a película por um movimento descontinuo, cortado de interrupções regulares, que permitia uma maior duração da iluminação, 1/24 de segundos para 16 imagens por segundo, ao invés de 1/6.000 do Kinetoscopia de Edison.

Dos filmes listados a cima que foram os primeiros a serem exibidos em Natal encontramos apenas a chegada do trem na estação que é o primeiro filme de cinema a ser produzido em 1895.O link desse filme está a baixo.

https://www.youtube.com/watch?v=LWwYhG4UW8E


A INAUGURAÇÃO DA IGREJA EVANGÉLICA DE NATAL

      De acordo com o jornal A República no dia 03/09/1898, um sábado a tarde, foi inaugurada na capital potiguar, perante a presença de fiéis e assistência de convidados, o tempo da Igreja Evangélica, edifício sólido e elegante, ainda não acabado totalmente.

O ato foi solene e começou por um hino religioso, seguindo-se uma invocação pelo ministro Wiliam Porter, ouvida de pé pelos presentes, a exceção de um outro hino, explicação de um trecho da bíblia sobre a importância dos templos e o ato propriamente da inauguração, que constituiu-se em uma ata de assinaturas pessoas presentes, a qual foi encerrada em uma caixa de madeira onde também se depositaram uma bíblia, livros religiosos, e jornais, sendo tudo enterrado sob uma pedra de mármore na entrada do edifício.

Por ocasião da inauguração se fizeram discursos análogos ao ato o Dr. Diógenes Nobrega e o capitão João Ferreira Nobre, tocando as músicas a banda de música do Batalhão de Segurança o hino nacional (A REPÚBLICA, 07/09/1898, p.1).Por equivoco de paginação a noticia deixou de ser publicada na edição do dia anterior, ou seja, no dia 06/09/1898.

Penso, salvo engano, tratar-se da Igreja Presbiteriana de Natal localizada no largo da Av. Junqueira Aires, por trás da prefeitura de Natal.





quarta-feira, 25 de agosto de 2021

SOBRE TAIPU ENTRE 1894 E 1896

 

A seguir apresentamos algumas notas que configuram um achado precioso para a compreensão da história do município de Taipu em seus primeiros anos como município autônomo.

A desobstrução da estrada pública de Taipu

De acordo com o jornal A República em 12/05/1894 foi remetido o oficio nº 736  do governo do Estado recomendando que colocasse a disposição da Intendência do Taipu, por conta da verba das obras públicas e por intermédio da coletoria do Ceará-Mirim, a quantia de 300$00 (trezentos réis), destinados à desobstrução da estrada pública que comunicava a vila de Taipu com a cidade de Ceará-Mirim (A REPÚBLICA, 12/05/1894, p.1).

A referida estrada é a atual estrada municipal do Juamirim passando pela Gameleira indo ter em Itapassaroca e a cidade de Ceará-Mirim.

Coleção de leis municipais

Já no dia 11/08/1894 foi lida no expediente da sessão anterior do Congresso Estadual a coleção de leis e resoluções da Intendência Municipal de Taipu indo as mesmas à comissão de negócios municipais (A REPÚBLICA, 11/08/1894, p.2).

Nada mais foi encontrado sobre essa coleção de leis municipais de Taipu.

Alteração de limites e terras devolutas

No dia 08/09/1894 foi apresentada em sessão do Congressão Estadual uma petição da Intendência Municipal de Taipu requerendo a alteração dos limites do respectivo município segundo as bases que o mesmo oferecia. A referida petição foi a comissão de estatísticas.

Outra petição da mesma intendência solicitava do Congresso Estadual permissão para tributar as terras públicas do Estado que se achavam dentro do município, indo esta petição a comissão de fazenda (A REPÚBLICA, 08/09/1894, p.2).

Nada mais foi encontrado sobre essa alteração dos limites municipais.

Mudança toponímica

Mas, mais interessante por nós encontrado nos alfarrábios do jornal A República foi o registro do ofício da intendência municipal de Taipu comunicando ter mudado o nome de Vila de Taipu para vila do Livramento. A comunicação a comunicação  foi a comissão de constituição e poderes (A REPÚBLICA, 08/09/1894, p.2).

Como visto a cima, intendência municipal havia aprovado a mudança toponímica e feito a comunicação ao Congresso Estadual para as devidas providências, de ratificar ou rejeitar a deliberação municipal. Não encontramos as decisões posteriores da comissão de constituição e poderes, mas como se sabe o nome do município não foi alterado visto que os relatórios oficiais do governo do Estado do anos subsequentes citam o município com o seu nome original.

Se na prática a lei votada pela intendência de Taipu não "vingou" temos o fato de que a devoção a padroeira do Taipu, Nossa Senhora do Livramento, estava já enraizada na cultura local a ponto de se aprovar a mudança toponímica para lhe homenagear.

Recorte do jornal A República onde consta ter sido mudado o nome da vila de Taipu.
Fonte: A República, 08/09/1894, p.2.

Assim, houve uma mudança toponímica oficializada pela intendência de Taipu  a qual ou não foi ratificada pelo Congresso Estadual ou se foi caiu em descrédito e não "vingou".

        Hoje já não se faz mais sentido haver mudança toponímica pois o nome Taipu já está consagrado, a menos que dê uma doidice na Câmara de Vereadores de Taipu e mude o nome do município para bajular algum politico ou qualquer outra figura de reputação duvidosa.

Nomeação de carcereiro

Em 25/10/1895 foi nomeado o cidadão Avelino Antônio dos Santos apra exercer o lugar de carcereiro da cadeia da Vila de Taipu (A REPÚBLICA, 25/10/1895, p.1).

Eleições municipais

Naquele ano de 1895 o município de Taipu era o único do Estado que não era distrito judiciário, portanto, não houve eleições para juízes, houve apenas para os membros da intendência em eleições realizadas em 15/11/1895 para o triênio 1896-1898.

Naquelas eleições foram eleitos para a intendência municipal de Taipu: Manoel Eugenio Pereira de Andrade, Henrique Basílio do Nascimento, Vicente Rodrigues da Câmara, Carlos Alberto Davino, Francisco Teixeira de Oliveira, João Gabriel Campo e Justino Caetano Leite (A REPÚBLICA, 15/12/1895, p.3).

Obras de açudagem

Em 10/09/1895 foi provado pelo Congresso Estadual uma verba para o governo do Estado usar em açudagem nos municípios do interior do Estado. Ao município de Taipu coube a quantia de 3.000$ (A REPÚBLICA, 10/09/1895, p.1).No mesmo dia foi apresentado o orçamento da intendência de Taipu que foi a comissão de negócios municipais para a aprovação (A REPÚBLICA, 10/08/1895, p.3).

Já em 1895 o referido jornal registrou que  tendo o cidadão José Vilela Cid celebrado um contrato no valor de R$ 2.500$00 para fazer os serviços de que precisava o açude público da vila de Taipu foi recomendado pelo governador ao inspetor do tesouro que fosse entregue ao referido contratante a quantia de 1.250$000 (A REPÚBLICA, 20/10/1895, p.2).

Em 05/01/1896 o jornal A República registrou que haviam sido concluídos os serviços da reconstrução do açude púbico da vila do Taipu pelo cidadão José Veloso Cid, conforme informação enviada pela comissão nomeada pelo governo do Estado ( A REPÚBLICA, 05/01/1896, p.2).

O governador recomendou que se entregasse a quantia de 1.250$ (um conto, duzentos e cinquenta mil réis) nos termos da cláusula I do respectivo contrato de serviços de reconstrução do referido açude.

Litigio entre Taipu e Jardim de Angicos

Em 07/08/1895 foi enviado ao jornal A República o protesto vindo da intendência de Taipu a respeito das alterações de limites entre Taipu e Jardim de Angicos, tendo sido o mesmo registrado na edição do dia 15/08/1895.

De acordo como citado protesto: " a nossa circunscrição territorial sofreu um esbulho, uma verdadeira amputação pelo Decreto que fixou os limites de Jardim de Angicos, quando esse antigo distrito de paz foi elevado a município. É o fato que acham-se injustamente na posse de um vasto trecho de terreno, fértil e bem povoado, compreendendo o arraial de Cauassú, que tanto pela situação geográfica como pelas conveniências administrativas devia pertencer-nos. Esse terreno que não tem menos de 25 quilômetros de extensão sobre outros tantos de largo, prolonga-se da barra da Milhã à ponta do serrote "Torreão", 2 e 1/2 quilômetros distante da nossa povoação de Baixa Verde. Constando-nos que o o Congresso cogita de resolver sobre as dúvidas e litígios que  frequentemente tornam contestáveis os limites intermunicipais, avivando e retificando os mesmos limites, parece azado ensejo de apresentar as nossas fundadas queixas, esperando justiça e remédio à iniqua divisória presentemente em vigor" A REPÚBLICA, 15/08/1895, p.4).

O autor do protesto assinou apenas desta forma: " S ...".

Sabemos agora que houve nas primeiras horas do município de Taipu litigios territoriais com os três municípios limítrofes, de Jardim de Angicos,  Ceará-Mirim e São Gonçalo. De Jardim de Angicos não encontramos maiores informações sobre as rusgas entre ambos municípios pela disputa do território do Cauassú, sabendo-se porém que o mesmo ao que parece foi ratificado no município de Jardim de Angicos, já com os outros dois municípios, as questões de limites foram resolvidas definitivamente por lei estadual em 1918.

     Com o município de Touros parece que sempre foi ponto pacífico os limites entre ambos, pois até o presente momento nada foi encontrado em que um dos dois questionasse as fronteiras de seus respectivos municípios.

Crônicas municipais

Em 1895 o governador do Estado havia recomendado as intendências municipais que enviassem a secretaria do governo os dados referentes aos respectivos municípios os quais deveriam constar de todas as informações possíveis a cerca da municipalidade, onde os referidos dados seriam publicados no jornal A República como uma espécie de crônicas dos municípios.

       De Taipu só encontramos o protesto a cima e os dados sobre os limites municipais que se seguem.

Os limites municipais de Taipu

Em 15/08/1895 foi apresentado no jornal A República uma descrição dos limites municipais de Taipu, segundo o qual: 

"O município de Taipu acha-se encravado entre os de Touros ao norte, Ceará-Mirim à leste, São Gonçalo ao sul e Jardim de Angicos a oeste. De Touros separa-se a corrente denominada "Riacho Seco"; do Ceará-Mirim uma linha que a partir da barra do referido Riacho ao norte, passa pela Lagoa do Mato, Barra do Cuité, Passagem das Pedras, Cruz do Salvador, Passagem do Riacho, seguindo por este a cima até o Poço do Juazeiro; de São Gonçalo uma linha que tendo por ponto de partida o referido Poço do Juazeiro, segue na direção do Poente, atravessando a Lagoa de São Joaquim a Ponta do serrote do Urubu, o tanque do Quetururé e a serra dos Macacos; de Jardim de Angicos a linha que partindo da Barra da Milhã, segue na direção sul-norte, passando pelo serrote Torreão em demando das fronteiras meridionais do municípios de Touros" (A REPÚBLICA, 15/08/1895, p.4).

O registro a cima ocorreu 4 anos após a criação do município, como não foi possível até o presente momento encontrar nenhuma informação sobre o ato de criação do município os quais constavam os respectivos limites municipais, deve-se crer que este é a mais antiga informação sobre o referido assunto e nelas podemos ter uma exata noção do tamanho do município de Taipu ao ser criado.

As obras do açude de Baixa Verde

Não encontramos os detalhes dos serviços que foram realizados na recuperação do açude da vila de Taipu, porém, o jornal A República registrou a inspeção que foi realizada na povoação de Baixa Verde onde também se estava realizando serviços de igual teor.

Segundo o jornal citado o inspetor designado para inspecionar os referidos serviços assim relatou sua visita a Baixa Verde:

"Chegando à povoação de Baixa Verde daquele nome, pertencente ao município de Taipu, verifiquei que se achava devidamente reconstruído, debaixo de boas cercas, que prometem a duração de 5 anos, o açude do sitio denominado Baixa Verde.

O serviço, a meu ver, e pelo que disseram todos os moradores do lugar, oferece seguras garantias de solidez e estabilidade.

Ali, sobre o velho açude, o empreiteiro contratante elevou as paredes primitivas, à altura de mais de 10 palmos, de sorte que ficou com uma barragem  de espessa camada de terra, de 80 braças de extensão, com 50 palmos de base e 25 de altura.

O sangradouro, obra nova, construído de pedra e cal, presta-se vantajosamente ao fim a que se destina. As cercas ocupam, em derredor do açude, um perímetro de mil braças em quadro.

Com quanto aquele açude não tivesse recebido água, no inverno deste ano passado, ocupa 150 braças d'água em seu leito, com 40  de largura e no purão como ali se diz ( A REPÚBLICA, 05/06/1896, p.1).

Ainda segundo o mesmo jornal o empreiteiro contratante dessa obra em Baixa Verde era Elias Cardoso.


domingo, 22 de agosto de 2021

O ALTO JURUÁ


Já ouviu falar no Alto Juruá em Natal? ele faz parte do bairro de Petrópolis e por pouco não ganhou autonomia como bairro da capital potiguar com a denominação de Pe. João Maria, aliás, foi lá onde passou seus últimos dias de vida o famoso padre de Natal vindo ali a falecer em 1905 e onde atualmente se encontram seus restos mortais na igreja de Nossa Senhora de Lourdes.

Igreja matriz de Nossa Senhora de Lourdes do Alto Juruá.

Sobre aquele recanto, pobre, diga-se de passagem, da capital potiguar colhemos as informações que se seguem.

A ação social da Congregação Mariana da Catedral

A associação religiosa católica Congregação Mariana dos Moços Católicos de Natal, constituídas por rapazes realizou um importante apostolado social no Alto Juruá.

Em 24/11/1946 na reunião dominical da referida associação religiosa seriam debatidos importantes assuntos aos quais se prendiam os novos planos de ação a serem postos em prática pela Federação Mariana da diocese visando a assistências social e religiosa às famílias pobres residentes no Alto Juruá, no bairro de Petrópolis ( A ORDEM, 23/11/1946, p.6).

Em 28/11/1946 seria realizada uma reunião, na sede da Federação Mariana, na rua João Pessoa, com todos os congregado marianos que deram sua adesão aos trabalhos de apostolados social no Alto Juruá, em Petrópolis. Nesta ocasião o dr. Oto Guerra falaria sobre o recenseamentos a ser feito entre as famílias pobres dali, distribuindo as fichas para colher as informações dessas famílias (A ORDEM, 27/11/1946, p.4).

Inicialmente os congregados marianos mantiveram ali aulas de alfabetização e de catecismo e fundaram também um ambulatório médico.

        Sob a direção do Pe. Emerson Negreiros, os congregados marianos iria iniciar em 1950 mais um apostolado em favor da pobreza do Alto Juruá, cooperando para o bom êxito do Ambulatório-Escola que seria brevemente instalado ali.

Para entrar em contato com a população católica dali, os marianos participariam de um concentração em frente ao prédio onde funcionava o ambulatório.

O Pe. Emerson Negreiros continuava trabalhando em favor daquela obra, apelando aos católicos em geral no sentido de remeterem os seus auxílios, que em dinheiro ou objetos (pratos, panelas, mesas, bancos, etc.) ao ambulatório-escola.

Em preparação ao mesmo já estava funcionando com grande comparecimento um centro de catecismo, a cargo das senhorinhas da Juventude Feminina Católica-JFC e segundo o jornal A Ordem reinando muito interesse no seio das famílias residentes no Alto Juruá ( A ORDEM, 28/04/1950, p.1).

A Congregação Mariana teve a iniciativa de fundar o Centro Social Nossa Senhora de Lourdes no Alto Juruá, onde aquela região habitada por gente boa e humilde necessitava de assistência.

Foi assim que procurando atender da melhor maneira possível aqueles habitantes do Alto Juruá no que se referia a assistência dentária, os congregados marianos inauguraram no dia 04/06/1950 um gabinete dentário no Centro Social Nossa Senhora de Lourdes, funcionando em prédio dotado de amplas instalações modernas, estando o mesmo a cargo do Dr. Wiliam Gurgel Cunha, sendo gratuito esse serviço traria grandes benefícios para os pobres dali (A ORDEM, 03/06/1950, p.4).

Naquele mesmo ano a Congregação Mariana iniciou um curso de alfabetização de adultos (A ORDEM, 27/06/1950, p.4).

No dia 22/10/1950 foi realizada um concentração cívico-religiosa no Alto Juruá no Centro Social Nossa Senhora de Lourdes seguindo-se de uma procissão com a imagem de Nossa Senhora de Lourdes que percorreu as ruas do bairro com a presença de grande multidão, notando-se a presença de congregados marianos, tendo presidido a concentração o Pe. Emerson Negreiros. De acordo com o jornal A Ordem o povo participou da procissão com verdadeiro espirito de piedade ouvindo-se o espoucar de foguetões durante o itinerário do préstito (A ORDEM, 22/10/1950, p.4).

Em 30/11/1950 foram encerradas as aulas da classe infantil que funcionava no Centro Social Nossa Senhora de Lourdes no Alto Juruá, sob os auspícios da Federação Mariana de Natal.

A escola infantil era dirigida pela professora Margarida de Oliveira, auxiliada pela professora Maria Oliveira que esteve presente aquelas festividades a qual contou com grande número de alunos comparecendo também ali membros da Federação Mariana. Foram tiradas fotografias dos diversos aspectos daquela conclusão do ano letivo, de muito proveito para as crianças pobres daquele bairro.( A ORDEM, 01/12/1950,  p. 4).

A escola mantida pela Congregação Mariana estava localizada na rua 2 de Novembro nº 79.

Em 1951 a escola de alfabetização de adultos e catecismo estava soba direção do congregado mariano professor Felipe Neri de Andrade, auxiliado pelo congregados Olavo Silva e Dr. João Manoel de Maria (A ORDEM, 03/09/1951, p.4).

A Sociedade Progressista e Beneficente

Com a finalidade de neutralizar as constantes explorações dos agentes comunistas, que procuravam tirar proveito para a sua propaganda junto a gente pobre, foi fundada no morro do Alto Juruá no bairro de Petrópolis, na capital potiguar, a sociedade formada de operários, pequenos funcionário e trabalhadores.

Tratava-se da Sociedade Progressista e Beneficente do Morro Alto Juruá, cuja solenidade de fundação se verificou no dia 12/10/1947 e segundo o jornal A Ordem sua finalidade era defender os direitos e os interesses da população de referido morro.

A diretoria da nova instituição ficou assim formada: Joaquim Caldas Moreira, presidente, Luís da Costa Câmara, vice-presidente, Manoel Nicácio, 1º secretário, Severino Alves, 2º secretário, Aprígio Alves, tesoureiro. Já o conselho fiscal foi assim composto: Luís Barbalho Bezerra, Pedro Batista de Souza e Antônio Pessoa da Silva (  A ORDEM, 15/10/1947, p.2).

A referida associação esteve reunida no dia 30/10/1947, sob a presidência do capitão Juvêncio Cordeiro, engenheiro chefe do Serviço de Vales Úmidos do Nordeste, que dirigiu entusiastas palavras aos presentes, tendo o presidente da SPB, Joaquim Caldas Moreira, proferido vibrante discurso, apoiando o ato do presidente da República no rompimento das relações do Brasil como a Rússia.

Também usaram da palavra os Srs. Pedro Vilela, delegado de policia de Petrópolis e Manoel Alves de Assis, tendo sido comunicada a resolução da prefeitura de Natal em nadar construir uma estrada de rodagem na rua 2 de novembro, que muito beneficiaria a população daquele bairro (A ORDEM, 03/11/1947, p.1).

       A Sociedade Progressista e Beneficente do Alto Juruá era a encarregada de promover as festas natalinas com seus folguedos tradicionais que caracterizavam a vida social daquele recanto de Natal.

O Cruzeiro em homenagem ao Pe. João Maria

Com a aprovação do bispo diocesano e do vigário da paróquia da Apresentação, o presidente da Sociedade Progressista e Beneficente do Alto Juruá Joaquim Caldas Moreira, iria iniciar um movimento popular para a construção do Cruzeiro Padre João Maria, em homenagem ao virtuoso sacerdote querido de Natal.

A planta do monumento já havia sido aprovada e o mesmo seria erguido em frente a casa onde morreu o Pe. João Maria, à rua 2 de Novembro naquele bairro, estando a mesma exposta na vitrine da fotografia Elite do sr. João Alves, na rua Dr. Barata (A ORDEM, 12/12/1947, p.2).

A construção da capela 

De acordo com o jornal A Ordem a construção da capela no Alto Juruá se faria em breve ( A ORDEM, 02/12/1950, p.4).Em 08/01/1951 o Pe. Emerson Negreiros em reunião da Congregação Mariana demorou-se em torno do apostolado no Alto Juruá e em prol da construção da capela em honrado Pe. João Maria ( A ORDEM, 08/01/1951, p.4).

Em 26/05/1951 seria realizado no Teatro Carlos Gomes um festival artístico em beneficio da construção da capela Pe. João  Maria que um grupo de católicos estava construindo no Alto Juruá ( A ORDEM, 23/05/1951,p.4).

Em 14/05/1951 o jornal A Ordem registrou os nomes dos novos contribuinte para a construção da capela Padre João Maria, que foram eles: General Fernando Távora: Cr$ 500,00, Prof. Luis Soares: Cr$ 200,00, Juarez Bessa: Cr$: 200,000, Adauto Maia: Cr$: 200,000, Pedro da Costa Câmara: Cr$ 200,00, Julieta Silva: Cr$ 100,000, Cicero Domingos: Cr$ 100,00, Milesi Nesi Simonetti: Cr$ 100,00, Dulce Figueiredo: Cr$ 50,00, Carmem Varela: Cr$ 50,00, Dourinha Varela: Cr$ 50,00, Laura Bessa: Cr$ 50,00, Dr.Manoel Luís Gomes: Cr$ 50,00, Antonio Capistrano: Cr$ 50,00, Jonas Gurgel: Cr$ 50,00, Manoel Fernandes Negreiros: Cr$ 50,00, Francisco Canindé: 50,00, Dulce Miranda: Cr$ 50,00 (A ORDEM, 14/05/1951, p.3).

De acordo com o demonstrativo finaceiro da campanha em prol da construção da capela do Padre João Maria no Alto Juruá em 22/12/1951 apresentado pelo jornal A Ordem até aquela data já havia sido recebidos em donativos Cr$ 17.245,00, dos quais Cr$ 1.794 vindas do festival do Alto Juruá, Cr$ 504,00 do Grupo Alberto Torres, Cr$ 1.576,00 do Colégio Santo Antonio, totalizando Cr$ 4.265,00.De receitas diversas vieram de vendas de medalhas Cr$ 313,50 e de juros de depósitos Cr$ 127,00, totalizando Cr$ 440,00, somando-se tudo deu Cr$ 21.95,50 em receitas.

Desse valor foram deduzidos em despesas 5.080,00, dos quais pago para compra de um sino Cr$ 1.300,00, idem para um presépio cr$ 500,00, idem para compras de medalhas cr$ 450,00, idem para transmissão de escritura cr4 1.200,00, idem para demolição de um casa no terreno da capela Cr$ 1.150,00, idem para publicações Cr$ 380,00, idem para transportes Cr$ 100,00.

Em depósito constava em conta corrente Cr$ 15.867,00 e em caixa Cr$ 1.503,00, totalizando Cr$ 18.870,00, sendo o total geral Cr$ 21.950,50.  

Assinou o referido demonstrativo o Pe. Emerson Negreiros em 12/12/1951, responsável pela construção da capela (A ORDEM, 22/12/1951, p.4).

Segundo o jornal O Poti em 1957 continuava a construção da capela Padre João Maria no Alto Juruá, de acordo com o referido jornal "todos nós conhecemos os esforços do Ginásio ara a construção da mesma, salientando-se a ação do seu diretor, Cônego Eymard L'Eralstre Monteiro" ( O POTI, 22/10/1957, p.7).


Igreja do Alto Juruá em construção. Foto: O Poti, 22/10/1957, p.7.

Ao que parece a igreja do Alto Juruá já estava concluída em 16/10/1959, pois naquele ano seria celebrada missa em ação de graças pela alma do Pe. João Maria  na igreja já denominada Nossa Senhora de Lourdes (DIÁRIO DE NATAL, 15/10/1959, p.8).

Em 02/11/1965 foi inaugurada a Casa Paroquial de Nossa Senhora de Lourdes, anexa a igreja do Pe. João Maria. A solenidade foi realizada as 17h00 e a noite houve festa comemorativa na praça em frente a referida casa com show, serviço de bar e outras atrações (DIÁRIO DE NATAL, 30/10/1965, p.4).

Festas natalinas

Dentro das festividades natalinas na capital potiguar em 1947 houve missa campal e fandango com a presença do prefeito Silvio Pedrosa e outras autoridades.

A comissão de realização das festas naquele recanto de Natal estava composta por Luís Câmara, Aprigio Alves Severino Alves, Luís Bezerra Barbalho, Manoel de Assis e Joaquim Caldas Moreira, autor da ideia do Cruzeiro Padre João Maria e o presidente da Federação dos Folguedos Tradicionais do Rio Grande do Norte Pedro Batista (A ORDEM, 26/12/1947, p.4).

As festas do período natalino se tornaram a marca do Ato Juruá sendo ali realizados festejos populares de fandangos, lapinhas, bambelôs, etc., que atraiam para lá muitas pessoas.

A Sociedade Beneficente do Alto Juruá que tinha a sua frente o Sr. Pedro Vilela Cid, estava organizando vasto programa para os festejos de Natal, incluindo fandango, pastoril e outros festejos populares a ter inicio no dia 24/12/1949 e prolongando-se até os primeiros de janeiro do ano seguinte.

As 14h00 dia 25/12/1949 seria distribuído brinquedos, roupas e guloseimas as crianças pobres do Alto Juruá. Esta iniciativa teve apoio do comércio e sociedade natalense, iria contemplar 460 crianças pobres daquele bairro (DIÁRIO DE NATAL, 22/12/1949, p.4).

Iniciadas em 24/12/1952 prosseguiram cada vez mais animadas as festas natalenses do Alto Juruá promovidas pela Sociedade Progressista e Beneficente daquele bairro. Todas as noites vinha funcionando festas de caráter tradicional contando com o comparecimento de grande número de pessoas.

Na noite do dia 24/12/1952 houve a coroação da rainha eleita da festa, Srta. Maria Silva Santos, cuja votação foi das mais surpreendentes. A solenidade de coroação foi presidida pelo prefeito Creso Bezerra, no salão nobre do grupo escolar. As 01h40 foram encerradas as celebrações festivas para dar inicio a missa de Natal, ato esse que foi assistido por mais de 1.200 pessoas. Ninguém dentre os presentes deixou de comparecer a missa.

As festividades no Alto Juruá se estenderam até o dia 01/01/1953 sempre caracterizada pela presença de folguedos populares que tanto encanto vinha dando a tais celebrações (A ORDEM, 30/12/1952, p.4).

Em 11/12/1957 teria inicio as 20h00 uma festa no Alto Juruá com a participação de grupos apresentando danças populares, como o fandango, o bambelôs e a lapinha. Essa festa seria realizada em beneficio da construção de igreja Padre João Maria que se encontrava com serviços bastantes adiantados (DIÁRIO DE NATAL, 10/10/1957, p.6).

O crescimento do Alto Juruá

Um requerimento em comum acordo entre os deputados José Nicodemos, Arnaldo Simoneti, Antônio Soares Filho e Djalma Marinho foi assim redigido:

Atendendo que o Alto Juruá no bairro de Petrópolis, desta capital, compreende hoje um considerável núcleo de população, que essa população se compõe em sua totalidade de operários dos mais variados setores de atividades e desprovidos de maiores recursos, que  o número de casebres residenciais ali sobe a mais de dois mil, a despeito do difícil acesso ao morro onde se acham encravadas- Requeremos que a Mesa, nos termos regimentais e após ouvir o plenário, solicite da Comissão Estadual da Legião Brasileira de Assistência a inclusão, no seu orçamento para 1948, a ser elaborado e aprovado pela Comissão Central de verba suficiente à instalação e funcionamento de um Centro de Puericultura no referido Alto Juruá ( A ORDEM, 10/10/1947, p.4).

O requerimento foi aprovado na sessão do dia 14/10/1947.

Em visita ao Alto Juruá o prefeito da capital Silvio Pedrosa prometeu trabalhar pela vitória das reivindicações dos habitantes daquele lugar e falou em prestar uma homenagem a memória do Pe. João Maria com a construção de um cruzeiro em frente a casinha em que ( A ORDEM, 20/11/1947, p.2).

Já em 30/11/1947 foi a vez do governador José Varela subir o morro do Alto Juruá, onde foi recepcionado festivamente, acompanhado de seu ajudante de ordens, o deputado Túlio Fernandes e outras autoridades.

A sessão foi aberta pelo presidente da Sociedade Progressista e Beneficente do Alto Juruá, Joaquim Caldas Moreira, que falou da satisfação de todos os presentes pela visita, o deputado Túlio Fernandes fez a saudação oficial ao governador, seguindo-se um programa artístico com declamações e cânticos pelos alunos ali residentes. O governador agradeceu em rápidas palavras, tendo tocado na festividade a banda da Policia Militar ( A ORDEM, 01/12/1947, p.2).

Em visita pelo Alto Juruá a reportagem do jornal A Ordem constatou que a prefeitura de Natal havia instalado o serviço de alto falante, alinhou as casas da rua principal e desapropriaria umas casinhas para no terreno se construída uma escola primária, a prefeitura havia também reconstruído a escadaria que descia nas imediações do Hospital Miguel Couto (atual Onofre Lopes) na parte inicial da balaustrada (A ORDEM, 28/05/1949, p.6).

Não tendo para onde ir, a população pobre de Natal ia se estabelecendo os morros (dunas) que aquela época já se estavam sendo fixadas (Natal corria o risco de ser soterrada pelas dunas).

Em 1955 o Alto Juruá já se constituía um bairro, embora não o fosse legalmente, onde o casario caminhava em direção ao farol de Mãe Luiza, isso de maneira constante.

De acordo com o jornal O Poti muitas dessas construções embora não fossem classificadas como boas, faziam entretanto, com que não se tivesse a impressão de miséria profunda deixada pelo Rio de Janeiro nalguns pontos daquela cidade, "os morros de Natal com as suas casas humildes, longe estão de nos oferecer aquele triste panorama que se descortina ao lado e a cima da avenida Getúlio Vargas em pleno coração da Capital da República" (O POTI, 08/10/1955, p.3).

Em 1958 o Diário de Natal cita a Escola e Ambulatório Padre João Maria no Alto Juruá ( DIÁRIO DE NATAL, 30/12/1958, p.13).

De acordo com o Diário de Natal a prefeitura de Natal acabava de fechar negócio para a aquisição de um terreno na rua 2 de Novembro, onde no local seria construído um pequeno mercado, onde o novo estabelecimento viria beneficiar o bairro de Aparecida (ex-favela) e o Alto Juruá ( DIÁRIO DE NATAL, 17/02/1964, p.2).

Aspecto da praça do Alto Juruá.

A criação do bairro

Em 1957 foi enviado a Câmara Municipal de Natal mensagem do prefeito criando o Bairro Padre João Maria. Segundo o jornal O Poti, com tal medida desejava o município prestar a sua melhor homenagem aquele sacerdote que dedicou a sua existência a prestar os benefícios possíveis a todos quanto lhe procuravam em busca de auxílio quer material, quer conforto moral.

O Pe. João Maria de há muito era merecedor de reconhecimento da cidade, e ainda em tempo, as autoridades resolveram saldar a velha dívida para com ele com a criação do bairro onde o mesmo veio a falecer.

O novo bairro que seria criado compreenderia o Alto Juruá, Areia Preta e Praia do Meio, limitando-se com Mãe Luiza e o bairro de Santos Reis ( O POTI, p.8).

O bairro Padre João Maria não teve sua criação aprovada pela Câmara Municipal de Natal, tendo sido um dos muitos bairros criados que não vingaram na capital potiguar.

Em 1952 o governo estadual havia construído uma escola isolada no Alto Juruá (DIÁRIO DE NATAL, 26/04/1952, p.4).Na inauguração do edifício da Escola Isolada do Alto Juruá estiveram presente o governador Silvio Pedrosa e todo secretariado. Discursaram na ocasião o professor Severino Bezerra e o governador do Estado que expressou a satisfação de presidir um ato de real significação para o ensino da gente pobre daquela localidade.

A escola já registrava naquele ano a matricula de 130 alunos, crianças residentes unicamente no Alto Juruá.



Aspecto do Alto Juruá.



quinta-feira, 19 de agosto de 2021

NOTAS SOBRE O MUNICÍPIO DE PEDRA GRANDE


Pedra Grande também é um dos municípios que integram a Região do Mato Grande. Eis a seguir algumas notas que contribuem para a memória história desse pedaço de chão potiguar.

Primórdios

As origens do município está associado ao pioneiro João Victor que em 1910 fundou o Sitio São João com curral e casa de morada. De 1911 a 1917 seguiram-se a ele, Manoel Gabi, Januário Lucas, Januário Pedro da Silva, Manoel Félix de Morais, vindos das praias do Canto de Baixo, no município de Touros, sendo todos proprietários e  residentes. A zona agrícola e pastoril foi aos poucos sendo valorizada pelo surto do algodão na Serra Verde.

A princípio a região pertenceu ao município de Touros, passando ao município de Baixa Verde  com a criação deste em 1928, onde Pedra Grande figurou como distrito até  1954 quando passou a jurisdição de São Bento do Norte com a criação deste, do qual fora desmembrado em 04/04/1963.

Aspectos de Pedra Grande.


Toponímia

A origem da toponímia está associada a que passando ao lado da atual cidade a estrada de Canto de Baixo para Escadilha havia uma pedra, a maior das redondezas, que ficou sendo conhecida por "Pedra Grande".

A criação do distrito administrativo

Em 08/01/1959 o governador Dinarte Mariz assinou  o decreto que criava o distrito administrativo e judiciário de Pedra Grande, no município de São Bento do Norte ( DIÁRIO DE NATAL, 08/01/1959,p.3).

A criação do município

Em 09/05/1962 foi publicado no Diário Oficial do Estado a lei que criava o município de Pedra Grande, desmembrado de São Bento do Norte.

O novo município foi um dos inúmeros criados por força de lei apresentado na Assembleia Legislativa, os quais pulverizaram o território do Estado com municípios sem a menor condição de ser alçado a categoria de município, como foi o caso de Pedra Grande, cuja a população do então distrito ao ser desmembrado de São Bento do Norte era de 2.994 de acordo com o Censo de 1960 (DIÁRIO DE NATAL, 09/05/1962, p.6).

Segundo a lei vigente a época para a criação de municípios se exigia a população mínima de 10 mil habitantes, coeficiente que Pedra Grande não satisfazia para ser alçado a categoria de município, a própria sede de São Bento se quer atingia esse número exigido pela lei.

Ao ser criado o município de Pedra Grande foi estabelecido seu território com uma área de 232 km².

Em 1963 o município de Pedra Grande contava apenas 675 eleitores ( O POTI, 17/1963, p.4), já em 1965 haviam 582  eleitores em Pedra Grande (DIÁRIO DE NATAL, 20/08/1965, p.4).

O primeiro prefeito

Para assumir o novo município de Pedra Grande o governador  nomeou  Leonel Assunção como seu primeiro prefeito, que era a época secretário da prefeitura de São Bento do Norte (DIÁRIO DE NATAL, 09/05/1962, p.6).

A primeira eleição

A primeira eleição em Pedra Grande ocorreu em 01/12/1963, tendo sido eleito Artur Morais de Oliveira, sendo assim o primeiro prefeito eleito daquele município. Naquele ano havia em Pedra Grande 645 eleitores, dos quais compareceram a votação apenas 352 (DIAÁRIO DE NATAL, 03/12/1963, p.6).

Com o falecimento do prefeito Artur Morais de Oliveira, assumiu, o vice-prefeito Lindolfo Pereira de Aquino, também eleito na legenda do PTN.

A morte inesperada do prefeito

Em 1967 o prefeito de Pedra Grande, Artur Morais de Oliveira, mal havia terminado de pronunciar as últimas palavras de seu sermão, na Igreja Protestante de sua cidade, quando caiu morto, fulminado por um ataque cardíaco e de acordo como Diário de Natal "a sua expressão era de tal forma tranquila que parecia ter morrido sorrindo".

Ao ser levado a um filho do prefeito morto, que também era pastor evangélico em João Câmara, a noticia do falecimento, momento antes o religioso havia tido uma visão que anunciava o súbito falecimento do seu pai.

O fato foi comentado na Assembleia Legislativa pelo deputado Francisco Seráfico (DIÁRIO DE NATAL, 27/04/1967, p.3).

Prefeito em 1968

Em 1968 foram eleitos  prefeito e vice-prefeito de Pedra Grande Manoel Gomes de Souza e Salvador Bechior Vital (DIÁRIO DE NATAL, 14/11/1968, p.8).

 Eleição suplementar em 1972

O TRE marcou para 17/12/1972 a realização da eleição suplementar em Pedra Grande. A eleição foi realizada em razão de não ter sido recebida as cédulas oficiais da pelo presidente da 5ª seção, onde estavam inscritos 170 eleitores (DIÁRIO DE NATAL, 25/11/1972, p.3).

Naquele ano foi eleito José Soares Bandeira como prefeito de Pedra Grande da ARENA.

Prefeito José Soares Bandeira, a direita e o governador Cortez Pereira.
Foto: Diário de Natal, 28/1973, p.4.



Posto de saúde

Em 1974 a cidade de Pedra Grande seria uma das beneficiadas com um posto médico do CEME ( Central de Medicamentos) um projeto do governo federal em convênio com o governo do estado, (O POTI,17/111974,p.9

A energia em pedra grande

A energia elétrica da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso-BA distribuída pela COSERN em Pedra Grande foi inaugurada em 11/01/1974 pelo governador Cortez Pereira.

De acordo com o jornal Diário de Natal para implantar o sistema de distribuição de energia em Pedra Grande a COSERN investiu um total de Cr$ 1.465.000,00, sendo Cr$ 1.200.000,00 gastos na linha de alta tensão e Cr$ 265.000,00 na rede de distribuição.

Em discurso o prefeito de Pedra Grande José Soares Bandeira agradeceu o trabalho do governo em levar, através da COSERN, a energia de Paulo Afonso, afirmou ainda que a gratidão da cidade era ainda maior pela inclusão, por parte do do governo do estado, de Pedra Grande entre as cidades que receberiam o abastecimento de água.

O governador em discurso prometeu voltar a Pedra Grande para inaugurar um serviço de telefonia e terminou inaugurando oficialmente a energia elétrica em Pedra Grande. Das 150 cidades que receberam a energia elétrica de Paulo Afonso até aquele ano, Pedra Grande foi a 147ª ( O O POTI, 12/01/1975, p.8).

Sistema de abastecimento de água

Em 06/10/1977 a CAERN lançou edital  para a execução das obras de implantação do sistema de abastecimento de água da cidade de Pedra Grande ( O POTI, 09/10/1977, p.16).

Em 09/12/1979 o governador Lavoisier Maia inaugurou o sistema de abastecimento de água em Pedra Grande  ( O POTI, 09/12/1979, p.4).

As 09h45, o governador Lavoisier Maia chegou de carro a Pedra Grande onde veio inaugurar além do sistema de abastecimento de água  o Posto de Saúde local.

      Em 1977 era prefeito do município de Pedra Grande Felipe Victor da Câmara, do MDB, vice-prefeito Benedito José de Morais. Os vereadores eram: Francisco de Assis Vitorino e José Severino Bezerra Filho da ARENA e José Tonico Sobrinho, José Gabi da Silva, João Lopes Neto, Pedro Martins Torres, Francisco Marcolino de Oliveira do MDB.


Prefeito  Felipe Victor da Câmara. Foto: Diário de Natal, 30/091977, p.14.


O juiz de direito era Geraldo Magela Cruz, o promotor José Jarbas Martins (titular)  e Nilton Bezerra Pires (em exercício).

Exercia a função de delegado de policia o 2 sargento Paulo Gadelha de Vasconcelos.

O município estava incluído na Microrregião Litoral de São Bento do Norte tendo uma população estimada em 4.269 habitantes.

O município de Pedra Grande se comunicava com os seguintes municípios por rodovias: São Bento do Norte ( RN 120) a 24 km de distância, Parazinho (RN 120) a 10 km de distância, Touros (RN 120 e carroçável) a 71 km, Natal (RN 120 e BR 406 via João Câmara) a 133 km de distância.

As atividades econômicas existentes no município eram as culturas agrícolas e indústria de transformação. Exportava pescado, algodão e sisal e importava tecidos, utensílios domésticos e gêneros alimentícios ( DIÁRIO DE NATAL, 30/09/1977, p.14).


SOBRE A PONTE FERROVIÁRIA DO UMARI


A ponte ferroviária sobre o rio Ceará-Mirim no distrito do Umari em Taipu foi a maior e mais  mais importante obra de arte da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte até 1916 quando foi inaugurada a ponte de Igapó sobre o rio Potengi em Natal.

A ponte do Umari foi construída com 150 metros de extensão divididos em 5 vãos de 30 metros cada um. O sistema de viga metálica é o de vão independentes ou descontinuo, estando a mesma localizada no km 60 da EFCRGN, a 4 km da sede municipal.

De acordo com o relatório do ministério da viação de 1910 foram concluídos naquele ano a construção do 2º e 3º pilares e a montagem da viga metálica da ponte do Umari, constava ainda que os dois encontros e o primeiro e segundo pilares já se achavam prontos, o segundo pilar estava quase concluído e o terceiro estava apenas iniciado. As fundações foram construídas sobre rochas até a profundidade de 8 metros e de acordo com o citado relatório "é provável que esteja a ponte completamente montada em agosto do corrente ano"  ( RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DE VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS, 1910, p.120).

Como visto a cima é possível se ter uma noção da profundidade do rio aquela época, sendo de até 8 metros, conforme se exigiu as fundações da ponte, com a construção da barragem de Poço Branco essa profundidade foi drasticamente reduzida ficando apenas o leito do rio regulado pela barragem.

Em 11/04/1907 o jornal A Republica registrou que "sei que vai ser encomendada a ponte metálica sobre o rio Ceará-Mirim, na passagem do Taipu" (A REPÚBLCA, 11/04/1907, p.1).

Em 17/05/1910  o jornal O Dia de Curitiba registrou que a ponte sobre o rio Ceará-Mirim tinha as alvenarias dos alicerces concluídos e iniciado a montagem dos vãos metálicos de viga contínuas, serviço esse que seria concluído em agosto, quando poderia assim ser inaugurado o trecho entre Taipu e Baixa Verde e ser entregue ao tráfego 60 km da ferrovia (O DIA, 17/05/1910, p.1).

Já em 11/10/1910, dia anterior da inauguração do trecho entre a vila de Taipu e o distrito de Baixa Verde, foram realizadas experiências de peso morto (trem parado sobre os vãos) e peso rolante (trem rodando sobre os vãos da ponte) que deram bons resultados (RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DA VIAÇÃO E OBRAS PÚBLICAS, 1911, p.64).

Ainda de acordo com o citado relatório a ponte do Umari tinha 195 toneladas e seu custo de montagem foi de 39:079$000 (Op. Cit, p.64).

Naquele mesmo ano foram realizados outras obras que ficavam entre a vila de Taipu (atualmente do cruzamento da linha férrea com a BR 406 na altura do cemitério) e o distrito de Baixa Verde, tendo sido feito uma ponte de 8 metros e outra de 6 metros, 9 pontilhões de 3 metros, um de 1,5m de vão, 38 bueiros capeados e 13 abertos e modificados 3 bueiros capeados em virtude da modificação do grade, no trecho construído pela extinta comissão de construção da EFCRGN.



      Na primeira imagem vê-se  a ponte do Umari em sua estrutura original, ou seja, com os 5 vãos que foram adquiridos pela Comissão de Construção da EFCRGN na Inglaterra. A foto faz parte do acervo do IHGRN e tem data ignorada. Na legenda da foto está escrito "ponte Ceará-Mirim", deve-se entender o rio e não a cidade, pois não resta dúvidas que se trata da ponte do Umari em Taipu quando se compara com a segunda foto da mesma ponte em 2015.
       A ponte do Umari é uma das mais antigas  grande obra de engenharia da região do Mato Grande, podendo sem exagero algum merecer o epiteto de "Colosso do Mato Grande".

terça-feira, 17 de agosto de 2021

SOBRE A CAPELA SÃO JUDAS TADEU DO TIROL

 

A capela São Judas Tadeu foi construída no território da paróquia de Santa Teresinha no Tirol, tendo sido construída na Av. Rodrigues Alves com o cruzamento da rua Otávio Lamartine naquele bairro da capital potiguar.

De acordo com o jornal A Ordem com brilhantes cerimônias litúrgicas foi inaugurada em 16/09/1951 a capela de São Judas Tadeu. A capela foi construída por iniciativa e às expensas do Dr. Véscio Barreto em pagamento de uma promessa.

A benção da nova capela ocorreu as 06h45 pelo então Pe. Heitor Sales, a época vigário da paróquia do Tirol, atualmente arcebispo emérito de Natal, tendo o bispo diocesano, dom Marcolino Dantas celebrado missa solene as 07h15.

A data para a inauguração foi escolhida em homenagem ao transcurso do aniversário de 80 anos do Des. Horácio Barreto, progenitor do Dr. Véscio Barreto (A ORDEM, 12/09/1951, p.4).

No ano seguinte a capela São Judas passou por uma reforma tendo sido interrompidas as celebrações de missa ali, sendo as mesmas retomadas após a conclusão das obras em 20/04/1952 quando o então Pe. Heitor Sales deu a benção do belíssimo sacrário ofertado pelo Sr. Gumercindo Saraiva e esposa, assim como as imagens de Nossa Senhora das Graças e São Francisco das Chagas doadas por outros devotos (A ORDEM, 18/04/04/1952, p.4).

A igreja de São Judas não acompanhou o crescimento urbanístico do entorno onde está situada, destoando na paisagem entre os arranha-céus e prédios modernos da Av. Rodrigues Alves. A igreja mais parece uma simples capela de interior do que uma igreja de uma grande capital. Por outro lado, se a igreja não acompanhou o  desenvolvimento do bairro do Tirol permaneceu como testemunho vivo da simplicidade que outrora fora aquele bairro da capital potiguar.

Igreja São Judas Tadeu do Tirol.


Aspecto interno da igreja São Judas Tadeu do Tirol onde se vê a esquerda o orago da referida igreja e direita a imagem de Nossa Senhora das Graças.




SOBRE A CAPELA DE PONTA NEGRA


No centro da praça da vila de Ponta Negra tem uma igreja simples, porém bela gosto estético, artístico e em estilo arquitetônico, coisa rara em si tratando de igrejas na capital potiguar. Trata-se da atual igreja matriz de São João Batista.

Em 24/06/1940 foi realizada a cerimônia de benção da nova capela de Ponta Negra, que há meses vinha sendo construída. Foi oficiante da cerimônia o Pe. agostinho Hannekenn , que benzeu também o altar e as imagens que possuía a capela, celebrando logo depois a santa missa com distribuição da comunhão a uma elevado numero de pessoas.

As 09h00 o bispo diocesano, dom Marcolino Dantas,  celebrou missa festiva, com cânticos, pregação ao Evangelho e dando por inaugurada aquela nova capela. A tarde foi realizada a procissão do padroeiro de Ponta Negra, encerrando a festa com a benção do Santíssimo. 

De acordo com o jornal A Ordem a primitiva capela de Ponta Negra foi edificada pelo Pe. João Maria. O Pe. João Maria Cavalcanti de Brito foi pároco de Natal entre 1881 e 1905 quando veio a falecer. A construção da primitiva capela de Ponta Negra portanto, deve se situar nesse recorte temporal. Não conseguimos dadas as nossas limitações encontrar a data exata e maiores informações sobre esta primeira capela.

    Em 1938 a capela estava ameaçando ruir quando Dom Marcolino Dantas autorizou sua demolição e iniciou, no mesmo local, o novo templo.

A nova capela da então vila de Ponta Negra foi construída com 23 metros de  comprimento por 6,20 metros de largura, sendo de estilo gótico, possuindo 9 portas e 100 janelas, uma única nave de 16 metros de comprimento por 3 de largura, tendo 2 quartos nos fundos, um para o vigário quando lá estivesse e outro para depósito.

A planta do altar foi do Dr. Homero  Auler e foi construído pelo mestre Manoel André tendo a cobra custado 42:785$500.

De acordo com o jornal A Ordem foram estes os donativos arrecadados para a construção da nova capela de Ponta Negra.

D. Chiquinha Freire:  15:000$000.

Dom Marcolino Dantas : 11: 200$000.

Auxílios pedidos por Dom Marcolino Dantas na cidade de São Paulo: 10:474$000.

Auxílios arrecadados em Natal : 3:797$000.

Conde Dias Garcia : 2:000$000.

Auxílios arrecadados em Ponta Negra:  314$500.

Os paramentos e alfaias para a celebração da missa na nova capela foram doados pelas Irmãs de Santana do Orfanato e do Hospital, Irmãs de Caridade, Irmãs do Amor Divino, Irmãs Dorotéia, padres da Sagrada Família, d. Rosinha Viveiros, família Navarro, d. Susana Guilherme e famílias de Ponta Negra.

O padroeiro da capela de Ponta Negra é São João Batista. Além da imagem do padroeiro que media 1,20m havia na capela as imagens do Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora da Penha, com 0,80cm, e as de São José, São Sebastião e Nossa Senhora da Conceição, com 0,60 cm.

Como encarregado da capela e do patrimônio estava o sr. Camilo Inácio Correia e como zeladores da capela estavam d. Senhorinha do Nascimento e Augusto de Souza.

Era encarregados da praça da capela, João Velho.

Foram encarregados da hospedagem dos padres, José Bragança, Luiz de França e José Hermínio de Lima.

Foi encarregado da festa do padroeiro o sr. João Pedro da Silva, além deste tinha ainda os encarregados ainda das festas dos outros santos, que ali eram venerados.

Segundo o jornal A Ordem  a festa de inauguração da nova capela de Ponta Negra "foi uma consoladora vitória para o esforçado Exmo. Sr. Bispo e para a devoção e piedade dos habitantes daquela praia histórica e acolhedora" (A ORDEM, 25/06/1940, p.1).

A capela de Ponta Negra fazia parte do território da paróquia do Alecrim sob a direção dos padres da Sagrada Família. A paróquia só veio a ser criada em 29/08/2011, data em que a igreja católica celebra a Solenidade do martírio de São João Batista, orago da matriz. A paróquia abrange a vila de Ponta Negra e o conjunto Alagamar.

Igreja matriz São João Batista em Ponta Negra.

Detalhes da igreja matriz da vila de Ponta Negra.

Detalhes da fachada.

Aspectos interno da igreja São João Batista em Ponta Negra onde é possível vê
os ligeiro traços da arquitetura gótica presente nos arcos da nave e do altar mor.