terça-feira, 31 de outubro de 2017

João Severiano da Câmara



          João Severiano da Câmara nasceu em Taipu em 08 de março de 1895,filho de Vicente Rodrigues da Câmara e de D. Maria Rodrigues da Câmara. Apenas cursou o Primário em sua terra natal. Casou-se em 18 de junho de 1918, com Maria Rodrigues da Costa. mais conhecido como João Câmara, foi um agropecuaristacomercianteindustrial e político brasileiro que foi deputado estadual no Rio Grande do Norte e senador pelo mesmo estado.
       Fazendeiro, criador de gado e plantador de algodão, exportador e industrial,homem de natureza essencialmente dinâmica e empreendedora. foi prefeito de Taipu, desempenhou papel fundamental na criação e desenvolvimento do município de Baixa Verde, hoje João Câmara, sendo seu primeiro prefeito.
 Seu prestígio na economia e na política era legitimado pela real expressão de sua presença nessas áreas, no âmbito do Estado. João Câmara constituiu-se o maior produtor e exportador de algodão do Rio Grande do Norte nas décadas de 30 e 40, conforme refere Veríssimo de Melo em seu Calendário Cultural e Histórico do Rio Grande do Norte, p. 36.Seus armazéns e depósitos, localizados na Ribeira - predominantemente na Esplanada Silva Jardim -, compunham parte do cenário do bairro, área em que há um estádio de futebol com o seu nome.
           Em outubro de 1934, foi eleito para a assembléia constituinte do Rio Grande do Norte pelo Partido Popular (PP), sendo um dos signatários da constituição estadual de 1936.
         Com a implantação do Estado Novo, teve seu mandato extinto, em novembro de 1937.
             Redemocratizado o país, elegeu-se senador em janeiro de 1947 pelo PSD, do qual foi um dos fundadores em seu estado.Foi Senador de 28/071947 a 11/12/1948.Foi escolhido candidato único ao Governo do Estado (1948) pelas duas maiores forças políticas da época, PSD e UDN, num esforço de pacificação geral, vindo porém a falecer pouco tempo depois vitimado por um colapso cardíaco em Natal, a 12 de dezembro de 1948. O seu sepultamento foi considerado o maior já ocorrido na cidade, até então. 
          Em 1953 o município de Baixa Verde passou a denominar-se João Câmara. 
          Denomina praça e estádio nas Rocas em Natal, escola em Bento Fernandes e Passa e Fica.
         Em Taipu uma praça de péssimo gosto estético lembra o filho ilustre do município.A lei orgânica do município prevê o ensino de noções de empreendedorismo e cooperativismo nas escolas municipais, porém, nada se ensina sobre a figura de João Câmara como modelo de empreendedor no município. 
             


  • ABREU, Alzira Alves de (coord.) Dicionário histórico-biográfico brasileiro pós-1930. Rio de Janeiro: Editora FGV, ed. rev. e atual., 2001.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

HISTÓRIA DO GRUPO ESCOLAR CLOTILDE DE MOURA LIMA, O GINÁSIO DE TAIPU

         O grupo escolar Clotilde de Moura Lima em Taipu funcionou inicialmente no prédio onde atualmente se situa a Escola Estadual Adão Marcelo da Rocha, no rua Candido Marcolino, no Alto da Boa Vista em Taipu, inicialmente foi criado com o nome de grupo escolar Nossa Senhora do Livramento, depois teve o nome alterado para Clotilde de moura Lima.
            Em 1971 foi feito um requerimento do deputado estadual Magnus Kelly solicitando melhorias no grupo escolar Clotilde de Moura Lima em Taipu (DIÁRIO DE NATAL, 25/08/1971).
            Em 1975 se lia no mesmo jornal relembrando o empenho que vinha fazendo o já citado deputado para conquistar um ginásio para Taipu aguardando que isto fosse obtido do governador Tarcísio Maia (DIÁRIO DE NATAL, 1975, p.5). Havia, segundo o deputado Pedro Lucena, uma verba de 50 mil cruzeiros para essa finalidade, mas que estranhava o desinteresse do prefeito nesse sentido “quando para este problema não deveria existir fronteiras partidárias”.  
            Em 23/08/1975 o jornal trazia uma matéria sobre o tema com o título “Secretaria de Educação assegura ginásio para Taipu em 1976”, a matéria dizia que o deputado Magnos Kelly havia recebido uma correspondência do secretário de educação “a respeito de medida que há muitos anos vem pleiteando para beneficiar a   população estudiosa de Taipu”, essa luta era a criação de um ginásio na cidade de Taipu.
            O secretário explicou ao deputado depois de esclarecer as providencias indispensáveis da parte do município de Taipu que o funcionamento do ginásio não ficaria condicionado a construção de um prédio próprio podendo a construção do prédio dar-se paralelamente ao funcionamento da instituição escolar, ou seja, para funcionar o ginásio não precisaria necessariamente de um prédio proprio, podendo funcionar em outro prédio cedido.
            Da tribuna da assembleia o deputado Magnos Kelly elogiou o comportamento do governador Tarcísio Maia o qual havia se mostrado sensível a esta reivindicação que não era apenas de sua iniciativa, mas de toda a população de Taipu. Fez ainda um apelo para que o projeto de criação do ginásio de Taipu pelo prefeito de Taipu encontrasse apoio na câmara municipal sem nenhuma conotação partidária em benefício de Taipu para que já a partir de 1976 os jovens taipuenses pudessem estudar no curso ginasial sem a necessidade de ir buscar este tipo de estudo em outras cidades as custas de enormes sacrifícios. (DIÁRIO DE NATAL, 23/08/1975, p.5).
            Assim a secretaria de educação havia assegurado todas as condições a prefeitura de Taipu para que o ginásio de Taipu tivesse condições de funcionar em 1976, para tanto bastava que o prefeito enviasse uma mensagem a câmara de vereadores criando o ginásio.
            A criação do ginásio implicaria na vitória política de um deputado da oposição, razão pela qual a câmara de vereadores de Taipu preferiu não aprovar a mensagem. Diante disso o deputado Magnos Kelly resolveu lutar para conseguir recursos para a construção de um prédio proprio para que Taipu pudesse criar finalmente o seu ginásio. Segundo a matéria exibida no jornal 7 vereadores de Taipu não aprovaram a mensagem de criação do ginásio de Taipu (Diário de Natal, 26/11/1975, p.5).
            A várias legislaturas que deputado Magnos Kelly se dedicava a obtenção de um ginásio para a cidade de Taipu “pois os que querem ali estudar tem de deslocar-se todos os dias para Ceará-Mirim, a falta de estabelecimento que naquela cidade possa ministrar o curso de que necessitam” (DIÁRIO DE NATAL, 02/04/1976, p. 3). Disse ainda o parlamentar que “depois de intensa luta pela implantação do ginásio, problemas políticos regionais estão dificultando os eu funcionamento. Contudo tranquiliza a juventude e diz que que o próximo ano será decisivo para consolidação do ginásio” (Diário de Natal, 20/10/1978, p.5).
            Em 1978, o jornal O Poti, em matéria sobre a atuação do deputado Magnos Kely diz que foi ele quem conseguiu a construção do grupo escolar Clotilde de Moura Lima, diz ainda que o mesmo conseguiu construir em dois anos um ginásio noturno que mesmo estivesse funcionado ainda não havia sido inaugurado por divergências políticas (O Poti, 27/08/1978, p.5).

            O prédio do grupo escolar Clotilde de Moura Lima foi inaugurado no final da década de 1970.Na parede da escola há uma placa em que diz que passou por uma reforma em 1980.

A ADUTORA DO MATO GRANDE E O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM TAIPU

       Taipu está situada a margem direita do rio Ceará-Mirim mas ao longo tempo pouco se beneficiou desse rio pois as aguas que correm nele a partir do médio curso tem alto grau de salinidade em sua composição, por isso a cidade de Taipu sempre esteve as voltas com o problema de abastecimento de água para a população.
            Algumas obras foram feitas para tentar amenizar tal problemas, como a construção de grandes açudes pela Inspetoria de Obras Contra as Secas-IFOCS, em Taipu dois grandes açudes foram construídos, o Taipu e o Tupi, o açude da Estrada de Ferro também era utilizado pela população, porem a qualidade da água também era salobra. Foram construídos poço tubulares também, ao menos dois são registrados nos arquivos oficiais do governo federal, um desses poço ficava onde atualmente se situa escola Francisca Avelino.
            Porem a solução definitiva para o problema de abastecimento de água em Taipu só ocorreu no início da década de 1980.
            Em 1980 foram realizados os estudos pela CAERN para viabilidade da adutora de Pureza.
            Em 1981 o ministro Mário Andreazza garantiu recursos ao governador Lavoisier Maia para a construção da adutora do Mato Grande.
            Em 31 de julho de 1982 o governador Lavoisier Maia em visita a Taipu, Poço Branco e João Câmara anunciou a implantação do serviço de abastecimento de água, com captação na fonte de Pureza (O POTI, 1982, p.12).
            Do manancial de Pureza sairia a água que abasteceria 55 mil habitantes das três cidades: Taipu, Poço Branco e João Câmara. O governo do estado em convenio com o BNH investiu cerca de 1 bilhão e 300 milhões de cruzeiros.
            Em 02/03/1982 a Caern abriu a licitação para a construção da adutora do Mato Grande.
            O nome oficial da obra era sistema integrado de abastecimento de João Câmara, Taipu, Poço Branco e Pureza.

Dados técnicos da adutora
            A fonte tem capacidade de fornecer 300 litros por segundo, sendo a demanda das três cidades na ordem de 144 litros por segundo.
            Foram construídos 3 estações elevatórias.EE1-localizada em Pureza equipada com três conjuntos de moto-bombas, sendo uma de reserva.EE2-situada entre as três cidades [entrocamento], com três conjuntos de moto-bombas, sendo uma de reserva.EE3-localizada em João Câmara como dois conjuntos de moto-bombas.
            A adutora tem 50.155 metros de comprimento [50,155km.]
            O sistema integrado se constitui de 5 reservatórios, sendo que o de Poço Branco já havia sido construído, os demais estavam sendo edificados, 2 em João Câmara, um com capacidade de armazenamento de 3.200,00 l e outro de 15º m³; Taipu com capacidade para 400m³ e Poço Branco teria outro para capacidade de 35m³.a rede de distribuição foi assim definida: João Câmara 30 mil metros de rede, Taipu 10 mil, Poço Branco foi mantida a rede já existente. A construção foi da ENARQ Engenharia e Arquitetura Ltda (O POTI, 1982, p. 24).
            A inauguração do sistema de abastecimento de água em Taipu ocorreu em outubro de 1982, há 35 anos, pondo fim ao sofrimento da população pelo acesso a água potável.
            Para celebrar a data, a cidade de João Câmara inaugurou um marco de memória da inauguração do sistema de abastecimento de água daquela cidade que ocorreu na data que em Taipu.

            A história humana começa pelo acesso a água, é uma das sagas mais antigas da humanidade, o inicio das civilizações se dá as margens dos rios, em Taipu não diferente, a cidade nasce as margens de um rio. Ao longo deu sua história Taipu passou por grandes dificuldades pelo acesso a água, essa memória não deveria ser esquecida, porem lamentavelmente o sofrimento de gerações passadas que muito sofreram por falta de acesso a água em Taipu é esquecido, nada há para lembrar tal fato, nada há para lembrar esse marco que foi a inauguração da adutora de Pureza em Taipu. Infelizmente é assim em Taipu, a memória se perde inescrupulosamente.

      Eis abaixo algumas propagadas sobre a adutora do Mato Grande estampadas nos jornais da época.





homenagem ao ex prefeito de João Câmara o senhor Aldo Torquato, que teve papel essencial em conseguir do gerno do estado a adutora do Mato Grande, os prefeitos das outras duas cidades beneficiadas pela mesma adutora pouco se interessaram pelo projeto, Aldo Torquato lutou só pela obra.Na imagem a placa original da inauguração da adutora em João Cãmara.

Marco comemorativo dos 35 anos da inauguração da adutora do Mato Grande em João Câmara.Em Taipu nada foi feito para celebrar a data e dificilmente se fará algo, já gastar dinheiro público com festas sem futuro só o que se faz.




ELETRIFICAÇÃO DE SERRA PELADA E INAUGURAÇÃO DA AGÊNCIA DO BANDERN EM TAIPU



           A agência do bando do estado do Rio Grande do Norte-BANDERN em Taipu foi inaugurada em 30/07/ 1982 pelo governador Lavoisier Maia, foi a 30ª agencia do BANDERN a ser inaugurada no estado e a 7ª na administração de Lavoisier Maia.
            Com a agencia do BANDERN o município de Taipu passaria a ter acesso crédito, expandir a indústria e comércio, e sobretudo desenvolver a agricultura, atividade básica do município.

A solenidade
            As 20 horas o governador chegou em ônibus especial sendo recebido na entrada da cidade pelo prefeito Emanoel Cavalcanti, deputados estaduais, vereadores e lideranças locais. O governador foi então conduzido até a agencia a ser inaugurada onde se realizou uma grande concentração.
            O primeiro a discursar foi o prefeito Emanoel Cavalcanti que enumerou os vários benefícios trazidos pelo governador para o município “o que vem proporcionando melhores condições de vida a nossa população” disse o prefeito de Taipu.
            Na oportunidade o prefeito solicitou a abertura de um posto de revenda agrícola e ajuda para realizar o calçamento da rua que dava acesso ao cemitério.
            Em seguida o presidente do BANDERN em discurso expos uma análise sobre o banco naquele momento.
            Na fala do governador Lavoisier Maia eis que ele disse que dos vários benefícios já levados a Taipu nenhuma obra se comparava a esta que estava sendo entregue pois certamente iria impulsionar o desenvolvimento do município, beneficiando desde o comerciante e industrial até o agricultor que a partir de então teria um banco para os ajudar em suas atividades.

Anuncio do serviço de abastecimento de água em Taipu
            Ainda em seu discurso disse o governador “o desfio maior que resolvi enfrentar, me comprometendo em praça pública, é o serviço de abastecimento de água. E esse desafio irá se concretizar no final de outubro, quando aqui voltarei para tornar realidade o grande anseio desta população” disse Lavoisier Maia.

A inauguração da eletrificação da Serra Pelada
            Além da inauguração da agência do BANDERN em Taipu a inauguração do sistema de eletrificação do distrito de Serra Pelada também foi um dos motivos que trouxeram o governador Lavoisier Maia a Taipu no dia 30/07/ 1982.

Fonte: Diário de Natal, 03/08/ 1982, p.3.



propaganda do Diário de Natal sobre a inauguração do Bandern em Taipu.



O prédio onde funcionou a agência do Bandern abriga atualmente o batalhão de policia militar
  











NOTAS SOBRE A EFCRN

Sobre a inauguração
            A comitiva presidencial saiu de Natal as 8h da manhã embarcando no trem da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte. Na parada de Extremoz, o diretor da comissão construtora, o engenheiro Carneiro da Rocha, fez um breve discurso saudando o presidente Afonso Pena.
            O presidente declarou que estava inaugurada a primeira seção da estrada até Ceará-Mirim. A comitiva chegou a Ceará-Mirim as 10h30, na residência do juiz de direito da foi servido um almoço aos membros da comitiva. Realizou-se na praça da matriz uma vaquejada. A comitiva regressou a Natal as 15h.
Fonte: JORNAL DO BRASIL, 1906, p. 3.

Isenção para a ponte do Umari
            Foi solicitado pelo ministério da fazenda ao inspetor da alfandega de Pernambuco para que fosse despachada livre de impostos uma ponte de 150 metros composta por cinco vãos destinada a Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
Fonte: JORNAL DO COMMERCIO (RJ), 1908, p.2.

A EFCRN até 1914
            Nos 56 km em trafego da EFCRN foi construído naquele ano de 1910 um depósito de carros em Ceará-Mirim, iniciado o edifício das oficinas em Natal na margem direita do rio Potengi. No trecho foram substituídas as rampas de 2, 5m e os raios mínimos das curvas de 100 para 150m, que exigiu levantamento de 9. 840 metros de trilho e novos estudo além do km 60 a parti de Taipu, nesse trecho estavam sendo feitos o movimento de terra.
            A ponte sobre o rio Ceará-Mirim de cinco vãos de 50 metros, viga metálica continua, tem as alvenarias concluídas e iniciada a montagem, que ficará terminada em agosto deste ano.
            Com a conclusão da ponte poderia ser entregue os 60 km da EFCRN.
            A EFCRN até 1914 tinha 100 km, sendo que 89 estavam em construção e 71km com estudos aprovados.
Fonte: A IMPRENSA, 1910, p. 4.

Ponte de atracação
            Concluída a ponte provisória de atracação na estação da Coroa começou o serviço de passagem no rebocador Ceará-Mirim conforme o horário:
            Segunda, quarta e sexta partida de Natal as 8h10 da manhã, terça, quinta e sábado partida de Natal as 15h10.a volta sempre era 10 minutos após a chegada ou partida dos trens. A passagem custava 100 réis, sendo as malas de mãos isentas de pagamento.
Fonte: JORNAL DO COMMERCIO (RJ), 1907, p. 4.

Ramal de Macau
            Foi iniciado em 1914 a construção do trecho de Epitácio Pessoa  [atual Pedro Avelino]  a Macau num percurso de 60 km. Esse trecho não exigia grandes obras de artes, a não uma pequena ponte sobre o rio Amargoso. O trecho não chegou a ser inaugurado , mas durante algum tempo correram trens de lastro.
Fonte: Revista EXCELSIOR,  1929, p. 69.
Extensão do trafego
            A extensão de trafego que em 1913 era de 119,558 km foi acrescida em 24, 750 km em 1914 o qual elevou a 44,308 km o total em trafego da EFCRN.
Fonte: CORREIO PAULISTANO, 1915, p. 4
Em 1920
            Até 1920 a EFCR tinha 147,842 km na linha tronco entre Natal e Lajes, sendo o movimento de trem considerado perfeito pela própria companhia arrendatária.

Déficit da EFCRN
            1927 a EFCRN havia aprestado grande déficit, no ano seguinte “segundo cálculos autorizados a diminuição da receita dessa via de transporte será ainda maior”, conforme era noticiado no jornal Diário Nacional.
Fonte: A DEMOCRACIA EM MARCHA, 1928, p. 5.
            Em 1927 achava -se suspenso o trecho já arrendado de 44 km entre Lajes e Caicó que teria um total de 150km, também a linha de contorno em Natal com 5,156 km destinada a ligar a nova estação a esplanada Silva Jardim.
Fonte: CORREIO PAULISTANO, 1929, 7.

Receita da EFCRN em 1930
            O demonstrativo financeiro da EFCRGN revelou o seguinte dado: Receita 1.024: 828$690; Despesas 1.198:183$142.
Fonte: CORREIO PAULISTANO, 1930, p.7.
Receita da EFCRN em 1936
            Em 1936 esse foi o movimento financeiro da EFCRN: Receita 1.528: 529$600 e despesa de 1.507: 469$400 acusando assim um superávit de 21:060$200.
Fonte:  JORNAL DO COMMERCIO: Retrospecto Comercial (RJ) 1937, p. 220.

Novo déficit
            Um novo déficit foi registrado na EFCRN em 1946 cuja a receita foi de  Cr$ 9. 000, 000, 00 para uma despesa de Cr$ 14.000, 000, 00
Fonte: VAMOS LÊR, 1946, p. 67
             A justificativa para esse déficit era que a estrada de ferro servia a região de pequena produção e baixa densidade econômica que não admitia fretes elevados.

A ferrovia que nunca chegou a Assú
            Uma comissão formada pelos representantes da Associação Comercial de Assu entregaram ao ministro da viação uma representação dos comerciantes daquela cidade para que o presidente da república autorizasse a extensão da linha da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte até Assú.
Fonte: A IMPRENSA, 1911, p. 13.


            Assú não estava incluída no projeto original da EFCRN, estranhamente posi era uma das cidades mais pujantes da região central do estado em franco desenvolvimento econômico, mas assim como Caicó, que estava prevista para receber a estação final da EFCRN, estas cidades jamais viram os trilhos chegar em seus respectivos territórios.

sábado, 28 de outubro de 2017

NOVA DENOMINAÇÃO À ESTRADA DE FERRO CENTRAL DO RIO GRANDE DO NORTE

           A Lei Nº 1.155, de 12 de julho de 1950 deu nova denominação à Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.O Presidente da República decretou a Lei pela qual a Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte denominar-se-ia Estrada de Ferro Sampaio Correia. Na mesma lei no artigo 2º determinava que na entrada da Estação, em Natal, da Estrada de Ferro, a que alude o artigo anterior, seria inaugurado um busto de bronze do Engenheiro Sampaio Correia. 
         Já o Art. 3º determinava que o  Poder Executivo ficava autorizado a abrir, pelo Ministério da Viação e Obras Públicas, o crédito especial de Cr$100.000,00 (cem mil cruzeiros), para atender às despesas decorrentes desta Lei.




fonte: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1950-1959/lei-1155-12-julho-1950-363516-publicacaooriginal-1-pl.html

PROJETO E ORÇAMENTO DA NOVA LINHA DE NATAL A NOVA CRUZ

            O Decreto nº 19.245, de 23 de Julho de 1945 aprovou o projeto e orçamento da nova linha de Natal a Nova Cruz , na Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.O Presidente da República assinou o decreto o qual era aprovado o projeto e orçamento na importância total de Cr$19.716.110,40 (dezenove milhões setecentos e dezesseis mil cento e dez cruzeiro e quarenta centavos), requerido pelo Diretor Geral do Departamento Nacional de Estradas de Ferro, para a construção da nova linha de Natal a nova Cruz, na Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.



fonte: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1940-1949/decreto-19245-23-julho-1945-469685-publicacaooriginal-1-pe.html

ESTUDOS DEFINITIVOS E ORÇAMENTO DO TRECHO DE 30 KM NA EFCRN

        O Decreto Nº 7.740, de 16 de dezembro de 1909 aprovou os estudos definitivos e respectivo orçamento do trecho de 30 quilometros, a partir da estaca 988, da linha da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
             O Presidente da República atendendo ao que requereram  Proença & Couvêa, empreiteiros da construção da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, decretou que ficavam aprovados os estudos definitivos do trecho de 30 km da Estrada de Ferro do Rio Grande do Norte, a partir da estaca 988, e o respectivo orçamento, na importancia de 1.184.843$947, de conformidade com as plantas e demais documentos apresentados pelo diretor geral de Obras e Viação da Secretaria de Estado na Viação e Obras Publicas, observadas as modificações nos mesmos documentos indicadas.




Fonte: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1900-1909/decreto-7740-16-dezembro-1909-527809-publicacaooriginal-1-pe.html

ESTUDOS PARA O PROLONGAMENTO DA EFCRN ATÉ BATURITÉ-CE

          O decreto Nº 6.700, DE 24 de Outubro de 1907 abriu ao Ministério da Industria, Viação e Obras Publicas o credito de 100:000$ para proceder com as despesas de reconhecimento e estudos do prolongamento da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte até entroncar com o prolongamento da Estrada de Ferro de Baturité no Ceará.
            O decreto foi assinado pelo então Presidente da Republica Afonso Pena em  24 de outubro de 1907.
            Como se sabe o prolongamento da EFCRN até Baturité no Ceará ficou apenas no campo das boas intenções e ideias, se que a ferrovia atingiu a Caicó como era a intenção do projeto original.





Fonte: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1900-1909/decreto-6700-24-outubro-1907-521460-publicacaooriginal-1-pe.html

CASA DO AGENTE DA ESTAÇÃO DE EXTREMOZ

           O Decreto nº 5.527, de 15 de Abril de 1940 aprovava o  projeto e o orçamento para a construção de um prédio para moradia do agente da estação de Extremoz, na Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
            O Presidente da República, Getúlio Vargas assinou o decreto à vista das informações da Inspetoria Federal das Estradas, em ofício n. 117/S, de 3 de fevereiro de 1940, pelo qual ficavam aprovados o projeto e o orçamento assinados pelo diretor de Contabilidade da Secretaria de Estado da Viação e Obras Públicas, para a construção de um prédio para moradia do agente da estação de Extremoz, na Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.

            O decreto foi publicado no Diário Oficial em 15 de abril de 1940.


Casa do agente da estação em Extremoz da EFCRN




Fonte: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1940-1949/decreto-5527-15-abril-1940-344266-publicacaooriginal-1-pe.html

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

PAPARY (NÍSIA FLORESTA) A ÉPOCA DA CHEGADA DA FERROVIA

               A estação de Papary foi inaugurada em 1882 e assim estava caracterizado o município nesse período.
          A vila gozava desse predicativo desde 1853, pertencia a comarca de São José de Mipibu, compreendia a freguesia de Nossa Senhora do Ó. Havia 1 juiz de direito, 1 juiz municipal, 1 promotor, 1 contador, 2 distribuidores, 1 oficial de justiça e 1 tabelião.A população estava estimada em 7.217 habitantes.
              Não foram remetidas informações sobre outros aspectos.






Fonte: Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 18.

NOVA CRUZ A ÉPOCA DA CHEGADA DA FERROVIA




         A estação de Nova Cruz foi inaugurada em 1883 e assim estava caracterizado o município nesse período.
        A cultura principal era o algodão e a pastoril especialmente de gado vacum, exportava também queijos e outros produtos para a cidade de Mamanguape na Paraíba. Estava incluída na comarca de Trairy. A freguesia é a de Nossa Senhora da Conceição de Nova Cruz. Havia 1, juiz de direito,1 juiz municipal bacharel, 1 promotor público, 1 coletoria, 1 agencia dos correios.A população era estimada em 7.223 habitantes.


             
Estação de Nova Cruz, enciclopédia dos municípios, 1957.

Fonte: Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 778.

CANGUARETAMA A ÉPOCA DA CHEGADA DE FERROVIA

          A estação de Canguaretama foi inaugurada em 1882, em 1885 assim estava caracterizada Canguaretama:
            Distante 80 km da capital, a sede havia sido transferida para Uruá em 1858.As ruas eram largas, as casas sofríveis, no entanto havia entre elas alguns sobrados.  A igreja matriz era considerada uma das maiores da província. Co cemitério foi edificado ao norte da vila numa planície elevada. O terreno era quase todo plano. Tinha um porto para barcaças.
            Era sede de comarca, tinha aproximadamente 12 mil habitantes, 3 escolas de ambos os sexos, freguesia de Nossa Senhora da Penha, 1 agencia do correio, uma delegacia com 4 policias sendo um delegado, 1 tabelião, 1 coletoria, 3 professores,1 padre, 1 sacristão, 12 fazendeiros/criadores, 23 lavradores, 16 negociantes, haviam 25 engenhos de fabricar açúcar e aguardente, sendo 6 movidos a vapor, 4 a água e o demais por animais.
            A economia do município se baseava na produção de açúcar, milho, farinha e algodão.

Na Penha
                        Na Penha onde se localizava a estação haviam 3 alfaiates, 3 negociantes exportadores, 2 ferreiros e serralheiros, 5 pedreiros, 20 proprietários capitalistas, 1 sapataeiro.
            O chefe da estação era Nicolau Carlos Dumary.

Estação de Canguaretama, 2015. Google Earth.


 Fonte: Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p.766-768


GOIANINHA A ÉPOCA DA CHEGADA DE FERROVIA

Goianinha a época da chegada da ferrovia
            A estação de Goianinha foi inaugurada em 1882, vejamos como estava caracterizado o município nesse período.
            Exportava açúcar, milho, feijão, arroz, farinha de mandioca e de araruta e gado. Pertencia a comarca de Canguaretama, tinha 1 juiz, 1 promotor , 1 escrivão, 1 oficial, e 1 contador. A freguesia é a de Nossa Senhora dos Prazeres.Tinha 1 coletoria, 1 agencia do correio.A população estava estimada em 11 mil habitantes.









Fonte: Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 771

INAUGURAÇÃO DA PREFEITURA DE SÃO BENTO DO NORTE

             São Bento do Norte foi criado em 1953 e instalado em janeiro de do ano seguinte, tendo sido feita muitas oposições dos políticos estaduais para sua criação.
            O primeiro prefeito constitucional de São Bento do Norte foi José Olimpio do Nascimento, dentre as realizações notáveis de sua administração está a construção do prédio da prefeitura, possível graças a arrecadação verificada no ano de 1955, planta de Arialdo Pinho, considerada uma obra moderníssima, ao custo de inicial de 700 mil cruzeiros, faltando ainda 400 mil para se concluir.
            Instalado em 1954 o novo município não tinha de São Bento do Norte não tinha um prédio para a prefeitura, foi alugada uma casa velha, onde também deveriam funcionar o IBGE, o fórum e a Câmara de vereadores, o problema de espaço era uma coisa séria.
            Segundo o jornal O Poti “Se ele fosse um espirito acanhado e sem visão administrativa, teria mandando construir um desses prédios horríveis, sem conforto e higiene como são em sua maioria  as prefeituras do interior”. Mas ele sabia que o certo seria construir uma obra definitiva, fez  melhor que podia fazer, dizia o jornal e construiu um prédio moderníssimo “ que é um orgulho hoje para o município, um motivo de atração para quantos visitem São Bento do Norte”.


prefeitura de São Bento do Norte

             A inauguração contou com a presença de autoridades civis e eclesiásticas, dentre estas a do bispo auxiliar de Natal, Dom Eugenio de Araújo Sales, o padre Severino Bezerra, monsenhor Vicente de Freitas, padre Lucilo Machado, monsenhor Expedito Medeiros.
            Em breve discurso dom Eugenio Sales congratulando-se com o prefeito pela construção do majestoso prédio.
            Também construiu a casa da lavoura em Caiçara, melhorou a estrada que ligava São Bento do Norte a Parazinho, reestruturou poços tubulares, mandou fazer o levantamento topográfico da cidade e povoações, pagou funcionalismo aem dia, construiu praça em Caiçara, construiu escolas em Juremal, Pedra Grande, São Miguel Lagedo, Farias, Barredos, Terra Santa, Galinhos, Quixabeira, Alto da Aroeira, junto com o governo construiu a estrada que liga São Bento a Caiçara, instalou luz elétrica em Caiçara, poço tubulares em Jucuri e Pedra Grande.


Fonte: O Poti, 1956, p. 16.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

CARACTERIZAÇÃO DE SÃO JOSÉ DE MIPIBU A ÉPOCA DA CHEGADA DA FERROVIA

           São José de Mipibu foi a primeira cidade do interior do Rio Grande do Norte onde se construiu uma estação ferroviária e segunda no estado se consideramos a de Natal.

Prosseguimento dos trabalhos e inauguração do primeiro trecho da EFNNC
            Prosseguiam com notável andamento os trabalhos da Estrada de Ferro de Natal a Nova Cruz com mais de 3 léguas de trilhos assentados esperando que em breve se alcançasse a florescente cidade de São José de Mipibu. Estavam sendo empregados nas obras cerca de 2.000 trabalhadores (REVISTA DE ENGENHARIA, 1880, p.15).
            O trecho entre Natal e São José de Mipibu foi inaugurado em 28 de setembro de 1881, sendo o primeiro trecho de uma ferrovia inaugurado no Rio Grande do Norte.

Descrição do primeiro trecho
            Tinha duas estações e 3 paradas, os trilhos eram de aço Bessemer do sistema Vignole-patin, os dormentes de madeira de lei e 50.000 de pinho resinoso americano. Não havia obras de artes importantes nessa seção, no entanto haviam 3 pequenas pontes, 51 pontilhões e bueiros e 20 guarda-gados [?].
            O material rodante nesta primeira seção estava composto por 4 locomotivas, sendo 3 da fábrica Neilson, de Glasgow e uma Baldwin. Os carros para passageiros eram do sistema americano. Nos carros de primeira classe a capacidade era para 35 passageiros, já nos de 2ª classe 36. Os carros para cargas eram ingleses com capacidade para 6 toneladas (REVISTA DE ENGENHARIA, 1881, p.15).
            O trafego provisório e de lastro estendia-se até o km 106. A companhia desta estrada de ferro era representada pelo engenheiro Rigby e o engenheiro fiscal Coelho Cintra. O chefe da estação foi citado apenas com o nome de Leonardo (ALMANAQUE ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO, 1885, p. 785).A estação fora construída no subúrbio da cidade como era de praxe a época quando se construía ferrovias.

 São José de Mipibu a época da chegada da ferrovia
            Eis seguir como estava caracterizada a cidade de São José de Mipibu à época da chegada da ferrovia em seu território.
            A sede municipal gozava do predicativo de cidade desde 1845, localizada na margem esquerda do rio Trairi ao pé de uma colina no vale do Capió. O município era divido em duas zonas, o agreste proprio para a agricultura e o sertão destinada a criação de gado, as duas zonas, no entanto, prestavam as respetivas atividades.
            A economia estava baseada na cultura do algodão, açúcar e cereais. Havia a fabricação de borracha da mangabeira, o qual estava dando resultados satisfatórios.
            A população estava estimada em 12 mil habitantes, era sede de comarca, havia 6 escolas de ambos os sexos e uma escola de latim e francês, compreendia duas freguesias: São José de Mipibu e Papari.
        Haviam 9 professores entre públicos e particulares, 2 padres, um pároco e um vigário, 4 advogados, 5 alfaiates, 29 fazendeiros, 3 ferreiros, 4 padarias, 8 pedreiros, 5 sapateiros, 14 comerciantes de secos e molhados, 3 seleiros, 7 negociantes de fazendas e miudezas (ALMANAQUE..., 1885, 784).
            A estação ferroviária de São José de Mipibu foi demolida em meados da década de 1990.

Fonte:

ALMANAQUE ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO, 1885. REVISTA DE ENGENHARIA, 1881

A CRIAÇÃO DA PARÓQUIA DE PAPARI (NÍSIA FLORESTA-RN)

        Um requerimento para a criação da freguesia de Papari foi arquivado em 1827, o conselho administrativo da província decidiu que não havia necessidade da criação da paróquia (ANAIS DO PARLAMENTO BRASILEIRO, 1827 p. 207). A população, no entanto, não desistiu da intenção de se criar a freguesia.
            A comissão eclesiástica do parlamento analisou o requerimento dos moradores da povoação de Papari, na província do Rio Grande do Norte, o qual expunha a necessidade de elevar a dignidade de igreja paroquial a capela de Nossa Senhora do Ó desmembrando-a da matriz de Sant’Ana da vila de São José de Mipibu.
            Segundo constava no requerimento a população alegava que a mais de 30 anos trabalhavam nessa pretensão na qual não haviam logrado êxito, tendo sido feitas muitas representações e suplicas fervorosas as autoridades eclesiásticas competentes e também as autoridades civis.
            O conselho geral havia tomado conhecimento da representação da vila de São José de Mipibu em 26/01/1831, onde, baseada nas reclamações do povo, na qual propunha ao parlamento nacional e a assembleia provincial a criação da freguesia de Papari.
            A proposta foi aceita na câmara dos deputados porem rejeitada no senado, o qual gerou na população uma sensação de descontentamento “superior a toda expressão”.
            Alegando as necessidades espirituais, os eleitores e habitantes de Papari, valendo-se do direito que a constituição do império lhes garantia, se animaram a apresentar novamente o pedido para a criação de freguesia.
             A comissão eclesiástica atenta a religiosidade do povo de Papari, assim como a modéstia, perseverança e luta diuturna para conseguir tal intento, julgou atendíveis  as razões apresentadas para a criação da freguesia, pela natureza do objeto, pelo direito que lhes garantia a constituição, pela diuturnidade de seus sofrimentos dos seus males e por ter havido o projeto votado pelo conselho geral da província e não podendo a comissão deixar de ser insensível a sorte dos suplicantes [o povo] que “não devem merecer à esta augusta câmara menor consideração  e desvelo do que outros pontos do Brasil” era de opinião que fosse deferido de pronto o requerimento para que fosse criada a freguesia de Nossa Senhora do Ó em Papari.

Criação
            Conforme consta nos Anais do Parlamento Brasileiro (1833, p. 94 ) assim a Assembleia Geral Legislativa resolveu:
Art. 1º- Fica desmembrada da matriz de Sant’Ana da vila de São José de Mipibu e elevada à igreja paroquial a capela de Nossa Senhora do Ó da povoação de Papari.
Art. 2º- A Câmara municipal respectiva lhe fixará os limites mais análogos e adaptados as circunstâncias locais, proporcionado e harmonizando, quando for possível, os interesses e comodidades dos paroquianos de uma e outra freguesia.
Art. 3º - Ficam revogadas as disposições em contrário.

            A lei fora assinada no Paço da Câmara dos Deputados em 10 de julho de 1 833.Assinada por Francisco de Brito Guerra, Antônio Maria de Moura e Manoel Inácio de Carvalho.
            Aprovada a resolução a mesma foi determinada a imprimir-se. A regência em nome do Senhor Dom Pedro II consentiu.

A matriz
            A matriz de Nossa Senhora do Ó, padroeira do município de Nísia Floresta, outrora Papari, teve sua construção iniciada em 1735 e concluída em 1756, pelos padres Capuchinhos italianos. A igreja conserva sua arquitetura barroca original. A imagem da padroeira chegou ao município trazida pelos colonizadores que se estabeleceram em  Papary em meados do século XVII.


Igreja Matriz de Nísia Floresta, 2015. João Batista dos Santos

Aspecto interno da igreja matriz de Nísia Floresta, 2015.João Batista dos Santos

Imagem da Nossa Senhora do Ó, padroeira de Nísia Floresta, 2015.João Batista dos Santos.




Fonte: Anais do Parlamento Brasileiro, Rio de Janeiro, 1827, 1833.