segunda-feira, 29 de agosto de 2022

A INAUGURAÇÃO DO TRECHO OSCAR NELSON - SÃO RAFAEL

  

         O coronel Rodrigo Otávio Jordão Ramos, comandante do 1º Grupamento de Engenharia do Exército, sediado em Natal, comunicou ao ministro da viação o engenheiro Lucas Lopes, em 18/01/1956, a inauguração do 1º trecho ferroviário construído por aquela unidade recém-criada, ligando as localidades de Oscar Nelson e São Rafael numa extensão de 21 km.

     De acordo com o jornal A Noite a noticia era jubilosa sob diversos aspectos e singularmente expressiva quando se sabia que aquele Grupamento tinha apenas cerca de um ano de criação. (A NOITE, 18/01/1956, p.13).

Já para o jornal O Poti a inauguração do trecho entre Oscar Nelson  e São Rafael estava em prosseguimento ao plano de melhoramentos para as ferrovias brasileiras por meio do Departamento Nacional de Estradas de Ferro que na Estrada de Ferro Sampaio Correia havia inaugurado mais um trecho ferroviário que “com mais esse trecho fica o interior do Rio Grande do Norte melhor servido pela E. F. ‘Sampaio Correia’,que no seu plano de ampliação de sua rede rodoviária, visando estender até a cidade de Caicó a linha da Central”.(O POTI, 13/01/1956, p.8).

       De acordo com o jornal O Poti as 16h00 do dia 12/01/1956 seria oficialmente inaugurado o trecho da Estrada de Ferro Sampaio Correia entre Oscar Nelson e São Rafael. (O POTI, 12/01/1956, p.8).

         O ato inaugural contaria com a presença do diretor geral do Departamento Nacional de Estradas de Ferro-DNEF, o engenheiro Othon de Araújo Lima que desde o dia 09/01/1956 se encontrava no nordeste realizando visitas de inspeções aos serviços do DNEF.

         O programa da inauguração incluía um almoço em São Rafael as 12h00 com a presença de autoridades do município, diretores da EFSC e membros da comitiva do diretor geral do DNEF e a inauguração dos serviços as 16h00.

         O trem com a comitiva do diretor do DNEF, diretores e funcionários da EFSC bem como os demais convidados partiu de Natal as 04h00 da manhã em um trem automotriz até a cidade de São Rafael que passaria a ser a partir daquela data a nova estação terminal da EFSC em sua penetração até o município de Caicó.

         No dia 14/01/1956 o diretor do DNEF faria inspeção nas linhas da EFSC almoçando em Lajes. Na tarde desse mesmo dia o engenheiro Othon de Araújo Lima prosseguiria viagem até Natal onde seria convidado de honra a um jantar no Grupamento de Engenheiros, oferecido pelo Coronel Rodrigo Otávio. No dia 14/01/1956 o engenheiro Othon de Araújo Lima faria ainda inspeção nos serviços da EFSC em Natal e no dia seguinte prosseguiria em viagem de trem até Nova Cruz quando seguiria também de trem até a capital pernambucana.

A abertura do trecho

         Ao que tudo indica parece que a inauguração do trecho entre Oscar Nelson e São Rafael foi “coisa só para inglês vê”, porque ainda em 1957, ou seja, um ano após a inauguração daquele trecho o mesmo não havia sido aberto ao tráfego.

De acordo com O Poti “quarta-feira última realizando experiência no novo trecho da Estrada de Ferro Sampaio Correia, entre as estações de Oscar Nelson - São Rafael, partiu desta capital o trem horário em viagem normal conduzindo anexo um carro especial”.

Como convidados viajaram no mesmo carro o Cel. Júlio Pinheiro, ajudante de ordens e representante do Governador, o engenheiro Carlos Cabral, diretor do 5º Distrito do DNOCS, o deputado Genésio Cabral, o major Osório de Paulo, representando o Cel. Comandante do Batalhão Ferroviário executor dos trabalhos no referido trecho, altos funcionários da EFSC, representantes do Prefeito e da Câmara de Vereadores e jornalistas.

Segundo O Poti primeiro trem a chegar a estação de São Rafael deu entrada ali as 13h00, recebido por grande número de pessoas de todas as classes sociais.

Cessando as primeiras aclamações fizeram uso da palavra o Cel Júlio Pinheiro, o deputado Genésio Cabral, o Pe. Bianor Aranha, o Dr. Carlos Cabral, o major Osório de Paulo, o Sr. Arlindo Varela em nome do engenheiro José Bittencourt, o dr. Rômulo Vanderley, o Pe. Luiz Lucena, vigário de São Rafael, o dr. José Canuto pelos operários da EFSC e o jornalista  Cristalino R. Costa.

Encerrando os discursos falou ainda o Pe. Pedro Luiz, chefe do Serviço de Assistência Social da EFSC que em meio a enorme vibração enalteceu o melhoramento que em breve seria inaugurado atendendo aos  reclamos de uma região do Estado.

Após, os visitantes foram homenageados com um banquete na residência do prefeito de São Rafael, João Soares, constituindo o ágape um acontecimento destacado na vida da cidade.Vários brindes foram erguidos homenageando-se a sociedade local na pessoa do prefeito.

As 18h00 regressou o trem especial chegando à estação da EFSC na capital as 05h00 da manhã do dia ...

Ainda de acordo com o jornal O Poti o diretor da EFSC, José Bittencourt, foi homenageado pelos funcionários pelo seu primeiro ano a frente da ferrovia, na qual foi destacado o empenho daquele engenheiro na inauguração do trecho entre Oscar Nelson e São Rafael, “uma das obras do dr. José Bittencourt, a frente da Estrada de Ferro ‘Sampaio Correia’, que repercutiu favoravelmente foi a da inauguração anteontem do novo trecho da ferrovia ligando Oscar Nelson a São Rafael”. (O POTI, 01/03/1957, p.8).

O tráfego ficou interrompido logo depois devido ao inverno daquele ano quando a partir de 24/06/1957 seria restabelecido conforme aviso publicado no jornal O Poti a pedido da administração da Estrada de Ferro Sampaio Correia. (O POTI, 25/06/1957, p.8).

Segundo os horários publicados nos jornais da capital os trens partiam de Natal com destino a São Rafael aos domingos, terças quintas-feiras as 05h00 e chegando as 14h30, num total de 9 horas de viagem.Já o percurso inverso era feito as segundas, quartas e sábados, saindo o trem de São Rafael em 04h00 e chegando a Natal as 12h47.

De fato a estação de São Rafael só é citada nos horários de trens publicados nos jornais de Natal a partir de 1957.

 


O primeiro acidente

          O primeiro acidente no trecho recém inaugurado de São Rafael ocorreu em abril de 1957, onde três pessoas morreram tragicamente e outras dez ficaram gravemente feridas quando um trem da EFSC na altura do km 221, entre as estações de São Rafael e Oscar Nelson, tombou sobre o rio Açu ao passar sobre o pontilhão ali existente.

       O sinistro ocorreu devido as fortes chuvas que caíram em todo o Estado, tendo provocado a queda da cabeceira do aterro do pontilhão destruindo a sua base. No próprio local da tragédia morreram o maquinista Manoel Crescêncio e o foguista José Pedro da Silva. A terceira vitima foi Manoel Teixeira que veio a falecer horas depois quando recebia os primeiros socorros. (O JORNAL, 23/04/1957, p.7).

        As pesadas chuvas levaram consigo o aterro deixando sem apoio os trilhos e dormentes. Um pequeno comboio partiu de São Rafael para prestar socorro ao trem de passageiros, ao passar pelo pontilhão fatídico, outro caminho não encontrou se não o do descarrilhamento, resultando naquele grave desastre que acometeu a vida das três pessoas a cima citadas.

       A baixo uma raríssima imagem da inauguração do trecho Oscar Nelson -São Rafael vendo-se aglomeração de pessoa na estação de São Rafael, igualmente inaugurada naquele dia 12/01/1956 e que passaria a ser a estação terminal da Estrada de Ferro Sampaio Correia na sua linha tronco.

    Como se vê na imagem o trem inaugural foi composto uma automotriz, a qual popularmente era conhecido como "o motriz".Essa automotriz foi uma das duas destinada pelo Governo Federal para as ferrovias potiguares em 1949, sendo esta destinada a EFSC e a outra a Estrada de Ferro de Mossoró.

Inauguração do trecho Oscar Nelson - São Rafael

                A seguir imagens da construção do trecho em tela.As legendas se encontram nas próprias imagens.Convém dizer somente que as siglas ON=Oscar Nelson, Ju=Jucurutu e Cc= Caicó a qual deveria ser o destino final da EFSC.A sigla Fv, salvo engano deve se tratar do termo ferrovia.









Todas as imagens são do acervo de Neto Bernardo, São Rafael - RN
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sábado, 27 de agosto de 2022

O MERCADO DA AV 4 OU O QUE SERIA A FEIRA PERMANENTE DO ALECRIM

 

         O mercado da Av. 4 no Alecrim foi inaugurado em 31/03/1972 pelo prefeito Jorge Ivan Cascudo Rodrigues o qual deveria funcionar ali a feira permanente do Alecrim.

         Construído com 408 boxes padronizados e modernos, para dar condições de higiene e resolver definitivamente o problema das feiras livres do bairro do Alecrim. A obra foi concluídas 25 dias antes do prazo de 90 dias custando a Prefeitura cerca de Cr$ 450.000,00.A cerimônia de inauguração teria a presença do Governador Cortez Pereira e estava prevista para ocorrer as 11h00 daquele dia.

Fonte: Diário de Natal, 30/03/1972, p.2.




COMO E PORQUE A BR-101 FOI PARAR EM TOUROS

 

         Em 1975 muito se vinha discutindo, principalmente no âmbito e ao nível da Assembleia Legislativa sobre as rodovias contempladas desde o ano anterior com a sua integração ao Plano Nacional de Viação.

Isto significava em principio, a responsabilidade do Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, embora houvesse ainda outras prioridades no referido plano.De qualquer forma a incorporação destas estradas no âmbito de rodovias oficiais federais foi uma luta ingente,obstinada, de muitos dos parlamentares federais potiguares e que se tornou realidade através da participação e  das emendas do senador Dinarte Mariz que no senado foi inclusive o relator da parte referente as rodovias deste Plano Nacional de Viação em vigor até 1979.

         Assim foi que transferiu-se o inicio da BR 101 de Natal para Touros,dando-se a seguinte justificativa:”Este prolongamento – dizia a emenda do senador Dinarte Mariz que tomou o nº 7 no Senado Federal – visa a satisfação de três aspectos básicos.1º Turistico – eis que atenderá a um conjunto de praias das mais lindas de todo o Nordeste: Rio do Fogo, Pititinga, Maracajaú, Caraúbas, Maxaranguape,Muriú, Pitangui, Jenipabu e Redinha.2º econômico – porque benificiará aos vales úmidos mais importantes e produtivos do Rio Grande do Norte – Ceará-Mirim, Maxaranguape,Fonseca,Punaú, Santa Luzia e Touros, ademais de ser essa a região mais piscosa do Estado, sobretudo lagosta, sendo ainda que está atualmente cogitada a implantação de uma indústria de “peixe voador” que somente naquela região encontra o seu habitat, 3º segurança – em Touros estão localizados os faróis que orientam a navegação marítima e aérea.Toda a orla marítima já descrita foi durante a II Guerra Mundial guardada militarmente tornando-se assim alvo de significativa importância para a Segurança Nacional”.

 

Fonte: Diário de Natal, 02/09/1975, p.5.


Monumento que marca o inicio da BR 101 em Touros.









SÃO GONÇALO DO AMARANTE HÁ 50 ANOS

 

         Em São Gonçalo do Amarante, a 18 km de Natal, haviam 19.966 habitantes.A época o município era administrado pela prefeita Élia de Barros a qual havia assumido a gestão daquele município em 31/01/1972 e que segundo o Diário de Natal ela estava convencida dos desafios que a esperavam na administração municipal.

         Naquele ano de 1972 foram surgindo novas escolas, poços para o abastecimento básico iam sendo abertos, uma maternidade já estava funcionando e gente para movimentar tudo isso estava sendo preparada. Uma nova mentalidade ia sendo implantada naquele município.

De acordo com os universitários do Projeto Rondo que atuaram no município em 1971 chegaram a conclusão de que a água consumida pelo povo era o principal problema a ser enfrentado.Foram firmados convênios com a Fundação SESP, possibilitando a abertura de poços de abastecimento básico em São Gonçalo, Uruaçu e Guanduba, além de outro com a CASOL garantindo água saudável para o distrito de Santo Antonio do Potengi.

         Dois mini-posto de saúde foram instalados e postos em funcionamentos em convenio com a ANCAR-RN nos distritos de Igreja Nova e Santo Antonio.De acordo com o Diário de Natal essas ações diminuíram sensivelmente o número de pessoas que precisavam vir a Natal para receber atendimento médico.Os mini-posto prestavam assistência a infância e parturientes e garantiam também serviços de emergência, curativos, etc.

         Ainda no setor de saúde havia um problema a resolver.As parturientes ou eram assistidas em suas casas por parteiras leigas ou trazidas para a Capital.Faltava uma maternidade que foi criada pela prefeitura em 1971 e que em um ano de funcionamento já havia realizado 218 partos.

         A maternidade Josefa Barros no distrito de Santo Antonio do Potengi era superviosionada pelo médico Vanildo Pereira Brasil que tinha como auxiliares a parteira Maria Nazaré Monção e a enfermeira Maria José de Freitas. Além de assistência as mães contava ainda com ambulatório, consultório médico e mini-posto de saúde.

         No setor educacional São Gonçalo do Amarante padecia um mal que ainda era de todo o país,o professorado leigo.A prefeita Elia de Barros promoveu a capacitação profissional das professoras municipais com a realização de semanas pedagógicas além de uma semana de merenda escolar, tudo em regime de internato.

         As escolas existentes foram reequpadas com carteira, filtros e materiais para merenda e três delas pasaram por modificações garantindo-lhes mais uma sala: Poço de Pedras, Santo Antonio,Bela Vista e Guanduba.Outros três prédios foram construídos garantindo educação primária para os povoados de Rego Moleiro, Pajuçara e Massaranduba, e até julho de 1972 estariam prontos mais três em Jacaraú, Oiteiros e Alagadiço Grande, tudo as expensas dos cofres municipais segundo o Diário de Natal.

         Foi criado o Ginásio Comercial de São Gonçalo que começou a funcionar no inicio de 1972 sob a direção do professor José Frazão de Oliveira e com 37 alunos matriculados na 1ª série.As suas instalações próprias começaram a ser construídas ainda naquele ano de 1972.

         O Mobral de São Gonçalo do Amarante merecia um capitulo a parte na analise sobre o movimento educacional daquele município de acordo com o Diário de Natal. Em março de 1972 foi concluído o 3º convênio com a entrega de certificados de alfabetização a 1.092 adultos e adolescentes e 31 distribuidos por 61 postos espalhados pela cidade. Nos dois convênios anteriores já haviam sido entregues 753 certificados de alfabetizados.

         Na cidade foram implantados 3.200 metros de calçamento e restaurados os prédios do mercado e da Câmara Municipal.As estradas municipais receberam a necessária conservação. “O processo desenvolvimentista implantado pelo Revolução , dentro das limitações do meu município, chegou a S.Gonçalo.Meu povo já pode olhar para o futuro com mais fé e com muito mais confiança”,escreveu a prefeita de São Gonçalo do Amarante, Élia Barros no Diário de Natal.A Revolução a qual se referia a prefeita foi a de 31/03/1964 feita pelas Forças Armadas.

             





Aspectos da maternidade Josefa Barros.


Escola Municipal de Rego Moleiro que seria inaugurada em 01/04/1972.


Poço instalado na cidade de São Gonçalo.


Escola Municipal de Massaranduba.


Construção do poço de Santo Antonio do Potengi.


Élia Barros, prefeita de São Gonçalo do Amarante em 1972.


Fonte: Diário de Natal, 31/03/1972, p.9.

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

PARNAMIRIM HÁ 50 ANOS

 

Em 1972 o município de Parnamirim contava apenas 14 anos de sua autonomia. Pela sua localização invejável e pelo seu desenvolvimento, conseguiu se localizar com destaque na escala dos municípios que mais cresciam no Estado naquele ano.

         Contando com o apoio do Comandante do Centro de Formação de Pilotos Militares, o brigadeiro Everaldo Breves,e da Câmara de Vereadores, o prefeito Antenor Neves esperava que até o final da sua administração dotar o município  de uma serie de melhoramentos, interagindo-o cada vez mais no ritmo de progresso que vinha sendo desenvolvido pelo Rio Grande do Norte desde a Revolução de 31 de março de 1964.

Parnamirim nasceu da ideia firme do coronel Guerreiro que motivou a instalação da Companhia de Aviação Air France,razão porque aquele militar seria considerado o padrinho do município.Aplaudindo a iniciativa do historiador Câmara Cascudo,o prefeito Antenor Neves de Oliveira já iniciara a construção de uma praça triangular no centro da cidade que seria batizada com nome de Guerreiro.

O município localizado a 18 km de Natal tinha em 1972 uma população de 14.833 habitantes e possuia uma área de 96.120 km².Servido pelas BR 101  e 226, foi premiado com a escolha para a instalação do Distrito Industrial e possuia o Parque de Exposição Aristofanes Fernandes, onde anualmente se realizava a exposição de gado, minérios, aspectos comerciais,industriais e educacionais do Estado, atraindo um grande numero de pessoas de outras cidades.

Parnamirim era igualmente servido pela RFFSA e tinha o privilégio de ser a única cidade do Rio Grande do Norte que possuia um aeroporto internacional, o Aeroporto Augusto Severo, de importante atuação durante a Segunda Guerra Mundial.

De acordo com o plano de ação prefeito Antenor Neves de Oliveira Parnamirim seria beneficiada ainda no primeiro semestre de 1972 com um programa de saneamento básico que seria executado com o apoio da CAERN.

A administração municipal estava realizando naquele município em 1972 uma série de obras que visavam o seu embelezamento e o bem-estar da comunidade.

Em apenas 2 anos de gestão o prefeito Antenor Neves de Oliveira conseguiu aparelhar e colocar em funcionamento o poço artesiano Santos Dumont, que tinha uma capacidade de 26 mil litros de água por hora, realizou melhoramentos nas instalações do matadouro público municipal oferecendo-lhe condições higiênicas;promoveu o calçamento do largo 31 de março onde funcionava a feira livre e de parte da rua Presidente Vargas, chegando até o acostamento da BR 101, ampliou o mercado municipal e construiu um galpão com cobertura metálica medindo 50 metros de comprimento por 6 de largura para  a feira livre de cereais.

Segundo o Diário de Natal o prefeito de Parnamirim era um homem calmo e um administrador consciente do dever, sempre preocupado em promover a sua cidade. Na sua luta em busca do progresso ele entendia que nada podia ser feito sem o desenvolvimento do nível educacional do seu povo.Por isto, o setor educacional vinha sendo a grande meta da sua administração .Durante a sua gestão foram criadas várias escolas municipais que representaram um aumento de cerca de 1.500 vagas.

A maioria das escolas estavam em pleno funcionamento e outras seriam inauguradas durante as comemorações da Revolução de 31 de março.

Ao todo eram os seguintes os estabelecimentos de ensino mantidos pela prefeitura de Parnamirim: Escola Municipal São Geraldo (na fazenda Boa Esperança), Escola Isolada Municipal Manuel Machado (no distrito de Pitimbu), Grupo Escolar Osmundo Faria (em Passagem de Areia), Escola Municipal Joana Alves (no bairro de Santos Reis), Escola Municipal Jornalista Expedito Silva (no bairro da Liberdade), Escola Municipal São Sebastião (distrito de Pirangi do Norte), Escola Municipal de Pium (no distrito de mesmo nome), Grupo Escolar Municipal Presidente Costa e Silva (sede do município), Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima (sede),Escola Municipal Santa Luzia (distrito de Jiqui), Escola Municipal Santa Teresinha (sede), Escola Municipal Professora Maria do Carmo (bairro Boa Esperança),além de 13 postos onde funcionavam cursos de alfabetização de adultos em convenio com o MOBRAL.

Entre outras realizações do prefeito Antenor Neves podia ser enumerada ainda a criação da Biblioteca Rômulo Wanderley, na sede municipal, um posto médico em Pirangi e a construção de uma casa para a professora da Escola Manuel Machado no distrito de Pititinga, obras que seriam inauguradas durante o aniversário da Revolução Democrática.

Conforme indicava o Diário de Natal esse era o moderno prédio da Câmara Municipal de Parnamirim que foi construído durante a administração do prefeito

 

Aqui se vê o prédio onde funcionava a Biblioteca Romulo Wanderley que fora concluída e faria um convenio com o Instituto Nacional do Livro em 1972.

 

     Esta era a escola Manuel Machado que seria inaugurada pela administração de Parnamirim naquele ano de 1972.

 

 

                Também foi realizada a urbanização da entrada da cidade.

                O prefeito Antenor Neves de Oliveira,prefeito de Parnamirim em 1972.




Fonte: Diário de Natal, 31/03/1972, p.10.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

SOBRE COMO ALUÍZIO ALVES MELHOROU AS CONDIÇÕES DE INFRAESTRUTURA EM TOUROS E MAXARANGUAPE EM 1962


         O município de Touros juntamente com o de Barra de Maxaranguape serviu de campo de ação do Comando da Esperança, um programa do governador Aluizio Alves que durante 150 dias promoveu ações de melhoramentos nos setores de saneamento, educação, comunicações, água, saúde pública e assistência social em 1962.Naquele ano o governo do Estado inaugurava a sua primeira realização no campo da descentralização administrativa com os serviços em Touros e Barra de Maxaranguape, onde atuou durante 150 dias o Comando da Esperança, sob a supervisão direta do Conselho Estadual de Desenvolvimento.

       A promoção constituiu um verdadeiro teste para a  capacidade daquele novo órgão da administração estadual, posto que foi incumbido de operar em uma das áreas mais subdesenvolvidas do Rio Grande do Norte, a despeito de suas vastas possibilidades naturais.

Estagnação

        Possuindo  alguns vales úmidos e terras laboráveis com bons índices de produtividade a agricultura da região e das mais incipientes, moldadas ainda nos métodos mais primitivos.

         A outra área de atividade – a pesca – se bem que exercida numa das mais ricas faixas pesqueiras, sem a rentabilidade de esperar dados os recursos rudimentares que vem retardando o desenvolvimento do homem rumo ao progresso.

Aspectos sanitários

         A situação sanitária era das piores, alcançando a esquissostomose nível dos mais elevados de par com outros males oriundos da verminose, malária e outras enfermidades que agravadas pela sub-alimentação proliferavam em grande escala.Com a criação do Comando da Esperança os técnicos do CED se transportaram para a região e ali iniciaram o levantamento da área sob os seus múltiplos aspectos, implantando em pouco mais de 4 meses novas condições para o desenvolvimento de Touros e Barra de Maxaranguape.

Saneamento

         Foram implantados dois sistemas de saneamento: o primeiro em Touros (2.200 habitantes) do tipo usual nas grandes cidades com depuradora OMS ligada a rede coletora e instalação de WC nos prédios da cidade que passou a ser a única cidade do Brasil totalmente saneada; o segundo, em Barra de Maxaranguape, constituído por fossas individuais, atendendo a 172 residenciais.

Educação

         O setor educacional mereceu particular atenção, com a recuperação do G.E Gen. Florêncio do Lago, em Touros e das escolas rurais de Vila de Maxaranguape (Pureza), Boacica, Maracajaú e Barra de Maxaranguape, conclusão e ampliação das escolas de Cajueiro e Peroba, melhoramentos nas escolas de Carnaubinha, Cana Brava, Tabua, Boqueirão, São José do Sal e Zumbi, instalação de escolas em Bebida Velha, Reduto, Rio do Fogo e Pititinga e adaptação de um prédio para a escola de Baixinha.

O CED passou no primeiro teste

         Por outro lado, confeccionou-se 25 birôs e 170 carteiras, enquanto outras 250 eram recuperadas nas oficinas do Comando.

Comunicações

         Intensivo trabalho foi feito para o melhoramento da rede de estradas carroçáveis da região, com o piçarramento e outros serviços nas seguintes estradas: Touros-Cajueiro-São Miguel dos Gostoso-Parazinho; Touros-Boacica-Vila de Maxaranguape-Ceará-Mirim; Touros-Punaú-Ceará-Mirim;Touros-Boqueirão-Rio do Fogo-Santa Luzia; Pititinga-Maracajaú-Paz e Barra de Maxaranguape-Muriú, abrangendo um total de mais de 350 km.

Dragagem

         Tendo em vista a pequena área cultivada do município o Comando procedeu a abertura do escoadouro da lagoa Boqueirão, com o aproveitamento dos mais de 120 hectares de terra cultiváveis.

Poços tubulares

         Em colaboração com órgãos federais foram recuperados ou perfurados poços tubulares em Barra de Maxaranguape, Maracajaú, Pititinga, Rio do Fogo e Touros, para garantir o abastecimento d’água a população.

Saúde pública

         Face a inexistência de qualquer assistência médica, o Comando da Esperança, a titulo provisório fez instalar um Posto de Saúde em prédio da Divisão de Caça e Pesca, que seria posteriormente substituído por um dos postos moveis que haviam sido recentemente adquiridos pelo Governo, com gabinete médico e dentário, possibilitando assistência mais eficiente às populações rurais.

Assistência

         Embora em número limitado concedeu-se financiamento a pequenos lavradores e pescadores, a titulo de incentivo a melhoria de sua produtividade, enquanto 74 máquinas foram distribuídas a costureiras pobres com financiamento em 15 meses.Vestuário e calçado foram distribuídos a 750 alunos do Grupo Escolar de Touros e das Escolar Reunidas de Boacica, Maracajaú, Vila de Maxaranguape e Barra de Maxaranguape.

Touros

      De acordo com Gileno Fernandes, enviado especial do Jornal do Brasil, 35 anos depois da construção de um grupo escolar, única presença do Governo Estadual na região, a cidade de Touros estava sendo revolucionada por 90 homens que, trabalhando em mutirão, sob a supervisão do Comando da Esperança lançavam as bases de uma comunidade prospera e feliz.

         Com 95% de sua população atacada pela esquistossomose, uma economia primária de subsistência e sem nenhuma assistência do Governo, a cidade de Touros foi escolhida como teste decisivo para o primeiro Comando da Esperança do Governo Aluizio Alves que “no peito e na raça” iria transformá-la em 3 meses numa cidade saneada, abastecida, com escolas, saúde e estradas transitáveis o ano inteiro.

         Touros tinha uma população que vivia da pesca,pela pesca e para a pesca, a cidade porém,havia parado no tempo e no espaço.Três ruas principais e alguns aglomerados de casas de barro era o que compunha a Cidade onde viviam cerca de 2.000 pessoas em condições subumanas de existência.

         A última presença do Governo Estadual havia sido em 1927, quando o então governador José Augusto Bezerra de Medeiros construiu um grupo escolar que em 1962 estava em ruínas.Desde 1927, os pescadores de Touros só recebiam visitas de autoridades e candidatos a autoridades nas épocas de eleições.E, desde então, viviam de promessas e esperanças.

Em 30 dias, no entanto, as esperanças estavam se transformando em realidade, com o Comando da Esperança, do Conselho Estadual de Desenvolvimento. Após um levantamento da região,os jovens de Geraldo José de Melo atacaram as obras e estavam realizando-as “com a cara e a coragem”.

         As 04h00 da madrugada até as 19h00, trabalhavam sem parar, construindo estradas, furando poços artesianos, abrindo valas para o saneamento, reconstruindo grupos escolares e, principalmente, dando um novo sentido de vida aos pescadores de Touros, a Cidade abandonada.

Maxaranguape

       O mesmo fenômeno atingiu a Cidade de Maxaranguape que era ainda menor do que Touros.Em Maxaraguape, haviam 800 habitantes que viviam praticamente da pesca.Duas ruas formavam o quadro urbano.A semelhança de Touros, seus habitantes raramente viam dinheiro.A economia funcionava quase exclusivamente na base do escambo, da troca de gêneros alimentícios.

         E, como Touros, não tinha o menor vestígio de presença do Governo Estadual. Sua rede escolar era a pior possível,não havia postos de saúde , água só em cacimbas e as estradas carroçáveis só funcionavam no verão.

      Enquanto Touros havia juiz promotor, padre e delegado, em Maxaranguape nada disso havia.E, como o juiz, o promotor e o padre de Touros moravam fora da Cidade, os dois Municipios ficavam sem qualquer assistência material ou espiritual.

Filosofia de ação

         Foi essa a situação encontrada pelos jovens do Conselho Estadual de Desenvolvimento (onde a média de idade era de 26 anos) ao ser instalado o Comando da Esperança nas sedes dos dois municípios.E essa era também a razão da dedicação e do entusiasmo que guiavam os trabalhos do Comando: salvar essa população da miséria, do analfabetismo da doença.Dar um novo sentido aos pescadores que pareciam conformados “com a miséria que Deus nos deu”.

Para os jovens do Comando da Esperança, a vitória de Aluzio Alves rompeu toda a tradicional estrutura política do Estado, onde o coronelismo imperava, dominando a enxada e comprando o voto. Foi essa vitória que possibilitou uma experiência revolucionária como a de Touros e Maxaranguape em que todos os métodos e padrões normais de administração era postos de lado em favor da execução.E eles sabiam que essa era a grande oportunidade de se firmarem como técnicos, fazendo algo pelo Rio Grande do Norte e pelo Governo Aluizio Alves.Daí o entusiasmo com que se dedicavam a luta pela libertação de Touros da miséria e do analfabetismo, trabalhando até gratuitamente no mutirão, abrindo fossas ou reconstruindo estradas.

Sob a supervisão direta do Secretário-Executivo da Comissão Estadual de Desenvolvimento, trabalham em Touros e Maxaranguape dez funcionários e técnicos e 80 trabalhadores, 3 jipes, 1 trator e 1 patrol constituíam a maquinaria pesada da equipe.De um escritório central ao lado da igreja matriz de Touros, saiam as ordens para os comandos que trabalhavam na recuperação das rodovias e para as equipes que executavam o saneamento, o abastecimento de água e a recuperação dos grupos escolares em todo o Municipio.

         A ideia do Comando da Esperança partiu do próprio Aluizio Alves que resolveu encarregar a Comissão Estadual de Desenvolvimento da sua execução.Em 30 dias foram iniciados os trabalhos e afirmaram seus administradores que antes do prazo fixado pelo governador Aluizio Alves que era 13/05/1963.

As metas

         Até o dia 30/04/1963 esperava-se que o Comando da Esperança entregasse as seguintes obras executadas em Touros, nos setores de educação, saúde e transportes:

1) trabalhos de terraplenagem, alargamento e outros melhoramentos em cerca de 300 km de estradas.

2) reparos em 7 grupos escolares, conclusão de duas escolas, construção de 4 novos grupos e melhoramento em outros 4.

3) construção de poços tubulares em 8 vilas do município e recuperação de 4 já existentes.

4) saneamento para a cidade de Touros (seria o mais moderno do Estado,instalado por uma firma do Recife).

5) instalação de um posto de saúde em Touros;

6) vendas de máquinas de costura a crédito, já tendo sido iniciado o alistamento dos interessados.

7) empréstimos até Cr$ 50 mil feitos pelo Banco do Estado do Rio Grande do Norte para pequenos produtores (lavradores) e pescadores.

Em Maxaranguape

         Em Maxaranguape estavam previsto melhoramentos em 4 grupos escolares, instalação de um posto de saúde, perfuração de 4 poços tubulares e recuperação de 4 rodovias.

O que se fez

Das  metas acima enunciadas, algumas já haviam sido totalmente, ou parcialmente, como os reparos nos grupos escolares de Touros, Maxaranguape, Boacica, Maracajaú, Perobas e Cajueiro, cujas obras estavam quase prontas.no setor de estradas a que ia de Touros para Ceará-Mirim já estava terraplenada e piçarrada numa extensão de 10 km; a estrada  Touros- Punaú-Ceará-Mirim já havia sido terraplenada até Punaú;a de Touros-Cajueiro-Gostos-Parazinho foi terraplenada até Gostoso.

         Os serviços de saneamento de Touros e Maxaranguape já havia sido iniciados e deveriam estar prontos até fins de abril de 1963.E um posto de saúde já havia sido instalado em Touros.Por outro lado, o Banco do Estado do Rio Grande do Norte iniciou a concessão de empréstimos para os pescadores e pequenos agricultores locais, para compra de material de trabalho.A importância total dos empréstimos foi de Cr$ 2 milhões com teto de Cr$ 50 mil.

Além desses trabalhos de desenvolvimento econômico, tinha o Governador Aluizio Alves uma meta especial que considerava a principal, a criação de um Conselho Municipal de Cooperação que teria dois objetivos bem definidos.O primeiro era despertar o sentimento de comunidades nos dois Municipios.O segundo era fiscalizar as obras realizadas e zelar pela sua conservação.O Conselho de Cooperação seria formado pelas pessoas mais importantes dos dois Municipios e mensalmente redigiria um relatório contando o que havia, como estava e o que faltava.Acreditava o Governador Aluizio Alves que o Conselho conservaria o espírito pioneiro do Comando da Esperança e daria novo sentido de vida aos lavradores e pescadores dos dois municípios abandonados. (JORNAL DO BRASIL, 21/03/1962, p.14).





Tipo de sanitário público dos que foram construídos pelo governo Aluizio Alves na cidade de Touros. Sanitários constituíam das maiores necessidades do município, no campo da saúde pública, como meio de evitar a propagação do schistossoma.


Monumento comemorativo do Comando da Esperança em Touros assinalando os importantes melhoramentos de assistência social, instrução e saúde pública, realizados pelo governo Aluizio Alves até então esquecido município. o Poti,23/09/1962,p.8.


O Grupo Escolar Coronel Florêncio do Lago, na cidade de Touros, recuperado e melhorado pelo Comando da Esperança. Segundo O Poti a instrução pública voltou a poder funcionar bem equipado em Touros.


Caixa  d’água, catavento e poço tubular público de Rio do Fogo, município de Maxaranguape, construído pelo Comando da Esperança em cooperação com o SESP. p. 2.




terça-feira, 23 de agosto de 2022

SOBRE AS PRIMEIRAS COLÔNIAS DE PESCADORES CRIADAS NO RIO GRANDE DO NORTE

 

         Em 1920 aportou pelo litoral do Rio Grande do Norte o cruzador José Bonifácio que tinha por finalidade organizar colônias de pescadores ao longo da costa potiguar e incorporar essas mesmas colônias a reserva naval do País, podendo ser considerada o inicio de um vasto aproveitamento dos recursos da economia litorânea, e da própria defesa marítima.

         Não era, aliás, essa a finalidade única que convinha ter em vista o cruzador, era de considerar o coeficiente de riqueza que a indústria piscicola que deveria ser constituída e explorada racionalmente, por pessoal idôneo, e amparada ela previdência oficial. (HOJE: PERIÓDICO DE AÇÃO SOCIAL (RJ) – 1920, p. 16).

Comandante Frederico Villar

         O comandante do cruzador José Bonifácio era Frederico Villar, ele quem tinha a incumbência de fundar as colônias de pescadores ao longo da costa potiguar.

A primeira Colônia

Assim foi que em 22/05/1920 o comandante Frederico Villar chegou a Caiçara onde pretendia constituir ali uma Colônia de Pescadores, conforme consta no seguinte telegrama que ele expediu dando ciência do acontecimento ao Almirante de portos e costas do Arsenal da Marinha: “Rio.Em 22 de maio de 1920: 443.-Fundeamos Caiçara depois de excelente viagem.Numerossimos pescadores esperamos fazer aqui obra magnífica.Peço consultar carta oitocentos e oitenta oito Almirantado.Saudações respeitosas. (a) Villar. –Bonimar.”.

Já ao governador do Rio Grande do Norte, Antonio de Souza o comandante Frederico Villar expediu um telegrama em 24/05/1920 no qual dizia com prazer tinha ele a honra de comunicar a inauguração da  primeira colônia cooperativa com cerca de 500 pescadores em Caiçara e também a fundação de uma escola primária que até aquela data ali inexistia, havendo ele encontrado 98 % de analfabetos.Reinava em Caiçara a varíola.Foram vacinados e socorridos com medicamentos numerosos pescadores “que dos poderes públicos só conhecem os mais inacreditáveis impostos”,escreveu Frederico Villar.

Afirmar o comandante do cruzador José Bonifácio que esperava ter inaugurado uma era de liberdade e riqueza para os pescadores do querido estado potiguar chamando a comunhão brasileira milhares de compatriotas até aquele momento esquecidos cruelmente nas curvas da costa.

Segundo Frederico Villar o Governo Federal acreditava que os pescadores potiguares eram valiosíssimos elementos para a grandeza e prosperidade da pátria e todos confiavam no patriotismo e larga visão do governador do Estado para que o programa do Presidente da República fosse realizado com todo o brilho no Rio Grande do Norte.(HOJE: PERIÓDICO DE AÇÃO SOCIAL (RJ), 1920, p.16).

A época Caiçara era uma das inúmeras povoações litoranea do municipio de Touros.

A segunda Colônia

No dia seguinte, ou seja, 23/05/1920 seria fundada a segunda Colônia de Pescadores no Rio Grande do Norte que foi a de Touros.

         Segundo Frederico Villar o entusiasmo pela criação das Colônias de Pescadores era um grande obra cívica, pois as mesmas almejava libertar os pescadores míseros e analfabetos dos inacreditáveis impostos estaduais e municipais e torções diversas.

        Sobre a fundação das Colonias de Caiçara e Touros escreveu o comandante do cruzador José Bonifácio:” vale a pena tudo sacrificar para concluir esse serviço de valor imenso para o futuro da nossa pátria”.

A terceira Colônia

         Já a terceira Colônia de Pescadores criada no Rio Grande do Norte foi a que abrangia as praias de Perobas, Garças e Rio do Fogo em 24/05/1920, tendo sido criada igualmente a escola primária que foi denominada Tenente Gumercindo Loretti.

        De acordo com o comandante Frederico Villar reinava grande satisfação dos pescadores. Esperava ele realizar em 25/05/1920 a fundação da Colônia de Pescadores de Pititinga e de lá partir para Natal. (HOJE: PERIÓDICO DE AÇÃO SOCIAL (RJ), 1920, p.17). Assim, a Colônia de Pescadores de Pititinga foi a quarta a ser criada no Rio Grande do Norte.

         A época todas essas localidade pertenciam ao municipio de Touros.



Cidade de Caiçara do Norte onde foi criada a primeira Colônia de Pescadores do RN.



Comandante Frederico Villar.
Fundador das primeriras Colônias de Pescadores no Rio Grande do Norte


O Cruzador José Bonifácio.