Patrimônio histórico

      O patrimônio histórico representa os bens materiais ou naturais que possuem importância na história de determinada sociedade ou comunidade. Pode ser prédios, ruínas, estátuas, esculturas, templos, igrejas, praças, ou até mesmo parte de uma cidade, por exemplo, o centro histórico. Esse conceito começou a ser disseminado a partir do século XIX após a Revolução Francesa (1789).

Importância do patrimônio histórico

       Esses bens foram ao longo do tempo construídos ou desenvolvidos pelas sociedades. Estão intimamente relacionados com a identidade do local e representam uma importante fonte de pesquisa atual. Através do patrimônio histórico podemos, portanto, conhecer a história e tudo que a envolve. Por exemplo, a arte, as tradições, os saberes e a cultura de determinado povo.

     Por esse motivo, existem atualmente diversos órgãos que objetivam a conservação e preservação desses bens. Sendo assim, o patrimônio histórico reúne o conjunto de manifestações que foram desenvolvidas ao longo do tempo e que carrega aspectos simbólicos.Segundo o Decreto Lei n.º 25 de 1937: “Art. 1.º - Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico".

Patrimônio Histórico e Patrimônio Cultural

      Aliado ao conceito de patrimônio histórico está o de patrimônio cultural. Segundo o artigo 216.º da Constituição, o patrimônio cultural representa os bens: “(...) de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.

      Sendo assim, o patrimônio cultural pode ser dividido em:

  • Patrimônio Cultural Material: como o próprio nome indica, representa os bens culturais materiais, por exemplo, museus, bibliotecas, universidades, etc.
  • Patrimônio Cultural Imaterial: também chamado de “patrimônio intangível”, ele reúne diversas expressões culturais, por exemplo, os saberes, os costumes, as festas, as danças, as lendas, as músicas, etc.

      Além do Patrimônio Histórico e Cultural também podemos citar o Patrimônio Artístico (bens artísticos) e o Patrimônio Natural (bens naturais).

O PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DE TAIPU
Elencamos a seguir os prédios de valor histórico, artístico e cultural de Taipu que por isso merecem ser tombados como patrimônio histórico a nível municipal e estadual. Lembrando que quando se trata de imóvel particular o tombamento não quer dizer que o imóvel vá ser desapropriado, tão somente é feita a comunicação ao proprietário de que aquele imóvel tem valor histórico cabendo ao proprietário a conservação do mesmo sem modificá-lo.
  
Centro histórico de Taipu         

        O centro histórico de Taipu tem várias residências que datam do inicio do século XX muitas das quais estão sendo substituídas por construções 'modernas' por falta de legislação de tombamento e preservação. 



A estação ferroviária de Taipu

         A estação ferroviária de Taipu, localizada no km 56 da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte-EFCRGN, foi inaugurada em 15/11/1907 em cuja solenidade de inauguração estiveram presentes além de várias autoridades e comitiva jornalística o então governador do Estado Antônio de Souza que a inaugurou em nome da Comissão de Construções e Obras contra os efeitos da seca no RN. Sua inauguração foi destaque não somente nos jornais de Natal como A República e o Diário do Natal, como também em jornais de circulação nacional como o Jornal do Brasil no Rio de Janeiro e o Estado de São Paulo (Estadão) na capital paulistana. Foi ponta de linha até 1910 quando foi inaugurada a estação seguinte de Baixa Verde (atual cidade de João Câmara).Foi desativada em 1977, atualmente é residência de Severino Félix dos Santos, pai do autor da página e ex-ferroviário da RFFSA.






O prédio do matadouro público 

      O prédio do matadouro público de Taipu foi inaugurado em 1952 na gestão do prefeito Luis Gomes da Costa, prédio moderno a época para os padrões de edifícios a que se destinava, ou seja, a matança de animais bovinos para o consumo na feira de Taipu,. Sua arquitetura é característica da década e 1950.



  O prédio do mercado 

           O prédio do mercado de Taipu (que foi o segundo, sendo o primeiro inaugurado em 1903) foi inaugurado em abril de 1950 na gestão do prefeito Luis Gomes da Costa. Maior e mais amplo do que o anterior sua arquitetura remonta as feições características da década de 1950.




 O prédio do Batistão Clube

    O prédio do Batistão Clube tem características arquitetônicas de meados do século XX. Propriedade particular. Valor histórico pela apresentação estética da fachada e cultural pela finalidade a que se destinou.


 O Grupo Escolar Joaquim Nabuco

           O Grupo Escolar Joaquim Nabuco foi inaugurado em 28/02/1919 tendo sido o primeiro prédio de grupos escolares inaugurado na região do Mato Grande. Os grupos escolares reuniam num só edifício as escolas primárias masculinas e femininas que funcionavam em lugares distintos. Prédio em estilo neoclássico, amplo e higiênico segundo as normas exigidas pela reforma do ensino do Estado a época, tendo sendo construído fora da zona urbana da vila conforme preconizava a mesma lei de reforma do ensino. 

        O prédio do Grupo Escolar Joaquim Nabuco foi construído com duas grandes salas de aulas, uma para cada sexo, numa das quais (a o lado esquerdo de quem adentra o edifício) estava também situado o auditório com palco para apresentações culturais e sociais da escola, tinha ainda salas para a diretoria e secretaria escolar. Ao longo do tempo sofreu algumas modificações e ampliações, mas a fachada continua a mesma de sua inauguração. 

      O nome do Grupo Escolar Joaquim Nabuco, seria uma homenagem ao governador Joaquim Ferreira Chaves que o criara, que por humildade não aceitando a homenagem preferiu dá o nome ao referido grupo escolar ao famoso escritor, politico , embaixador e líder abolicionista pernambucano.          O prédio é propriedade do governos do Estado, mantenedora da atual Escola Estadual Joaquim Nabuco. Está situado na rua Antônio Alves da Rocha.




A prefeitura de Taipu

         O prédio onde está instalada a prefeitura de Taipu desde 1986 foi a antiga Coletoria de Rendas Federais, criada em 1953.Propriedae atual da prefeitura de Taipu. Tem valor histórico pelo que representou sua funcionalidade primitiva por se tratar de um prédio próprio de uma repartição pública federal no município de Taipu. Está situado na rua Antônio Alves da Rocha.

Feição original antes da remodelação.

Prédio da prefeitura de Taipu em 2015.

A igreja matriz de Taipu

         A capela de Nossa Senhora do Livramento começou a ser construída na margem direita ao sul do rio Ceará-Mirim, em 1867, porém sua a autorização para sua construção foi dada em novembro de 1839 pelo bispo de Olinda, Dom João da Purificação Marques Perdigão, de passagem por Taipu em visita pastoral naquele ano, em terreno doado pelo casal Bernardo da Costa Gadelha e Inácia Maria do Carmo para abrigar em capela pública a imagem de Nossa Senhora do Livramento que eles possuíam em oratório particular. 

     Em 1877 já era citada como uma das três capelas filiais da paróquia de Ceará-Mirim pelo historiador Ferreira Nobre. Entre julho de 1896 e agosto de 1897 a capela de Taipu foi sede da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Ceará-Mirim em provisão dada pelo bispo da Paraíba Dom Adauto de Miranda Henriques.

        A capela foi elevada a dignidade de igreja matriz em 18/04/1913 com a criação da paróquia de Nossa Senhora do Livramento de Taipu por meio de decreto diocesano de Dom Joaquim Antônio de Almeida, primeiro bispo da Diocese de Natal e igualmente a primeira paróquia criada por ele  no bispado do Rio Grande do Norte, criado em 29/12/1909.A paróquia foi instalada em 01/05/1913.

        Em 1914 tem inicio sua remodelação para se adequar a nova função de igreja matriz pelo padre Celso Cicco, vigário de Ceará-Mirim e encarregado de Taipu. Na década de 1950 novas reformas foram feitas, entre elas constam a colocação do piso em ladrilho, o forro e a construção do átrio.

       Em 1956 o Pe. José Luís da Silva dá inicio a remodelação da igreja matriz de Taipu por entender que ela já estava pequena para o elevado número de fiéis que não mais comportava em dias de festas. A obra foi iniciada mas a transferência do Pe. José Luís no ano seguinte paralisaram, tendo sido recomeçadas pelo cônego Rui Miranda, vigário de Ceará-Mirim e encarregado de Taipu, que refez as paredes que ficaram tortas.

         Na remodelação, que foi praticamente refeita toda a matriz, se acrescentou 7 metros a mais ao corpo da igreja e se construindo a torre com 30 metros de altura em estilo agulha piramidal. Internamente foram feitas a arcada em estilo romano dividindo a matriz em 3 naves, sendo uma central e duas laterais. Foi construído o coro, a capela do batismo, os altares laterais e a capela-mor, colocação de piso em azulejo hidráulico e colocado o forro em madeira com dois quadros ornamentais ao longo da nave central.

        As obras de remodelação da matriz de Taipu foram concluídas em  1963 quando foi concluída sua ampliação e remodelação. 

      Em 1995 foram feitas adequações no forro substituindo o de madeira pelo de PVC e feita a sacristia nos fundos da igreja e construídos novos altares pelo Pe. Cláudio Régio. Já em 2012 deu-se início pelo Pe. Francisco Inácio a construção da nova sacristia no lugar da anterior acrescentando ao corpo da matriz mais dois metros de extensão e completando todo o espaço atrás da matriz. Além da sacristia foram feitas salas para reunião no piso superior.

       Tem valor histórico e cultural pelas manifestações religiosas que nelas são realizadas anualmente sobretudo na festa da padroeira realizada tradicionalmente na última semana de novembro. É nela que se encontra a histórica e venerável imagem de Nossa Senhora do Livramento, orago da matriz. Propriedade da paróquia de Taipu, está situada na Praça Dez de Março, centro, Taipu.

Matriz de Taipu antes da remodelação.





A capela de Santa Teresinha no distrito da Gameleira 

        A capela de Santa Teresinha no distrito da Gameleira foi inaugurada em 1932, remanescente do desenvolvimento econômico e social que outrora foi visto no distrito da Gameleira. É uma das capelas mais antigas da paróquia de Taipu. Propriedade da paróquia de Taipu. Localizada no distrito da Gameleira as margens da BR 406.

Capela da Gameleira em 2012.


A ponte do Umari

        A ponte do Umari situada no km 60 da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte foi inaugurada em julho de 1909, sua construção porém tem inicio em 1907.Sua estrutura metálica foi adquirida pela Comissão de construção da EFCRGN em Londres, Inglaterra, tendo sido despachada de lá para a Alfândega do Recife, desta para o porto de Natal e deste para o local da obra. A ponte foi erguida com 4 vãos metálicos de 50 metros cada totalizando 200 metros de extensão. Os alicerces foram erguidos em pedras de cantaria bruta na altura de até 8 metros entre o leito do rio e o leito da ponte. 

      A finalidade da ponte era transpor o rio Ceará-Mirim para prosseguir a construção do prolongamento da EFCRGN rumo ao sertão do Estado. Em 1964 a ponte foi parcialmente destruída pela enchente do rio Ceará-Mirim que derrubou um vão da cabeceira da ponte tendo sido este vão substituído pela RFN, destoando assim dos demais vãos originais da ponte. O trecho ferroviário está desativado desde 1998. A ponte do Umari tem valor histórico municipal e estadual. Está situada no distrito do Umari.

Ponte do Umari, data ignorada.

Ponte do Umari, 2015.

As ruínas da parada ferroviária da Pitombeira

          As ruínas da parada ferroviária da Pitombeira. A parada da Pitombeira estava situada no km 52 da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte-EFCRGN tendo sido inaugurada em 15/11/1907 no mesmo dia da de Taipu, estava localizada dentro da propriedade do antigo engenho da Pitombeira, atual fazenda de mesmo nome. 

      Desativada na década de 1960 foi posteriormente demolida restando ainda visíveis atualmente as estruturas metálicas do alpendre da parada. Por que preservar as ruinas de uma parada ferroviária? preservar as ruinas da parada da Pitombeira é prestar homenagem as mais de 1.500 trabalhadores que contribuíram na construção do trecho entre Itapassaroca e Taipu, considerado pelos engenheiros da construção da ferrovia o mais difícil de se fazer pelas características dos terrenos, muitos desses trabalhadores fixaram residências na vila de Taipu contribuindo para o aumento demográfico da mesma, sem falar que foi dinheiro público do Governo Federal investido na melhoria das condições de vida de milhares de retirantes da secas que se aglomeravam as margens da ferrovia em construção a procura de trabalho. 

        Milagrosamente essa estrutura sobreviveu a demolição da parada, não se sabe até quando, por isso é precisos preservá-la por seu valor histórico, e sentimental para Taipu. As ruinas estão dentro da propriedade da Fazenda Pitombeira, sendo assim propriedade particular. Está situada dentro da propriedade da Fazenda Pitombeira. Particular.


Ruínas da parada da Pitombeira, 2015.

A casa paroquial de Taipu 

      A casa paroquial de Taipu é uma construção assobrada do inicio do século XX, tem características arquitetônicas neoclássicas. È propriedade da paróquia de Taipu. Está situada na praça Dez de Março, centro, Taipu.


Casa paroquial de Taipu.

O antigo Engenho Pitombeira

        A Casa Grande e todos o complexo arquitetônico (Armazém e capela) do antigo Engenho Pitombeira datam do início do século XX e atestam o desenvolvimento socioeconômico que se verificava já aquela época na região da Gameleira e Boa Vista no município de Taipu. Propriedade progressista foi das primeiras a ter um descaroçador de algodão em Taipu, que era considerado como um aparelho moderno no setor da cotonicultura. No antigo engenho da Pitombeira foi erguida uma parada de trem da EFCRGN situada no km 52 da referida ferrovia. 

         Houve também na Pitombeira uma escola rudimentar criada pelo governo do estado em 1925 e também ali se realizava uma feira semanal. Foi no antigo Engenho da Pitombeira onde começou a trabalhar João Severiano da Câmara (politico, industrial e nome da cidade e do importante município do Mato Grande ) na venda da propriedade de seu padrinho João Gomes dono da propriedade. Atualmente a Fazenda Pitombeira é de propriedade do Sr, André Elias e conserva os edifícios históricos da propriedade. tem valor histórico local e estadual. 





Complexo arquitetônico da Fazenda Pitombeira, 2013.


Ruinas da ponte rodoviária

         A ponte rodoviária sobre o rio Ceará-Mirim na zona urbana de Taipu nas proximidades do cemitério, começou a ser construída em 1949 e inaugurada em 04/04/1950.Obra arrojada construída pelo DER na gestão do governador José Augusto Varela, tinha por finalidade traspor o rio para ligar os município de Taipu e Baixa Verde (presentemente João Câmara).Sua construção foi uma verdadeira odisseia da engenharia devido as condições geológicas dos terrenos e do leito do rio Ceará-Mirim. Em abril de 1964 a ponte foi completamente destruída pela cheia do rio Ceará-Mirim e destruição da barragem de Poço Branco em construção. Parte das ruínas ainda podem ser vistas no local onde estava situada a ponte nas proximidades do cemitério. Tem valor histórico pelo que representou sua construção e finalidade, além de ter sido uma das maiores obras do estado a época. Sua preservação se justifica pelo ocorrido catastrófico de 1964, presente na memória da população até os dia atuais sendo considerado um dos maiores cataclismos ocorridos no rio na história de Taipu. Sua preservação pode incentivar o turismo pedagógico e de aventura.


A ponte de Taipu destruída em 1964.








Ruínas da ponte de Taipu, 2015.


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