domingo, 8 de abril de 2018

A PROFESSORA ALZIRA MATIAS DE MELO


A Professora Alzira Matias de Melo (1915-2003) era naturalidade de Taipu-RN tendo se transferido para o então município de Baixa Verde, atual João Cãmara, ali dedicou-se ao magistério. Era conhecida como d. NENÉM
Casou-se com  Luiz Inácio de Melo (in memoriam) com quem teve os seguintes filhos: Ivone, Francisca Doralice e Manoel. 
Chegou à Baixa-Verde em 1937, contratada pelo então interventor federal Mário Câmara, para lecionar no povoado de Queimadas. 
Em 1938, foi transferida para a cidade de Baixa-Verde, sendo lotada na Escola Rudimentar Senador João Câmara, localizada à rua João Pessoa. Efetivada como professora primária em junho de 1954. Em 1965, foi enquadrada como regente de sala de aula. Ensinou em várias escolas: Grupo Escolar Cap. José Penha, Colégio Antônio Gomes, Colégio Cenecista João XXIII e Escola Francisco Leite, onde foi diretora. 
Paralelamente, ensinava particular em sua Escola São Luiz, na rua João Pessoa, onde ficou famosa: adotava o sistema de ARGUMENTO, sabatinando os seus alunos, de maneira que quem não respondesse corretamente à sua pergunta, era punido com um "bolo" da palmatória (instrumento de madeira, com a cabeça arredondada). Aposentou-se aos 55 anos, em 1970. 
Foi homenageada na administração do prefeito Ariosvaldo Targino, em 1998, e a escola localizada à Rua Prof Fátima Rafael (7 de Setembro), recebeu o seu nome: Escola Municipal Alzira Matias de Melo. Faleceu aos 78 anos, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de problemas cardíacos. Antes de falecer, pediu aos seus familiares para ser sepultada na sua querida cidade de João Câmara.
O texto acima foi publicado no grupo de whatsapp  "Uma volta ao passado BVJC" em 08/04/2018 por Assis Ataliba a quem agrademos pela publicação no referido grupo e o resgate histórico dessa personalidade camarense com origem em Taipu.Agradecimentos também a Dona Neném e Ivone, filhas da professora Alzira Matias de Melo pelo fornecimento dos traços biográficos.

MAIS RETALHOS HISTÓRICOS DE TAIPU


Um texto escrito em 1885 no Jornal de Recife nos revela mais retalhos da história de Taipu.Vejamos.
O texto se refere ao padre José Esteves Viana e segundo dizia o referido jornal: “Consta-nos pelo insuspeito testemunho de pessoas criteriosas que este distinto sacerdote e verdadeiro ministro do Altar [...] celebrara na capela do Taipu com decência exigida a cerimônia dos Passos da Paixão e Morte do Redentor do mundo, no tempo quaresmal, fazendo igualmente em todos domingos predicas edificantes, as quais eram sempre ouvidas com a mais religiosa antenção pelo povo que em grande numero e adunia para ali afluía, desejoso não só de assistir a atos de tantas magnitudes e que naquele lugar eram celebrados pela primeira vez, como de ouvir  a palavra eloquente e insinuante do orador sagrado” (JORNAL DE RECIFE,  1885,p.2 ).
Continuava dizendo o jornal que o referido padre José Esteves Viana era “credor do reconhecimento que lhe manifestam os habitantes do Taipu e por venturas os mais distintos” (JORNAL DE RECIFE,  1885,p.2 ) e que eram inegavelmente recomendáveis os serviços prestados pelo referido padre tanto na capela de Taipu como na matriz de Macaiba onde também foi vigário.
O texto termina dizendo “nossas felicitações ao Sr. Padre Viana pelo testemunho de reconhecimento que acabam de lhe dá os povos do Taipu” (JORNAL DE RECIFE,1885,p.2 ), se referindo ao abaixo-assinado enviado pela população de Taipu em que agradecia o citado sacerdote por ter realizado dignamente os atos litúrgicos da Semana Santa naquele ano em Taipu.
Pelo relato publicado no Jornal do Recife ficamos sabendo que a capela de Taipu estava apta a realizar dignamente os atos litúrgicos da semana santa e outros ofícios religiosos e que foi o padre José Esteves que os realizou pela primeira vez na povoação do Taipu há 130 anos passados.



RETALHOS HISTÓRICOS DE TAIPU


Eis alguns retalhos históricos que ajudam a reconstruir o passado histórico de Taipu.
         O distrito de Boa Vista em Taipu se localiza numa região privilegiada as margens do rio Ceará-Mirim, com ricas várzeas fecundas pelas cheias desse rio tornando a região propicia para a agricultura. Foi nessa região onde fixaram as primeiras famílias que receberam lotes de terras (sesmarias) dando origem ao povoamento da região que atualmente é o município de Taipu.
O lugar Boa Vista é citado em 1873 conforme se publicou no jornal Diário de Pernambuco “no dia 28 de novembro em Caminho do Taipú para o lugar Boa Vista, do termo do Ceará-Mirim, Amaro, escravo de José Leão Soares, foi agredido por Antônio Custódio e um seu filho de nome Manoel Custódio, dando-lhe o 1º uma cacetada sobre a cabeça e o 2º uma horrível facada” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 12/12/1873, p.1).Apesar de ser um noticia sobre um crime ocorrido naquela região o texto nos permite inferir que  a Boa Vista é uma localidade mais antigas de Taipu.
No mesmo jornal citado a cima em há 1878 um texto de Olinto José Meira que escreveu um artigo sobre um Congresso Agrícola em que expôs suas memórias. Ao terminar o artigo ele assina “Taipu, no termo do Ceará-Mirim, província do Rio Grande do Norte, 1º de outubro de 1878” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 1878, p.8).
Em 1879 é citada a construção de açudes em vários lugares atingidos pela seca, entre estes lugares estava a construção de um açude em Taipu conforme indicava o Jornal de Recife (JORNAL DE RECIFE 1879, p.2).
Já em 1884 o Diário de Pernambuco registrou a criação da cadeira de ensino primário do sexo feminino em Taipu na qual dizia o texto “por portaria foi provida a cadeira do sexo feminino de Taipu em 09/06/1884”. (DIARIO DE PERNAMBUCO, 1884, p.2).