quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

DIVISÃO DA PARÓQUIA DE MACAU PARA O SERVIÇO DE RECENSEAMENTO DE 1872



         Reunindo-se a comissão censitária de Macau, foi dividia em três seções esta paróquia conforme o seguinte:
         1º Macau, seus subúrbios e praia de Alagamar.
        2º Povoação de Guamaré, seus subúrbios até extremar com a freguesia de Touros pelo nascente, e da mesma povoação para o poente até cabeceiras, compreendendo os fogos da Ilha do Madeiro para o sul desde a fazenda Canafistula por um e outro lado do rio Amazonas.
         3º. Do Taboleiro Alto descendo pelo rio abaixo de sul a norte até a fazenda  Boa Vista compreendendo os fogos da fazenda Gangorra e os da Ilha de São Francisco.Nesta data foram pela comissão nomeados agentes recenseadores os cidadãos os seguintes cidadãos:
         Da 1ª seção: tenente Braz M. de Andrade Melo.
         Da 2ª seção: José Pereira de Carvalho.
         Da 3ª seção: Manoel Joaquim de Oliveira Praxedes.
         N]ao tendo aceitado o lugar o Sr. José Pereira foi nomeado para substituí-lo o capitão Luiz Candido Maciel de Brito.

Fonte: O Assuense08/07/1872, p.3.


Igreja matriz de Macau,1951.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Guamaré,data ignorada.



A VILA DE PAU DOS FERROS EM 1864




         Segundo um relato de viagem publicado no jornal O Recreio de 1864 eis como o viajante descreveu a vila de Pau dos Ferros.
         Aquela vila acha situada ao norte do rio denominado Apodi; seu local é alguma coisa pedregoso, e pouco plano, e demasiadamente árido o seu solo.além da matriz, que não é lá das mais asseadas e que se acha ainda por acabar, não já uma só edifício que chame atenção de quem quer que por ali tenha de passar.A edificação, em geral de má construção, não excede a quarenta casas, algumas das quais são do tamanho,ou talvez, menores do que belixes do Iguarassú [?].
         A casa onde nos hospedamos foi a em que funciona a Câmara Municipal (uma das melhores) mandada preparar antecedentemente pelo reverendo Bernardino José de Queiroz  que nos tratou belissimamente, bem como os Srs majores Gurjão e Epifânio, pessoas mais notáveis daquela vila.
         Os proprietários do Termo só vem a Vila nos domingos a missa, ou por força de algum negócio especial e de importância, conservando-se todo o mais tempo em suas fazendas em derredor da mesma vila. (O RECREIO, 27/10/1864, p.2).
                                     Aspectos de Pau dos Ferros






quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

O AVISTAMENTO DO DISCO VOADOR EM MOSSORÓ EM 1952



         Em 27 de agosto de 1952 o jornal A Ordem replicou a matéria do jornal O Mossoroense de 24 de agosto de 1952 sobre o avistamento de um disco voador ocorrido na cidade de Mossoró.
         Eis o relato que foi exibido em ambos os jornais.
        Cerca das 22h30 de quinta-feira [21/08/1952] quando a turma de linha da Panair do Brasil S. A se aproximava das pistas para apagar as placas de iluminação após a decolagem de uma aeronave daquela empresa, foram vistos dois discos voadores sobrevoando o Aerporto.Inicialmente dois funcionários daquele serviço observaram um dos fenômenos luminosos que,muito embora silencioso, deu a entender que fosse o avião vindo de volta, uma vez que o estranho engenho aéreo se aproximava cada vez mais da cabeceira da pista a uma altitude que poderia calcular em cerca de quinhentos metros.


Vista aérea de Mossoró, 1957.Biblioteca IBGE.

         Aqueles rapazes ficaram sobressaltado ao perceberem não se tratar de um avião e sim de cousa que não conseguiam identificar.Diante daquele espetáculo correram a Estação de passageiros, onde se encontravam três funcionários da Panair.
         Com a chegada dos dois primeiros observadores dos já famoso discos , todos se puseram a observar o espaço quando constataram a presença de um outro daqueles incríveis e misteriosos aparelhos.Naquele momento a posição dos discos era a seguinte: um na cabeceira da pista N/E de nosso aeroporto e outro nas proximidades da torre da estação de Rádio da Panair.Em seguida, foram se aproximando um do outro em voo lento e em todos os sentidos, em constante zigue-zague, até que se encaminharam na direção da vila de Governador Dix Sept Rosado desaparecendo das vistas dos nossos observadores.


Catedral de Mossoró, 1957.Biblioteca IBGE.

         Quanto a sua iluminação nos informaram aqueles nossos amigos da Panair que o disco que o disco apresentava a iluminação no seu centro interior e irradia para as extremidades em várias cores distintas e quando  a luz desaparece se depreende do disco uma tênue nuvem de fumaça de pouca duração no espaço.Entre as pessoas que se encontravam no aeroporto e que presenciaram os fantásticos engenhos podemos apontar os Srs Antonio Barbosa de Lima e José Romão, funcioários do DAC e Enock Arrais Sobrinho, Luiz Gonzaga dos Santos, Luiz Preto, Otávio Lopes de Melo, Epifinio Reis de Melo (secretário), Tércio Agripino de Oliveira, funcionários da Panair e o Sr. Francisco Agripino (Gatinho), motorista que faz os serviços de autos da Companhia, além de outros.

Atual aeroporto de Mossoró.

         Alguns observadores ficaram apavorados, manifestando a impressão de que se tratavam de mistérios do Além ou cousa do sobrenatural.

  
Fonte: A Ordem, 27/08/1952, p.4.

SOBRE DISCOS VOADORES QUE APARECERAM NO INTERIOR DO RN EM 1952




Em 1952 o jornal A Ordem havia registrado o aparecimento de “estranhos objetos” que foram vistos em Cerro Corá, Areia Branca e Mossoró.
         Os OVNIS teriam sido observados em Cerro Corá no dia 25/08/1952 e visto a baixa altura.
         Segundo o referido jornal, um morador daquela cidade descreveu o OVNI com forma de bacia e margens vermelhas.
         Já entre Tibau e Areia Branca em direção ao mar foi visto em 26/08/1952 outro disco voador.O fenômeno foi observado por pessoas qualificadas, entre as quais o Sr. José Couto Dantas, industrial e político em Areia Branca, afirmava o jornal citado.
         “As noticias  que a respeito nos foram transmitidas merecem todo o crédito e são absolutamente seguras” dizia o jornal A Ordem.



Diante dos acontecimentos seria o caso de ser investigado pelas autoridades competentes o aparecimento que se estavam se repetindo com tanta frequência no interior do estado o “estranho fenômeno”, dizia ainda o mesmo jornal.
Em Mossoró foram vistos por aqueles dias de agosto de 1952 varios discos voadores. Em face disso, “não havia lugar para humoismo,é aceitar a realidade e verificá-la”, disse o jornal A Ordem.
informações vindas da então vila de Dix Sept Rosado diziam que o Sr. Manoel Crispim em companhia de diversas pessoas tratando dos misteres agrícolas em sua propriedade no sitio Pitombas entre as 08h00 e 09h00 da manhã avistou passa em grande velocidade de sul a norte um disco  que mais tarde foi visto na fazenda Mulungu a meio caminho ente Mossoró e Apodi.
      
Fonte: A Ordem,27/08/1952,p.1.

     De nossa parte "tudo conhecer, nada desdenhar" como disse São Paulo.

NOVA ESTAÇÃO DE EXTREMOZ ?



Em 1952 foi cogitado pela direção da Estrada de Ferro Sampaio Correia-EFSC a construção de um novo edifício para servir de estação do então distrito de Extremoz, a época pertencente ao município de Ceará-Mirim.
Segundo o jornal A Ordem, o engenheiro João Galvão,. Diretor da Estrada de Ferro Sampaio Correia, em viagem de inspeção a linha Natal- Oscar Nelson, em construção teve a ocasião de verificar a necessidade  de ser construído um prédio para a estação de Extremoz, de vez que o ali existente não satisfazia mais o intenso movimento de passageiros daquela estação.
         Ainda de acordo com o referido jornal, o diretor da EFSC determinou que fosse iniciada a construção da estação, estando para esse fim, sendo elaborados planta e orçamento, devendo os serviços serem iniciados em breve.
         A população daquela localidade recebeu com satisfação essa determinação do engenheiro João Galvão, diretor da EFSC.
         A ideia, porém, ficou apenas no campo das boas intenções, pois a estação nunca fora aumentada, tão pouco se concretizou a construção de um novo prédio para estação de Extremoz.

                                    A estação de Extremoz


         Atualmente a estação de Extremoz faz parte do sistema norte de trens urbanos da CBTU.O prédio, passou por algumas adaptações estruturais mas não perdeu suas características arquitetônicas originais, que datam de sua inauguração em 13/06/1906 pela Estrada de Ferro Central do  Rio Grande do Norte.
         O prédio da estação ferroviária faz parte do patrimônio histórico e cultural daquela cidade.


Fonte: A Ordem, 19/09/1952,p.4.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

A SAGRAÇÃO, CHEGADA E POSSE DO SEGUNDO BISPO DE NATAL




         O segundo bispo de Natal foi dom Antonio dos Santos Cabral, sergipano de Propriá, tomou posse em 30/05/1918 e ficou a frente do bispado natalense até 1922 quando foi transferido para a Arquidiocese de Belo Horizonte-MG.

A   cerimônia de sagração do segundo bispo de Natal
         A cerimônia de sagração do segundo bispo de Natal, Dom Antonio dos Santos Cabral, realizou-se solenemente na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, as 09h00 do dia 14/04/1918, após a chegada do cardeal Arcoverde, arcebispo do Rio de Janeiro.
         O templo estava faustosamente ornamentado, logo dando inicio o solene cerimonial. (REVISTA DA SEMANA, 1918, p.36).
         Serviram com assistentes do novo bispo os arcebispos d. Sebastião Lema, de Olinda e Recife e dom Claudio Ponce de Leão, de Manaus.Esteve presente também a celebração o monsenhor Benedito de Souza, bispo eleito de Vitória-ES alem de outras autoridades eclesiásticas.
Serviu de paraninfo do novo prelado o Dr. Moacyr Ribeiro Leite. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 14/04/1918, p.5).

             Cerimônia de sagração do segundo bispo de Natal



REVISTA DA SEMANA, 1918, p.36.

A recepção de dom  Antônio

         No  dia 29/05/1918 pelo trem horário da Great Western chegou a capital potiguar Dom Antonio dos Santos Cabral, bispo de Natal, sendo pomposamente recebido pela população católica, tendo comparecido a estação da Ribeira, o governador Ferreira Chaves, autoridades e associações religiosas.
      O comércio fechou.Na catedral, dom Antonio falou eloquentemente saudando o povo.No dia seguinte, o bispo tomaria posse do cargo de segundo bispo de Natal, devendo a noite realizar-se um banquete.(DIÁRIO DE PERNAMBUCO,30/05/1918,p.1).
         No dia 29/05/1918 pelo trem horário da Great Western chegou em solo  potiguar Dom Antonio dos Santos Cabral, bispo de Natal, sendo pomposamente recebido pela população católica.
As primeiras manifetações de simpatia e apreço no território potiguar ao estimado bispo começou em Nova Cruz.Ali a aproximação do trem que conduzia o prelado fenderam ao ar estrondosa girândolas de foguetes, tocando na estação as bandas de músicas daquela vila.
O padre Luiz Adolfo, vigário da freguesia, cumprimentou o bispo sendo acompanhado por grande número de fiéis que ofertaram flores ao querido antiste. Em Montanhas, dom Antonio também foi alvo de carinhosa manifestação de apreço.
na vila de Pedro Velho, o bispo foi recebido pelo padre Leôncio Fernandes em companhia de grande número de fiéis.Na Penha, Dom Antonio foi recebido pelo vigário Moisés Ferreira que lhe ofereceu lauto almoço,s endo traçadas várias saudações.Grande massa popular aguardava o prelado natalense.
         Em nome do jornal A Repúlbica, dom Antonio foi saudado pelo Dr. Alberto Roselli que pronunciou eloquente discurso apresentando ao bispo votos de boas-vindas.
         À  saída do trem foram queimadas girândolas de foguetes.
         Em Goianinha, dom Antonio foi saudado pelos chefes locais os coronéis Luis Gonzaga Barabalho e Manoel Otoni de Araújo Lima, além de grande massa popular.
    Em Papari, o monsenhor Antonio Xavier de Paiva e crescido número de fiéis cumprimentaram o bispo de Natal, acompanhando-o até a parada de São José de Mipibu onde se encontrava grande massa popular.A banda de música local executou vários números do seu repertório.
         Em Natal, dom Antonio Cabral foi recebido pelo desembargador Ferreira chaves e altas autoridades civis e militares, pelo monsenhor Alfredo Pegado, governador do bispado, pela comissão dos festejos, composta por Teotonio Freire, Hemetério Fernandes, Joaquim Inácio, Antonio Soares, Heitor Pinto, Otávio Varela, Fábio Rino, Moisés Soares, Manoel Dantas, por várias corporações religiosas,irmandades, imprensa e povo.
         A banda de música do Batalhão de Segurança tocou uma marcha triunfal, sendo dada por essa ocasião uma salva de 21 tiros de canhão.
         Em um dos salões da estação da Great Western recebeu o bispo os cumprimentos de várias autoridades e pessoas gradas e de uma comissão do 4º batalhão de caçadores composta dos capitães João Augusto, João Batista Monteiro e tenente Lemos Cunha.
         Já paramentado e sob pálio conduzido por irmãos do SS Sacramento, dom  Antonio Cabral apareceu a porta principal, dando ao povo a sua benção apostólica, sendo acolhido por estrondosa salva de palmas.
        Formou-se  o imponente prestito no qual tomaram parte várias associações religiosas, todas as irmandades, o governador do Estado, altas autoridades e grande massa popular, tocando a banda de música do Batalhão de segurança.
         Durante o trajeto, dom Antonio recebeu as mais inequívocas provas de estima sendo aclamadíssimo.
         Ao som de hinos litúrgicos entoados no coro, o bispo deu entrada no solio episcopal e tendo o governador do Estado e altas autoridades ocupado os lugares que lhes estavam destinados, foi o bispo saudado pelo padre Pedro Paulino, que proferiu substanciosa oração sacra.Dom Antonio Cabral pronunciou uma eloquente oração  sacra, agradecendo aquelas provas inequívocas de ternura e regozijo com o qual saudava o povo natalense.Depois da cerimônia religisosa, o bispo se recolhe ao palácio episcopal onde foi servido um jantar intimo.
A recepção e posse de Dom Antonio dos Santos Cabral na diocese de Natal, tiveram o cunho de um brilhantismo nunca visto nesta capital, segundo o correspondente do jornal Diário de Pernambuco.
         De acordo com o mesmo jornal, compareceram a estação central da Great Western na Ribeira desde mais alta autoridade do Estado até o mais humilde filho de Deus.

A  cerimônia de posse
       A cerimônia de posse realizou-se no dia seguinte as 09h00.A catedral, quando deu entrada o bispo apresentava um aspecto lindo, dando o maior realce a profusão de luzes e de flores arcadas artisticamente dispostos pelas arcadas e tribunas.No altar-mor achava-se o governador do Estado, com seu ajudante de ordens e secretário e vária autoridades em lugares distintos.
       O cônego Estevam Dantas, secretário interino  do bispado, abriu a cerimônia com a leituras das cartas apostólicas em que se encontrava a designação de dom Antonio dos Santos Cabral para o bispado de Natal.
        Em seguida o cônego Estevam procedeu a leitura do auto de posse, o qual foi firmado por Dom Antonio, por vários eclesiásticos, o governador do Estado e outras pessoas gradas.Aos o ato, foi celebrada com solenidade pelo bispo a missa de Corpus Christi, pontifical, acompanhada a grande orquestra do centro musical de Natal.
         A missa foi finalizada as 12h30 com a benção pontifical.Nesta ocasião foi queimada uma salva de 21 tiros.
         As 17h00 após a procissão de Corpus Christi percorreu várias ruas da Cidade alta, com extraordinário acompanhamento.Ao recolher, foi cantado na catedral solene Te Deum laudamus.
         O padre Manoel Ramalho proferiu um belíssimo sermão alusivo ao ato.Terminado o Te Deum grande massa popular acompanhou o bispo até o palácio episcopal erguendo calorosos vivas a Dom Antonio, ao mons. Alfredo Pegado, a religião católica e a pátria.
         As 19h30 teve lugar um banquete de 60 talheres oferecido ao bispo dom Antonio dos Santos Cabral no colégio Santo Antonio.
         O salão do banquete achava-se artisticamente ornamentado e iluminado.Em uma mesa em forma de L tomaram assento nos lugares de honra, o bispo diocesano que tinha aos lados o governador Ferreira Chaves, o representante especial do arcebispo metropolitano D. Adauto de Miranda, bispo da Paraiba, o mons. Alfredo Pegado e vários outros cavalheiros de destaque.
         O mons. Alfredo Pegado ofereceu o banquete a dom Antonio e depois de muitas outras considerações, o mons. Alfredo Pegado ergueu sua taça de honra ao bispo diocesano e o governador Ferreira Chaves.
         Em seguida falou o mons. Sabino Coelho, representante  do arcebispo metropolitano dom Adauto, que pronunciou eloquente discurso.
     Aclamado pelo assistentes o dr. Oscar Brandão pronunciou um longo improviso erguendo sua saudação ao bispo Dom Antonio Cabral, em nome do povo do Estado.
     Em seguida usou da palavra o novo antiste que agradeceu comovido aquelas manifestações. Durante o banquete tocou a orquestra do Centro musical em em frente ao Colégio Santo Antonio fez retreta a banda de música do Batalhão de Segurança.
O bispo diocesano continuou a receber da sociedade natalense as mais elevadas demonstrações de carinho e apreço.
        Ao Paço Episcopal afluiu muitas famílias e cavalheiros em visita ao novo prelado de Natal.  (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 08/06/1918,p.2).

SOBRE A FESTA DA PADROEIRA DE TAIPU EM 1936



        Conforme esteve anunciado no jornal A Ordem em 1936, “a festa de Nossa Senhora do Livramento, Padroeira desta futurosa e hospitaleira vila, cujas solenidades estiveram a altura das tradições católicas dos taipuenses” (A ORDEM, 07/11/1936, p.4).
A festa daquele ano teve inicio com  a procissão e hasteamento da bandeira no dia 28/10 e foi assistida por incalculável multidão de fieis deste e dos municípios de Natal, Ceará-Mirim, Touros Baixa Verde e Lajes, segundo o referido jornal.
         O jornal A Ordem atendendo ao convite que lhe foi feito pela comissão dos festejos, se fez representar pelo seu digno gerente Ezequiel Moura.
         A congregação Mariana de Moços de Natal também convidada pelos promotores da festa foi representada pelos jovens Candido Oliveira Filho, Adauto de Assunção e Gerson Dantas. Durante o tríduo, antes da ladainha houve pregação pelo vigário cônego Celso Cicco.
         No dia da festa pela manhã, acompanhado do seminarista Alair Villar, chegou a esta vila o monsenhor João da Mata, convidado especialmente pela Comissão Central para fazer o sermão do dia.
         O monsenhor João da Mata celebrou na matriz as 07h00 distribuindo a sagrada comunhão a centenas de fiéis.As 10h00 após a chegada do trem especial, começou a missa solene oficiando o vigário da freguesia que teve como diácono e subdiácono, respectivamente o monsenhor João da Mata e o seminarista Alair Villar.

Aspectos da festa da padroeira de Taipu em 1945,
a foto mais antiga por nós encontrada sobre a festa de Taipu

         Ao evangelho subiu a tribuna o monsenhor João da Mata que proferiu um lindo panegírico da Virgem do Livramento provando a origem desse nome, e com farta documentação  exaltou as grandezas e prerrogativas da augusta Mãe de Deus.
         As 17h00 saiu a procissão de Nossa Senhora do Livramento, oficiando o mons. João da Mata, que teve como diácono e subdiácono, o cônego Celso Cicco e o seminarista Alair Villar.
Percorrido o itinerário foi dada a benção sacramental no adro da matriz.A festa externa prolongou-se até as 00h00, notando-se em tudo muita ordem.Depois dos exercícios da última noite o vigário agradeceu o valioso concurso de todos notadamente da Comissão central de senhoras, senhoritas e jovens, merecendo lugar destacado nesse agradecimento o Sr. Adão Marcelo da Rocha, diretor da festa.O serviço de barracas esteve irrepreensível.
         A comissão central dos festejos e as várias comissões auxiliares prevalecendo-se da presença do mons. João da Mata aqui, foram incorporados a residência paroquial, precedidos de banda de música local e de muitas famílias e cavalheiros, falando nessa ocasião o Sr. João de Castro, que em nome das comissões e do povo católico de Taipu apresentou ao mons. Votos de boas vindas.Agradecendo sob grande salva de palmas dos  presentes, mons. João da Mata elogiou a atitude dos taipuenses,sempre generosos, trabalhadores e dignos  filhos da Igreja de Jesus Cristo.
         Coicindindo o dia da festa com o aniversário natalício da prendada senhorinha Zuila Alves, o Sr. Adão Marcelo, pai da aniversariante, ofereceu um lauto almoço ao mons. João da Mata, no  qual tomaram parte também o cônego Celso Cicco e o seminarista Alair Villar, Sr. João de Castro, Sr. Ezequiel Moura, gerente da Ordem e os jovens Candido Oliveira filho, Adauto de Assunção e Gerson Dantas, representantes da Congregação Mariana de Moços de Natal.
         “As várias comissões da festa e o povo de Taipu estão de parabéns pelo grande esplendor que teve a festa da sua querida padroeira em 1936 (A ORDEM, 07/11/1936, p.4).
A festa de Nossa Senhora do Livramento, de Taipu, naquele ano de 1936 atraiu católicos de todo o município e dos municípios vizinhos, tal foi a afluência de pessoas que se fez preciso um trem especial.O cônego Celso Cicco teve a cooperação de católicos decididos, que muitos contribuíram para o brilhantismo dos festejos.
         Digno de nota foi o zelo dos vigários, que aproveitando a boa vontade dos leigos, souberam dar-lhes orientações seguras como cooperadores permanentes do apostolado eclesiástico.
         A festa da padroeira de Taipu repercutiu igualmente em Natal.

 Fonte: A ORDEM, 06/11/1936, p.4, 07/11/1936, p.4.

domingo, 15 de dezembro de 2019

AS FREGUESIAS DO RN EM 1861



         Conforme o relatório apresentado a Assembleia Provincial (atual Assembleia Legislativa) em 1861 pelo presidente da Província José Bento da Cunha Figueiredo Junior eis a baixo a situação das freguesias (atuais paróquias) existentes na província do Rio Grande do Norte naquele ano.

1.Freguesia da Capital (Nossa Senhora da Apresentação)
         Eis o que dizia o referido presidente da província em seu relatório a respeito da freguesia da Capital “sinto não poder dar andamento a obra da respectiva matriz, pelo menos até ao ponto de evitar a deterioração do que está feito.
        É urgente a colocação do relógio que se mandou vir para a torre, e que ficará danificado continuando no lugar em que se acha”.
         Além da capela dos Santos Reis Magos, existiam quatro filiais a matriz de que se trata (Santo Antonio e Nossa Senhora do Rosário, na Cidade Alta e Bom Jesus das Dores na Ribeira,na Ribeira, a quarta mencionada não foi localizada).



Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, Natal


2.Freguesia de Extremoz (São Miguel e Nossa Senhora dos Prazeres)
         A florescente vila do Ceará-Mirim apenas tinha uma capela mui pequena onde celebram-se os atos religiosos.Observando isso quando ali estive, nomeou o presidente José Bento da Cunha Figueiredo Junior uma comissão de 8 membros, incluindo neste número o respectivo pároco, a fim de  promover o andamento da obra da matriz, com as somas concedidas pelo cofre público ou pela piedade dos particulares.
         A 2 de julho [1861] recomendei de novo que se desse a conveniente aplicação a quantia de 77$080 réis, que ainda restava da que fora concedida pelo meu antecessor para essa obra, cujo alicerces estão feitos, assim como parte da capela mor; avaliando a câmara municipal em réis 10:000$000 a despesa necessária para ficar aquele templo em estado de prestar-se a celebração dos ofícios religiosos, disse o presidente da província José Bento da Cunha Figueiredo Junior em seu relatório.(DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861,P.1).
         A igreja matriz situada na povoação de Extremoz, a três léguas (18km) de distancia da vila do Ceará-Mirim, carecia de pequenos reparos urgentes no teto e frontispício, Além de outras obras mais despendiosas, tais como o ladrilho no corredor esquerdo, a colocação do sino e a construção de uma escada para subir-se ao campanário.O pároco deu-me noticia de uma subscrição que estava promovendo entre seus fregueses para ocorrer ao consertos mais precisos como recomendei.


Antiga igreja de Estremoz

         O próprio nacional que outrora serviu de convento aos jesuítas naquela povoação continua em progressiva deterioração.Determinou o presidente ao subdelegado que tivesse sob sua guarda as chaves do edifício, e que o visitasse frequentemente para não só conservá-lo no maior asseio possível, como preservá-lo dos estragos do cupim, solicitou do governo os meios precisos para qualquer reparo indispensável.
         Ao engenheiro deu ordem para examinar o estado da igreja e do convento, a  fim de apresentar os orçamentos, em separado, dos melhoramentos e consertos mais necessários para evitar maior aumento na ruína desse edifício.
No relatório do presidente da província João José de Oliveira Junqueira do ano de 1860 o mesmo dizia que “ao procurador da irmandade de Nossa Senhora da Conceição, José Joaquim de Castro Barroca, mandei que se entregasse a quantia de 1:000$00 réis para auxilio da continuação da obra dessa matriz, que se acha com os alicerces feitos e parte da capela-mor.A crescente população daquela vila e freguesia exige a construção desse templo, que aliás, tem já merecido a atenção dos eleitos provinciais (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861,p.1).


Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Ceará-Mirim

Nota:
Como visto a cima a matriz naquele ano ainda era a igreja de São Miguel de Estremoz, distante 18 km de Ceará-Mirim.A sede do município e da freguesia já haviam sido determinada por lei provincial, no entanto com o mesmo relatório cita na vila de Ceará-Mirim havia apenas uma pequena capela ainda em construção com apenas a capela-mor e os alicerces do corpo da igreja, mesmo assim a sede da Freguesia ficou sendo aquela vila que estava em francas ascensão enquanto Estremoz definhava em decadência.
Acrescente a isso a mudança da padroeira, pois se sabe que a antiga povoação de Boca da Mata, transmutada para Ceará-Mirim com a transferência da sede municipal, tinha por primitiva padroeira Santa Agueda. A mudança do orago daquela vila deu-se devido a criação da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição o qual o objetivo era construir a nova igreja matriz cujo orago passou a prevalecer sobre o primitivo.


3.Freguesia de São Gonçalo
   Tem duas capelas filiais a matriz. A de Utinga, com principio de ruína e a de Santo Antônio, que segundo observou ocularmente, achava-se muito deteriorada. 
O presidente exigiu informações sobre o respectivo patrimônio, e rendimento deles, assim como em relação ao procedimento do administrador desta capela, disse José Bento da Cunha Figueiredo Junior emseu relatório. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).



Matriz de São Gonçalo do Amarante


4.Freguesia de São José de Mipibu (Santana e São Joaquim)
      Existia ali duas capelas filiais a matriz. Uma delas situada em Perpiri [Papari?], distante 6 léguas da cidade, é construída de taipa, e achava-se bastante arruinada.
    Apesar disto, celebravam-se nela os atos religiosos e os habitantes da localidade tratavam de edificar uma melhor, segundo o referido relatório.
       A capelinha do engenho São João chegou a tal estado de ruína que foi preciso remover as imagens. Já sem um ato religioso ali celebrava-se.Era o que dizia o presidente da Provincia José Bento da Cunha Figueiredo Junior em seu relatório a respeito da freguesia de São José de Mipibu. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

Matriz de São José de Mipibu

5.Freguesia de Goaininha (Nossa Senhora dos Prazeres)
No relatório do presidente da provincia José Bento da Cunha Figueiredo Junior se dizia apenas da freguesia de Goianinha que para a obra da matriz foi recebida pela respectiva comissão em 27 de agosto de 1859 a quantia de 1:000$000 réis, da qual se prestaram conta em 27 de setembro do ano passado. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).


Matriz de Goaininha

6. Freguesia de Arez (São João Batista)
Dizia o presidente da Provincia José Bento da Cunha Figueiredo Junior em seu relatório que “não tinha uma só capela filial” sobre a freguesia de Arez (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

7.Freguesia da Penha (Nossa Senhora da Conceição)
       Calculava-se em 20:000$ a despesa necessária a fim de ficar completamente concluída a nova matriz, para cuja obra se havia concedido até 06 de fevereiro de 1860 a quantia de 3:000$.A respectiva comissão ainda não havia prestado contas dos 2:000$ entregues em 16 de dezembro de 1858 e 5 de maio de 1859.
A antiga matriz estava situada na povoação de Vila Flor achava-se arruinada, com exceção das paredes da capela-mor, e de um lado da sacristia.Estava estimada em 8:000$ de réis a soma necessária para os reparos daquele templo. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

Matriz de Canguaretama

No relatório do ano de 1860 o presidente da província João José de Oliveira Junqueira dizia que o reverendo vigário dessa freguesia padre Manoel Inácio Bezerra Cavalcanti ordenou o presidente da província que a tesouraria provincial entregasse a quantia de 1:000$000 réis metade da que foi votada pelo $ 19 do artigo 3 da lei do orçamento vigente aquele ano de 1860.Despendida essa primeira quantia com a continuação da obra da matriz que já tinha os alicerces, mandaria entregar o presidente a outra metade votada pela Assembleia. (DIARIO DE PERNAMBUCO, 19/03/1860, p.2).
         Alem de duas capelas de engenhos e um oratório público, que estava por acabar, existiam na respectiva paróquia duas capelas filais, a de Santa Luzia do Ingá ,em bom estado, e de Flor [Vila Flor] muito deteriorada.

8.Freguesia de São Bento (São Bento)
Estava calculada em 12:000$ de réis a despesa para  construção do corpo da capela de Nova Cruz, filial a matriz de São Bento.em 30 de novembro de 1860 existia uma porção de madeira junto a obra para a qual se entregou pela tesouraria provincial a quantia total de 300$000 de réis nos anos de 1852 e 1858. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

9.Freguesia de Macau (Nossa Senhora da Conceição)
         O pároco calculava em 2:500$ contos de réis a despesa precisa com o coro, torres, corredor e ladrilho.Entretanto recebeu ele em 11 de abril de 1850 a quantia de 500$ contos para a obra de sua matriz.
  Na povoação de Guamaré existia uma capela filial, que se achava em mau estado. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).



10.Freguesia de Mossoró (Santa Luzia)
         Aumentado na frente com 60 palmos, ficou o corpo da igreja mais espaçoso, embora não esteja em proporção com a capela-mor, que é um pouco acanhada.
         Disse o então presidente “cumpre levar  a efeito a reconstrução do arco arruinado e de algumas paredes laterais que se acham desaprumadas, a conclusão da torre, bastante adiantada, e a continuação das novas paredes da frente, que com pouco trabalho ficarão em estado de receber coberta”. Excluindo-se a obra do frontispício, torre e corredores, calculava-se em 2:000$ contos de réis a despesa mais urgente para evitar que o templo continuasse e que com o rigor do inverno e ventos fortes viesse a danificar o que estava até aquele momento feito na referida igreja matriz.
  De agosto a setembro de 1859 foi entregue 1:000$ contos de réis para as obras daquela igreja. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

11.Freguesia de Assu (São João Batista)
         A matriz acahva-se em bom estado quanto a obra de pedra e cal.A irmandade contratou um pintor para a obra de talha e  dos altares por 3:000$ contos de réis, para cujo pagamento carece de um auxilio do cofre provincial na importância de 1:000$ a 1:500$ contos de réis.


Matriz de Assu

   Pela tesouraria se tinha dependido com aquela matriz em diversas épocas a quantia de 1:300$ contos de réis desde abril de 1851 até maio de 1852. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

12.Freguesia de Angicos (São José)           
         Segundo o relatório citado na igreja matriz já havia coro e torre, achando-se, além disto, fechada exteriormente com portas e janelas. Avaliava-se em 3:0004 contos de réis as obras precisas, tais como o frontispício,  assoalho, corredores, cinco portas internas e varandas de ferro para algumas janelas, tribunas e púlpitos.Estava compreendido no orçamento a despesa com a pintura da igreja e retoque no dourado das imagens.
         A comissão nomeada para a direção das obras recebeu para elas entre 1858 e 1859 diversas quantias na importância total de 1: 600$000 contos de réis e qua já havia prestado contas de 80$000 contos que lhe havia entregue em 05 de novembro de 1859.

Antiga matriz de Angicos

 A única capela filial da paróquia estava situada na Serra do Bom Fim, e tinha capela-mor e a sacristia cobertas de telha, mas carecia de um altar.As paredes da nave achavam-se elevadas a pequena altura.A frente estava em alicerce.Apenas encontrava-se com um aporta em todo o edifício cuja construção já contava entre 17 e 18 anos, ficando paralisada pela morte do fundador da mesma. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

13. Freguesia de Santana do Matos (Santana)
         Atenta a pouca capacidade do templo para a crescente população da freguesia, indicava o pároco a necessidade de aumentar a referida igreja com mais 22 palmos na frente, pelo menos, fazendo-se alem disto os necessários corredores. A despesa precisa foi orçada em 8:0004 contos de réis.Nenhuma quantia se tinha despedido pelo cofre provincial com aquela igreja que já era matriz havia 36 anos.
Existia no pequeno povoado de Caiçara (atualmente cidade de São Rafael), a beira do rio Assu, distante 8 léguas (38 km) da vila, um oratório público, que a instancia do habitantes do lugar foi concedido pelo visitador Manoel José Fernandes havia entre 4 e 5 anos. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

Freguesia do Apodi
         Com o reboco da parede conclusão da obra do átrio e assoalho da torre e corredores poder-se-ia calcular a soma de 200$ a 1:000$000 contos de réis, segundo informou o paroco para as obras necessárias aquela matriz.O cofre provincial não despendeu quantia alguma com os reparos daquela matriz.
14.Freguesia de Caraúbas (São Sebastião)
         A igreja matriz havia sido iniciada no fim de 1858 e segundo o citado relatório a matriz estava sendo construída as custas dos fiéis, sem despendido do cofre provincial, qual solicitava o pároco a quantia de 2:00$ contos de réis para a conclusão da obra. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

15.Freguesia do Principe (Caicó) (Santana)
  “Acha-se a matriz arruinada, e carece de nova coberta e de caiadura calculando-se em 4:000$000 réis a despesa necessária” era o que dizia o relatório do presidente da província a respeito da matriz de Santana do Caicó. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

Matriz de Caicó, 1940.

         Em 26 de abril de 1850 o pároco recebeu a quantia de de 800$000 réis par aos reparos daquele templo.
         Tinha a freguesia duas capelas filiais, uma situada na vila e outra distante 7 léguas (33 km), ambas carecendo de reparos.


16.Freguesia do Acari (Nossa Senhora da Guia)
Além da matriz existia ali em mau estado uma capela filial com a denominação de Currais Novos, era o que dizia o relatório do presidente da província sobre esta freguesia (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861,p.1).
Matriz de Acari

17. Freguesia do Jardim (Nossa Senhora da Conceição)
 Com auxilio de 1:000$ réis recebido do cofre provincial por ordem do seu antecessor e com recursos do fieis, achava-se adiantada a obra de construção da matriz, carecendo porém a igreja de sacrário, trono, púlpitos, altares colaterais, coro, escadas nas torres e assoalho nos corredores e consistório, além da decoração indispensável.A importância para todos esses serviços foi calculado em 6:000$000 reis. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).
Continha a paróquia duas capelas filais feitas recentemente a custa dos devotos. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

18.Freguesia de Patu (Nossa Senhora das Dores)
         Sem frontispício e sem sacrário a matriz necessita também de algumas alfaias, era o que dizia o relatório do presidente da província a respeito da matriz de Patu.
O pároco pedia 1:000$ réis para a despesa com esses objetos, incluída a caiadura do edifício pela parte externa. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

19.Freguesia da Imperatriz (Martins) (Nossa Senhora da Conceição)
 O templo não tem torre, nem corredores, cuja importância calcula-se em 3 a 4:000$ réis, dizia o citado relatório sobre a matriz da Vila da  Imperatriz.Nas paredes viam-se dasabamentos. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861, p.1).

20.Freguesia de Pau dos Ferros (Nossa Senhora da Conceição)
 Calculava-se em 8:000$ réis a despesa necessária com o douramento da matriz e construção do frontispício, corredores e forro do teto da capela-mor.Nada se tinha despendido pelo cofre provincial com as obras daquela igreja, dizia o relatório do presidente da província. . (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/11/1861,p.1).

Apêndice
21. Freguesia de Santa Cruz
A lei provincial nº 199 de 27 de junho de 1849 decretou que fosse transferida a sede da freguesia de Santa Rita para a capela de São Bento da Serra dos Pires, logo que se pudesse administrar os sacramentos na referida capela.
         Com esta condição o vistador, autorizado pelo bispo diocesano, anuiu a transferência canônica, que se realizou segundo a declaração expressa de um dos predecessores do referido presidente da província em relatório apresentado a assembleia no ano de 1851.
A paróquia que passou a denominar-se São Bento em virtude da lei citada, sofreu desmembramento de parte do seu território pela lei provincial nº 393 de 24 de agosto de 1858, que criou na povoação de Santa Rita da Cachoeira a freguesia deste nome, sem que a de São Bento mudasse a sua sede, onde residia o pároco, até o novo tempo em que foi estabelecer-se no distrito de Nova Cruz, embora para isso não alegasse ao menos uma licença do bispo de Olinda.

Transferência da matriz de São Bento para Nova Cruz
       O certo era que alguns atos eleitorais de 1856 em diante se praticavam irregularmente no distrito de Nova Cruz, quando o de São Bento deveria ser considerada matriz.
       Tendo de fazer cessar esse abuso por ocasião da última eleição primária, o presidente da província dirigiu ao referido bispo diocesano que concordou com a sua opinião atendendo suas razões expostas.
Transferência da matriz de Vila Flor para Canguaretama
A lei provincial nº 367 de 19 de julho de 1858 transferia a sede de Vila flor para a vila de Canguaretama a sede da freguesia de Nossa Senhora da Conceição (denominada Penha a época) devendo ter lugar a transferência logo que houvesse uma capela descente, em que se pudesse administrar os sacramentos.
       Suscitando-se dúvidas sobre o lugar em que deveria efetuar-se a eleição de vereadores e juízes de paz, enviou oficio ao bispo diocesano que em 10 de outubro de 1860 declarou haver expedido ordem ao visitador para qua se efetuasse  a indicada transferência.
Fez-se a eleição primária no distrito compreendendo a nova sede da matriz, e onde já residia o respectivo pároco em vritude de um despacho do visitador.
         Ali existia uma capela que com quanto não tinha forma exterior de templo prestar-se-ia a celebração dos atos religiosos, ficando assim satisfeita a condição do artigo 3 da lei citada.

Considerações finais
         Eram, portanto, 21 freguesias em todo território da província do Rio Grande do Norte em 1861, destas 4 passaram por transferências de sede: Extremoz para Ceará-Mirim, Vila Flor para Canguaretama,  São Bento para Nova Cruz e Santa Cruz para São Bento. Uma foi criada por desmembramento de território (Santa Rita da Cachoeira, atual Santa Cruz).
         Estas são as mais antigas paróquias do Rio Grande do Norte.