quinta-feira, 27 de março de 2014

Sobre a Serra Pelada


            A região que hoje se situa o distrito de Serra Pelada foi uma das ultimas sesmaria doadas no Rio Grande do Norte. Fora doada ao padre Fideles de Paiva Ferreira. Em 1812 o padre Fidélis conseguiu terras por meio de doação de sesmarias.Foram elas: Bolandeira, Ladeira Grande, Inhandú,Mar Coalhado, Camaragibe, Sapo e Serra Pelada, residindo na época no sitio  Serra Pelada, do município de Taipu  na qual exercia a função de vigário de Extremoz . O padre Fideles nasceu em 1759 e entre sua atuação como sacerdote ocupou o lugar de vigário encomendado da paróquia de Extremoz, foi padre de São Gonçalo em 1814, de 1817 a 1820 e em Goianinha foi vigário interino. Após 1831 passou a residir em Serra Pelada, onde tinha um oratório e ajudava ao vigário da freguesia de Extremoz. Faleceu em 27/02/1842 (Bezerra, Severino. Levitas do Senhor, p. 47)
            O Relatório do presidente do estado em 1906 (p. 39)  apresenta pela primeira vez os nomes de alguns lugares do município de Taipu, entre estes  cita a Serra Pelada.

            A Serra Pelada é um afloramento rochoso que se destaca na paisagem do município de Taipu, pode ser vista da BR-406 na altura da Gameleira. Atualmente é explorada para a obtenção de pedras para a construção civil. É um dos lugares mais elevados do município de Taipu. A população lá residente ocupa já uma área em franco estado de urbanização sendo uma das maiores vilas do município, como escolas, igrejas (católica e evangélica), comercio, cemitério, praça, posto policial, entre outros equipamentos públicos. O padroeiro da Serra Pelada é são Sebastião, anualmente festejado em 20 de janeiro.


 Aspecto da Serra Pelada, Taipu-RN
 Aspecto da Serra Pelada, Taipu-RN

 Aspecto de estrada de acesso a Serra Pelada, Taipu-RN

 Aspecto  da visão de cima da Serra Pelada, Taipu-RN

 Aspecto da Serra Pelada, Taipu-RN

 Aspecto da Serra Pelada, Taipu-RN

 Aspecto da Serra Pelada, Taipu-RN

Igreja evangélica Assembleia de Deus da Serra Pelada, Taipu-RN

 Aspecto da Serra Pelada, Taipu-RN

 Aspecto da Serra Pelada, Taipu-RN


Capela de São Sebastião,  Serra Pelada, Taipu-RN




Fonte: Bezerra, Severino. Levitas do Senhor.Imagens:Geraldo Maia, Jan Van den Borschi
https://plus.google.com/photos/110935307897975719924/albums.

O ENGENHO PITOMBEIRA


            Conforme consta no blog franciscoguiacm.blogspot.com.br, o Barão de Ceará-Mirim,o engenho Pitombeira foi fundado no final do século XIX, pelo senhor João Gomes da Costa. Fora o maior engenho construído no município de Taipu. Segundo seu atual proprietário João Elias Farias Neto (Neto Elias), a comunidade do antigo era formada por mais de 180 casas, 5 casas de farinha, estação de trem (conhecida como 52).
            Sobre a fazenda Pitombeira, onde se localizava o antigo engenho, temos ainda outra informação que trata de um personagem bem conhecido de Taipu que é João Câmara, empreendedor industrial e político natural de Taipu.Segundo Torquato (2009, p. p.63-64 ) a fazenda Pitombeira era
propriedade rural com trabalhadores de vários misteres, moradas, capela, ranchos salpicando as encostas e uma loja, quase armazém, vendendo quanto precisasse o habitante da região. A estrada de ferro passava encostado e fora conseguida uma “parada” no quilômetro 52,Pitombeira, inaugurada a 15 de novembro de 1907.Pelos trilhos, Taipu, ficava a três quilômetros adiante.
            Ainda segundo este autor João Gomes da Costa havia comprado a  Pitombeira por dois contos de réis no velho bom tempo. João Gomes da Costa era natural da Gameleira, também distrito de Taipu. Era homem maior de quarenta anos, moreno, baixo, risonho, com olhos faiscantes de energia e bondade. Era uma casa grande de família patriarcal.João Gomes da Costa  era atirado, alegre, progressista, amigo das novidades mecânicas. Segundo Torquato (2009, p.65) ele instalou um locomóvel em 1905 e com seu prestigio conseguira que a estrada de ferro passasse por sua casa e erguera uma “parada” para embarque e descarga de produtos. Comprara um zonofone atroador com os discos da Casa Edison.
E onde entra João Câmara nessa história?
          Pois bem, ocorre que João Gomes da Costa era padrinho de crisma de João Severiano da Câmara. O acolheu como filho na Pitombeira e segundo Torquato “ensinou ao afilhado as tabelas de preço, descontos, regra de três e a ciência das medidas, covado, varas e os raros metros, as capacidades, cuia, litro, salamim, quarta” (p.63-64).O jovem João Câmara passou a trabalhar no armazém da fazenda onde recebia 50$000 mensais pagos regiamente pelo seu padrinho.
            Conforme Torquato (p. 63-64) a Pitombeira foi uma escola de aprendizagem prática, o primeiro curso real na variedade do conhecimento humano foi a Universidade para jovem João Câmara.




imagens do antigo engenho Pitombeira


Capela São João Batista.É uma da mais antigas capelas de Taipu, porém esta capela não pertence a paróquia, é uma capela particular.


interior da capela


aspecto do Engenho Pitombeira


Casa grande do Engenho Pitombeira



Fontes:
TORQUATO, Aldo (Org). Baixa-Verde Raízes da nossa história. Coleção Baixaverdense - Vol. I,2009.



terça-feira, 11 de março de 2014

Belchior de Oliveira Rocha

            O Professor Belchior de Oliveira Rocha, natural de Taipu, município situado na microrregião de Baixa Verde, Agreste Potiguar, é formado em Engenharia Elétrica pela UFRN, com Mestrado em Engenharia de Produção pela mesma Universidade.

              Antes de entrar para o quadro de pessoal da antiga ETFRN, no ano de 1982, através de concurso, foi professor do Estado do Rio Grande do Norte. Também atuou no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no Banco do Brasil e na Petrobrás.  No então CEFET-RN, além da atividade docente, exerceu várias funções de gestão, dentre as quais as de Coordenador de Multimídia, Gerente Educacional da Área de Indústria, Coordenador Geral do Ensino e Diretor de Ensino, até chegar ao cargo de dirigente máximo, em março de 2008.


Fonte: http://belchiorreitor.wordpress.com/curriculo-resumido/

José Gomes da Costa

         Magistrado, promotor publico e professor, deputado estadual.Nascido no distrito da Gameleira, em Taipu a 17/03/1902.Foi bacharel em ciências jurídicas pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro tendo sido um dos mais dedicados cultores das letras jurídicas do Rio Grande Norte. Foi deputado estadual entre 1928-29. 
           Exerceu ainda a função de juiz da comarca de Santana do Matos, Angicos, Canguaretama e Macaíba  até ser promovido a 4ª vara da comarca de Natal. Chegou a ser desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte em 1952..Foi Presidente do clube do América Futebol Clube de Natal entre os anos de 1928 e 1930.Morreu Natal 23/01/1982
Em Taipu denomina o fórum municipal e denomina ainda uma rua no bairro de Capim Macio em Natal. 


O CORONEL ESTEVÃO JOSÉ BARBOSA DE MOURA

          O coronel Estevão José Barbosa de Moura nasceu em Pousa, município de Taipu, em janeiro de 1810, filho de Manuel Teixeira Barbosa, comandante superior, vereador do Senado da Câmara do Natal, vice-presidente e presidente da Província do RN e Ana da Costa e Vasconcelos. Os pais proporcionaram ao jovem Estevão um ambiente de príncipe herdeiro. 
    Seguindo a praxe endogâmica que recomendava às famílias mais ilustres, o casamento entre parentes, com o objetivo de manter a fortuna na família, em 3 de julho de 1833 Estevão Moura casou com sua prima materna Maria Rosa do Rêgo Barros, filha do Coronel de Joaquim José do Rêgo Barros e Maria Angélica de Vasconcelos, na capela do Ferreiro Torto, domínio do sogro.
        Destas núpcias nasceram oito filhos, sendo as mulheres; Ana Joaquina de Moura Castelo Branco, casada com José Moreira Brandão Castelo Branco, Maria Angélica de Moura Câmara, casada com Jerônimo Cabral Raposo da Câmara, Isabel Cândida de Moura Chaves, casada com Francisco Clementino de Vasconcelos Chaves e Antônia Rosa Teixeira de Moura, solteira.
       Os homens foram; Joaquim Manoel Teixeira de Moura, casado com Ana Joaquina da Fonseca e Silva, Manoel Joaquim Teixeira de Moura casado com Tereza Josefina da Fonseca e Silva, José Getúlio Teixeira de Moura casado com Joaquina Angélica Marinho de Carvalho e Estevão José Barbosa de Moura Júnior, falecido solteiro. Todos os casais tiveram descendência vastíssima, entrelaçada e prolifera.
     O cel. Estevão Moura foi um homem poderoso, influente e prestigiado. Teve fortuna incalculável, rebanhos imensos, fazendas, casarios, escravatura, pilhas de ouro. Sua vontade era lei. Politicamente administrou a província em três ocasiões, em 1841, 42 e 43. Foi deputado provincial nos biênios de 1840-41, 42-43, 44-45, tendo tomado parte nas sessões de 1838-39, como suplente do Dr. Pinagé. Em 10 de novembro de 1841, criou a comarca e o município da Maioridade, hoje Martins. Em 27 de janeiro de 1889 aderiu ao partido republicano que Pedro Velho fundava.
       Proprietário de terras que remontavam às antigas sesmarias coloniais, suas terras englobavam municípios inteiros, dezenas e dezenas de propriedades, com residência, servos, cavalos de sela, conforto e poder. Em 1874, doou uma parte de suas terras na fazenda Barra (hoje solar Caxangá) para a edificação da capela de São José, seu padroeiro. Foi o todo poderoso da região de São Gonçalo do Amarante e Macaíba. Arranjou inimizade com o major Fabrício Gomes Pedroza, quando em juízo exigiu que este redirecionasse a cerca de “Coité” que avançara sobre parte do movimentado porto local, escoadouro da produção do sertão potiguar. Tempos depois, teve um embate celebre nas crônicas do Estado com o Presidente da Província Manuel da Silva Lisboa – Parrudo - cuja solução importou na morte do arrebatado administrador. 
      Em Macaíba, que não era ainda uma vila, Estevão Moura construiu com os próprios recursos a primeira ponte da cidade, em 1859 e em seguida, abriu a estrada que liga Macaíba a Natal via mangabeira. A parte desta estrada dentro da cidade do Natal é hoje a conhecida avenida Coronel Estevão! Foi ainda construtor do Solar Caxangá (em seu tempo Fazenda Barra).
      Coronel Estevão Moura! Seu nome soava como uma trombeta de guerra. Nascera no Brasil vice-reino, atravessara a Regência e viveu três anos no regime republicano depois de escoar-se o primeiro e segundo Império. Morreu paupérrimo, ignorado e esquecido em Macaíba no dia 16 de janeiro de 1891, sendo seu corpo sepultado no cemitério de São Miguel e posteriormente transportado seus restos mortais para o jazigo da família Moura, na matriz de Nossa Senhora da Conceição da Macaíba.
    Político, fazendeiro, lavrador, dono de Engenhos, criou municípios e seu sangue corre em milhares de veias, perpetuando uma vida que não pode ficar na escuridão e no esquecimento. Em Natal denomina uma das mais famosas avenidas da capital potiguar a Avenida Cel. estevam, conhecida com Av 9.


Fonte: http://jotamaria-coroneispotiguares.blogspot.com.br/