sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Imagens de Taipu-RN (acervo de dona Francisca Avelino dos Santos)


      A abaixo algumas imagens de Taipu que pertenceu ao acervo de dona Francisca Avelino dos Santos (1923-2013) de saudosa memória, e que foi doado a este que vos escreve,Pensando na divulgação da memória histórica de Taipu e na divulgação do conhecimento repasso essas preciosas imagens de Taipu e de dona Francisca Avelino aos leitores do blog.A reprodução da imagens é permitida desde que seja citada a fonte.




Carteira de zeladora de dona Luíza Formiga, que era cunhada de dona Francisca, dona Luíza foi zeladora desde o ano de 1936 como se vê na imagem, talvez seja o mais antigo registro de uma zeladora do Apostolado da Oraçaõ em Taipu.

Aluna com o antigo uniforme do grupo escolar Joaquim Nabuco, a mais antiga escola de Taipu, fundada em 1919.Dona Francisca Avelino foi professora daquela instituição de ensino por muitos anos, na foto da década de 1960 mostra como era o uniforme das alunas da época.Salvo engano a aluna que aparece nesta foto é a doutora Maria do Livramento Miranda, professora da UFRN, a quem peço autorização para a publicação caso um dia se porventura um dia veja esta foto, caso não seja peço que desconsidere o pedido e me ajude a identificar a referida pessoa na foto.


Esta imagem mostra a Irmã Natalina Rossetti ( 1923-2014), de saudosa memória, no canto direito da foto.Não foi possível identificar as outras pessoas na imagem tão pouco as circunstância da foto está no arcevo de dona Francisca.

Primeira comunhão de uma turma de lobinhos do  20º grupo de escoteiros Dom Bosco de Taipu-RN, provavelmente na década de 1970.Dona Francisca Avelino foi catequista da paróquia de Taipu, certamente alguns destes lobinhos foram catequizados por elas, pois a foto estava registrada como lembrança destinada a própria.Não consegui identificar os lobinhos na foto ( não são do meu tempo) caso alguém saiba de quem se trata agradeço a colaboração postando os nomes das respectivas pessoas nos comentários.


Reunião do grupo de idosos da paróquia de Taipu em 1956.A foto não deixa claro em que circunstância foi tirada,

Dona Francisca Avelino com o padre Jonerickson Gomes da Silva quando era Administrador paroquial em Taipu em 2004 a quem peço licença para a publicação da foto.


Formatura de Fernando Avelino dos Santos, sobrinho de dona Francisca Avelino.Fernandinho, como era conhecido foi professor de inglês nas escolas estaduais de Taipu, morreu tragicamente afogado na década de 1980, salvo engano.Na foto ainda se vê o cônego Rui Miranda, a irmã Natalina Rossetti e o prefeito na época Geraldo Lins.Na foto original não havia a data do corrido.

 Foto do clube de mães da paróquia de Taipu.Na foto original não havia data.Não consegui identificar o prédio que tinha o nome da padroeira de Taipu.Sabe-se que a atual escola estadual Adão Marcelo da Rocha se chamou inicialmente de Nossa Senhora do Livramento, mas na imagem o prédio em nada lembra o atual prédio da escola Adão Marcelo.

 Dona Francisca visitando frei Damião  enfermo no convento do Pina em Recife, em 1997.

Imagem de Nossa Senhora do Livramento antes da restauração.Dona Francisca era devota da padroeira de Taipu.Sem data.


Dona Francisca Avelino com padre Cláudio Régio da Silva Bezerra ( a esquerda) e dom Heitor de Araújo Sales quando esteve em visita pastoral em Taipu em 1999.

Primeira comunhão de um lobinho do 20º grupo de escoteiros Dom Bosco de Taipu. Sem data.

 Provavelmente encontro de catequistas da paróquia de Taipu. A foto original não traz a identificação nem a data.

Turma de primeira comunhão em frete a matriz de Taipu, provavelmente a turma que foi preparada por dona Francisca Avelino.

Festa de primeira comunhão da primeira turma de lobinhos do 20º grupo de escoteiros Dom Bosco de Taipu.Sem data.

Dona Francisca Avelino ( com violão ajoelhada) na escola Santa Águeda em Ceará-Mirim.Na foto original não havia data nem a circunstância do encontro.Dona Francisca era eximia tocadora de violão e gostava de tocar serestas, recitar poesias e fazer saraus.

Curso de bordado no centro social Dom Bosco.Dona Francisca também ajudou como voluntária no centro social.

Grupo de idosos do centro social Dom Bosco.Sem data e circunstancia da foto.Vê-se no canto esquerdo o padre João Correia de Aquino, conhecido com Pe. Aquino em Taipu, a foto é da década de 1970 pois o referido padre já usava roupa social ao invés da batina clerical, fato que ocorreu na Igreja católica a partir de 1970.
Pastoril de dona Francisca.O pastoril de dona Francisca era famoso em toda região do Mato Grande na década de 1960.Segundo me contou em vida dona Francisca percorria as paróquias e as cidades da região do Mato Grande para arrecadar donativos para as obras de ampliação da matriz que ocorreu entre 1956 e 1963.


Turma de Lobinhos do 20º grupo de escoteiros Dom Bosco de Taipu.Sem data e circunstancias da foto.
Cruzada Eucarística, conhecida como a Cruzadinha, movimento pastoral da Igreja católica instalado na paróquia de Nossa Senhora do Livramento na década de 1950.Na foto o grupo está em frente a matriz.Sem data e circunstancias da foto.

Dona Francisca tinha um acervo imenso de cartões postais enviados por parentes e familiares um deste é o da estação central da REFFSA em Recife-PE.

Imagens de Taipu na ferramenta Google Maps do Google


           A baixo estão algumas imagens de satélite capturadas na ferramenta Google Maps do Google.É possível vê com nitidez a topografia de Taipu (cidade) e outros distritos.


Detalhe de Taipu vista do satélite do google maps  trecho um pouco depois da Estação ferroviária e o centro histórico.

                     Detalhe de Taipu vista do satélite do google maps aqui o recorte da imagem capturou o trecho entre a rua Geraldo Ferreira da Cruz e a Antonio Alves da Rocha


                     Detalhe de Taipu vista do satélite do google maps do centro de Taipu


Imagem de satélite de Taipu (sede municipal, zona urbana)

Detalhe de Taipu vista do satélite do google maps captura da zona urbana completa

Distrito do Ingá

A Serra Pelada vista do satélite do google maps

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

HISTÓRIA DA PARÓQUIA DE TAIPU


Contextualização histórica 
A época da criação da paróquia de Taipu, em 1913, a Igreja Católica estava sob os cuidados do papa Pio X (1903-1914) que segundo Pierrard (2006, p.253) manteve em seu pontificado ares de um cura de interior. Sua divisa era Instaurare omnia in Christo (restaurar tudo em Cristo), onde preocupou-se menos em inovar e mais em defender e aprofundar.Fez a reforma da música sacra (1903), fomentou a frequência regular aos sacramentos, principalmente à comunhão eucarística, reformou  breviário ( 1905) e reelaborou o Código de Direito Canônico.Sua meta era dispor aos membros da Igreja instrumentos mais adequados de santificação.No Brasil criou a diocese de Taubaté-SP e a arquidiocese de Aracaju-SE.Foi canonizado em 1954.
     Criada a diocese de Natal em 1909 dom Joaquim Antonio de Almeida (1868-1947[1]) foi designado para assumir a recém criada diocese da capital potiguar. Seu episcopado em Natal durou 4 anos.Dentre a atuação episcopal de dom Joaquim Antônio de Almeida está a criação da Paróquia Nossa Senhora do Livramento de Taipu criada em 18 de abril de 1913 tendo sido a única paróquia criada por ele em seu episcopado.
No ano do centenário da paróquia de Taipu, 2013, encontra-se à frente da Igreja Católica o papa Francisco, eleito em 07\03\2013, já a frente da Arquidiocese de Natal, da qual pertence territorialmente a paróquia Nossa Senhora do Livramento, está Dom Jaime Viera Rocha.
A criação de uma paróquia é prerrogativa de um bispo, assim, como já visto a cima à paróquia de Taipu foi canonicamente criada pelo bispo de Natal dom Joaquim Antonio de Almeida em 18 de abril de 1913, tendo sido esta a única paróquia criada por ele em seu ministério episcopal. Sua instalação se deu por membros da cúria diocesana de Natal no dia 1 de maio de 1913.

A criação da paróquia de Taipu
A criação de uma paróquia é prerrogativa de um bispo, assim, a paróquia de Taipu foi canonicamente criada pelo bispo de Natal dom Joaquim Antonio de Almeida em 18 de abril de 1913 “por decreto diocesano de 18 de abril de mil novecentos e treze foi instalada em 1 de maio do mesmo anno a freguesia de Taipu, desmembrada da de Ceará-Mirim pelos limites civis” (LT, p 02-3).
Sua instalação se deu por membros da cúria diocesana de Natal no dia 1 de maio de 1913 durante a missa solene para tal finalidade, contando com grande concurso de fiéis e autoridades civis. A missa fora celebrada na igreja de Nossa Senhora do Livramento que doravante passaria a condição de matriz.

Nomeação do primeiro pároco
            A nomeação do primeiro padre a assumir a nova paróquia foi assinada pelo bispo no dia 21 de abril de 1913, tendo sido designado o então vigário paroquial de Ceará Mirim, o padre Jéferson Urbano Rodrigues da Rocha, para a função, sua posse deu-se no dia 01 de maio de 1913 conforme consta no livro tombo da paróquia (LT, p 02-3):
Foi feita a provisão de vigário sendo nomeado para isto o Revmo. Sr. Padre Jéferson Urbano Rodrigues [...] o decreto e provisão do vigário foram lidos em Taipu e Ceará- Mirim pelo padre Cicco, vigário de Ceará-Mirim e encarregado de Taipu[2].
            O padre Jeferson assumiu a paróquia de Taipu por breve período de tempo, pois em 1914 já não consta seu nome como pároco da Paróquia tendo a função assumida pelo Pe. Celso Cicco de Ceará Mirim.
Estava concretizado, portanto, o sonho da comunidade taipuense da criação da paróquia. Sonho que havia sido acalentado anos antes, mas que só pode ser concretizado pela condescendência de dom Antônio Joaquim de Almeida.

Instalação da paróquia
Eis o texto da ata de instalação da paróquia de Taipu conforme consta no livro tombo paroquial (LT p, 3):

Ata da installação da freguesia de Taipu, em 1 de maio de 1913.
Para maior glória de Deus e salvação das almas, ao 1 de maio de mil novecentos e treze perante grande numero de fieis em presença dos Revmos. missionários frei André Araújo e frei Alfredo Madureira, franciscanos religiosos e  testemunhas [...] ficou installada a freguesia de Taipu, desmembrada da freguesia de Ceará-Mirim, por decreto do Exmo.  e  Revmo.  Sr. D. Joaquim de Almeida d.d bispo de Natal, nomeando para vigário o Revmo. Pe Jéferson Urbano Rodrigues da Rocha do ato de 18 de Abril de 1913. E para constar lavrou-se esta presente ata [...] [3].

Como visto a cima a paróquia foi instalada pelos religiosos franciscanos frei André Araújo e frei Alfredo Madureira designados para tal finalidade pelo bispo, pois o mesmo não se fez presente na ocasião.Embora lhe sejam atribuídas visitas pastorais a todas as paróquias da diocese não há registros de visita pastoral à paróquia realizada por dom Joaquim de Almeida em Taipu.

Limites da nova paróquia
A sede da paróquia seria a cidade de Taipu e o território da paróquia foi estabelecido entre os limites civis dos municípios de cidade de Ceará-Mirim  e Taipu (até Baixa Verde) permanecendo com essa configuração territorial até 1929 quando foi criada a paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens da cidade de Baixa Verde (João Câmara-RN).

Primeiros sacramentos realizados na nova paróquia
            O primeiro batizado realizado na paróquia de Taipu foi realizado antes mesmo de sua criação canônica em 01 de abril de 1913 conforme o primeiro livro de batizados da paróquia
Ao primeiro de abril de mil novecentos e treze na matriz de Taipu baptizei solenemente a Maria, nascida a vinte de fevereiro do mesmo anno, filha legitima de José Barbosa do Nascimento e Maria Francisca Bezerra, sendo padrinhos Antônio Venceslau Barreto e Josefa Bonifácio Rodrigues. Do que mandei fazer este assento em que me assigno. Pe Jefferson Urbano, vigário de Taipú (Livro de batismo Nº 1, p.1.).
             No batistério é informado o nome da primeira pessoa a ser batizada na paróquia de Nossa Senhora do Livramento, uma menina, batizada com o nome de Maria, como de costume à época as crianças eram batizadas ainda recém-nascidas, esta foi batizada com 33 dias de nascida. Foi, portanto, segundo a teologia sacramental da Igreja, a primeira pessoa nascer espiritualmente na paróquia de Taipu.
Quanto ao sacramento do matrimônio o primeiro registro de casamento foi perdido pela ação do tempo que destruiu o assento de casamento no primeiro livro de casamentos da paróquia. O matrimonio mais antigo registrado neste livro foi o casamento de José Alexandre dos Santos e Maria Francisca de Aguiar, realizado no dia 15 de março de 1914 na capela de Assunção em Baixa Verde (João Câmara-RN) à época capela da paróquia de Taipu tendo sido o casamento celebrado pelo padre Celso Cicco (Cf. Livro de casamentos nº 1, p.2).Em relação ao sacramento da primeira comunhão é desconhecida quando tenha sido realizada a primeira vez na paróquia de Taipu. O mesmo se diz do sacramento da crisma, sendo este reservado ao bispo, só mesmo quando o bispo empreendia uma visita pastoral era então que se administrava este sacramento. Na Paróquia de Taipu a primeira visita pastoral realizada após a criação da paróquia e ocorreu em 1919 pelo bispo do José Pereira dos Santos.

Inauguração da capela de Baixa Verde
            Dois anos após a criação foi inaugurada a capela Nossa Senhora Mãe dos Homens do distrito de Baixa Verde que segundo Aldo Torquato (2009, p.134):
Foi construída a Capela Nossa Senhora Mãe dos Homens, com projeto do eng. Dr. Antônio Proença, com recursos da Companhia Agrícola do Torreão, tendo como construtor o padre alemão Fernando Noite, da ordem da Sagrada Família, e doada à comunidade, em 1915, com as seguintes dimensões: 11,90 metros de cumprimento por 4,90 de largura.
            A padroeira escolhida para o distrito de Baixa Verde foi uma homenagem ao engenheiro Antonio Proença, natural de Minas Gerais, onde  na cidade de Caraça havia um santuário com este titulo.A capela de Baixa Verde era 3 metros menor que a matriz de Taipu que tinha por dimensões 14 metros de comprimento.
Conforme tradição, a razão de sua construção está em uma promessa feita por Antônio Proença para que Nossa Senhora Mãe dos Homens intercedesse em favor das vítimas de uma epidemia ocorrida depois do ano de 1910. A extinção da epidemia popularizou a devoção à virgem Maria sob o título de Nossa Senhora Mãe dos Homens, embora já existisse há anos a capela de Nossa Senhora da Assunção no distrito de mesmo nome foi escolhida essa para ser a padroeira do lugar (Cf. pascomjoaocamara.blogspot.com.br. Acesso em 21.06.2012).

Construção da capela de Barreto (atual Bento Fernandes-RN)
             Em 1925 foi construída a capela do Sagrado Coração de Jesus do distrito de Barreto (atual Bento Fernandes-RN), que pertenceu também a paróquia de Taipu. A capela do Sagrado Coração de Jesus é citada no livro tombo da paróquia de Taipu da qual são registrados os sacramentos realizados naquela localidade
A Capela do Sagrado Coração de Jesus, que é o marco inicial daquele município ainda existe, embora em situação precária e sem uso litúrgico. Uma nova igreja começou a ser construída em 1954 por iniciativa do padre Lucilo Alves Machado ainda quando Barreto fazia parte do município e da paróquia de Taipu. Posteriormente a comunidade de Barreto passou à paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens de João Câmara-RN.
Bento Fernandes foi uma das cidades da região do Mato Grande que também recebeu assistência das Irmãs do Imaculado Coração de Maria entre as décadas de 1960 e 1970.

Capela de Assunção
            Em 1926 foi construída uma nova capela na comunidade de Assunção (cf. Torquato, 2009, p. 95), tendo como padroeira justamente Nossa Senhora da Assunção, tendo sua construção mandada ser erguida pelo senhor Domingos Romano. No dizer de Torquato “Assunção era então florescente aglomerado humano com bastante comércio” (2009, p.95), tendo sido suplantada pela vizinha Matas, futura Baixa Verde.

Criação da Paróquia de Nossa Senhora Mãe dos Homens de Baixa Verde
            A Paróquia de Nossa Senhora Mãe dos Homens de Baixa Verde, como registra o Livro de Tombo da paróquia de Taipu, foi criada aos 13 de novembro de 1929 por Dom Marcolino Esmeraldo de Souza Dantas, quarto Bispo e primeiro Arcebispo de Natal.
Até esta data a cidade de Baixa Verde, atual João Câmara, pertenceu pastoralmente a paróquia de Taipu. A capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, que passou a ser a matriz daquela cidade que começou a ser construída em 1910 tendo sido inaugurada no ano de 1915. A nova igreja matriz começou a ser construída em 1934.

Extensão territorial e populacional da paróquia de Taipu
        Atualmente (2013) a paróquia Nossa Senhora do Livramento tem sua extensão territorial delimitada pela totalização geográfica das cidades de Taipu (352,7 km²) e Poço Branco (230,39 Km² ) o equivalente a 583,09 km² e sua  população  é estimada em 25.785 mil habitantes correspondente ao total de habitantes dos 2 municípios.

Reconhecimento oficial da existência da paróquia de Taipu
           Não existe nenhum documento legal que ateste a criação da paróquia Nossa Senhora do Livramento tanto na paróquia de Taipu como na paróquia de Ceará Mirim, que foi a paróquia de origem de Taipu. Também não há nos arquivos da Cúria metropolitana, nenhum documento oficial com amparo jurídico legal que atestasse de fato a existência da paróquia de Taipu.
         No ano de 2006, o então arcebispo metropolitano de Natal, dom Matias Patrício de Macedo, fez o reconhecimento da existência da paróquia de Nossa Senhora do Livramento de Taipu.





[1] Nasceu no dia 17 de agosto de 1868 em Goianinha-RN.Ingressou no seminário em 1889 no Seminário Maior de Fortaleza.Ordenado sacerdote em 2\12\1894.Exerceu a função de professor do recém criado seminário da diocese da Paraiba do qual foi reitor (1898-1906)Em 1905 foi eleito bispo da diocese de Teresina-PI, sendo o primeiro sacerdote potiguar a ascender ao episcopado.Criada a diocese de Natal em 1909 dom Joaquim foi designado para assumir a recém criada diocese da capital potiguar.Seu episcopado em Natal durou 4 anos.Morreu em 30\03.1947 em Macaiba-RN.
[2] Em Ceará Mirim, a ata de criação da paróquia de Taipu foi registrada no livro tombo Nº 1, p.182.
[3]Segue a lista das assinaturas dos presentes a instalação da paróquia. Os Grifos são nossos.

Novembro é mês de festa em Taipu



         O Mês de novembro é o mês mais especial para o povo de Taipu pois é o período do ano em se realiza a festa da padroeira do município, da cidade e da paróquia Nossa Senhora do Livramento.Tradicionalmente a feste é celebrada na ultima semana de novembro, tendo seu ponto alto o domingo quando é realizada a grande procissão pelas ruas da cidade seguida de missa campal de encerramento da festa e a tradicional queima de fogos.
         Se ignora a data de inicio da festa em honra a Nossa Senhora do Livramento em Taipu, o que sabemos entretanto é que a imagem era venerada em oratório particular pertencente ao casal Inacia Maria do Carmo e Bernardo José da Costa que residiam em Taipu do Meio nos idos do anos de 1839 e que foi solicitado ao Bispo de Olinda , dom João da Purificação Marques Perdigão a autorização para se construir a capela publica com a invocação do titulo de Nossa Senhora do Livramento em terreno doado a cerca de 300 metros da margem direita do rio Ceará-Mirim no lugar denominado Buraca, atualmente onde se encontra edificada a matriz de Taipu.
         A autorização foi concedida pelo bispo que havia visitado a província do Rio Grande do Norte da qual pertencia a diocese de Olinda, pela região de Taipu esteve entre os dias 5 e 8 de novembro de 1839, mas a autorização só foi deferida estando o bispo na paróquia de  São Gonçalo quando foi ao seu encontro Bernardo José da Costa com o requerimento de se erigir uma capela publica em Taipu do Meio.
        A construção da capela só inicia-se em 1867 logo após a doação do terreno destinado para tanto.Há um equivoco quanto ao tempo de construção da capela.Segundo Câmara Cascudo demorou-se 30 anos para que fosse concluída.ao nosso ver um exagero do mestre historiador, pois em 1876 deu-se a transferência da paróquia de Ceará-Mirim para Taipu ficando a matriz sendo a então capela de Nossa Senhora do Livramento por um período de 13 meses.Ora, na época para ser uma matriz o templo deveria está em conformidade com as diretrizes da Igreja Católica, que exigia as condições necessárias para a plena realização do serviço litúrgico.Assim, quando da transferência da paróquia de Ceará-Mirim para Taipu a capela deveria está concluída e com condições para ser realizados os ritos litúrgicos principalmente das missas e sacramentos, do contrário não poderia funcionar como matriz.Já em 1877 Francisco Nobre cita a capela de Taipu como uma das três pertencentes a paróquia de Ceará-Mirim, de fato a transferência da paróquia se deu por exatos 13 meses, de julho de 1876 a agosto de 1877, o fato está registrado no livro tombo da paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Ceará-Mirim e no arquivo da mitra arquidiocesana da Paraiba.
        Percebe-se assim que a capela não demorou as 3 décadas para está totalmente pronta e digna de realizar os serviços litúrgicos como apontam a historiografia local e ratificada pelo insigne Camara Cascudo ( ou seria o contrário?).Ao nosso ver o que ocorreu foram sucessivas reformas na capela o que leva a crer na demora de sua conclusão.
        A paróquia foi criada em 18 de abril de 1913 mas a festa já era celebrada desde meados do século XIX.Nada mais óbvio que se a capela serviu de matriz em 1876 que já se realizava-se a festa em honra a Nossa Senhora do Livramento por essa época.

 

Toponímia Taipuenses

       No que diz respeito a origem da toponímia taipuense Manoel Dantas em seu livro Denominações dos municípios do Rio Grande do Norte fez esta descrição sobre Taipu  “Ao sahir da região da mata, na orla dos taboleiros de ariscos, deparava-se uma imensa clareira denominada pelo indígena Itai-pú, que se transformou na denominação de Taipú “ (Dantas, 2008, p. 29) e ainda afirma o mesmo autor que Taipú se origina de uma corruptela do nome indígena Ita-ipú ( pedra  na lagoa) para designar um grande cabeço existente numa lagoa , ao sul da vila (idem).Já sobre o povo que constitui a as células vivas daquele município, o  referido autor disse que o “município de gente trabalhadora, que resolveu o problema de viver feliz na sua mediania de cultivar os campos, sem pruridos de grandezas, nem ostentação de riquezas”. 
       Nos enxertos a cima se demonstram as origens do nome Taipu, que em geografia se denomina toponímia, o mesmo em relação a Taipu está relacionado a presença indígena na região da qual deriva o nome do município, desnecessário é dizer  que significa já que o o citado autor já o fez para nós, nos dando essa  sucinta porem elucidativa explicação sobre a origem toponímica de Taipu e ainda nos brinda com uma belíssima qualificação das virtudes da população taipuense que segundo ele o povo vivia [ou vive] na sua mediania vida de camponês sem pruridos de grandeza, em outras palavras, gente simples.



Fonte: Dantas, Manoel. Denominação dos municípios do Rio Grande do Norte, 1922. Natal: Sebo Vermelho, 2008.