Taipu é uma terra pequena, onde, dos devaneios de nossos avós, amores dos nossos pais e sonhos enluarados da infância, fazem dela o relicário da nossa meninice, tão longe e tão perto do coração. Dir-se-ia que naquele rincão descansava a felicidade no meio da carência de tudo. Luís Viana, poeta taipuense.
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sábado, 29 de novembro de 2014
Altar mor da padroeira da padroeira de Taipu
O altar mor é o local onde está localizada a
imagem da padroeira, na matriz de Taipu está em um nicho central em que se
encontram também as imagens de São José e Santa Teresinha do Menino Jesus.
A imagem da padroeira só é retirada
do nicho em que se encontra em dois momentos durante o ano, na abertura e no
encerramento da festa da padroeira, quando percorre em procissão as ruas da
cidade de Taipu.
Hinos da padroeira de Taipu
Quanto
aos hinos da padroeira existem dois que são cantados durante a festa da
padroeira, o hino oficial, atribuído ao padre Afonso Lopes Ribeiro, datado do ano de 1926, e o hino popular, uma
versão do hino da padroeira de Ceará Mirim e de outras paróquias da arquidiocese
de Natal adaptado à padroeira de Taipu (vide apêndice),
Hino à Virgem
do Livramento
De autoria do Pe. Afonso Lopes
Ribeiro, o hino foi composto em provavelmente no ano de 1926, ano em que o
sacerdote era vigário em Taipu.
O hino é um poema lírico composto
por cinco estrofes e um refrão, em que se desvela a necessidade da proteção da
Virgem sobre a vida daqueles que a invocam como sua protetora.
No seu refrão se exalta as virtudes
da Virgem Maria e pede-se sua intercessão.
As nossas
almas vêm pressurosas
Cheias de doce
contentamento
Do seu afeto
trazem-vos rosas
Ó Virgem do
Livramento.
Do céu sois
formosa aurora
Dos que sofrem
sois o alento
Sois nossa Mãe
e Senhora
Ó Virgem do
Livramento.
Nos
sofrimentos de nossos dias
Vós sois um
astro fulgente e santo
Dourando a
terra das alegrias
Calmando a
mágoa do nosso pranto.
As alegrias de
nossas vidas
Nascer
sentimos no coração
A Vós elevamos
ó Mãe querida
Os vossos
hinos de gratidão.
Por vossa
graça e saudade imensa
Aceita hoje,
Mãe do Senhor.
Os lírios
brancos de nossa crença
As rosas
rubras de nosso amor.
Não
há menção à cidade de Taipu, sede da paróquia, somente se canta à Virgem.
Hino popular de Nossa Senhora do Livramento
Hino popular e por isso mais
conhecido e cantado pelos fiéis e desconhecido a autoria do mesmo.
A
melodia é retirada do hino da padroeira de Ceará Mirim, de onde pode se
levantar a hipótese de que tenha vindo daquela paróquia a autoria do mesmo.
Composto
em duas estrofes originais e uma terceira estrofe, acrescentada pelo professor
Gustavo Praxedes, e refrão.
Nossa Senhora
/ Mais bela rosa /
Que Deus
conserva/ em seus rosais/
mandai a terra
/ de paz sequiosa /
as vossas
bênçãos / cheias de paz.
Glória, glória a Virgem pura / sol de augusta
claridade/
Glória à Mãe do livramento/ padroeira da cidade.
Nossa Senhora/
manhã sagrada /
que surge
sempre para Jesus/
a nossa vida /
noite cerrada /
as vossas
bênçãos cheias de luz.
Nossa
Senhora/templo precioso
Da nossa
crença, / branca sem véu
As nossas
almas/ tristes sem pouso
Abri as portas
/de ouro dos céus
Neste
hino são exaltadas as virtudes da Virgem Maria e imploradas suas bênçãos. No
refrão está explicita uma das mais belas imagens que fazem referencia a Nossa
Senhora do Livramento, o “sol de augusta claridade”. A cidade de taipu é
mencionada na estrofe ‘padroeira da cidade’ Este hino ao ser entoado causa
grande comoção nos fiéis que o entoam.
Hino do Hasteamento da Bandeira
Entoado no hasteamento da bandeira
em que está o ícone de Nossa Senhora do Livramento, este hino usado nas
solenidades de abertura e encerramento da festa da padroeira. É desconhecido o
autor deste hino.
Sol de
esperança/ quando aparece /
Doce Rainha /do
céu divino /
Teu nome fala/nas
nossas preces/
Teu nome
canta/ nossos hinos.
A tua alma é
luz que encerra/
As almas todas
num véu/
É a luz que
envolve a terra/
Nos
esplendores do céu.
Nas longas
noites/ tristes sombrias/
No mar
escuro/da nossa vida/
És nossa estrela/Nossa alegria/
Anjo celeste/
Virgem Maria querida.
Hino em
Preparação do Centenário da Paróquia Nossa Senhora do Livramento 1913-2013.
De Autoria de
Antônia Calixto este hino foi composto para preparar o centenário da paróquia
Mil novecentos e treze / dom Joaquim elevou /Em 18
de abril, / a paróquia aprovou, /a veneração a Mãe do Livramento/E Jesus
adorado/ nosso Sacramento.
Indo para o
centenário / Maria, vem nos livrar/
Do
que turva nossa fé/ para juntos caminhar
Mãe do Livramento/ protetora vem e/ sobre teu manto
anos o teu bem/Deixa contemplar-vos sobre tua face/ teu olhar materno que a nós
repassa.
No teu livramento/ traz-nos proteção. / Dá-nos novo
alento/ e mais devoção\Restaura em teus filhos neste itinerário/coragem, graça
e zelo para o Centenário.
Sejamos devotos / em ti confiemos/ pela tradição ó
Mãe do Livramento.\Pelo testemunho fruto do batismo/ pela sã doutrina
professada em Cristo.
Cristo, fundamento / Pedro sucessor / Maria do
cenáculo a Igreja sustentou.\Hoje em nossa vida/ ela é proteção/Maria nos guia
desde a fundação/ Maria nos guia a eterna mansão.
A PADROEIRA DE TAIPU--RN
A
padroeira da cidade e da paróquia de Taipu é Nossa Senhora do Livramento, e sua
imagem se encontra no altar-mor da igreja matriz. A festa litúrgica não possui
uma data fixa no calendário da Igreja, sendo tradicionalmente celebrada
anualmente no ultimo domingo de novembro.
Iconografia da imagem
A iconografia é a
ciência que se dedica ao estudo dos vários tipos de desenhos, esculturas,
imagens e outras formas concretas que se usam para fazer história.
Faremos a seguir uma rápida análise
iconográfica da imagem de Nossa Senhora do Livramento de Taipu.
A Virgem Maria
é representada de pé, vestida com uma túnica e um manto que lhe cinge o corpo.
O manto
azul com ricos brocados dourados, símbolo da realeza; veste uma túnica branca
que representa a pureza virginal de Maria.No
braço esquerdo Maria segura o menino Jesus, despojado de vestes. O menino exibe
os dedos característicos das representações de Cristo, representando a duas
naturezas de Cristo, a humana e a divina. Na mão direita Maria segura um cetro,
símbolo de realeza. Ainda ostenta sobre sua cabeça uma coroa. O menino Jesus
também é ornado de coroa real. Nossa Senhora é vista sobre nuvens ladeadas por
cinco anjos.
No ano 2000 com autorização do Pe. Cláudio
Régio, então administrador paroquial, a imagem foi enviada a Fundação Jose
Augusto para ser restaurada.
Ao
longo de 3 anos de reparos foram devolvidos a imagem os traços característicos
originais quando foram retiradas as várias camadas de tintas que a recobriram
por muito tempo.
Imagem de Nossa Senhora do Livramento antes da restauração. Foto: arquivo
PNSL.
A imagem foi tombada pelo governo do estado como
patrimônio artístico e cultural por meio da Fundação José Augusto, retornou a
matriz de Taipu no dia 18 de novembro de 2001 para o inicio da festa daquele
ano onde forma comemorados os 90 anos da paróquia.
Imagem de Nossa Senhora do Livramento. Foto: arquivo
PNSL.
Imagem de Nossa Senhora do Livramento. Foto: arquivo
PNSL.
Imagem de Nossa Senhora do Livramento. Foto: arquivo
PNSL.
ORIGEM DO TÍTULO E DA DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO
Nesse mês de novembro se celebra a festa da padroeira de Taipu, Nossa Senhora do Livramento, aqui procuramos enfatizar a origem deste titulo dedicado a Virgem Maria.
Maria, a mãe de Jesus, a quem chamamos, carinhosamente de Nossa Senhora é
uma só. A mesma Maria, na devoção popular recebe diversos títulos da parte do
povo. Os títulos atribuídos a Nossa Senhora são muitos e podem ser de origem
litúrgica, histórica ou popular.
De origem litúrgica há,
por exemplo, Assunção, Conceição etc. Os de origem histórica são aqueles que se
referem aos lugares de origem de uma devoção, como nos casos de Lourdes
(França), Fátima (Portugal) etc. Por último, os títulos marianos podem ser de
origem popular, como Nossa Senhora da Saúde, Bom Parto, D’ajuda, estes,
geralmente títulos ligados a momentos difíceis da vida do povo.
E a
devoção a Nossa Senhora do Livramento? Qual a sua origem? Esta devoção é de
origem portuguesa. Portugal tinha sido invadido pelas tropas de Filipe II que
se julgara herdeiro legítimo da coroa portuguesa.
A origem do
deste titulo dedicado a Virgem Maria remonta a cultura religiosa portuguesa e
está envolta em poesia e devoção. Esta devoção se encontra na Arquidiocese de
Braga e também é mencionada em enciclopédias tanto no Brasil como em Portugal.
Na
Arquidiocese de Braga, em Portugal, consta que na igreja da Ordem Terceira de
São Francisco se encontra a imagem de Nossa Senhora Libertadora das Almas do
Purgatório. Já o Pe. Jacinto dos Reis afirma que é mencionada na Grande
Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (Cf. Revista Ave Maria, 2009, p.39).
Há ainda outra versão para a origem
deste titulo atribuído à Mãe de Jesus em que se remonta aos tempos históricos
da União Ibérica, período em que Portugal foi anexado a Espanha, no século XVI.
Um representante da Espanha mandou, na
ocasião prender a todos os nobres portugueses que se recusassem a prestar
homenagens aos invasores espanhóis.
Entre os presos estava Rodrigo Homem de
Azevedo, ardoroso defensor de sua Pátria. Sua esposa, devota de Nossa Senhora
diante da prisão de seu marido recorreu à Virgem Maria neste momento de
angústia. Durante a novena que fazia à N. Sra., a esposa de Rodrigo sonhou as
nove noites com a Virgem Maria que lhe dizia: “não te preocupes, eu que tudo
posso, o livrarei. Se puderes, em algum tempo, edificar-me-ás uma casa”.
Terminada a novena, ela teve um sonho, no qual lhe pareceu ver Nossa Senhora que lhe dizia: “Não te preocupes, eu o livrarei, mas quando puderes edifica uma igreja, para que meu Filho seja glorificado aqui” (Op. Cit., p.39).
Terminada a novena, ela teve um sonho, no qual lhe pareceu ver Nossa Senhora que lhe dizia: “Não te preocupes, eu o livrarei, mas quando puderes edifica uma igreja, para que meu Filho seja glorificado aqui” (Op. Cit., p.39).
Ao ser recebida a graça, Rodrigo
Homem mandou esculpir uma imagem, conforme descrição da esposa em seu sonho:
“Vestido branco. Os cabelos loiros soltos. O Menino Jesus no braço esquerdo e a
mão direita em sinal de amparo”. E porque Nossa Senhora disse “Eu o
livrarei”, deu-lhe o nome de Nossa Senhora do Livramento e construiu
uma capela.
Os
portugueses trouxeram essa devoção para o Brasil e no Rio Grande do Norte ela
se encontra na cidade de Taipu.
Em Taipu a devoção
surgiu em 1839 quando foi solicitado ao bispo de Olinda e Recife, dom João da
Purificação Marques Perdigão, a construção de uma capela dedicada a Nossa
Senhora o Livramento em reconhecimento a uma graça alcançada por dona Inácia
Maria do Carmo, que dou o terreno para a construção da capela.
É a única cidade
no estado do Rio Grande do Norte que possui uma paróquia com este título
dedicado a Virgem Maria. Por isso o povo de Taipu se orgulha de ter uma
padroeira singular que a distingue das demais paróquias do estado.
Nossa Senhora do Livramento, padroeira de Taipu-RN
Imagem de Nossa Senhora do Livramento em processo de restauro, 2001. |
Imagem de Nossa Senhora do Livramento em seu nicho na matriz de Taipu. |
Imagem de Nossa Senhora do Livramento em exposição na igreja matriz de Taipu. |
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