quinta-feira, 22 de março de 2018

AINDA CONTRA AS FEIRAS AOS DOMINGOS EM TAIPU





         Eis a baixo o recorte do jornal A Ordem de 01/06/1938 em que se publicou a relação de todas as pessoas que apoiaram a campanha e o decreto baixado pelo prefeito Rosendo Leite em que se proibia a realização de feiras aos domingos em Taipu para fazer valer o preceito do descanso dominical..








Fonte: A Ordem, 01/06/1938, p.1.



CONTRA AS FEIRAS AOS DOMINGOS EM TAIPU


        
        Atualmente a feira de Taipu ocorre aos domingos, mas na década de 1930 não era.O prefeito Rosendo Leite baixou um decreto em 1937 proibindo a realização de feiras em todo o município aos domingos, onde se deveria respeitar o descanso semanal, ou dominical.A feira deveria ser realizada portanto em outro dia que não fosse o domingo.A época do decreto baixado por Rosendo Leite existiam ao menos duas feiras conhecidas em Taipu, a da sede, ou seja, da vila de Taipu e outra na Pitombeira.João Gomes da Costa, proprietário da Fazenda Pitombeira, não obedeceu ao decreto municipal, foi preciso que um decreto estadual, baixado pelo então interventor federal do Rio Grande do Norte Rafaela Fernandes para confirmar o decreto municipal, o qual se proibia a realização de feiras ao domingos em todo o território do município de Taipu. 
       O decreto do interventor agradou aos comerciantes e população em geral que não concordavam com a realização da feira aos domingos.Naquele ano de 1938 o interventor federal Rafael Fernandes foi um dos homenageados na festa da padroeira de Taipu, Nossa Senhora do Livramento, por esse motivo e pelo decreto onde a sede municipal foi elevada a categoria de cidade.
     Eis a baixo recorte do jornal A Ordem de 22/05/1938 publicando o despacho do então interventor federal Rafael Fernandes proibindo a feira na Pitombeira aos domingos, seguindo o decreto já estabelecido do prefeito de Taipu Rosendo Leite de se fazer feiras no município aos domingos publicado no ano anterior.


Fonte: A Ordem, 22/05/1938, p.4.


domingo, 11 de março de 2018

PRIMEIROS ATOS OFICIAIS RELACIONADOS AO MUNICIPIO DE TAIPU


Eis a seguir os primeiros atos oficiais relacionados ao municipio de Taipu logo após sua emancipação politica.
Por ato do governador Amintas Barros de 06 de maio de 1891 foi removido da escola primária da vila de Flores, atual Florânia, para a vila de Taipu, o professor de instrução primária capitão Joaquim José de Carvalho Pinto.
No entanto, a transferência do citado professor não foi uma promoção, mas sim uma punição pelo fato dele não “acompanhar a política reacionária e antidemocrática encetada neste Estado pelo Dr. Miguel Castro e seguida tristemente pelos seus palinuros” (O POVO, 1891, p.2 ).
O mesmo professor já havia sido removido em 1889 por ter apoiado a candidatura de Miguel Castro “assim é que se recompensam favores e se estimula os bons caracteres” ( O POVO, 1891, p.2 )..
Segundo o jornal O Povo o professor Joaquim José de Carvalho Pinto não aceitou a transferência e continuou a lecionar particularmente na vila de Flores “ainda bem” ( O POVO, 1891, p.2 ),  dizia o jornal.
Uma portaria de 09 de fevereiro de 189 o referido professor foi reintegrado a escola primária da vila de Flores “por motivo de moléstia de sua família, não pode, no prazo que lhe foi marcado, assumir o exercicio da cadeira  do Taipu, para o qual fora removido”  ” ( A REPUBLICA, 1891, p.2 ), eis a explicação oficial da parte do governo do estado.
Por ato de 06 de agosto de 1891 foram demitidos a pedido o delegado de policia de Taipu Felipe Rodrigues Monteiro e os suplentes Manoel Pereira Camcubu, João Félix do Nascimento, Vitaliano José Lucena e Laurentino Maria de Oliveira, sendo estes substituídos por José Augusto da Fonseca e Silva, delegado, Carlos Alfredo Davim, Manoel Eugênio Pereira de Andrade, Manoel Alves Jurema e Serafim José de Araújo, suplentes (RIO GRANDE DO NORTE, 189, p.2 ).
Por meio de portaria datada de 02 de outubro de 1891 foram nomeados João Félix de Vasconcelos e Antônio Henrique de Vasconcelos para membros do conselho da Intendência municipal por se acharem vagos esses cargos (RIO GRANDE DO NORTE, 1891, p.1).
Uma portaria de 09 de março de 1892 exonerou do cargo de presidente da Intendência municipal de Taipu a Joaquim Manoel de Souza,sendo nomeado para seu lugar a Silvino Raposo de Oliveira Câmara (A REPÚBLICA, 1891, p.1).

A PRIMEIRA ELEIÇÃO MUNICIPAL EM TAIPU



     Em 10 de março de 1891 o então distrito de Taipu foi desmembrado de Ceará-Mirim constituindo um novo município do Rio Grande do Norte, tendo sido o município foi oficialmente instalado em 03 de abril com a posse do intendente nomeado o Capitão Cândido Marcolino da Rocha.
   A primeira eleição municipal o qual elegera os intendentes municipais ocorreu em 14 de setembro de 1892.A época a Intendência municipal compreendia um único orgão que regia administrativamente o municipio, funcionando inclusive no mesmo prédio.Geralmente o mais votado era eleito o presidente da Intendência, cargo hoje equivalente ao de prefeito, os demais exerciam as funções que hoje são da alçada dos vereadores.
   Na eleição que houve em 14 de setembro de 1892 em Taipu compareceram 177 eleitores, dos quais 107 eram republicanos e 70 oposicionistas, ou seja, Conservadores (monarquistas).Foram eleitos para a intendência municipal os seguintes membros:
Francisco de Paula Paiva – Republicano.
João Estanislau de Oliveira – Republicano.
Manoel Eugenio de Andrade- Republicano.
Henrique Basilio do Nascimento- Republicano.
Vicente Teixeira da Câmara- Republicano.
Manoel Gomes Cavalcante- Oposicionista.
Francsico Guedes da Csota – Oposicionista.
       Foram estes os primeiros politicos locais a serem eleitos em Taipu para exercerem o scargo de intendentes do municipio (prefeito e vereadores), como visto foram 7 no total, dos quais 5 republicanos e 2 oposicionistas.
Não houve eleição para juizes distritais pelo fato de o municipio não se cosntituir distrito judiciário.
A época o município de Taipu tinha pouco mais de 2.700 habitantes, a maioria dos quais morando nos sitios e fazendas, a vila, elevada a sede quando ocorreu a emancipação não tinha mais do que 3 ruas e 70 casas, a capela, a cadeia, o cemitério, uma casa que servia de mercado, uma outra que abrigava a escola primária.
    No ano seguinte de 1893 o eleitorado havia aumentado para 267 eleitores.


Fonte: A república, 17 de setembro de 1892, p.1.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

A CIDADE NOVA O PLANO DE EXPANSÃO DE NATAL




A Cidade Nova foi o plano de expansão urbana de Natal que corresponde atualmente aos  bairros do Tirol e Petrópolis. Esse plano urbanístico consistia de uma espaço delimitado de 1.648,510 m² subdividido em 60 quarteirões, 8 avenidas e 14 ruas.O plano da Cidade Nova foi elaborado pelo agrimensor Antonio Polidrelli.

As avenidas
1ª avenida:Deodoro da Fonseca, com 955 metros de extensão, 30 de largura traçada em direção a 36º no sentido S.SO limitando-se com a Cida Velha.
2ª avenida: Floriano Peixoto, com 945 metros de extensão e 30 de largura, traçada na mesma direção da antecendente, limitando-se com o bairro da Ribeira pelo lado Norte, atravessando as praças Pedro Velho e Pio X, sendo a primeira pelo lado do poente e a segunda pelo nascente.
3ª avenida: Prudente de Morais: com 1.261 metros de extensão e 30 de largura, traçadas na mesma direção das antecendentes, limitando-se com o perímetro da Nova Cidade pelo Sul, a praça Pedro Velho pelo nascente, teminando o percurso nas ruas Seridó e Ceará-Mirim.
4ª avenida: Campos Sales, com 1.261 metros de extensão e 30 de largura, traçada na mesma direção das antecedentes, limitando-se  com perímetro da Nova Cidade pelo Sul e terminando o percurso com as ruas Seridó e Ceará-Mirim.
5ª avenida: Rodrigues Alves, com com 1.261 metros de extensão e 30 de largura, traçada na mesma direção das antecedentes, limitando-se  se  com perímetro da Nova Cidade pelo Sul e terminando o percurso com as ruas Seridó e Ceará-Mirim.
6ª avenida: Alberto Maranhão, com 650 metros de extensão e 25 de largura, traçada  a 71 graus N.NE limitando-se com o bairro da Ribeira terminando o percurso com a praça Pedro Velho pelo poente e com o litoral pelo nascente.
7ª avenida: Sétima, com  1.261 metros de extensão e 30 de largura, traçada na mesma direção das antecedentes, limitando-se  se  com perímetro da Nova Cidade pelo Sul e terminando o percurso com as ruas Seridó e Ceará-Mirim.
8ª avenida: Oitava, com 5.261 metros de extensão e 30 de largura, traçada na mesma direção das anteriores, sendo que 4.000m fora do perímetro da Cidade Nova e 1.261 dentro do perímetro, limitando-se com o perímetro com a rua Ceará-Mirim e a Estrada de Areia Preta.

As ruas
1ª rua: Ceará-Mirim, com 950 metros de extensão e 20 de largura, traçada perpendicular as avenidas, terminando o percurso  na Rua José de Alencar e na Oitava Avenida, pontos de limite da Cidade Nova.
2ª rua: Maxaranguape, com 590  metros de extensão e 20 de largura, traçada perpendicular as avenidas e terminando na Avenida Prudente de Morais e Oitava Avenida.
3ª rua: Apodi, com 940 metros de extensão e 20 de largura, traçada perpendicular as avenidas e terminando o percurso na Rua José de Alencar e Oitava Avenida.
4ª rua: Jundiaí, com 760 metros, traçada perpendicular as avenidas, com percurso terminando na Oitava Avenida e Praça Pio x.
5ª rua: Açu, com 760 metros, traçada perpendicular as avenidas, com percurso terminando na Oitava Avenida e Praça Pio x.
6ª rua:Mossoró, com 910 metros de extensão e 20 de largura, traçada perpendicular as avenidas com percurso terminando na Oitava Avenida e Deodoro da  Fonseca.
7ª rua: Mipibu, com 910 metros de extensão e 20 de largura, traçada perpendicular as avenidas com percurso terminando na Oitava Avenida e Deodoro da  Fonseca.
8ª rua: Trairi, com 910 metros de extensão e 20 de largura, traçada perpendicular as avenidas com percurso terminando na Oitava Avenida, Deodoro da Fonseca e Praç Pedro Velho.
9ª rua: Potengi, com 910 metros de extensão e 20 de largura, traçada perpendicular as avenidas com percurso terminando na Oitava Avenida, Deodoro da Fonseca e atravessando a Praça Pedro Velho.
10ª rua:Seridó, com 910 metros de extensão e 20 de largura, traçada perpendicular as avenidas com percurso terminando na Oitava Avenida, Deodoro da Fonseca e atravessando a Praça Pedro Velho.
11ª rua: Golandim, com 425 metros de extensão e 20 de largura, perpendicular as avenidas Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, fazendo ângulo com a avenida Alberto Maranhão.
12ª rua: Garatuba, com 450 metros de extensão e 20 de largura, traçada a 35 graus S.SE com percurso em direção a rua Silva Jardim e Avenida Alberto Maranhão tendo por limite o bairro da Ribeira.
13ª rua: Santos Reis, com 650 metros de extensão e 20 de largura, traçada a 77 graus  N. NE, terminando seu percurso na rua Seridó e na Estrada de Areia Preta.
14ª rua: Dunas, com 650 metros de extensão e 20 de largura, traçada a 77 graus  N. NE, terminando seu percurso na rua Seridó e na Estrada de Areia Preta.

Fonte: Mensagens do Governador do Rio Grande do Norte para Assembléia, 1904, p. 52.


Inicialmente as avenidas seriam apenas numeradas, depois da 1ª até a 5ª foram nomeadas com nomes do primeiros presidentes republicanos, a 6ª avenida foi nomeada com o nome de Alberto Maranhão, então governador do estado, numa clara bajulação política, atualmente a avenida corresponde a Avenida Afonso Pena.
A Sétima Avenida corresponde atualmente a Avenida Hermes da Fonseca.
A Oitava Avenida corresponde atualmente a Avenida Rio Branco.
Já as ruas  1 a 12 foram nomeadas com nomes de rios do estado, as outras duas com o nome de Santos Reis e Dunas e foram renomeadas posteriormente com outros nomes.Nesse espaço foram construídos alguns equipamentos públicos como a Praça Pedro Velho e a Praça Pio X, esta deu lugar a Catedral Metropolitana de Natal.Na Cidade Nova foi erguido o prédio novo do Ateneu Norteriograndense, com seu prédio em formato de X, há também o  palácio dos esportes ao lado da Praça Pedro Velho, além de varias outras escolas como o Marista, o antigo CIC, atual FACEX, a Escola Anísio Teixeira etc.