Taipu é uma terra pequena, onde, dos devaneios de nossos avós, amores dos nossos pais e sonhos enluarados da infância, fazem dela o relicário da nossa meninice, tão longe e tão perto do coração. Dir-se-ia que naquele rincão descansava a felicidade no meio da carência de tudo. Luís Viana, poeta taipuense.
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sábado, 29 de novembro de 2014
Altar mor da padroeira da padroeira de Taipu
O altar mor é o local onde está localizada a
imagem da padroeira, na matriz de Taipu está em um nicho central em que se
encontram também as imagens de São José e Santa Teresinha do Menino Jesus.
A imagem da padroeira só é retirada
do nicho em que se encontra em dois momentos durante o ano, na abertura e no
encerramento da festa da padroeira, quando percorre em procissão as ruas da
cidade de Taipu.
Hinos da padroeira de Taipu
Quanto
aos hinos da padroeira existem dois que são cantados durante a festa da
padroeira, o hino oficial, atribuído ao padre Afonso Lopes Ribeiro, datado do ano de 1926, e o hino popular, uma
versão do hino da padroeira de Ceará Mirim e de outras paróquias da arquidiocese
de Natal adaptado à padroeira de Taipu (vide apêndice),
Hino à Virgem
do Livramento
De autoria do Pe. Afonso Lopes
Ribeiro, o hino foi composto em provavelmente no ano de 1926, ano em que o
sacerdote era vigário em Taipu.
O hino é um poema lírico composto
por cinco estrofes e um refrão, em que se desvela a necessidade da proteção da
Virgem sobre a vida daqueles que a invocam como sua protetora.
No seu refrão se exalta as virtudes
da Virgem Maria e pede-se sua intercessão.
As nossas
almas vêm pressurosas
Cheias de doce
contentamento
Do seu afeto
trazem-vos rosas
Ó Virgem do
Livramento.
Do céu sois
formosa aurora
Dos que sofrem
sois o alento
Sois nossa Mãe
e Senhora
Ó Virgem do
Livramento.
Nos
sofrimentos de nossos dias
Vós sois um
astro fulgente e santo
Dourando a
terra das alegrias
Calmando a
mágoa do nosso pranto.
As alegrias de
nossas vidas
Nascer
sentimos no coração
A Vós elevamos
ó Mãe querida
Os vossos
hinos de gratidão.
Por vossa
graça e saudade imensa
Aceita hoje,
Mãe do Senhor.
Os lírios
brancos de nossa crença
As rosas
rubras de nosso amor.
Não
há menção à cidade de Taipu, sede da paróquia, somente se canta à Virgem.
Hino popular de Nossa Senhora do Livramento
Hino popular e por isso mais
conhecido e cantado pelos fiéis e desconhecido a autoria do mesmo.
A
melodia é retirada do hino da padroeira de Ceará Mirim, de onde pode se
levantar a hipótese de que tenha vindo daquela paróquia a autoria do mesmo.
Composto
em duas estrofes originais e uma terceira estrofe, acrescentada pelo professor
Gustavo Praxedes, e refrão.
Nossa Senhora
/ Mais bela rosa /
Que Deus
conserva/ em seus rosais/
mandai a terra
/ de paz sequiosa /
as vossas
bênçãos / cheias de paz.
Glória, glória a Virgem pura / sol de augusta
claridade/
Glória à Mãe do livramento/ padroeira da cidade.
Nossa Senhora/
manhã sagrada /
que surge
sempre para Jesus/
a nossa vida /
noite cerrada /
as vossas
bênçãos cheias de luz.
Nossa
Senhora/templo precioso
Da nossa
crença, / branca sem véu
As nossas
almas/ tristes sem pouso
Abri as portas
/de ouro dos céus
Neste
hino são exaltadas as virtudes da Virgem Maria e imploradas suas bênçãos. No
refrão está explicita uma das mais belas imagens que fazem referencia a Nossa
Senhora do Livramento, o “sol de augusta claridade”. A cidade de taipu é
mencionada na estrofe ‘padroeira da cidade’ Este hino ao ser entoado causa
grande comoção nos fiéis que o entoam.
Hino do Hasteamento da Bandeira
Entoado no hasteamento da bandeira
em que está o ícone de Nossa Senhora do Livramento, este hino usado nas
solenidades de abertura e encerramento da festa da padroeira. É desconhecido o
autor deste hino.
Sol de
esperança/ quando aparece /
Doce Rainha /do
céu divino /
Teu nome fala/nas
nossas preces/
Teu nome
canta/ nossos hinos.
A tua alma é
luz que encerra/
As almas todas
num véu/
É a luz que
envolve a terra/
Nos
esplendores do céu.
Nas longas
noites/ tristes sombrias/
No mar
escuro/da nossa vida/
És nossa estrela/Nossa alegria/
Anjo celeste/
Virgem Maria querida.
Hino em
Preparação do Centenário da Paróquia Nossa Senhora do Livramento 1913-2013.
De Autoria de
Antônia Calixto este hino foi composto para preparar o centenário da paróquia
Mil novecentos e treze / dom Joaquim elevou /Em 18
de abril, / a paróquia aprovou, /a veneração a Mãe do Livramento/E Jesus
adorado/ nosso Sacramento.
Indo para o
centenário / Maria, vem nos livrar/
Do
que turva nossa fé/ para juntos caminhar
Mãe do Livramento/ protetora vem e/ sobre teu manto
anos o teu bem/Deixa contemplar-vos sobre tua face/ teu olhar materno que a nós
repassa.
No teu livramento/ traz-nos proteção. / Dá-nos novo
alento/ e mais devoção\Restaura em teus filhos neste itinerário/coragem, graça
e zelo para o Centenário.
Sejamos devotos / em ti confiemos/ pela tradição ó
Mãe do Livramento.\Pelo testemunho fruto do batismo/ pela sã doutrina
professada em Cristo.
Cristo, fundamento / Pedro sucessor / Maria do
cenáculo a Igreja sustentou.\Hoje em nossa vida/ ela é proteção/Maria nos guia
desde a fundação/ Maria nos guia a eterna mansão.
A PADROEIRA DE TAIPU--RN
A
padroeira da cidade e da paróquia de Taipu é Nossa Senhora do Livramento, e sua
imagem se encontra no altar-mor da igreja matriz. A festa litúrgica não possui
uma data fixa no calendário da Igreja, sendo tradicionalmente celebrada
anualmente no ultimo domingo de novembro.
Iconografia da imagem
A iconografia é a
ciência que se dedica ao estudo dos vários tipos de desenhos, esculturas,
imagens e outras formas concretas que se usam para fazer história.
Faremos a seguir uma rápida análise
iconográfica da imagem de Nossa Senhora do Livramento de Taipu.
A Virgem Maria
é representada de pé, vestida com uma túnica e um manto que lhe cinge o corpo.
O manto
azul com ricos brocados dourados, símbolo da realeza; veste uma túnica branca
que representa a pureza virginal de Maria.No
braço esquerdo Maria segura o menino Jesus, despojado de vestes. O menino exibe
os dedos característicos das representações de Cristo, representando a duas
naturezas de Cristo, a humana e a divina. Na mão direita Maria segura um cetro,
símbolo de realeza. Ainda ostenta sobre sua cabeça uma coroa. O menino Jesus
também é ornado de coroa real. Nossa Senhora é vista sobre nuvens ladeadas por
cinco anjos.
No ano 2000 com autorização do Pe. Cláudio
Régio, então administrador paroquial, a imagem foi enviada a Fundação Jose
Augusto para ser restaurada.
Ao
longo de 3 anos de reparos foram devolvidos a imagem os traços característicos
originais quando foram retiradas as várias camadas de tintas que a recobriram
por muito tempo.
Imagem de Nossa Senhora do Livramento antes da restauração. Foto: arquivo
PNSL.
A imagem foi tombada pelo governo do estado como
patrimônio artístico e cultural por meio da Fundação José Augusto, retornou a
matriz de Taipu no dia 18 de novembro de 2001 para o inicio da festa daquele
ano onde forma comemorados os 90 anos da paróquia.
Imagem de Nossa Senhora do Livramento. Foto: arquivo
PNSL.
Imagem de Nossa Senhora do Livramento. Foto: arquivo
PNSL.
Imagem de Nossa Senhora do Livramento. Foto: arquivo
PNSL.
ORIGEM DO TÍTULO E DA DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO
Nesse mês de novembro se celebra a festa da padroeira de Taipu, Nossa Senhora do Livramento, aqui procuramos enfatizar a origem deste titulo dedicado a Virgem Maria.
Maria, a mãe de Jesus, a quem chamamos, carinhosamente de Nossa Senhora é
uma só. A mesma Maria, na devoção popular recebe diversos títulos da parte do
povo. Os títulos atribuídos a Nossa Senhora são muitos e podem ser de origem
litúrgica, histórica ou popular.
De origem litúrgica há,
por exemplo, Assunção, Conceição etc. Os de origem histórica são aqueles que se
referem aos lugares de origem de uma devoção, como nos casos de Lourdes
(França), Fátima (Portugal) etc. Por último, os títulos marianos podem ser de
origem popular, como Nossa Senhora da Saúde, Bom Parto, D’ajuda, estes,
geralmente títulos ligados a momentos difíceis da vida do povo.
E a
devoção a Nossa Senhora do Livramento? Qual a sua origem? Esta devoção é de
origem portuguesa. Portugal tinha sido invadido pelas tropas de Filipe II que
se julgara herdeiro legítimo da coroa portuguesa.
A origem do
deste titulo dedicado a Virgem Maria remonta a cultura religiosa portuguesa e
está envolta em poesia e devoção. Esta devoção se encontra na Arquidiocese de
Braga e também é mencionada em enciclopédias tanto no Brasil como em Portugal.
Na
Arquidiocese de Braga, em Portugal, consta que na igreja da Ordem Terceira de
São Francisco se encontra a imagem de Nossa Senhora Libertadora das Almas do
Purgatório. Já o Pe. Jacinto dos Reis afirma que é mencionada na Grande
Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (Cf. Revista Ave Maria, 2009, p.39).
Há ainda outra versão para a origem
deste titulo atribuído à Mãe de Jesus em que se remonta aos tempos históricos
da União Ibérica, período em que Portugal foi anexado a Espanha, no século XVI.
Um representante da Espanha mandou, na
ocasião prender a todos os nobres portugueses que se recusassem a prestar
homenagens aos invasores espanhóis.
Entre os presos estava Rodrigo Homem de
Azevedo, ardoroso defensor de sua Pátria. Sua esposa, devota de Nossa Senhora
diante da prisão de seu marido recorreu à Virgem Maria neste momento de
angústia. Durante a novena que fazia à N. Sra., a esposa de Rodrigo sonhou as
nove noites com a Virgem Maria que lhe dizia: “não te preocupes, eu que tudo
posso, o livrarei. Se puderes, em algum tempo, edificar-me-ás uma casa”.
Terminada a novena, ela teve um sonho, no qual lhe pareceu ver Nossa Senhora que lhe dizia: “Não te preocupes, eu o livrarei, mas quando puderes edifica uma igreja, para que meu Filho seja glorificado aqui” (Op. Cit., p.39).
Terminada a novena, ela teve um sonho, no qual lhe pareceu ver Nossa Senhora que lhe dizia: “Não te preocupes, eu o livrarei, mas quando puderes edifica uma igreja, para que meu Filho seja glorificado aqui” (Op. Cit., p.39).
Ao ser recebida a graça, Rodrigo
Homem mandou esculpir uma imagem, conforme descrição da esposa em seu sonho:
“Vestido branco. Os cabelos loiros soltos. O Menino Jesus no braço esquerdo e a
mão direita em sinal de amparo”. E porque Nossa Senhora disse “Eu o
livrarei”, deu-lhe o nome de Nossa Senhora do Livramento e construiu
uma capela.
Os
portugueses trouxeram essa devoção para o Brasil e no Rio Grande do Norte ela
se encontra na cidade de Taipu.
Em Taipu a devoção
surgiu em 1839 quando foi solicitado ao bispo de Olinda e Recife, dom João da
Purificação Marques Perdigão, a construção de uma capela dedicada a Nossa
Senhora o Livramento em reconhecimento a uma graça alcançada por dona Inácia
Maria do Carmo, que dou o terreno para a construção da capela.
É a única cidade
no estado do Rio Grande do Norte que possui uma paróquia com este título
dedicado a Virgem Maria. Por isso o povo de Taipu se orgulha de ter uma
padroeira singular que a distingue das demais paróquias do estado.
Nossa Senhora do Livramento, padroeira de Taipu-RN
![]() |
Imagem de Nossa Senhora do Livramento em processo de restauro, 2001. |
![]() |
Imagem de Nossa Senhora do Livramento em seu nicho na matriz de Taipu. |
![]() |
Imagem de Nossa Senhora do Livramento em exposição na igreja matriz de Taipu. |
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Imagens de Taipu-RN (acervo de dona Francisca Avelino dos Santos)
A abaixo algumas imagens de Taipu que pertenceu ao acervo de dona Francisca Avelino dos Santos (1923-2013) de saudosa memória, e que foi doado a este que vos escreve,Pensando na divulgação da memória histórica de Taipu e na divulgação do conhecimento repasso essas preciosas imagens de Taipu e de dona Francisca Avelino aos leitores do blog.A reprodução da imagens é permitida desde que seja citada a fonte.
Carteira de zeladora de dona Luíza Formiga, que era cunhada de dona Francisca, dona Luíza foi zeladora desde o ano de 1936 como se vê na imagem, talvez seja o mais antigo registro de uma zeladora do Apostolado da Oraçaõ em Taipu.
Aluna com o antigo uniforme do grupo escolar Joaquim Nabuco, a mais antiga escola de Taipu, fundada em 1919.Dona Francisca Avelino foi professora daquela instituição de ensino por muitos anos, na foto da década de 1960 mostra como era o uniforme das alunas da época.Salvo engano a aluna que aparece nesta foto é a doutora Maria do Livramento Miranda, professora da UFRN, a quem peço autorização para a publicação caso um dia se porventura um dia veja esta foto, caso não seja peço que desconsidere o pedido e me ajude a identificar a referida pessoa na foto.
Esta imagem mostra a Irmã Natalina Rossetti ( 1923-2014), de saudosa memória, no canto direito da foto.Não foi possível identificar as outras pessoas na imagem tão pouco as circunstância da foto está no arcevo de dona Francisca.
Primeira comunhão de uma turma de lobinhos do 20º grupo de escoteiros Dom Bosco de Taipu-RN, provavelmente na década de 1970.Dona Francisca Avelino foi catequista da paróquia de Taipu, certamente alguns destes lobinhos foram catequizados por elas, pois a foto estava registrada como lembrança destinada a própria.Não consegui identificar os lobinhos na foto ( não são do meu tempo) caso alguém saiba de quem se trata agradeço a colaboração postando os nomes das respectivas pessoas nos comentários.
Reunião do grupo de idosos da paróquia de Taipu em 1956.A foto não deixa claro em que circunstância foi tirada,
Dona Francisca Avelino com o padre Jonerickson Gomes da Silva quando era Administrador paroquial em Taipu em 2004 a quem peço licença para a publicação da foto.
Formatura de Fernando Avelino dos Santos, sobrinho de dona Francisca Avelino.Fernandinho, como era conhecido foi professor de inglês nas escolas estaduais de Taipu, morreu tragicamente afogado na década de 1980, salvo engano.Na foto ainda se vê o cônego Rui Miranda, a irmã Natalina Rossetti e o prefeito na época Geraldo Lins.Na foto original não havia a data do corrido.
Foto do clube de mães da paróquia de Taipu.Na foto original não havia data.Não consegui identificar o prédio que tinha o nome da padroeira de Taipu.Sabe-se que a atual escola estadual Adão Marcelo da Rocha se chamou inicialmente de Nossa Senhora do Livramento, mas na imagem o prédio em nada lembra o atual prédio da escola Adão Marcelo.
Dona Francisca visitando frei Damião enfermo no convento do Pina em Recife, em 1997.
Imagem de Nossa Senhora do Livramento antes da restauração.Dona Francisca era devota da padroeira de Taipu.Sem data.
Dona Francisca Avelino com padre Cláudio Régio da Silva Bezerra ( a esquerda) e dom Heitor de Araújo Sales quando esteve em visita pastoral em Taipu em 1999.
Primeira comunhão de um lobinho do 20º grupo de escoteiros Dom Bosco de Taipu. Sem data.
Turma de primeira comunhão em frete a matriz de Taipu, provavelmente a turma que foi preparada por dona Francisca Avelino.
Festa de primeira comunhão da primeira turma de lobinhos do 20º grupo de escoteiros Dom Bosco de Taipu.Sem data.
Dona Francisca Avelino ( com violão ajoelhada) na escola Santa Águeda em Ceará-Mirim.Na foto original não havia data nem a circunstância do encontro.Dona Francisca era eximia tocadora de violão e gostava de tocar serestas, recitar poesias e fazer saraus.
Curso de bordado no centro social Dom Bosco.Dona Francisca também ajudou como voluntária no centro social.
Grupo de idosos do centro social Dom Bosco.Sem data e circunstancia da foto.Vê-se no canto esquerdo o padre João Correia de Aquino, conhecido com Pe. Aquino em Taipu, a foto é da década de 1970 pois o referido padre já usava roupa social ao invés da batina clerical, fato que ocorreu na Igreja católica a partir de 1970.
Pastoril de dona Francisca.O pastoril de dona Francisca era famoso em toda região do Mato Grande na década de 1960.Segundo me contou em vida dona Francisca percorria as paróquias e as cidades da região do Mato Grande para arrecadar donativos para as obras de ampliação da matriz que ocorreu entre 1956 e 1963.
Turma de Lobinhos do 20º grupo de escoteiros Dom Bosco de Taipu.Sem data e circunstancias da foto.
Cruzada Eucarística, conhecida como a Cruzadinha, movimento pastoral da Igreja católica instalado na paróquia de Nossa Senhora do Livramento na década de 1950.Na foto o grupo está em frente a matriz.Sem data e circunstancias da foto.
Dona Francisca tinha um acervo imenso de cartões postais enviados por parentes e familiares um deste é o da estação central da REFFSA em Recife-PE.
Imagens de Taipu na ferramenta Google Maps do Google
A baixo estão algumas imagens de satélite capturadas na ferramenta Google Maps do Google.É possível vê com nitidez a topografia de Taipu (cidade) e outros distritos.
Detalhe de Taipu vista do satélite do google maps trecho um pouco depois da Estação ferroviária e o centro histórico.
Detalhe de Taipu vista do satélite do google maps aqui o recorte da imagem capturou o trecho entre a rua Geraldo Ferreira da Cruz e a Antonio Alves da Rocha
Detalhe de Taipu vista do satélite do google maps do centro de Taipu
Imagem de satélite de Taipu (sede municipal, zona urbana)
Detalhe de Taipu vista do satélite do google maps captura da zona urbana completa
Distrito do Ingá
A Serra Pelada vista do satélite do google maps
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
HISTÓRIA DA PARÓQUIA DE TAIPU
Contextualização histórica
A época da criação da
paróquia de Taipu, em 1913, a Igreja Católica estava sob os cuidados do papa
Pio X (1903-1914) que segundo Pierrard (2006, p.253) manteve em seu pontificado
ares de um cura de interior. Sua divisa era Instaurare
omnia in Christo (restaurar tudo em Cristo), onde preocupou-se menos em
inovar e mais em defender e aprofundar.Fez a reforma da música sacra (1903),
fomentou a frequência regular aos sacramentos, principalmente à comunhão eucarística,
reformou breviário ( 1905) e reelaborou
o Código de Direito Canônico.Sua meta era dispor aos membros da Igreja instrumentos
mais adequados de santificação.No Brasil criou a diocese de Taubaté-SP e a arquidiocese
de Aracaju-SE.Foi canonizado em 1954.
Criada a diocese de Natal em 1909
dom Joaquim Antonio de Almeida (1868-1947[1]) foi designado
para assumir a recém criada diocese da capital potiguar. Seu episcopado em
Natal durou 4 anos.Dentre a atuação episcopal de dom Joaquim Antônio de Almeida
está a criação da Paróquia Nossa Senhora do Livramento de Taipu criada em 18 de
abril de 1913 tendo sido a única paróquia criada por ele em seu episcopado.
No
ano do centenário da paróquia de Taipu, 2013, encontra-se à frente da Igreja
Católica o papa Francisco, eleito em 07\03\2013, já a frente da Arquidiocese de
Natal, da qual pertence territorialmente a paróquia Nossa Senhora do
Livramento, está Dom Jaime Viera Rocha.
A criação de uma paróquia é
prerrogativa de um bispo, assim, como já visto a cima à paróquia de Taipu foi
canonicamente criada pelo bispo de Natal dom Joaquim Antonio de Almeida em 18
de abril de 1913, tendo sido esta a única paróquia criada por ele em seu
ministério episcopal. Sua instalação se deu por membros da cúria diocesana de
Natal no dia 1 de maio de 1913.
A criação da paróquia de Taipu
A criação de uma paróquia é
prerrogativa de um bispo, assim, a paróquia de Taipu foi canonicamente criada
pelo bispo de Natal dom Joaquim Antonio de Almeida em 18 de abril de 1913 “por
decreto diocesano de 18 de abril de mil novecentos e treze foi instalada em 1
de maio do mesmo anno a freguesia de Taipu, desmembrada da de Ceará-Mirim pelos
limites civis” (LT, p 02-3).
Sua instalação se deu por
membros da cúria diocesana de Natal no dia 1 de maio de 1913 durante a missa
solene para tal finalidade, contando com grande concurso de fiéis e autoridades
civis. A missa fora celebrada na igreja de Nossa Senhora do Livramento que
doravante passaria a condição de matriz.
Nomeação do primeiro pároco
A nomeação do primeiro padre a
assumir a nova paróquia foi assinada pelo bispo no dia 21 de abril de 1913, tendo
sido designado o então vigário paroquial de Ceará Mirim, o padre Jéferson
Urbano Rodrigues da Rocha, para a função, sua posse deu-se no dia 01 de maio de
1913 conforme consta no livro tombo da paróquia (LT, p 02-3):
Foi feita a provisão de
vigário sendo nomeado para isto o Revmo. Sr. Padre Jéferson Urbano Rodrigues
[...] o decreto e provisão do vigário foram lidos em Taipu e Ceará- Mirim pelo
padre Cicco, vigário de Ceará-Mirim e encarregado de Taipu[2].
O padre Jeferson assumiu a paróquia
de Taipu por breve período de tempo, pois em 1914 já não consta seu nome como
pároco da Paróquia tendo a função assumida pelo Pe. Celso Cicco de Ceará Mirim.
Estava
concretizado, portanto, o sonho da comunidade taipuense da criação da paróquia.
Sonho que havia sido acalentado anos antes, mas que só pode ser concretizado
pela condescendência de dom Antônio Joaquim de Almeida.
Instalação da paróquia
Eis
o texto da ata de instalação da paróquia de Taipu conforme consta no livro
tombo paroquial (LT p, 3):
Ata da installação da freguesia de Taipu, em 1 de maio de 1913.
Para maior glória de Deus e salvação das almas, ao 1 de maio de mil
novecentos e treze perante grande numero de fieis em presença dos Revmos.
missionários frei André Araújo e frei Alfredo Madureira, franciscanos religiosos
e testemunhas [...] ficou installada a
freguesia de Taipu, desmembrada da freguesia de Ceará-Mirim, por decreto do Exmo. e
Revmo. Sr. D. Joaquim de Almeida
d.d bispo de Natal, nomeando para vigário o Revmo. Pe Jéferson Urbano Rodrigues
da Rocha do ato de 18 de Abril de 1913. E para constar lavrou-se esta presente
ata [...] [3].
Limites da nova paróquia
A
sede da paróquia seria a cidade de Taipu e o território da paróquia foi
estabelecido entre os limites civis dos municípios de cidade de Ceará-Mirim e Taipu (até Baixa Verde) permanecendo com
essa configuração territorial até 1929 quando foi criada a paróquia Nossa
Senhora Mãe dos Homens da cidade de Baixa Verde (João Câmara-RN).
Primeiros
sacramentos realizados na nova paróquia
O primeiro batizado realizado na paróquia de Taipu foi
realizado antes mesmo de sua criação canônica em 01 de abril de 1913 conforme o
primeiro livro de batizados da paróquia
Ao primeiro de abril de mil novecentos e treze na
matriz de Taipu baptizei solenemente a Maria, nascida a vinte de fevereiro do
mesmo anno, filha legitima de José Barbosa do Nascimento e Maria Francisca
Bezerra, sendo padrinhos Antônio Venceslau Barreto e Josefa Bonifácio
Rodrigues. Do que mandei fazer este assento em que me assigno. Pe Jefferson
Urbano, vigário de Taipú (Livro de batismo Nº 1, p.1.).
No batistério é
informado o nome da primeira pessoa a ser batizada na paróquia de Nossa Senhora
do Livramento, uma menina, batizada com o nome de Maria, como de costume à
época as crianças eram batizadas ainda recém-nascidas, esta foi batizada com 33
dias de nascida. Foi, portanto, segundo a teologia sacramental da Igreja, a
primeira pessoa nascer espiritualmente na paróquia de Taipu.
Quanto ao
sacramento do matrimônio o primeiro registro de casamento foi perdido pela ação
do tempo que destruiu o assento de casamento no primeiro livro de casamentos da
paróquia. O matrimonio mais antigo registrado neste livro foi o casamento de
José Alexandre dos Santos e Maria Francisca de Aguiar, realizado no dia 15 de
março de 1914 na capela de Assunção em Baixa Verde (João Câmara-RN) à época
capela da paróquia de Taipu tendo sido o casamento celebrado pelo padre Celso
Cicco (Cf. Livro de casamentos nº 1, p.2).Em relação ao sacramento da primeira comunhão é desconhecida quando
tenha sido realizada a primeira vez na paróquia de Taipu. O mesmo se diz do
sacramento da crisma, sendo este reservado ao bispo, só mesmo quando o bispo
empreendia uma visita pastoral era então que se administrava este sacramento.
Na Paróquia de Taipu a primeira visita pastoral realizada após a criação da
paróquia e ocorreu em 1919 pelo bispo do José Pereira dos Santos.
Inauguração da capela de Baixa Verde
Dois anos após a criação
foi inaugurada a capela Nossa Senhora Mãe dos Homens do distrito de Baixa Verde
que segundo Aldo Torquato (2009, p.134):
Foi construída a Capela Nossa Senhora Mãe dos
Homens, com projeto do eng. Dr. Antônio Proença, com recursos da Companhia
Agrícola do Torreão, tendo como construtor o padre alemão Fernando Noite, da
ordem da Sagrada Família, e doada à comunidade, em 1915, com as seguintes
dimensões: 11,90 metros de cumprimento por 4,90 de largura.
Conforme
tradição, a razão de sua construção está em uma promessa feita por Antônio
Proença para que Nossa Senhora Mãe dos Homens intercedesse em favor das vítimas
de uma epidemia ocorrida depois do ano de 1910. A extinção da epidemia
popularizou a devoção à virgem Maria sob o título de Nossa Senhora Mãe dos
Homens, embora já existisse há anos a capela de Nossa Senhora da Assunção no
distrito de mesmo nome foi escolhida essa para ser a padroeira do lugar (Cf. pascomjoaocamara.blogspot.com.br.
Acesso em 21.06.2012).
Construção da capela de Barreto (atual Bento Fernandes-RN)
A
Capela do Sagrado Coração de Jesus, que é o marco inicial daquele município
ainda existe, embora em situação precária e sem uso litúrgico. Uma nova igreja começou
a ser construída em 1954 por iniciativa do padre Lucilo Alves Machado ainda
quando Barreto fazia parte do município e da paróquia de Taipu. Posteriormente
a comunidade de Barreto passou à paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens de João
Câmara-RN.
Bento
Fernandes foi uma das cidades da região do Mato Grande que também recebeu
assistência das Irmãs do Imaculado Coração de Maria entre as décadas de 1960 e
1970.
Capela de Assunção
Em
1926 foi construída uma nova capela na comunidade de Assunção (cf. Torquato,
2009, p. 95), tendo como padroeira justamente Nossa Senhora da Assunção, tendo
sua construção mandada ser erguida pelo senhor Domingos Romano. No dizer de
Torquato “Assunção era então florescente aglomerado humano com bastante comércio”
(2009, p.95), tendo sido suplantada pela vizinha Matas, futura Baixa Verde.
Criação da Paróquia
de Nossa Senhora Mãe dos Homens de Baixa Verde
Até
esta data a cidade de Baixa Verde, atual João Câmara, pertenceu pastoralmente a
paróquia de Taipu. A capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, que passou a ser a
matriz daquela cidade que começou a ser construída em 1910 tendo sido
inaugurada no ano de 1915. A nova igreja matriz começou a ser construída em
1934.
Extensão territorial e populacional da paróquia de
Taipu
Atualmente (2013) a paróquia Nossa
Senhora do Livramento tem sua extensão territorial delimitada pela totalização
geográfica das cidades de Taipu (352,7 km²) e Poço Branco (230,39 Km² )
o equivalente a 583,09 km² e sua
população é estimada em 25.785
mil habitantes correspondente ao total de habitantes dos 2 municípios.
Reconhecimento oficial da existência da paróquia de
Taipu
Não existe nenhum documento legal que ateste a
criação da paróquia Nossa Senhora do Livramento tanto na paróquia de Taipu como
na paróquia de Ceará Mirim, que foi a paróquia de origem de Taipu. Também não
há nos arquivos da Cúria metropolitana, nenhum documento oficial com amparo
jurídico legal que atestasse de fato a existência da paróquia de Taipu.
No ano de 2006, o então arcebispo
metropolitano de Natal, dom Matias Patrício de Macedo, fez o reconhecimento da
existência da paróquia de Nossa Senhora do Livramento de Taipu.
[1] Nasceu no dia 17 de agosto de 1868 em Goianinha-RN.Ingressou
no seminário em 1889 no Seminário Maior de Fortaleza.Ordenado sacerdote em
2\12\1894.Exerceu a função de professor do recém criado seminário da diocese da
Paraiba do qual foi reitor (1898-1906)Em 1905 foi eleito bispo da diocese de
Teresina-PI, sendo o primeiro sacerdote potiguar a ascender ao
episcopado.Criada a diocese de Natal em 1909 dom Joaquim foi designado para
assumir a recém criada diocese da capital potiguar.Seu episcopado em Natal
durou 4 anos.Morreu em 30\03.1947 em Macaiba-RN.
[2] Em Ceará Mirim, a ata de
criação da paróquia de Taipu foi registrada no livro tombo Nº 1, p.182.
[3]Segue a lista das
assinaturas dos presentes a instalação da paróquia. Os Grifos são nossos.
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