Nascido
em Macau no dia 22/11/1883, era filho de um industrial salineiro e major da
guarda nacional, Manoel Lopes Ribeiro, sua mãe foi Antonia Lopes
Ribeiro.Segundo Gurgel [ 2002, p. 178 ] era inteligentíssimo, porém, com um
temperamento imprevisível. Como padre assumiu as paróquias de Areia Branca de 1918
a 1922.tinha um excelente dom para a oratória.
Valendo-se de sua inteligência e
inspiração poética compôs marchinhas de carnaval e jornadas para o pastoril.
Foi
vigário de Taipu em 1926, entre 1927 e 1929 esteve na paróquia de São
Gonçalo.Transferiu-se por vontade própria para São Paulo e
depois na diocese Ribeirão Preto a fim de procurar tratamento para a saúde
debilitada.
Morreu em 10/07/1937 aos 54 anos e 31 de vida
sacerdotal.
Segundo
Câmara Cascudo o padre Afonso foi suspenso de ordens em 1912 por ter dado uma
resposta intempestiva ao bispo de Natal num encontro do clero em Ponta Negra, a
suspensão foi por 6 anos, período no qual o padre ficou lecionando em escolas
de Natal.Terminada a suspensão foi nomeado vigário de Areia Branca.Naqueles
confins do Rio Grande do Norte o padre aprontou tantas outras na pequena
vila.Conquistou a admiração da população pelo seu carisma e assim se viu
envolvido em muitas historias cercada de irreverência e até mesmo de violência
segundo afirma Gurgel [ 2002, p.178 ].
Foi
o padre Afonso Lopes Ribeiro quem escreveu o poema ‘o luar de Taipu’ assim
também como os hinos da padroeira Nossa Senhora do Livramento no curto período
de tempo em que esteve a frente da paróquia de Taipu.
Eis a baixo o poema Luar de Taipu e os hinos de Nossa Senhora do Livramento, padroeira de Taipu, de autoria do padre Afonso Lopes Ribeiro.
Luar de Taipu
Nesta hora cantam as aves
E o nosso peito se agita
Quanta inspiração palpita
Desde as flores ao bambu
A natureza desperta
E as virgens cantam sonhando
Por entre risos saudando
O luar de Taipu
Oh lua! Quando apareces
Com raios do sol dourado
Toda chique embalsamada
Nos cumes dos verdes montes
Faz nos lembrar com saudade
Da vida dos tempos primeiros
Quando alegre e prazenteiro
Seus raios beijavam a fonte
Bendita seja mil vezes
Lua de um céu prateada
Lua de amor engastada
Num diadema de luz
Astro famoso
Será uma jaça em punjança
O sol da nossa esperança
Na terra de Santa Cruz.
Hino oficial de Nossa Senhora do Livramento
As nossas almas vêm pressurosas
Cheias de doce contentamento
Do seu afeto trazem-vos rosas
Ó Virgem do Livramento.
Do céu sois formosa aurora
Dos que sofrem sois o alento
Sois nossa Mãe e Senhora
Ó Virgem do Livramento.
Nos sofrimentos de nossos dias
Vós sois um astro fulgente e santo
Dourando a terra das alegrias
Calmando a mágoa do nosso pranto.
As alegrias de nossas vidas
Nascer sentimos no coração
A Vós elevamos ó Mãe querida
Os vossos hinos de gratidão.
Por vossa graça e saudade imensa
Aceita hoje, Mãe do Senhor.
Os lírios brancos de nossa crença
As rosas rubras de nosso amor.
Não há menção à cidade de Taipu, sede da paróquia, somente se canta à Virgem.
Hino popular de Nossa Senhora do Livramento
Nossa Senhora / Mais bela rosa /
Que Deus conserva/ em seus rosais/
mandai a terra / de paz sequiosa /
as vossas bênçãos / cheias de paz.
Glória, glória a Virgem pura / sol de augusta claridade/
Glória à Mãe do livramento/ padroeira da cidade.
Nossa Senhora/ manhã sagrada /
que surge sempre para Jesus/
a nossa vida / noite cerrada /
as vossas bênçãos cheias de luz.
Nossa Senhora/templo precioso
Da nossa crença, / branca sem véu
As nossas almas/ tristes sem pouso
Abri as portas /de ouro dos céus
Fonte: GURGEL, Deifilo. Areia
Branca: a terra e a gente. Natal: D. Gurgel, 2002.
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