Com a nomeação para Administrador
Apostólico da Arquidiocese de Natal de Dom Eugênio Sales em 1954 a ideia da
construção de uma Nova Catedral voltou a ser discutida, dessa vez com um novo
projeto a fim de atender as circunstâncias da época no tocante ao custo da
construção[1].
O novo projeto apresentado substituiu a
arquitetura gótica pela neorromana, com capacidade para acomodar até 6.000
pessoas.
Esse projeto para a nova catedral de
Natal coube ao arquiteto Calixto de Jesus Neto, o mesmo que havia projetado a
Basílica de Aparecida, assim, foi abandonado o estilo gótico do primeiro
projeto e em seu lugar surgiu um novo em estilo neorromano.
Em 18/09/1955 o arquiteto autor do projeto da Nova Catedral esteve em Natal para apresentar numa conferência os detalhes do projeto e justificando as modificações introduzidas na planta original.
Projeto de Calixto de Jesus Neto para a nova catedral de Natal em 1955. |
O projeto de Calixto de Jesus Neto
De acordo com o projeto do arquiteto Calixto de Jesus Neto, a catedral seria construída em forma de cruz e ornamentada com duas torres, porta principal, batistério, altares laterais, altar-mor no centro da nave com visão de qualquer ângulo, coro, sacristia, capela do Santíssimo Sacramento.A igreja teria capacidade para 2.000 pessoas sentadas e 4 mil em pé.
Suas proporções seriam de 80m de comprimento por 72m de largura. Na frente seria feito um jardim para ornamentar o espaço externo da catedral.Foi incluso ainda no projeto a construção do palácio arquiepiscopal anexo ao corpo da catedral.
Fonte:
O Poti, 1955, p. 8 e Diário
de Natal, 1973, respectivamente. |
Como visto pela
planta do projeto a catedral em estilo neorromano seria majestosa do ponto de
vista estético e monumental arquitetonicamente.
O inicio das obras
As obras desse projeto se iniciaram na
comemoração do cinquentenário de morte do Pe. João Maria em 16/10/1955 com a
benção da pedra fundamental, nos dias seguintes o material foi encostado na
praça Pio X para dar início às obras de fato.
Neste evento dom
Eugênio Sales fez uma alocução aos presentes em que dentre outras coisas
destacou que aquela data não poderia ser melhor para reiniciar o sonho começado
pelo padre João Maria de dotar Natal de
uma catedral.Ali, na praça, local escolhido pelo padre João Maria, se daria a
concretização desse sonho, segundo afirmou dom Eugênio Sales (O POTI, 1955,
p.4).
Ainda segundo ele:
Aguardamos ansiosos a entrega por parte da prefeitura, da praça que é
nossa, da Arquidiocese. Este terreno nos pertence, nele sonhou o padre João
Maria a ereção de sua Igreja Nova, nele será erguida o grande monumento de
nossa fé. Uma catedral é a profissão religiosa de um povo, de uma cidade. Uma
catedral, igreja mãe da Arquidiocese, é o testemunho aos pósteros do amor a
Deus e a fidelidade a Igreja em uma região e por parte de gerações (O POTI,
1955, p.4).
Iniciavam-se
assim as campanhas para a construção da Nova Catedral da parte Dom Eugenio
Sales. Nas campanhas estampadas nos jornais de Natal se lia “Nenhum católico
pode ficar indiferente a campanha pró-construção da nova catedral de Natal. A
grandiosidade da obra requer a colaboração de todos” (O POTI, 1955, p.4).
Inicialmente
foram construídas a sacristia, o arquivo da cúria, as salas de expediente, a
biblioteca e capela particular do Arcebispo, igualmente foram levantados os
alicerces e subiram as paredes, faltando o revestimento e o piso.
Em
1956 alguns metros de alicerce já haviam sido concluídos. A prefeitura de
Goianinha foi a primeira prefeitura do estado a conceder auxilio para a
construção da Nova Catedral de Natal, em projeto aprovado pela câmara municipal
a prefeitura destinaria a quantia de 5 mil cruzeiros anualmente até a conclusão
da obra (O POTI, 1956, p. 8).
Outras campanhas foram sendo feitas em
prol da construção da Nova Catedral.
Projeto de Calixto de Jesus Neto para a nova catedral de Natal em 1955. Imagens elaboradas por Jônatas Rodrigues a pedido do autor do blog, 2018. |
[1] Dom Eugênio de
Araújo Sales foi o 1º Bispo Auxiliar de
Natal nomeado em 01/06/1954 e em 1962 foi
designado administrador apostólico da Arquidiocese de Natal, função que exerceu
até 1965. Em 1964 foi nomeado administrador
apostólico da Arquidiocese de São Salvador da Bahia.
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