quinta-feira, 6 de novembro de 2025

SOBRE AS ESCAVAÇÕES EM VILA FLOR EM 1987


Em 29/11/1987 o jornal O Poti apresentou uma reportagem de Margareth Martins e fotos de Jorge Filho sobre as escavações que estavam acontecendo na cidade histórica de Vila Flor.

As imagens da referida reportagem ilustrava as escavações arqueológicas da praça da cidade que segundo a referida rerporter serviria para reconstituir o conjunto formado pela Casa de Câmara e Ifreja de Nossa Senhora do Desterro, do Covento da Ordem dos Camelitas, o qual era constituido da sede principal e mais uma escolam e hospital, datados dos séculos XVII e XVIII.

Os trabalhos de escavações foram iniciados em agosto de 1987, através de um convênio entre a Fundação Pró-Memória e a Universidade FEderal do Rio Grande do Norte-UFRN, e deveriam ser concluidos até março

de 1988.

Segundo a matéria apesar das escavações ainda estarem em fase inicial, já haviam sido descobertos detalhes, que poderiam reconstituir o conjunto arquitetônico, como por exemplo, a existência de uma rua entre o Cruzeiro e a fileira de casas atuais da cidade, onde há cerca  de 200 anos deveria haver um arruamento nativo.

Descobriu-se também que na base do Cruzeiro, existiu, provavelmente, um Capela primitiva em formato retangular, utilizada pelos Carmelitas antes da construção da Igreja de Nossa Senhora do Desterro, que fora restaurada no inicio da década de 1980 e tombada pelo IPHAN.

Segundo previsões da arqueóloga responsável pelo projeto, Gabriela Souto Maior, havia a perspectiva de se encontrar os restos dso alicerces do pelourinho, e de um arruamento situado em frente a igreja.

O documento histórico-arqueóogico, em elaboração pela equipe de Gabriela Souto Maior, era praticamente o primeiro realizado sobre a Missão Carmelita de Vila Flor.

Outro trabalho semelhante vinha sendo realizado no Vale do São Francisco, na área que seria inundada pela construção da Usina Hidrelétrica de Sobradinho onde outrora existiam 11 Missões Carmelitas.

Todo o material recolhido em Vila Flor, como restos de pequenos ossos, cacos de cerâmica, provavelmente de origem portuguesa, areia, pedras e acahdos diversos, estavam sendo acondicionados em sacos plásticos, marcados e guardados no térreo da Casa de Câmara, prédio também tombado pelo IPHAN.

Os arqueólogos deveriam dar maior intensidade ao trabalho de escavações entre janeiro e fevereiro de 1988, a fim de permitir a conclusão do mapeamento, que serviria de parâmetro para a reconstituição do conjunto arquitetônico a partir daquele ano de 1988.

A equipe era por cinco professores, todos arqueólogos, dois com doutorado, dois com mestrado e um em fase de pós-gradução.

O trabalho vinha sendo apoio direto da terceira regional da Fundação Pró-Memória, com sede em Fortaleza-CE e dirigida a época por Domingos Cruz Linheiros.

O grupo de arqueólogos apresentaria os estudos preliminares no auditório da Fundação José Augusto em Natal, no dia 01/12/1987.[ Fonte: O Poti,29/11/1987,p.11.

Passados 38 anos as perguntas que se fazem é:  a que conclusões chegou essa equipe de arqueólogos?; o que foi feito desse material que foi coletado nas escavações supramencionada? Que destino teve esse material? 

Recentemente nas ruínas da igreja de Estremoz do mesmo periodo da igreja de Vila Flor deu-se inicio escavações idênticas pela mesma UFRN.O questionamento que se faz é será que teremos o mesmo destino ignorado dos materiais coletados como se procedeu em Vila Flor que ninguém sabe o paradeiro dos materiais de valor histórico para a cidade.













sábado, 1 de novembro de 2025

SOBRE O ENSINO PÚBLICO E PARTICULAR EM TAIPU EM 1943

 

O ensino primário de Taipu estava sendo ministrado no ano de 1940 em seis escolas estaduais e quatro particulares, sendo três subvencionadas pelo governo do Estado.

As primeiras eram as Escolas Reunidas Joaquim Nabuco, na cidade, e as escolas isoladas que funcionavam nos povoados dos Barreto[1], Gameleira e Poço Branco[2] e nos lugares Belo Horizonte[3] e Pitombeira; as particulares subvencionadas estavam situadas nas fazendas Inhandú[4] e Riacho Fechado[5], e a particular não subvencionada, na cidade.

No ano de 1940, quando funcionou a mais uma escola  estadual, a matricula geral foi de 583 alunos, figurando o sexo masculino com 255 e o feminino com 328; as frequências medias foram de 397, 173 e 224, respetivamente.

As aprovações chegaram a 99 homens e 135 mulheres (234), cabendo as conclusões de curso, no total de 56, a 17 homens e 39 mulheres.

Não havia, em Taipú, outra espécie de ensino além do primário elementar e a prefeitura do município não mantinha, nem subvencionava, qualquer outra escola.


 

Fonte: Câmara, Anfilóquio. Cenários Municipais (1941-1942).Natal: Oficinas do D.E.I.P, 1943, p.394-395.



[1] Atual cidade de Bento Fernandes.

[2] Atual cidade de mesmo nome.

[3] Atualmente distrito do municipio de Bento Fernandes.

[4] Atualmente no municipio de Poço Branco.

[5] Atualmente no municipio de Bento Fernandes.

SOBRE A ESCOLA RUDIMENTAR DE PITOMBEIRA


A Escola Rudimentar de Pitombeira, criada em 1922, representou um marco importante na expansão do ensino primário no interior do Rio Grande do Norte. Inserida no contexto das políticas educacionais da Primeira República, sua fundação teve como objetivo atender às populações rurais afastadas dos centros urbanos, onde o acesso à instrução pública ainda era escasso.

Localizada no Engenho Pitombeira, no município de Taipu, a escola surgiu como resultado do esforço de autoridades locais e do governo estadual em ampliar a alfabetização e formar cidadãos aptos às demandas sociais e econômicas da época.

A criação da Escola Rudimentar de Pitombeira refletia o ideal de “civilização pelo ensino”, defendido pelas elites republicanas potiguares, que viam na educação um meio de integração nacional e de progresso moral. Seu funcionamento, ao longo das décadas seguintes, acompanhou as transformações do sistema escolar, sendo gradualmente incorporada à rede de ensino primário oficial com a introdução dos grupos escolares e, mais tarde, das escolas isoladas rurais.

A Escola Rudimentar de Pitombeira foi criada pelo  decreto nº 170, de 18 de maio de 1922

         Essa escola seria provida nos termos do art. 70, paragrafo 2º da Lei de Ensino então vigente, podendo igualmente ser nomeado, provisoriamente, para regê-la, professors diplomados, os quais receberiam em tal caso uma gratificação correspondente aos vencimentos dos professors de grupos escolares de 3ª classe, ou de escolas isoladas.[1]

         Pelo decreto nº 158, de 13 de junho de 1936 a escola isolada do Umari foi transferida para Pitombeira[2], indicando que até aquele ano a escola da Pitombeira não estava funcionando.

O modelo de “escola rudimentar” era simples: funcionava em prédios modestos, muitas vezes adaptados de casas particulares, e oferecia um currículo elementar voltado à leitura, escrita, cálculo e noções de civismo.

As professoras

O corpo docente geralmente era composto por um único professor, que ensinava todas as disciplinas a alunos de idades e níveis diferentes. As condições materiais eram limitadas — carteiras de madeira, lousa, alguns livros didáticos e o quadro de frequência. Mesmo assim, a escola desempenhava papel central na vida comunitária: além de educar, servia como espaço de reuniões, celebrações cívicas e ponto de referência cultural para os moradores.

         Em 21/01/1939 foi nomeado em carater efetivo a professor Elita Elina da Costa para escola isolada de Pitombeira.[3]

         A referida professora foi removida desta escola para a escola isolada de Morrinhos, em Papari, a 25/01/1940.[4]

Maria de Lourdes Reis de Oliveira foi nomeado efetivamente para reger a escola isolada de Pitombeira.[5]

         Francisca de Sá Bezerra, professora de 4ª classe, exercia o magistério na escola isolada de Pitombeira entre 1943 e 1945, quando Foi removida , a pedido, da escolas isolada de Pitombeira para o Grupo Escolar Presidente Roosevelt da povoação de Parnamirim.[6]

         Maria Oneida Rocha foi contratada para reger interinamente, como subsituta,  a Escola Isolada de Pitombeira, durante o impedimento da professora titular Francisca de Sá Bezerra.[7]

Importância da Escola Rudimentar de Pitombeira

Assim, a escola de Pitombeira de 1922 simboliza a fase pioneira da escolarização pública em áreas rurais do Rio Grande do Norte — um esforço modesto, mas decisivo, para inserir a educação no cotidiano de comunidades antes excluídas do projeto educacional republicano.

Apesar de não existir mais a Escola Rudimentar de Pitombeira simboliza um importante marco histórico do municipio de Taipu.


Aspectos da fazenda Pitombeira, antigo engenho de mesmo nome em Taipu




[1] Atos Legislativos e Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1922,p.437.

[2] Atos Legislativos e Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1936,p.517.

[3] A Ordem,21/01/1939,p.4.

[4] A Ordem,25/01/1940,p.4.

[5] A Ordem,26/09/1940,p.2

[6] A Ordem,04/08/1945,p.2

[7] A Ordem,25/02/1944,p.3.