sábado, 1 de novembro de 2025

SOBRE A ESCOLA RUDIMENTAR DE PITOMBEIRA


A Escola Rudimentar de Pitombeira, criada em 1922, representou um marco importante na expansão do ensino primário no interior do Rio Grande do Norte. Inserida no contexto das políticas educacionais da Primeira República, sua fundação teve como objetivo atender às populações rurais afastadas dos centros urbanos, onde o acesso à instrução pública ainda era escasso.

Localizada no Engenho Pitombeira, no município de Taipu, a escola surgiu como resultado do esforço de autoridades locais e do governo estadual em ampliar a alfabetização e formar cidadãos aptos às demandas sociais e econômicas da época.

A criação da Escola Rudimentar de Pitombeira refletia o ideal de “civilização pelo ensino”, defendido pelas elites republicanas potiguares, que viam na educação um meio de integração nacional e de progresso moral. Seu funcionamento, ao longo das décadas seguintes, acompanhou as transformações do sistema escolar, sendo gradualmente incorporada à rede de ensino primário oficial com a introdução dos grupos escolares e, mais tarde, das escolas isoladas rurais.

A Escola Rudimentar de Pitombeira foi criada pelo  decreto nº 170, de 18 de maio de 1922

         Essa escola seria provida nos termos do art. 70, paragrafo 2º da Lei de Ensino então vigente, podendo igualmente ser nomeado, provisoriamente, para regê-la, professors diplomados, os quais receberiam em tal caso uma gratificação correspondente aos vencimentos dos professors de grupos escolares de 3ª classe, ou de escolas isoladas.[1]

         Pelo decreto nº 158, de 13 de junho de 1936 a escola isolada do Umari foi transferida para Pitombeira[2], indicando que até aquele ano a escola da Pitombeira não estava funcionando.

O modelo de “escola rudimentar” era simples: funcionava em prédios modestos, muitas vezes adaptados de casas particulares, e oferecia um currículo elementar voltado à leitura, escrita, cálculo e noções de civismo.

As professoras

O corpo docente geralmente era composto por um único professor, que ensinava todas as disciplinas a alunos de idades e níveis diferentes. As condições materiais eram limitadas — carteiras de madeira, lousa, alguns livros didáticos e o quadro de frequência. Mesmo assim, a escola desempenhava papel central na vida comunitária: além de educar, servia como espaço de reuniões, celebrações cívicas e ponto de referência cultural para os moradores.

         Em 21/01/1939 foi nomeado em carater efetivo a professor Elita Elina da Costa para escola isolada de Pitombeira.[3]

         A referida professora foi removida desta escola para a escola isolada de Morrinhos, em Papari, a 25/01/1940.[4]

Maria de Lourdes Reis de Oliveira foi nomeado efetivamente para reger a escola isolada de Pitombeira.[5]

         Francisca de Sá Bezerra, professora de 4ª classe, exercia o magistério na escola isolada de Pitombeira entre 1943 e 1945, quando Foi removida , a pedido, da escolas isolada de Pitombeira para o Grupo Escolar Presidente Roosevelt da povoação de Parnamirim.[6]

         Maria Oneida Rocha foi contratada para reger interinamente, como subsituta,  a Escola Isolada de Pitombeira, durante o impedimento da professora titular Francisca de Sá Bezerra.[7]

Importância da Escola Rudimentar de Pitombeira

Assim, a escola de Pitombeira de 1922 simboliza a fase pioneira da escolarização pública em áreas rurais do Rio Grande do Norte — um esforço modesto, mas decisivo, para inserir a educação no cotidiano de comunidades antes excluídas do projeto educacional republicano.

Apesar de não existir mais a Escola Rudimentar de Pitombeira simboliza um importante marco histórico do municipio de Taipu.


Aspectos da fazenda Pitombeira, antigo engenho de mesmo nome em Taipu




[1] Atos Legislativos e Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1922,p.437.

[2] Atos Legislativos e Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1936,p.517.

[3] A Ordem,21/01/1939,p.4.

[4] A Ordem,25/01/1940,p.4.

[5] A Ordem,26/09/1940,p.2

[6] A Ordem,04/08/1945,p.2

[7] A Ordem,25/02/1944,p.3.

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