terça-feira, 7 de maio de 2019

ELENCO DOS PADRES DA PARÓQUIA DE TAIPU


     A seguir o elenco dos padres que serviram na paróquia de Nossa Senhora do Livramento de Taipu.Geralmente o padre é nomeado pároco, mas pode exercer outras funções como vigário paroquial, vigário encarregado, administrador paroquial etc.

Nº de ordem
Padre
Posse
Observação
01
Padre Jéferson Urbano Rodrigues da Rocha
01/05/1913
Pároco
02
Cônego Celso Cicco
22/02/1914
Vigário encarregado
03
Padre Luiz Maria Berchold, MSF
05/09/1915
Vigário
04
Padre Manoel Barbosa Galvão
04/02/1916
Vigário
05
Padre Luiz Maria Berchold, MSF
18/09/1916.
2ª vez. Vigário encarregado
06
Padre Vicente da Costa
Nomeação 29/05/1916 e posse a 30/07 1916
Vigário
07
Padre Pedro de Paula Barbosa
De outubro/1918 a janeiro/1919
Vigário
08
Padre Manoel Maria de Vasconcelos Gadelha
18/05/1919
Vigário
09
Padre José Maria dos Passos Cabral
30/01/1921
Vigário
10
Padre João Clemente de Morais Barreto
02/04/1922
Vigário
11
Padre José Maria dos Passos Cabral
Fevereiro a março de 1925
2ª vez. Vigário
12
Padre Antonio Brilhante de Alencar
04/03/1925
Vigário
13
Celso Cicco
02/10/1926
 vez. Vigário
14
Padre Vicente de Paulo Freitas
04/02/1928
Vigário
15
Padre Manoel Pereira da Costa
20/11/1929
Vigário
16
Cônego Luiz Adolfo de Paula
02/02/1930
Vigário
17
Cônego Miguel dos Reis Melo
23/03/1930
Vigário
18
Padre Luiz Teixeira de Araújo
21/09/1930
Vigário
19
Celso Cicco
05/02/1932
3ª vez. Vigário encarregado
20
Padre Fortunato Alves de Areia Leão
29/8 a 10/09/1933
Adm. paroquial
21
Celso Cicco
06/01/1935
4ª vez. Vigário
22
Padre Antônio de Melo Chacon
10/03/1935
Adm. paroquial
23
Celso Cicco
25/08/1935
5ª vez. Vigário
24
Padre Severino Bezerra
13/04/1939
Adm. paroquial
25
Padre Expedito sobral de Medeiros
21/01/1940
Vigário paroquial
26
Padre Mario Eugênio Damasceno
25/07/1940
Vigário paroquial
27
Padre Bianor Emilio Aranha
20/04/1941
Vigário paroquial
28
Padre Antônio de Melo Chacon
11/01/1942
2ª vez. Vigário paroquial
29
Padre Ramiro Varela
07/1943 a 07/1945
Vigário paroquial
30
Padre Antônio Antas
21/07/1945
Adm. paroquial
31
Padre Vicente de Paulo Freitas
22/8/1947
2ª vez. Vigário
32
Padre João Correia de Aquino
02/05/1948
Adm. Paroquial
33
Padre Vicente de Paulo Freitas
Julho de 1951
3ª vez. Vigário
34
Padre Ramiro Varela
13/01/1952
2ª vez. Vigário
35
Padre Vicente de Paulo Freitas
julho de 1952
4ª vez. Vigário.
36
Padre José Severino de Araújo
29/11/1952
Adm. Paroquial
37
Padre Vicente de Paulo Freitas
21/11/1954
5ª vez.Vigário paroquial
38
Padre Lucilo Alves Machado
01/05/1955
Adm. Paroquial
39
Padre José Luiz da Silva
11/03/1956
Adm.paroquial
40
Padre Luiz Lucena Dias
06/1957 a 06/1958
Adm.paroquial
41
Cônego Rui Miranda
15/06/1958
Admin. Paroquial
42
Irmã Natalina Rossetti
25/02/1964
Administradora paroquial cargo exercido até 27/03/1994
43
Dom Lucas Brasil, OSB
05/03/1972
Vigário paroquial
44
Padre João Correia de Aquino
21/01/1973
2ª vez. vigário paroquial
45
Padre Francisco Lucas de Souza Neto
17/08/1987 a 20/05/1989
Vigário paroquial
46
Cônego Rui Miranda
24/05/1989
2ª vez. Vigário encarregado
47
Padre João Eudes Cunha
24/05/1989
Vigário paroquial
48
Padre João Correia de Aquino
De 01/1990 a 23/09/1991
3ª vez.
Vigário paroquial
49
Padre Antônio Nunes de Araújo
25/10/1991
Vigário paroquial
50
Padre Francisco Bianor de Lima Junior
01/01/1993
Vigário paroquial
51
Padre José Osmar de Medeiros
26/07/1993
Vigário paroquial
52
Mons. Luis Lucena Dias
02/02/1994
2ª vez. Vigário encarregado
53
Padre Cláudio Régio da Silva Bezerra
27/03/1994
Adm. paroquial
54
Padre Jonerickson Gomes da Silva
09/01/2004
Adm. Paroquial
55
Padre Dalmário Barbalho
04/01/2006
Adm. Paroquial
56
Padre João Maria dos Anjos Sobrinho
21/01/2008
Adm. Paroquial
57
Padre Francisco Assis Inácio
23/03/2011
Adm. Paroquial
58
Padre Helenildo Marques de Morais
09/08/2012
Pároco a partir de 2013

         Não é estranho notar a presença de uma mulher no elenco a cima. A irmã Natalina Rossetti, ICM, foi de fato nomeada com administradora paroquial em 1964, por meio de uma nova experiência pastoral instaurada pelo então Administrador Apostólico de Natal, Dom Eugênio de Araújo Sales, em que foram destinada a administração de paróquias a irmãs de congregação feminina.No Rio Grande do Norte a primeira a receber tal experiência foi a paróquia de Nisia Floresta em 1963, seguida de Taipu em 1964, tendo sido esta a mais duradora dentre as que tiveram essa experiência pastoral (São Gonçalo do Amarante e Macau também tiveram essas experiência).
         Cumpre dizer que a função de administradora paroquial diz respeito a administração temporal da paróquia, muito embora a irmã Natalina Rossetti recebeu autorização do arcebispo de Natal para realizar sacramentos como o batismo e casamento, com todas as prerrogativas que cabia ao padre.
Efeméride
         Dentre os padres que passaram pela paróquia de Taipu ao menos dois (que eu saiba) deixaram o sacerdócio para se casar, sendo eles o primeiro pároco, Pe. Jeferson Urbano, que casou com uma moça de Ceará-Mirim e o Pe. José Severino de Araújo que casou com uma moça de Taipu.

                 PADRES QUE PASSARAM PELA PARÓQUIA DE TAIPU
           A seguir algumas imagens de padres que passaram pela paróquia de Taipu.Não está na ordem de posse na referida paróquia.Não conseguimos encontrar a imagem do primeiro pároco.

Pe. Antonio Antas.

Pe. Pedro de Paula Barbosa


Pe. Manoel Gadelha

Padre Bianor Aranha.

Pe. João Eudes de Araújo

Pe. Expedito Sobral do Medeiros.

Pe. Jonerickson Gomes da Silva

Cônego Rui Miranda

Pe. Antônio Chacon

Pe. Luis Lucena Dias

Pe. Bianor Francisco 

Pe. Cláudio Régio da Silva Bezerra

Pe. Francisco Lucas de Souza Neto

Pe. João Correia de Aquino

Pe. José Osmar de Medeiros

Pe. João Maria dos Anjos Sobrinho

Padre Manoel Barbosa Galvão

Pe. Vicente de Paulo Costa.

Pe. Vicente Freitas.


Pe. Francisco de Assis Inácio


Pe. Dalmário Barbalho


Pe. Lucilio  Alves

Pe. Antonio  Nunes

Pe. José Luis da Silva


INAUGURAÇÃO DA ESTAÇÃO DO TELÉGRAFO PARA CEARÁ-MIRIM



Constou na edição do dia 03/09/1904 do Diário do Natal que a comissão de engenheiros que estava construindo a estrada de ferro para o Ceará-Mirim, que em 07/09/1904, inauguraria a linha telegráfica da capital, a partir da casa da Coroa para aquela cidade, estando já concluído o esticamento do fio (DIÁRIO DO NATAL, 03/09/1904, p.1).
Conforme anunciado no referido jornal “No dia 7 do corrente mês, foi inaugurado o serviço telegráfico entre esta capital e a cidade do Ceará-Mirim, pela linha em construção da estrada de ferro a cargo da comissão de engenheiros contra a seca no Estado”. Congratulamo-nos com os habitantes daquele ubérrimo vale por esse grande melhoramento que acabam de conquistar.
               Imagem ilustrativa de um aparelho de telégrafo

A redação do jornal Diário do Natal recebeu os seguintes telegramas expedidos no ato da inauguração do telegrafo de Ceará-Mirim[1]:
De Sampaio Correia. Engenheiro-Chefe da EFCRGN
Estação telegráfica de Natal a Ceará-Mirim, 7 de Setembro de 1904.
Redação «Diário do Natal»
Natal,
Comunico-vos que foi hoje inaugurada a linha telegráfica de Natal a Ceará-Mirim. Cordiais saudações. Sampaio Correia. Engenheiro-Chefe.

De membros da sociedade cearamirinense
Ceará-Mirim, 7 de Setembro.
Redação Diário do Natal
Natal,
Saudações. Regozijamos-nos convosco pela inauguração da estação telegráfica do Ceará-Mirim.
Adolpho Câmara.
Miguel Dantas.
Antonio Candido.
Alfonso Ferreira.
         Mathias Marinho.

Do Grêmio Literário Cearamirimense
Ceará-Mirim, 7 de Setembro.
Redação «Diário Natal»
Natal
Grêmio Literário Ceará-Mirimense congratula-se essa ilustre redação inauguração linha telegráfica Natal à Ceará-Mirim, como um dos grandes melhoramentos pelos quais imprensa que dignamente, representais tanto tem pugnado. Cordiais saudações.
Pedro Vasconcellos
Presidente Grêmio.
De membros da sociedade
Ceará-Mirim, 7.
Redação do Diário do Natal
Natal,
Saudações. Inaugurou-se hoje telégrafo. Grêmio fez grande manifestação Dr. Sampaio Correia. Regozijamo-nos convosco.
N. Barroca.
 Antonio Alves.
Gonçalo Silvestre.
Matias Filho.
Da Capital Federal recebeu-se estes telegramas sobre o auspicioso acontecimento:
De Pacheco Dantas
«Rio 8,
Diário do Natal
Sinceros parabéns pela inauguração do telegráfico do Ceará-Mirim. Reina aqui entusiasmo indescritível entre nossos conterrâneos.
Pacheco Dantas.
Grêmio Rio-grandense Norte
Rio, 8
«Diário do Natal»
Grêmio Rio-grandense Norte congratula-se com a imprensa pela inauguração do telégrafo do Natal à Ceará-Mirim. (DIÁRIO DO NATAL, 10/09/1904, p.1).


[1] Os  destaques em negrito na introdução são nossos, não contavam no texto original, foram postos meramente para identificar o emissor.


A USINA SÃO FRANCISCO DE CEARÁ-MIRIM EM 1945


         A usina São Francisco, era segundo o jornal A Ordem um grande centro industrial, que graças a operosidade e ao espírito de iniciativa do seu proprietário Sr. Luis Lopes Varela, é uma honra para o parque industrial do nosso Estado, infelizmente ainda tão pobre nesse imenso e rico campo, a espera de empreendimentos dos nossos capitalistas.
         A Usina São Francisco “que sem dúvida alguma é uma das maiores do Rio Grande do Norte, e fonte inesgotável de benefícios para os cearamirinenses, e quiçá para todo o Estado”.
         Ceará-Mirim além de contar com imensas riquezas naturais, entre as quais, os férteis “vales úmidos’, é um município onde a plantação de cana-de-açucar tem especial preferência, isto fazendo com que m há anos passado, fosse aquela comuna norteriograndense um dos centros mais faustosos, na época do chamado ‘ciclo da cana-de-açúcar’, onde a riqueza dos “senhores de  engenhos”possuidores de imensas extensões de terras, trabalhada sol a sol pelos escravos.Nessa época, como era natural, os engenhos e as moendas funcionavam a força do braços robusto do trabalhador de oito, não tendo descanso, nas trilhas dos vales verdejantes, o rolar constante dos carros de bois, cujos “gemidos” característicos se perdiam pela imensidão dos campos, encobertos pela fumaça densas que dos altos bueiros subiam aos ares...

                            Aspecto da moderna usina São Francisco
Fonte: A Ordem, 1945.

O tempo passa e novos e novos dias se apresentam cheios de esperança para os que continuavam fazendo o progresso da indústria açucareira, nas terras de Ceará-Mirim.O aperfeiçoamento técnico, as possibilidades financeiras e a visão clara dos novos proprietários de engenhos vão, pouco a pouco, substituindo os velhos métodos de moagem e dando nova feição a todos os setores inerentes ao funcionamento dos engenhos.e foi assim que atualmente se acha em pleno progresso a
Usina São Francisco
         De propriedade do grande industrial Luis Lopes Varela, figura de projeção em todas as nossas classes sociais, que pelas suas perfeitas qualidades de cidadão inteiramente dedicado ao bem de sua terra quer, ainda pelas virtudes de hospitalidade e bondade de coração a Usina São Francisco é uma das melhores do Estado, sendo justo, portanto, o orgulho do povo cearamirinense em possuí-la entre as muitas outras que fazem a riqueza industrial do município.


                            Residência do industrial Luis Lopes Varela
Fonte: A Ordem, 1945.

                           
                                     Velho  solar colonial da família Varela
Fonte: A Ordem, 1945.

         Situada a cerca de 1 km, apenas da cidade, a Usina São Francisco apresenta em seu todo um aspecto de algo que impressiona, não somente pela disposição de suas instalações, como também pela grande extensão de terreno que ocupa.Formada pela mansão do seu proprietário, cujo aspecto os nossos leitores poderão ver em clichê  que ilustra esta reportagem e pelas casas residenciais dos operários e trabalhadores,  a Usina conta ainda com uma capela e um prédio onde funciona uma escola destinada aos filhos dos que trabalham da referida usina, tudo isto constituindo uma bela vila, conforme poderemos constatar pelas fotografias ilustrativas destas linhas.
A aparelhagem técnica da usina
Instalada pelo seu atual proprietário, a Usina São Francisco está perfeitamente aparelhada dentro dos mais exigentes requisitos da técnica moderna, não lhe faltando tão pouco o rigoroso e indispensável índice de higiene, fato de reconhecida importância para a pureza dos seus produtos tais como açúcar, álcool, etc.
         Os possantes e modernos maquinários destinados a moagem beneficiamento da cana, tem capacidade para esmagar, normalmente cerca de 300 toneladas de cana, em 23 horas, donde se conclui as imensas possibilidades industriais de tal rendimento. Tendo em vista, entretanto, a produção dos seus canaviais e a dos seus fornecedores, a Usina está na iminência de passar por uma grande reforma, para o que o Sr. Luis Lopes Varela já tem pronto o estudo destinado a por em prática o empreendimento, cuja realização somente poderá concorrer par ao maior e sempre crescente desenvolvimento da Usina São Francisco, que dia a dia vê aumentar as suas possibilidades industriais, tudo graças a técnica moderna e ao espírito de iniciativa de seu proprietário, sempre empenhado no aperfeiçoamento material de sua bem organizada usina.



      Aspecto da usina vendo-se o cruzeiro, a capela e o grupo escolar
Fonte: A Ordem, 1945.


Para termos uma ligeira ideia do que sejam as atividades daquele centro industrial, que distila diariamente 2.000 litros de álcool, bastaríamos citar o perfeito serviço de comunicações existente dentro do mesmo, para o que são utilizadas duas locomotivas e 20 carros, os quais percorrem, dentro da usina, os 5 km da estrada de ferro, com 1m de bitola.Por ai se deduz claramente, que a Usina São Francisco tem de fato um grande movimento, o qual exige meios de transportes rápidos e eficientes, a fim de atender com presteza o escoamento dos produtos, principalmente dos milhares de sacos de açúcar refinado, cuja  a produção total é todo consumida no Estado.
Sendo desejo do Sr. Luis Lopes Varela  ampliar   cada vez mais o raio de ação dede sua  usina açucareira, teremos num futuro próximo uma maior fonte de abastecimento daquele indispensável gênero alimentício, hoje em  dia sujeito as oscilações de preço o que se dá coma mais Constancia devido as atuais dificuldades de transportes, e os intermediários entre produtor e consumidor.A Usina São Francisco aumentando, pois, a sua produção açucareira, beneficiará a população do nosso Estado, pois, além de consumir produto de alta qualidade, poderá adquiri-lo por melhor preço, de vez que o centro produtor fica dentro do próprio território onde vai ser consumido.
Ligação telefônica entre os engenhos da usina
         Ale de dispor daqueles meios de comunicação ferroviária, a Usina São Francisco utiliza para maior controle entre seus engenhos comunicação  telefônica, numa extensão de mais de 4.000 metros de fios.Não restam dúvidas que esse moderno meio de comunicação entre os homens presta inestimáveis benefícios aos que trabalham naquela grande usina, facilitando-lhes a transmissão de ordens técnicas, com reais vantagens para a perfeita harmonia no trabalho, e grande economia de tempo.Vimos, assim, que o digno proprietário da Usina São Francisco, é uma administrador de larga visão, não deixando escapar o menor detalhe que venha trazer maior rendimento para o seu imenso e progressista centro industrial.
Amparo ao trabalhador
         Se por um lado o industrial Luis Lopes Varela não se descuida do progresso material de sua propriedade, não fica nada a desejar o que ele realiza em beneficio do seu operário, dando-lhe uma completa assistência social, desde a casa residencial até a assistência religiosa, fato indispensável para os que vivem no século da máquina.
         E é justamente reconhecendo tal ponto de vista que o Sr. Luis Lopes Varela não tem descuidado de prestar ao trabalhador e a sua família todo o amparo moral de que eles tanto necessitam, realizando assim, uma louvável obra de assistência social, o que ainda mais aumenta o valor e admiração daqueles que tão dignamente dirige a Usina São Francisco.
         Esta possui, como dissemos linhas a cima, uma vila de confortáveis casas residenciais para os operários e demais auxiliares da Usina, cujos planos de construções vem aumentando constantemente.São casas construídas dentro dos requisitos necessários a boa moradia, dentro de cujas paredes os seus habitantes acham verdadeiro conforto, vivendo no aconchego do seu lar.
Assistência médico-farmaceutica
         Alem de contar com beneficio inestimável de sua residência, os auxiliares e operários da Usina São Francisco tem a seu favor uma eficiente assistência médico-farmaceutica, que abrange a toda a sua família, sendo bom adiantar que eles também se acham assegurados contra os acidentes de trabalho.
         Dando aos seus trabalhadores uma eficiente e constante assistência médico-social, o industrial Luis Lopes Varela, torna-se merecedor da grande estima e admiração que desfruta no seio da população de Ceará-Mirim, ao mesmo tempo que se agiganta, ao dar bonito exemplo dos seus sentimentos cristãos em toda a sociedade norteriograndense.Ele põe em pratica destarte a doutrina social que a Igreja Católica prega desde muitos anos, recomendando sempre aos patrões que prestem assistência aos seus operários, pois estes são os seus mais dedicados artífices no acumulo das riquezas, sendo justo,portanto, que desfrutem um pouco do bem estar de que tanto necessitam.

                              Aspecto da vila operária da Usina São Francisco
Fonte: A Ordem, 1945.

Assistência religiosa-escolar
         Por fim,completando a obra de assistência social que o Sr. Luis Lopes Varela presta aos seus operários, é de justiça destacar-se antes de se terminar esta reportagem, duas modalidade dessa assistência que em nosso entender são a sua base: religião e ensino.
A Usina São Francisco mantêm uma artística capela onde aos domingos e nos dias santos de guarda se reúnem as pessoas que ali trabalham, a fim de agradecerem a Deus as graças concedidas durante os dias de trabalho fecundo e estafante.Ao lado do templo da oração ergue-se a casa de ensino, onde os filhos dos operários aprendem as primeiras letras, tornando-se deste modo jovens capazes de no futuro, saber honrar e dignificar o meio onde se formaram.
A Usina São Francisco é assim, um centro não somente industrial, mas igualmente um ambiente sadio de trabalho honesto onde grande número de pessoas recebe os benéficos reflexos de uma orientação exemplar, personificada no industrial Luis Lopes Varela, a quem o município de Ceará-Mirim muito deve, reconhecendo-lhe um benemérito de sua terra e de sua gente.
Fonte: a ordem, 14/07/1945, p.30-31.

sábado, 4 de maio de 2019

COISAS QUE SE VIAM EM NATAL NO INICIO DO SÉCULO XX



E foi assim que naqueles idos do mês de outubro de 1904 o sacristão da igreja matriz de Natal advertiu no jornal Diário de Natal que iria arrolar os nomes daqueles que estavam atentando contra a higiene, moral e bons costumes fazendo suas necessidades fisiológicas no beco da igreja de Nossa Senhora da Apresentação na Cidade Alta, no centro da capital potiguar.
Ora, ora, ter o nome arrolado nas páginas dos jornais com causas nada nobres era certamente temeroso para a sociedade natalense que não desejava passar por tal vergonha sendo exposto ao ridículo como causador  de atentado a saúde pública.
Será que o sacristão conseguiu impedir o Clube dos Mijadores da Capital Potiguar?
Coisas que se viam pelas ruas da prosaica capital dos potiguares no inicio do século XX.
             Aviso do sacristão  advertindo os mijadores do beco da matriz




Fonte: Diário do Natal, 20/10/1904, p.2


ANÁLISE DA ÁGUA DA FONTE DE PUREZA EM 1904



Pureza, antigamente Pau Ferro, é uma cidade da região do Mato Grande, a 59 km de Natal.Lá está a nascente do rio Maxaranguape, que é conhecida como Fonte de Pureza, localizada atualmente no centro da cidade.É uma importante nascente pois dela parte a adutora que abastece grane parte dos municípios da região do Mato Grande, assim como atração turística da referida cidade.

Aspecto da nascente do rio Maxaranguape ou Fonte de Pureza

Em 1904 Pacheco Dantas encomendou um estudo da água da fonte de Pureza, a época chamada de Pau Ferro e este foi o resultado da análise mandada proceder no Laboratório Nacional de Análises da Capital Federal, de um litro d'água da fonte da Pureza.
A análise sumária procedida na amostra da água contida em um litro, selado à cera, revelou o seguinte resultado:
Aspecto
límpido
Reação
Muito leve e ácida
Cal
Quantidade notável
Magnesia
Traços
Cloretos
Traços
Acido sulfídrico
Livre, quantidade sensível
Sulfatos
Não  tem
Matéria orgânica
Quantidade  notável
Ferro
Não  tem
Sulfuretos
Não  tem
Fonte: Diário Do Natal, 04/10/1904, p.1.

Segundo a análise era provável que o acido sulfídrico, ai encontrado, seja proveniente da decomposição da matéria orgânica sulfurada que a água contenha levando a este modo de pensar, a ausência de sulfuretos.
A conclusão
Esta foi a conclusão da análise da água da fonte de Pureza realizada pelo laboratório de analises do Rio do Janeiro “é uma água impotável e de má qualidade, sendo para uso interno, nociva á saúde” (DIÁRIO DO NATAL, 04/10/1904, p.1).
O relatório foi assinado no Rio de Janeiro em 18/05/1904 por C. Delvelchio (DIÁRIO DO NATAL, 04/10/1904, p.1).