terça-feira, 11 de março de 2014

Sérgio Guedes da Costa

       Médico Clínico Geral, Sérgio Guedes da Costa nasceu em Taipú - RN, em 10 de Outubro de 1907, filho de Sérgio Guedes da Fonseca e Anna Rodrigues da Costa.Obteve o diploma de Médico da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro, em 1933.Conforme o álbum de formatura, a turma era composta de 360 formandos, sendo apenas 08 mulheres.
        Recém formado trabalhou em Cachoeiro de Itapemirim – Espírito Santo. Teve uma breve passagem pela carreira política quando em 1936, foi eleito vereador na Cidade de Rio Pardo – ES, sendo depois em 1948, delegado do Partido Social Democrático partido do seu primo João Câmara. Trabalhou em Recife e no interior de Pernambuco no combate à febre amarela. Voltou para Natal em 1941.
      Casou com sua prima, Elizier da Câmara Benfica em 03 de janeiro de 1943, na Cidade de João Câmara - RN, antiga Baixa Verde, tiveram cinco filhos: Sérgio, Gustavo (in memoriam), Ana Maria, Sílvio e Ricardo, este último foi o único filho a seguir a profissão paterna
           Atuou como tenente médico da reserva do Exército, em Natal-RN, de 05.12.1944 a 22.04.1945.Trabalhou como Médico Clínico Assistente no Centro de Saúde de Natal – Depto. De Saúde Pública do RN, de 19.11.1941 a 07.01.1948, onde atuou como Médico Clínico assistente para serviço de higiene pré-natal, a partir de 19.11.1941, e para serviço de doenças venéreas femininas, a partir de 13.03.1942 Em 14.02.1946, foi nomeado Diretor Geral do Depto. De Saúde Pública do RN. Participou no período de 23.12.1942 a 17.05.1946 de trabalhos de defesa passiva nos postos de vigilância e assistência médica instalados nos estabelecimentos hospitalares, de ensino e quartel da Polícia Militar do RN,conforme declaração de 28.12.1960. Trabalhou como Médico na Legião Brasileira de Assistência - LBA, de 01.08.1946 a 29.12.1969, tendo recebido diploma de bons serviços prestados a causa legionária, em 28.08.1966, tendo exercido a chefia da Divisão de Serviço Social da LBA, portaria 91, de 11.09.1946. Trabalhou no IAPT EC (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Empregados dos Transportes de Cargas), depois INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social), de 03.12.1949 a 30.12.1969. Atuou na clínica médica, nas áreas de ginecologia, infectologia, gastroenterologia e cardiologia. No início da carreira, atuou também como médico obstetra. Atuou em consultório inicialmente de 1941 até aproximadamente 1945, na Rua Dr. Barata, Ribeira, depois na Av. Rio Branco,nº 598, 1º andar, Cidade Alta – Natal-RN, acima das lojas Duas Américas, e a partir de 1962 até 1968, em sua residência na Rua Meira e Sá , n º 128 , Barro Vermelho- Natal-RN.Sua dedicação em tempo integral à clínica médica, tanto no serviço público como no consultório, o fez um profissional muito respeitado pelos seus colegas e estimado pelos seus pacientes.
        Em busca de aperfeiçoamento do conhecimento médico, participou de eventos a seguir descritos: XIV Curso de Aperfeiçoamento em Cardiologia no Hospital Municipal de São Paulo, promovido pela Sociedade Médica de São Paulo, em São Paulo-SP, 12.02.1954; 1º Curso Intensivo de Gastrenterologia, aprovado pelo Conselho Diretor da Federação Brasileira de Gastrenterologia, em Recife-PE, de 07.01.1957 a 30.01.1957; Curso de Doenças Venéreas, promovido pelo Ministério da Educação e Saúde, Depto. Nacional de Saúde, Rio de Janeiro - RJ, 24.11.1944; Curso de Hematologia e Citologia Clínica, promovido pela Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio Grande do Norte, em Natal-RN, 10.05.1958. Era Membro honorário da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, diploma de 15.03.1946. Pela sua atuação na clínica médica, foi convidado para lecionar na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelo seu fundador e primeiro reitor Ono fre Lopes da Silva, não tendo aceitado, por modéstia, achando que não tinha capacidade para ensinar na UFRN.
       Foi profissional exemplar e dedicado. Na clínica médica diagnosticou casos que encaminhava para colegas no Rio de Janeiro ou São Paulo, e eram confirmados, sem dispor aqui dos recursos de exames, sendo elogiado pelos colegas de profissão.
       Além de estudioso da medicina, era apreciador da arte da música, tocava violão e acordeom, sendo autodidata, e também da poesia. Sempre se atualizava nos assuntos sociais, econômicos e políticos, e idealizava uma sociedade mais justa. Apreciava e jogava xadrez freqüentemente, e recebeu da Federação Norte-rio-grandense de Xadrez, uma placa em homenagem pelo torneio com seu nome, em Setembro de 1986. Era sócio a partir de 12.10.1959, do América Futebol Clube, cujo time era torcedor.
        Faleceu em Natal – RN, em 26 de Maio de 1990, sendo velado na Capela da Policlínica do Alecrim, sendo ministrada Missa de corpo presente pelo Monsenhor Eimar Monteiro. Foi sepultado no Cemitério do Alecrim.
         Biografia feita pela sua filha Ana Maria da Câmara Guedes em 30/06/2004 com adaptação nossa.


Artistas taipuenses SEVERINO BORGES DE OLIVEIRA (BITINHO)

Escultores do Nordeste: SEVERINO BORGES DE OLIVEIRA (BITINHO)

      Este artigo foi publicado originalmente no blog http://xiquexiquense.blogspot.com.br/ em 18 de fevereiro de 2011 na qual aqui reproduzo sobre este artista nascido em Taipu.Trata-se de Severino Borges de Oliveira, vulgo,Bitinho.

     Nasceu em 1940 na cidade de Taipu (RN) e, a exemplo de outros nordestinos migrou pelos estados do Ceará, Paraíba, Minas Gerais, São Paulo e, finalmente estabeleceu-se na cidade de Juazeiro (BA) onde, durante muitos anos produziu as famosas carrancas que ilustraram as prôas da barcas do Velho Chico, feitas de madeira (cedro ou umburana), sem qualquer desenho prévio, apenas com auxílio de serrote, escopo, formão, facas e torno.

Foto:Maria do Carmo Buarque de Holanda

Artistas taipuenses K-Ximbinho


          Nasceu em Taipu (RN) em 20/01/1917, e lá começou a tocar clarineta. Mais tarde mudou-se para Natal, onde entrou em um conjunto de jazz. Também tocou saxofone e requinto. Em 1938 passou a integrar a Orquestra Tabajara de Severino Araújo, e quatro anos mais tarde radicou-se no Rio de Janeiro, desligando-se da orquestra. Tocou em outras orquestras na década de 40, e foi também músico de estúdio, acompanhando cantores. Por volta de 1946 voltou a ingressar na Tabajara, que foi a primeira a gravar uma composição de sua autoria, o clássico choro "Sonoroso". Depois de estudar teoria musical com o maestro Koellreuter e tocar em boates, fez uma turnê pela Europa, na década de 50. De volta ao Brasil, trabalhou como arranjador na Odeon e na TV Globo. Outras de suas composições também se tornaram clássicos do choro, como "Eu Quero É Sossego", "Saudades de um Clarinete" e "Gilka".
           Sebastião Barros, K-Ximbinho,  morreu 26/06/1980 no Rio de Janeiro.Segundo o maestro Paulo Moura, K-Ximbinho foi "o mais original dentre os instrumentistas que se dedicaram à orquestra popular urbana". Dedicou-se ao "jazz", ao choro e ao conjunto regional. "Sua atuação no "jazz" do Brasil é marcada pela criação de formações camerísticas, orquestrando para instrumentos até então pouco utilizados (...)
            Em 2009, foi homenageado pelo grupo Flautistas da Pro Arte com o espetáculo "K-Ximbinho - Um mestre do sopro" em espetáculos apresentados no Teatro Municipal do Jockey, na Sala Baden Powel e no Jardim Botânico, todos no Rio de Janeiro. Na ocasião foram apresentadas suas obras "Sonoroso", "Mais uma vez" e "Sonhando", todas com Del Loro; "Tô sempre aí"; "Ternura"; "Simoninha na Barra"; "Tudo passa"; "Sempre"; "Velhos companheiros"; "Auto-plágio"; "Eu quero é sossego", com Hianto de Almeida; "Teleguiado" e "Catita". Em 2010, as gravações dos choros "Sonoroso", "Meiguice" e "Mais uma vez", com Del Loro, na interpretação da Orquestra Tabajara, foram incluídas no CD 4 da coletânea "Chorinho do Brasil - Vol. 2" da Warner Music.










Discografia

SAUDADES DE UM CLARINETE
SAUDADES DE UM CLARINETE
Eldorado - 1980
K-XIMBINHO E SEUS PLAY-BOYS
K-XIMBINHO E SEUS PLAY-BOYS
Polydor - 1961
O SAMBA DE CARTOLA
O SAMBA DE CARTOLA
Polydor - 1959
EM RITMO DE SAMBA
EM RITMO DE SAMBA
Polydor - 1958
RITMO E MELODIA
RITMO E MELODIA
Odeon – 1956
K-Ximbinho e Seus Play Boys • Polydor • LP ( 1961)
 Em Ritmo de dança • Polydor • LP(1958)
Ama-me ou esquece-me/Murmurando • Odeon • (1956)
Le rififi/Jura • Odeon • (1956)
Molambo/Arrasta a sandália • Odeon • (1956)
Suba espuma/Esperando você • Odeon • (1956)
A fonte secou/Gilka • Continental • (1955)
Começou o baile/Baião potiguar • Continental • (1954)
Um clarinete à jato/Fim de semana em Paquetá • Continental • (1954)
Perplexo/Tudo passa • Continental • (1953)



Fonte: http://www.dicionariompb.com.br/

CARACTERÍSTICAS DE TAIPU NA DÉCADA DE 1950

          Este texto se encontra numas da série crônicas taipuenses, porém, faltava as ilustrações que desejava por.
       Segundo consta na enciclopédia dos Municípios do IBGE (1957) no tocante a formação histórica do município de Taipu consta que essa foi uma das regiões mais densamente povoada da Capitania do Rio Grande do Norte em fins do século XVII. Ainda segundo a mesma publicação o território era denominado Taipu Grande ( p.166) estando a população distribuída em grande número de propriedade rurais na qual se dedicavam ao cultivo de cereais.
Extensão territorial e demografia
      Segundo a publicação do IBGE o município  tinha em 1958 942 km².O Censo de 1950 a população foi estimada em 15.156 habitantes, dos quais 7.581 homens e 7.575 mulheres. Desse total de habitantes 92% da população habitavam a zona rural (IBGE, 1957,p.166).Segundo a já citada publicação havia apenas uma aglomeração urbana, que era a do distrito sede, ou seja , a vila de Taipu, com 1.162 conforme os dados do Censo de 1950 (idem).
      Os mapas a abaixo mostram como era o município de Taipu na década de 1950 do século XX. As imagens foram extraídas da já referida publicação. O primeiro mapa é o mapa físico de Taipu já o segundo trata-se do município no território do Rio Grande do Norte.




Economia
       No que se referem a economia do município o quadro vigente em 1958 era o seguinte: A agricultura e a pecuária congregavam o maior numero de pessoas ativas. Taipu era possuidora de ricas várzeas, que bem cultivadas o tornariam um dos celeiros do estado , afirma a referida obra do IBGE (1958,p.166).No entanto a agricultura era ameaçada vez por outra pelas enchentes ocasionadas pelo rio Ceará-Mirim que destruíam completamente as lavouras.
       A região oeste do município sentia os efeitos da falta de água, o que não permitia o fomento da agricultura naquela região ( a passagem se refere a região compreendida atualmente pelos municípios de Poço e Branco e Barreto, atual Bento Fernandes, que à época eram distritos de Taipu).
        A importância da agricultura na economia local decorria principalmente  do cultivo do algodão e mandioca, que concorreram em 1955 com 60% do valor de todas as culturas agrícolas analisadas pelos serviços de estatísticas.
      O valor da safra municipal naquele ano atingiu a cifra de 5.424,000  cruzeiros. A pecuária estava assim constituída conforme os dados do Censo agropecuário de 1956:A extração de produtos vegetais era outra atividade de fonte de rendas do município. Em 1955 foram extraídos 1.500 kg de cera de carnaúbas que geraram  50.000 cruzeiros a economia município. 
      A indústria  estava representada em 26 estabelecimentos industriais, que em 1955, ocuparam 6 operários e apresentou um valor de 1.558,000 cruzeiros. No tocante ao comercio diz a publicação já citada que o mesmo não apresentava um grande desenvolvimento e que exportava na época algodão, couros e peles com destino a Natal. Havia no município 73 estabelecimento comerciais varejistas em 1956.Já na educação os dados do Censo de 1950 apontavam que apenas 21% da população era alfabetizada ( quota observada na população acima de 10 anos).Havia 35 unidades de ensino no município.
Aspectos do município
       A Enciclopédia dos Municípios Brasileiros trazia no tocante a Taipu duas imagens para ilustrar o município. Trata-se das duas fotos a baixo.A primeira era a da sede municipal, já a segunda evidenciava um aspecto rural do município.Num esforço de identificar os locais apresentados na foto da cidade coloquei as setas onde se localizam as residências encontradas na foto.

          Essas imagens são importantes para compreender a  história de Taipu pois evidenciam a caracterização do município em fins da década de 1950 do século passado elas pretendiam ilustrar as informações da publicação do IBGE onde se conclui que Taipu era na época um município grande em extensão territorial, pouco urbanizado e tipicamente rural.


Fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE, 1957.

Apontamentos para compreender a história de Taipu


                Antes de dissertar sobre a história de Taipu cabe-nos fazer a distinção entre município e cidade. O município é uma circunscrição territorial abrange todo território, incluindo a sede que lhe denomina, alem dos distritos, fazendas e demais nucleamentos rurais. A cidade é o núcleo urbano de um município.
                Pois bem partindo dessas premissas tentaremos aqui fazer uma ordenação cronológica da história de Taipu ( município e cidade), podemos então subdividir essa história nos seguintes períodos:
Pré-história: período que compreende a presença dos animais da megafauna onde foram encontradas na década de 1980 do século XX ossadas na região do município de Taipu em que atestam a presença desses animais na região.
             A proto-história:está relacionada a presença indígena na região do atual município de Taipu.Antes da presença do colonizadores portugueses houve a participação dos índios no local.Essa presença é atestada pelas peças encontradas em escavações realizadas em sítios e fazendas do município em que foram encontrados artefatos do cotidiano indígena.
           A colonização: diz respeito ao período de colonização portuguesas denotada pela política de doação de terras da Coroa Portuguesas no território da então capitania do Rio Grande (atual estado do Rio Grande do Norte) a partir do século XVI com o sistema de sesmarias. Das 924 sesmarias doadas no Rio Grande do Norte entre os séculos XVI e XIX ao menos 14 foram catalogadas  como doadas entre os territórios dos municípios de Taipu e Poço Branco ( até 1964 foi distrito de Taipu).Estas sesmaria foram o embrião das fazendas que deram inicio ao processo de ocupação do território do município de Taipu,muitas delas localizadas ao longo das margens do rio Ceará Mirim.
       O desenvolvimento urbano: embora fosse distrito de paz do município de Ceará Mirim em 1851 o nucleamento urbano se dá por meio da construção da capela de Nossa Senhora do Livramento a partir de 1861.A partir de então começa a surgir a vila de Taipu  que doravante passará a contar com casas no entorno da casas, feira e escola (1864).O distrito seria criado em 1888 ainda subordinado administrativamente a Ceará Mirim, em 1889, não se sabe por quais motivos a subordinação passou ao município de Touros.
A emancipação
      Ocorrida em 10 de março de 1891 o município passa a ter autonomia política e adminsitrativa desvinculando-se do município de Ceará Mirim.A instalação do novo município potiguar deu-se em 03 de abril do mesmo ano com a nomeação do primeiro intendente, o capitão Candido Marcolino.Possuía na época pouco mais de 2000 habitantes, a sede do município foi determinada na Vila que lhe dá nome.
O desenvolvimento econômico
         Ocorre com a chegada da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte em 15 de novembro de 1907 quando ocorre a inauguração da estação ferroviária. A abertura ao trafego de passageiros sé da e janeiro de 1908.A ferrovia possibilitou o escoamento da produção agrícola do município e sua integração entre as cidades da região central do estado e também com a capital do estado.
Elevação a condição de cidade
      A elevação da vila a condição de cidade ocorreu em 1938, porém na prática o núcleo urbano permaneceu como tal, pois na década de 1950 segundo afirmava os dados do Censo do IBGE haviam apenas 924 pessoas habitando a sede municipal, razão pela qual o IBGE ainda denominava de Vila a sede do município de Taipu.
Desmembramentos
         Ao longo de sua história o município de Taipu foi cedendo parte de seu território para a formação de novos municípios no estado do Rio Grande do Norte. Isso ocorreu em três períodos: o primeiro em 12 de outubro 1928 com a criação do município de Baixa Verde. A sede do distrito de Baixa Verde (que corresponde ao atual centro histórico ou primitivo da atual cidade de João Câmara) foi desmembrada de Taipu e passou a ser a sede do novo município de mesmo nome. O segundo momento ocorre com a criação do distrito e a posterior criação do município de Barreto (atual Bento Fernandes) em 31 de dezembro de 1958.O terceiro momento se dá em 26 de julho de 1964 com a criação do município de Poço Branco.