quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Taipu no Concilio Vaticano II


                O Concilio Vaticano I certamente foi acontecimento mais significativo da história da Igreja Católica no século XX.Iniciado em 1958 pelo papa João XXIII e concluído em 1964 pelo papa Paulo VI este concilio reuniu os bispos do mundo interiro na basílica de são Pedro em Roma, capital da Italia para debater a atuação da Igreja no mundo moderno.
              E onde Taipu se encaixa nesse evento? Ocorre que dom Eugênio Sales, então Administrador apostólico da arquidiocese de Natal e padre conciliar  ( membro do concilio) levou para Roma a experiência que ele havia realizado na arquidiocese de Natal que foi a de delegar a administração de paróquias a irmãs religiosas.No Rio Grande do Norte Nisia Floresta, a primeira em 1963 e  Taipu, a segunda em 1964, foram as paróquias que foram citadas no  referido Concilio.Uma matéria foi publicad no jornal italiano L’osservatore Romano dando conta da atuação das irmãs em terras potiguares.Em Taipu a paróquia foi confiada as irmãs do Imaculado Coração de Maria com sede no Rio Grande do Sul (Porto Alegre) na pessoa da irmçã Natalian Rossetti que administrou a paróquia por 30 anos.

              Assim há 50 anos Taipu logrou seu lugar na história da Igreja católica a ser citada como paróquia referencia e pioneira na atuação de religiosas na administração de paroquiais, a paróquia Nossa Senhora do Livramento está nos anais do Concilio arquivado certamente nos arquivos do Vaticano.

MAPA DE TAIPU NA DÉCADA DE 1950

       O mapa a baixo foi extraído da Enciclopédia do Municípios Brasileiros, publicado pelo IBGE em 1960 e mostra como estava configurado o território de Taipu no final da década de 1950, precisamente em 1958 quando foi realizado o estudo para a publicação citada.O mapa tem um valor histórico e simbólico muito grande para Taipu pois por meio dele se pode ter luzes sobre a formação territorial do município.






SOBRE ARQUEOLOGIA DO RN

           
           O excelente trabalho do historiador Tarcisio Medeiros Proto História do Rio Grande do Norte  é a base de que nos valemos para tratar desse tema que ora nos dispomos a fazer.
Os animais da megafauna no Rio Grande do Norte são datados do final da era Cenozóica no período Quartanário e época Pleistocena indo até o final helocena ( Cf. Medeiros, 1885, p.67), esse período corresponde ao ultimo milhão de anos dentro da escala ...
       Para Medeiros (op. Cit, p.67) essa fase dos animais da megafauna antecede as primeiras civilizações megalíticas os quais foram encontradas e caracterizadas no término do século XV.
A pesquisa arqueológica no RN recomeçou  a partir de 1960 pelo setor de paleontologia do Museu Nacional e da UFRN, no entanto os primeiros achados arqueológicos no estado do RN datam de 1838.Trata-se de um envio ao museu Nacional no Rio de Janeiro de uma ossada de mastodonte pelo 2º vice presidente da província o Dr. Pinangé, entretanto essa mostra não foi identificada de modo que não referencia ao município, distrito , vila ou cidade em que foi encontrado tal amostra.
Os depósitos da era Cenozoica encontrados no RN apresentam variada representação de mamíferos, podendo ser citadas as seguintes:
Toxodon platenis OWEN ( lembra vagamente um hipopótamo, rinoceronte), 
Haplomastodon ( um tipo de elefante),
Eremotherium ( preguiça gigante), 
Glyptodon ( tatu Gigante), 
Panocthus ( outra espécie de tatu), 
Smilodon populator ( tigre dente-de- sabre)  ( op. Cit, p.72).

Locais em que foram achados fosseis no RN

           Foram identificadas segundo Medeiros ( 1985, p.72) jazidas de fosseis em vários municípios de estado dentre os quais: Nova Cruz, lagoa do Cruz, e no município de Taipu.Na Lagoa do Cruz foi achada um molar de mastodonte enquanto que na fazenda Gameleira, em Taipu foi encontrado molar e vértebras de mastodonte.
          Os depósitos  Quartenarios do RN são geralmente encontrados em cacimbas, tanques, grutas calcárias, olho d’água etc.
         Assim, Medeiros é da opinião que sem duvidas no solo do espaço ocupado atualmente pelo Rio Grande do Norte que existiram, viveram e morreram animais do porte da megafauna  na era Cenozoica, período do Quaertenario, época do Pleistoceno ( op. Cit, p.73) Diante do exposto afirma ele ainda que a conclusão que se chega é de que a presença do homem em comum com esses animais da megafauna  no mesmo território é mais antiga do que se considerava habitualmente. ( op. Cit, p. 73).
        A presença humana no período da megafauna. O caçador e coletor no RN
No período da megafauna há evidencias da existência de grupos humanos habitando a região do nordeste brasileiro e em particular no Rio Grande do Norte no período do Pleistoceno e inicio do Holoceno, esses grupos humanos viviam em comum com os animais de grande porte ( cf. Medeiros, 1985, p.74)
         Segundo a geologia nessa região da terra houve nessa fase uma grande baixa de temperatura acompanhada de enorme recuo do mar em cerca de 80 metros abaixo do atual nível do mar.A esse fenômeno dá-se o nome de glaciário, que é parte da época pleistocênica caracterizada pela extensão  das geleiras polares ( op, cit, p. 74).
         Nessa abertura de caminhos e trilhas das águas o caçador e coletor nômade  ingressou no continente sul-americano através dos Andes em busca de clima mais ameno chegando até ao Planalto Central do Brasil e daí ao Nordeste e ao RN (op. Cit, p74)  assim, tanto pelo norte como pelo sul a America do Sul já se achava povoada há cerca de 11.000 anos.Por esses indícios confirma-se a presença de grupos que habitavam o nordeste brasileiro cujos povos se caracterizavam por serem caçadores e coletores e onde a base de sobrevivência era a  a caça, a pesca e a coleta de frutos e raízes selvagens ( idem).No Rio Grande do Norte essa fase  da presença do homem da megafauna foi achada em vestígios nos sítios dos municípios de Angicos e Assu (op. Cit, p. 75).
         O material colhido nesses lugares foram classificados em 6 grupos, a saber: raspadores, furadores,goivas,pontas, facas, plainas.Esse matérias foram encontrados juntamente com ossos de animais de grande porte fossilizados (idem).
          Esse material segundo Medeiros ( 1985, p. 75) é fabricado rusticamente, trabalhados em  lascas espessas direcionada ao processo funcional de caráter unifacial fabricado  sobre quartzo e quartizito usando técnicas de espatifamento sendo raros os retoques.
Características dos humanos da megafauna potiguar
Segundo Medeiros ( 1985, p.76) o macho da megafauna potiguar tinha 1,60m e a fêmea 1,50m. Possuíam osso robustos com inserções musculares muito marcadas, braquicefalos ( cabeça chata e larga), rosto de malar [molar?] saliente e dentes fortes.(o grifo é nosso).
Para se proteger do frio  da fase glacial usavam roupagem bastante afogada, cabeça recoberta por peles de animais e moravam em cavernas, abrigos ou em campos a céu aberto, em locais elevados com possibilidade de defesa e perto de um curso d’água.
No RN possuíam como economia básica a caça predatória de animais da megafauna complementada pela caça geral, pesca, coleta de frutas silvestres, sementes e raízes, conheciam o fogo, pois em suas cavernas foram encontradas lareiras e cavidades em formato de leques aberta na rocha ( op. Cit, p.76)

A época megalítica no RN

        Na America e no Brasil conforme Medeiros ( 1985,p.77) o homem nômade da megafauna foi substituído pelo homem sedentário megalítico ( que da fases mesolítica ou neolítica). Chegando ao nordeste e ao RN foram então responsáveis pela miscigenação dos chamados grupos paleoameridios na formação das nações paleo-indias brasileiras, entre as quais os potiguares ( Tupis) e Cariris que passaram a habitar o atual estado do Rio Grande do Norte.


                                                    Haplomastodon ( um tipo de elefante),



Eremotherium ( preguiça gigante),


                                                             Eremotherium ( preguiça gigante),


                                              Smilodon populator ( tigre dente-de- sabre)

Artefatos megalíticos no interior do RN


             A maior concentração de material lítico, cerâmica  outros objetos da megafauna é procedente da zona oeste do RN sobretudo Mossoró e Apodi, no agreste , em São Paulo do Potengi e em Taipu nas imediações de Barreto[1], Riachuelo e Caiçara do  Rio dos ventos.
Sobre os achados em Taipu
            Sobre s achados arqueológicos encontrados  na região que compreendia o município de Taipu na época em que foram achados se encontra a presença de machados.Segundo Medeiros ( 1985,p.79)  foi achado em Barreto (atual Bento Fernandes) um machados sem saliências ou sucos em forma de crescente e não parecem que seja de finalidade de guerra mas representativo ou simbólico.Ainda no distrito de Barreto ( Taipu) foram achadas pontas de flechas fabricadas em sílex (pedra fígado de galinha) (op. Cit. P.80).



Referencia: Medeiros, Tarcisio .Proto História do Rio Grande do Norte .Natal: EDUFURN, 1985.
 


[1] Na época dos achados arqueológicos o distrito de Barreto integrava o município de Taipu atualmente é o município de Bento Fernandes.

Sobre a destruição parcial da ponte do Umari em Taipu


        A enchente de 1964 que destruiu a barragem de Poço Branco, ainda em construção deixou seu rastro de destruição em Taipu nas duas pontes que cruzam o municipio.A ponte ferroviária do distrito do Umari e a ponte rodoviária da BR-406.Em relação a ponte ferroviária o jornal O Estado de S.Paulo (08/07/1964, p.36) noticiou que: "A RFN informa que os trilhos estão totalmente cobertos de água [...] acrescentando  que a ponte de Taipu sobre o rio Ceara Mirim, no Rio Grande do Norte, ruiu interrompendo o trafego ferroviário".O distrito do Umari fica a 4 km da sede municipal, ou seja, da cidade de Taipu é cortado pelo rio Ceará Mirim possui férteis terras ao longo das margens desse rio.
       As imagens a baixo nos dão uma nítida ideia do desastre ocorrido na ponte ferroviária de Taipu.As imagens foram cedidas pela Superintendência da CBTU de Natal pela qual somos gratos.