O excelente trabalho do historiador Tarcisio Medeiros Proto
História do Rio Grande do Norte é a base
de que nos valemos para tratar desse tema que ora nos dispomos a fazer.
Os animais da megafauna no Rio Grande do Norte são datados
do final da era Cenozóica no período Quartanário e época Pleistocena indo até o
final helocena ( Cf. Medeiros, 1885, p.67), esse período corresponde ao ultimo
milhão de anos dentro da escala ...
Para Medeiros (op. Cit, p.67) essa fase dos animais da
megafauna antecede as primeiras civilizações megalíticas os quais foram
encontradas e caracterizadas no término do século XV.
A pesquisa arqueológica no RN recomeçou a partir de 1960 pelo setor de paleontologia
do Museu Nacional e da UFRN, no entanto os primeiros achados arqueológicos no
estado do RN datam de 1838.Trata-se de um envio ao museu Nacional no Rio de
Janeiro de uma ossada de mastodonte pelo 2º vice presidente da província o Dr.
Pinangé, entretanto essa mostra não foi identificada de modo que não referencia
ao município, distrito , vila ou cidade em que foi encontrado tal amostra.
Os depósitos da era Cenozoica encontrados no RN apresentam
variada representação de mamíferos, podendo ser citadas as seguintes:
Toxodon platenis OWEN ( lembra vagamente um hipopótamo,
rinoceronte),
Haplomastodon ( um tipo de elefante),
Eremotherium ( preguiça
gigante),
Glyptodon ( tatu Gigante),
Panocthus ( outra espécie de tatu),
Smilodon
populator ( tigre dente-de- sabre)
( op. Cit, p.72).
Locais em que foram achados fosseis no RN
Foram identificadas segundo Medeiros ( 1985, p.72) jazidas
de fosseis em vários municípios de estado dentre os quais: Nova Cruz, lagoa do
Cruz, e no município de Taipu.Na Lagoa do Cruz foi achada um molar de
mastodonte enquanto que na fazenda Gameleira, em Taipu foi encontrado molar e
vértebras de mastodonte.
Os depósitos
Quartenarios do RN são geralmente encontrados em cacimbas, tanques,
grutas calcárias, olho d’água etc.
Assim, Medeiros é da opinião que sem duvidas no solo do
espaço ocupado atualmente pelo Rio Grande do Norte que existiram, viveram e
morreram animais do porte da megafauna
na era Cenozoica, período do Quaertenario, época do Pleistoceno ( op.
Cit, p.73) Diante do exposto afirma ele ainda que a conclusão que se chega é de
que a presença do homem em comum com esses animais da megafauna no mesmo território é mais antiga do que se
considerava habitualmente. ( op. Cit, p. 73).
A presença humana no período da megafauna. O caçador e
coletor no RN
No período da megafauna há evidencias da existência de
grupos humanos habitando a região do nordeste brasileiro e em particular no Rio
Grande do Norte no período do Pleistoceno e inicio do Holoceno, esses grupos
humanos viviam em comum com os animais de grande porte ( cf. Medeiros, 1985,
p.74)
Segundo a geologia nessa região da terra houve nessa fase
uma grande baixa de temperatura acompanhada de enorme recuo do mar em cerca de
80 metros abaixo do atual nível do mar.A esse fenômeno dá-se o nome de
glaciário, que é parte da época pleistocênica caracterizada pela extensão das geleiras polares ( op, cit, p. 74).
Nessa abertura de caminhos e trilhas das águas o caçador e
coletor nômade ingressou no continente
sul-americano através dos Andes em busca de clima mais ameno chegando até ao
Planalto Central do Brasil e daí ao Nordeste e ao RN (op. Cit, p74) assim, tanto pelo norte como pelo sul a
America do Sul já se achava povoada há cerca de 11.000 anos.Por esses indícios confirma-se a presença de grupos que
habitavam o nordeste brasileiro cujos povos se caracterizavam por serem
caçadores e coletores e onde a base de sobrevivência era a a caça, a pesca e a coleta de frutos e raízes
selvagens ( idem).No Rio Grande do Norte essa fase da presença do homem da megafauna foi achada
em vestígios nos sítios dos municípios de Angicos e Assu (op. Cit, p. 75).
O material colhido nesses lugares foram classificados em 6
grupos, a saber: raspadores, furadores,goivas,pontas, facas, plainas.Esse
matérias foram encontrados juntamente com ossos de animais de grande porte
fossilizados (idem).
Esse material segundo Medeiros ( 1985, p. 75) é fabricado
rusticamente, trabalhados em lascas
espessas direcionada ao processo funcional de caráter unifacial fabricado sobre quartzo e quartizito usando técnicas de
espatifamento sendo raros os retoques.
Características dos humanos da megafauna potiguar
Segundo Medeiros ( 1985, p.76) o macho da megafauna potiguar
tinha 1,60m e a fêmea 1,50m. Possuíam osso robustos com inserções musculares
muito marcadas, braquicefalos ( cabeça chata e larga), rosto de malar [molar?]
saliente e dentes fortes.(o grifo é nosso).
Para se proteger do frio
da fase glacial usavam roupagem bastante afogada, cabeça recoberta por
peles de animais e moravam em cavernas, abrigos ou em campos a céu aberto, em
locais elevados com possibilidade de defesa e perto de um curso d’água.
No RN possuíam como economia básica a caça predatória de
animais da megafauna complementada pela caça geral, pesca, coleta de frutas
silvestres, sementes e raízes, conheciam o fogo, pois em suas cavernas foram
encontradas lareiras e cavidades em formato de leques aberta na rocha ( op.
Cit, p.76)
A época megalítica no RN
Na America e no Brasil conforme Medeiros ( 1985,p.77) o
homem nômade da megafauna foi substituído pelo homem sedentário megalítico (
que da fases mesolítica ou neolítica). Chegando ao nordeste e ao RN foram então
responsáveis pela miscigenação dos chamados grupos paleoameridios na formação
das nações paleo-indias brasileiras, entre as quais os potiguares ( Tupis) e
Cariris que passaram a habitar o atual estado do Rio Grande do Norte.
Eremotherium ( preguiça gigante),
Eremotherium ( preguiça gigante),
Smilodon populator ( tigre dente-de- sabre)
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