quinta-feira, 2 de outubro de 2014

SOBRE ARQUEOLOGIA DO RN

           
           O excelente trabalho do historiador Tarcisio Medeiros Proto História do Rio Grande do Norte  é a base de que nos valemos para tratar desse tema que ora nos dispomos a fazer.
Os animais da megafauna no Rio Grande do Norte são datados do final da era Cenozóica no período Quartanário e época Pleistocena indo até o final helocena ( Cf. Medeiros, 1885, p.67), esse período corresponde ao ultimo milhão de anos dentro da escala ...
       Para Medeiros (op. Cit, p.67) essa fase dos animais da megafauna antecede as primeiras civilizações megalíticas os quais foram encontradas e caracterizadas no término do século XV.
A pesquisa arqueológica no RN recomeçou  a partir de 1960 pelo setor de paleontologia do Museu Nacional e da UFRN, no entanto os primeiros achados arqueológicos no estado do RN datam de 1838.Trata-se de um envio ao museu Nacional no Rio de Janeiro de uma ossada de mastodonte pelo 2º vice presidente da província o Dr. Pinangé, entretanto essa mostra não foi identificada de modo que não referencia ao município, distrito , vila ou cidade em que foi encontrado tal amostra.
Os depósitos da era Cenozoica encontrados no RN apresentam variada representação de mamíferos, podendo ser citadas as seguintes:
Toxodon platenis OWEN ( lembra vagamente um hipopótamo, rinoceronte), 
Haplomastodon ( um tipo de elefante),
Eremotherium ( preguiça gigante), 
Glyptodon ( tatu Gigante), 
Panocthus ( outra espécie de tatu), 
Smilodon populator ( tigre dente-de- sabre)  ( op. Cit, p.72).

Locais em que foram achados fosseis no RN

           Foram identificadas segundo Medeiros ( 1985, p.72) jazidas de fosseis em vários municípios de estado dentre os quais: Nova Cruz, lagoa do Cruz, e no município de Taipu.Na Lagoa do Cruz foi achada um molar de mastodonte enquanto que na fazenda Gameleira, em Taipu foi encontrado molar e vértebras de mastodonte.
          Os depósitos  Quartenarios do RN são geralmente encontrados em cacimbas, tanques, grutas calcárias, olho d’água etc.
         Assim, Medeiros é da opinião que sem duvidas no solo do espaço ocupado atualmente pelo Rio Grande do Norte que existiram, viveram e morreram animais do porte da megafauna  na era Cenozoica, período do Quaertenario, época do Pleistoceno ( op. Cit, p.73) Diante do exposto afirma ele ainda que a conclusão que se chega é de que a presença do homem em comum com esses animais da megafauna  no mesmo território é mais antiga do que se considerava habitualmente. ( op. Cit, p. 73).
        A presença humana no período da megafauna. O caçador e coletor no RN
No período da megafauna há evidencias da existência de grupos humanos habitando a região do nordeste brasileiro e em particular no Rio Grande do Norte no período do Pleistoceno e inicio do Holoceno, esses grupos humanos viviam em comum com os animais de grande porte ( cf. Medeiros, 1985, p.74)
         Segundo a geologia nessa região da terra houve nessa fase uma grande baixa de temperatura acompanhada de enorme recuo do mar em cerca de 80 metros abaixo do atual nível do mar.A esse fenômeno dá-se o nome de glaciário, que é parte da época pleistocênica caracterizada pela extensão  das geleiras polares ( op, cit, p. 74).
         Nessa abertura de caminhos e trilhas das águas o caçador e coletor nômade  ingressou no continente sul-americano através dos Andes em busca de clima mais ameno chegando até ao Planalto Central do Brasil e daí ao Nordeste e ao RN (op. Cit, p74)  assim, tanto pelo norte como pelo sul a America do Sul já se achava povoada há cerca de 11.000 anos.Por esses indícios confirma-se a presença de grupos que habitavam o nordeste brasileiro cujos povos se caracterizavam por serem caçadores e coletores e onde a base de sobrevivência era a  a caça, a pesca e a coleta de frutos e raízes selvagens ( idem).No Rio Grande do Norte essa fase  da presença do homem da megafauna foi achada em vestígios nos sítios dos municípios de Angicos e Assu (op. Cit, p. 75).
         O material colhido nesses lugares foram classificados em 6 grupos, a saber: raspadores, furadores,goivas,pontas, facas, plainas.Esse matérias foram encontrados juntamente com ossos de animais de grande porte fossilizados (idem).
          Esse material segundo Medeiros ( 1985, p. 75) é fabricado rusticamente, trabalhados em  lascas espessas direcionada ao processo funcional de caráter unifacial fabricado  sobre quartzo e quartizito usando técnicas de espatifamento sendo raros os retoques.
Características dos humanos da megafauna potiguar
Segundo Medeiros ( 1985, p.76) o macho da megafauna potiguar tinha 1,60m e a fêmea 1,50m. Possuíam osso robustos com inserções musculares muito marcadas, braquicefalos ( cabeça chata e larga), rosto de malar [molar?] saliente e dentes fortes.(o grifo é nosso).
Para se proteger do frio  da fase glacial usavam roupagem bastante afogada, cabeça recoberta por peles de animais e moravam em cavernas, abrigos ou em campos a céu aberto, em locais elevados com possibilidade de defesa e perto de um curso d’água.
No RN possuíam como economia básica a caça predatória de animais da megafauna complementada pela caça geral, pesca, coleta de frutas silvestres, sementes e raízes, conheciam o fogo, pois em suas cavernas foram encontradas lareiras e cavidades em formato de leques aberta na rocha ( op. Cit, p.76)

A época megalítica no RN

        Na America e no Brasil conforme Medeiros ( 1985,p.77) o homem nômade da megafauna foi substituído pelo homem sedentário megalítico ( que da fases mesolítica ou neolítica). Chegando ao nordeste e ao RN foram então responsáveis pela miscigenação dos chamados grupos paleoameridios na formação das nações paleo-indias brasileiras, entre as quais os potiguares ( Tupis) e Cariris que passaram a habitar o atual estado do Rio Grande do Norte.


                                                    Haplomastodon ( um tipo de elefante),



Eremotherium ( preguiça gigante),


                                                             Eremotherium ( preguiça gigante),


                                              Smilodon populator ( tigre dente-de- sabre)

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