quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Novembro é mês de festa em Taipu



         O Mês de novembro é o mês mais especial para o povo de Taipu pois é o período do ano em se realiza a festa da padroeira do município, da cidade e da paróquia Nossa Senhora do Livramento.Tradicionalmente a feste é celebrada na ultima semana de novembro, tendo seu ponto alto o domingo quando é realizada a grande procissão pelas ruas da cidade seguida de missa campal de encerramento da festa e a tradicional queima de fogos.
         Se ignora a data de inicio da festa em honra a Nossa Senhora do Livramento em Taipu, o que sabemos entretanto é que a imagem era venerada em oratório particular pertencente ao casal Inacia Maria do Carmo e Bernardo José da Costa que residiam em Taipu do Meio nos idos do anos de 1839 e que foi solicitado ao Bispo de Olinda , dom João da Purificação Marques Perdigão a autorização para se construir a capela publica com a invocação do titulo de Nossa Senhora do Livramento em terreno doado a cerca de 300 metros da margem direita do rio Ceará-Mirim no lugar denominado Buraca, atualmente onde se encontra edificada a matriz de Taipu.
         A autorização foi concedida pelo bispo que havia visitado a província do Rio Grande do Norte da qual pertencia a diocese de Olinda, pela região de Taipu esteve entre os dias 5 e 8 de novembro de 1839, mas a autorização só foi deferida estando o bispo na paróquia de  São Gonçalo quando foi ao seu encontro Bernardo José da Costa com o requerimento de se erigir uma capela publica em Taipu do Meio.
        A construção da capela só inicia-se em 1867 logo após a doação do terreno destinado para tanto.Há um equivoco quanto ao tempo de construção da capela.Segundo Câmara Cascudo demorou-se 30 anos para que fosse concluída.ao nosso ver um exagero do mestre historiador, pois em 1876 deu-se a transferência da paróquia de Ceará-Mirim para Taipu ficando a matriz sendo a então capela de Nossa Senhora do Livramento por um período de 13 meses.Ora, na época para ser uma matriz o templo deveria está em conformidade com as diretrizes da Igreja Católica, que exigia as condições necessárias para a plena realização do serviço litúrgico.Assim, quando da transferência da paróquia de Ceará-Mirim para Taipu a capela deveria está concluída e com condições para ser realizados os ritos litúrgicos principalmente das missas e sacramentos, do contrário não poderia funcionar como matriz.Já em 1877 Francisco Nobre cita a capela de Taipu como uma das três pertencentes a paróquia de Ceará-Mirim, de fato a transferência da paróquia se deu por exatos 13 meses, de julho de 1876 a agosto de 1877, o fato está registrado no livro tombo da paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Ceará-Mirim e no arquivo da mitra arquidiocesana da Paraiba.
        Percebe-se assim que a capela não demorou as 3 décadas para está totalmente pronta e digna de realizar os serviços litúrgicos como apontam a historiografia local e ratificada pelo insigne Camara Cascudo ( ou seria o contrário?).Ao nosso ver o que ocorreu foram sucessivas reformas na capela o que leva a crer na demora de sua conclusão.
        A paróquia foi criada em 18 de abril de 1913 mas a festa já era celebrada desde meados do século XIX.Nada mais óbvio que se a capela serviu de matriz em 1876 que já se realizava-se a festa em honra a Nossa Senhora do Livramento por essa época.

 

Toponímia Taipuenses

       No que diz respeito a origem da toponímia taipuense Manoel Dantas em seu livro Denominações dos municípios do Rio Grande do Norte fez esta descrição sobre Taipu  “Ao sahir da região da mata, na orla dos taboleiros de ariscos, deparava-se uma imensa clareira denominada pelo indígena Itai-pú, que se transformou na denominação de Taipú “ (Dantas, 2008, p. 29) e ainda afirma o mesmo autor que Taipú se origina de uma corruptela do nome indígena Ita-ipú ( pedra  na lagoa) para designar um grande cabeço existente numa lagoa , ao sul da vila (idem).Já sobre o povo que constitui a as células vivas daquele município, o  referido autor disse que o “município de gente trabalhadora, que resolveu o problema de viver feliz na sua mediania de cultivar os campos, sem pruridos de grandezas, nem ostentação de riquezas”. 
       Nos enxertos a cima se demonstram as origens do nome Taipu, que em geografia se denomina toponímia, o mesmo em relação a Taipu está relacionado a presença indígena na região da qual deriva o nome do município, desnecessário é dizer  que significa já que o o citado autor já o fez para nós, nos dando essa  sucinta porem elucidativa explicação sobre a origem toponímica de Taipu e ainda nos brinda com uma belíssima qualificação das virtudes da população taipuense que segundo ele o povo vivia [ou vive] na sua mediania vida de camponês sem pruridos de grandeza, em outras palavras, gente simples.



Fonte: Dantas, Manoel. Denominação dos municípios do Rio Grande do Norte, 1922. Natal: Sebo Vermelho, 2008.


Sobre as aldeias indígenas do RN no período de dominação holandesa no RN


                Segundo Camara Cascudo (1955, p.67) haviam no século XVII durante a ocupação holandesa na capitania do Rio Grande  em 1645 seis aldeias indígenas entre elas a de Taipu(Cascudo, 1955, p.51)  :
As aldeias indígenas eram seis: MOPEBI ( Mipibu) e PARA-WASSU ( Paraguaçu que é Papari reunidas), IGUAPUA  (Igapó diante de Natal), PIRARI ( Pirangi), VEJANA ou GOACANA ( Goiana ou Goianinha) e ITAIPI ( Taipu).
                Ainda segundo Cascudo os indígenas tiveram uma organização administrativa geral e eram divididos em Câmaras, com seus respectivos chefes. Entre março e abril de 1645 houve uma assembleia dessas tribos na aldeia de Itapecerica ( Mamanguape-PB), sendo a única realizada no Brasil com a finalidade de ouvir os índios do Brasil no período colonial.Nessa assembleia foi escolhido Antonio Parauababa para chefiar as tribos do Rio Grande, informa Camara Cascudo (Cascudo, 1955, p.51) .
                Da informação a cima o que nos interessa saber é que dentre as seis tribos que haviam no RN no século XVII e especificamente no período da dominação holandesa no nordeste do Brasil a aldeia de Taipu figura como um destes redutos de organização indígena.

A dança dos Tapuias (168x294cm) a maior e mais famosa obra de Eckhout retrata um ritual dos índios Tarairius, nativos das terras da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Albert Eckhout integrou a equipe de Maurício de Nassau durante o domínio holandês no nordeste brasileiro. A tela pertence ao Museu Nacional da Dinamarca.



Mapa das tribos do Rio Grande do Norte



Fonte:Cascudo, Luis da Câmara.História do Rio Grande do Norte, Natal: 1955


Sobre a GWBR


         Ela se originou de imperativos ditados desenvolvimento da industria açucareira em Pernambuco e estados limítrofes.No inicio do século XX um grupo financeiro , com auxilio de capital inglês adquiriu as duas ferrovias de Pernambuco, a  Estrada Central de Pernambuco e a Recife and  São Francisco Railway, para formar a “The Great Western of Brazil Railway Company Ltd”. Que tinha como programa “desenvolver as construções de novas linhas, melhorar e unificar os transporte sob uma mesma administração central”. ( IBGE, 1954, p.115).

      A GWBR atendia aos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas, era formada pelas reunião de  várias pequenas ferrovias locais que foram agrupadas em três grupos:Linha Norte, Oeste e Sul, num total de 1.838 km de extensão.Tinha sede em Recife e bitola de um metro em tração a vapor, posteriormente a diesel.

Dados interessantes sobre o Censo do IBGE 2010 em relação a população do RN

            Analisando os dados do ultimo Censo do IBGE percebemos algumas curiosidades demográficas como se verá adiante.
            O RN tem mais mulheres do que homens, segundo mostram os dados do ultimo censo do IBGE realizado em 2010. São 1.619.140 mulheres e 1.548.887 homens a diferença é de 70.253 mulheres a mais do que homens no RN.
            Em Ipueira  são 1.038 homens e 1.039 mulheres, apenas 1 mulher faz a diferença entre os sexos naquela cidade dando as mulheres a maioria. Em Cerro Corá os homens ganharam das mulheres por uma diferença de dois homens a mais no total da população que tem 5.459 homens e 5.457 mulheres.             Em Fernando Pedrosa são 2.869 homens e 2.865 mulheres, diferença de 4 homens a mais do que mulheres. Em Timbaúba dos Batistas são 1.145 homens e 1.150 mulheres, diferença de 5 mulheres a mais. O contrário ocorre em Pilões, lá 5 homens ganham para as mulheres em relação a população que tem 1.729 homens e 1.724 mulheres.Viçosa tem 806 homens e 812 mulheres, são três mulheres a mais, em Brejinho ocorre o contrario, lá a diferença é de três homens,  são 5.800 homens e 5.777 mulheres, o mesmo se dá em Carnaúbas dos Dantas com também 3 homens a mais que mulheres, lá vivem 3.716 homens e 3.713  mulheres.          
            Em Natal a diferença é de 47.845 mulheres a mais que homens. Na capital potiguar vivem 377.947 para 425.792 mulheres. Mossoró tem 8.321 mulheres a mais que homens, por lá são 134.068 mulheres para 125.747 homens. Parnamirim tem 96.995 homens e 105.461 mulheres, lá são 8.466 mulheres a mais.
            Em Caicó a diferença de mulheres para homens foi de 1.542. Lá tem 30.373 homens e 32.336 mulheres. Em Currais Novos existem 1.906 mulheres a mais do que homens. São 20.737 homens para 22.279. São Gonçalo do Amarante apresenta uma diferença de 1.310 mulheres a mais do que homens. Lá os homens chegam a ser 43.179 enquanto as mulheres são 44.489.
            Em relação a situação de domicilio Vila Flor tem 88 pessoas vivendo na zona rural já em Viçosa o numero cai para 77  mas é Senador Georgino Avelino que ganha no quesito de menor contingente populacional  habitando na zona rural, por lá existem 43 pessoas na zona  rural.. A capital do estado tem a maior população urbana do RN com seus 803.739 habitando a cidade de Natal.
            Viçosa tem a menor população do estado, são 1.618 habitantes, já Natal tem a maior quantidade de habitantes no RN, são 803.739.
             Os números nos mostram realidades curiosas sobre a população do estado, como a diferença de apenas uma mulher a mais do que homens, em Ipueira ou como a quantidade de 43 pessoas habitando a zona rural em Senador Georgino Avelino. Realidades que os geógrafos poderiam se debruçar em conhecer em aulas de campo para constatar essas realidades.

            Em Taipu  são 6.112 homens e   5.724 mulheres, são 388 homens a mais que mulheres em Taipu.