Taipu é uma terra pequena, onde, dos devaneios de nossos avós, amores dos nossos pais e sonhos enluarados da infância, fazem dela o relicário da nossa meninice, tão longe e tão perto do coração. Dir-se-ia que naquele rincão descansava a felicidade no meio da carência de tudo. Luís Viana, poeta taipuense.
Pesquisar este blog
Total de visualizações
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Coisas de Taipu
Mais um fato destes que ocorrem em pequenas cidades do
interior. Claro ocorreu na pequena Taipu.
No 25º aniversário das aparições de Nossa Senhora de Fátima, o
padre Antonio Chacon organizou uma celebração majestosa para celebrar a data.No
dia 13 houve missa as 10h “pela paz concedida na guerra de 1914-1918 e em
suplica pelo término da atual conflagração”.A tarde foi realizada uma procissão
de penitência com a imagem de Nossa
Senhora de Fátima, que foi conduzida da matriz até a capela de Gameleira,
distante 3 km da sede municipal, ali a imagem ficaria “até o final da guerra
quando voltará triunfalmente em procissão”.
O vigário percorreu todos os recantos da paróquia conclamando
o povo católico de Taipu a se fazer presente as festividades religiosas em
homenagem a Virgem de Fátima.
Onde está o pitoresco no
fato?
O pitoresco do fato citado a cima reside na procissão de 3 km
realizada pelo então vigário de Taipu, uma verdadeira penitencia, atualmente a
procissão de encerramento da festa da padroeira não chega a ter 500 metros.A
imagem ficou abrigada na capela da Gameleira até o final da II Guerra Mundial, que como se sabe ocorreu 1945,
ou seja, lá ficou abrigada por 3 anos.
Fonte: A ordem, 05/10/1942, p. 2.
Coisas que já teve em Taipu-RN
A Cooperativa agrícola
Taipu é conhecida pejorativamente pela população local como a cidade que tudo teve e nada tem.Para provar eis ai uma das inúmeras coisas que Taipu já teve.
Segundo o jornal A Ordem foi fundada em Taipu a cooperativa
agrícola em 19/04/1943. A cooperativa tinha o objetivo de realizar empréstimos
aos agricultores e criadores do município. Segundo o jornal “enriquece-se assim
a cadeia cooperatista do Estado que tão relevantes serviços vem prestando a agricultura e a pecuaria”.
A data escolhida foi uma homenagem ao presidente Getúlio Vargas grande animador do cooperativismo em todas as suas modalidades, dizia o
jornal.Se fizeram presente a inauguração da cooperativa em Taipu autoridades
cooperativistas e técnicos do serviço especializado.
A cooperativa contava com 52 sócios fundadores e um capital
inicial de Cr$ 30.000,00.
A diretoria foi composta por Otávio Praxedes, presidente, Luiz Ferreira de Miranda,
vice-presidente, Luis Gomes da Costa, gerente, João Eustaquio de Castro,
secretário, Rosendo Leite da Fonseca, conselheiro.Além destes, tiveram lugar
nos cargos de conselheiros fiscais:Adão Marcelo da Rocha, Alfredo Miranda,
Julio Leite da Fonseca,José Soares Sobrinho, Pedro Gomes da Costa, Gabriel
Fernandes Campos.Estiveram presentes a inauguração da cooperativa em Taipu
Amaro Silva, chefe da Agencia Econômica
rural e Francisco Veras Bezerra, sub-diretor das cooperativas que representou o
interventor federal
É mais um registro para provar que Taipu é a cidade que “tudo teve e nada tem”.É triste, mas o
registros não deixam mentir.
Crônicas taipuenses Agradecimentos do povo contra as feiras aos domingos
O fato é no mínimo inusitado
e curioso, daqueles fatos que só podem ocorrer em cidades do interior e que
fazem parte da crônica local.O fato passaria despercebido se não tivesse sido
registrado no jornal A Ordem.
Em agradecimento pelo cumprimento do decreto nº 8 de 23 de
dezembro de 1937 do interventor federal Rafael Fernandes em que se transferiu
para o sábado as feiras que se realizavam no municipio, ao que se sabe haviam
duas, uma na sede e outra na Pitombeira, os representantes de todas as clases
taipuenses escrevaram uma carta em agradecimento pelo decreto que mandava
obedecer ao descanso dominical.
Segundo o texto da carta “nós os representantes de todas as
classes, interpretando o sentimento do povo católico de Taipu, vimos agradecer
a V. Excia. A manutenção do decreto 8 de 23 de dezembro de 1937 do prefeito
municipal desta cidade, que manda observar o descanso dominical, transferindo
para o dia de sábado todas as feiras do municipio, Saudações”.
Assinava a carta: Adão Marcelo da Rocha, Tamires Miranda, Cruz
& filha, sic, Luis Ferreira de
Miranda, Alfredo Miranda, Almir Furtado,
Clovis Miranda, Luis Gomes da Costa, Otavio Praxedes, Celso Alves da Rocha, Manuel Rodrigues, Nair Trindade
de Morais, Vicencia Améliaa da Cruz, Maria Viana Gomes, Odila daSilva
Barros,Maria Gloria Soares, Maria Barbalho Soares, José Gonçalves, José
Saldanha, Cicero Saldanha, Rubens Leite, Manuel Cruz, João Vicente Ferreira,
Francisco Ferreira da Cruz,Miguel Eustaquio da Cruz, Moises Morais, Antonio de
Miranda, Raimundo Furtado, Vicente Cruz, Pedro Guedes de Paiva Fonseca, Anisio
Ferreira da Cruz, José Gomes de Oliveira.
O fato hoje soa inusitado e pitoresco daqueles que só se
verifica em pequenas cidades do interior. Na época foi travada uma verdadeira
batalha pela mudança do dia da feira do domingo para o sábado, o decreto do
prefeito Rosendo Leite surtiu toda sorte de efeitos possíveis, desde o
acolhimento do povo católico, naquela época quase a totalidade da população
local, até a não obediência do decreto por meio do proprietário da fazenda
Pitombeira que manteve a feira naquela localidade sendo realizada no domingo.
O episódio extrapolou os limites municipais tendo até que,
vejam só a ironia, ter a intervenção do interventor federal Rafael Fernandes
para que se fosse cumprindo o decreto municipal.
Os nomes listados na carta de agradecimento da população
revela os nomes das tradicionais famílias taipuenses, a saber a Miranda e Cruz,
seguida dos Rochas e Soares que são os nomes que mais se repetem na citada
carta.Inusitado é o fato de aparecer nomes de mulheres quando na sociedade da
época dava-se destaque aos chefes de família e não as mulheres.Por qual motivos
aparecem tais mulheres no documento enviado ao interventor? Seria viúvas
distintas da sociedade taipuenses naquele ano?, Seriam elas chefes de famílias?
Apenas conjecturas podem ser feitas, entretanto merece ser destacado esse fato
do aparecimento de tais mulheres no meio dos distintos homens de Taipu.
Alguns nomes são conhecidos da população local, como Adão
Marcelo da Rocha que designa a escola de ensino médio do municipio, outros
nomes denomina ruas da cidade.
Fonte: A Ordem, 01/06/1938
p. 4.
Assinar:
Postagens (Atom)