sábado, 26 de junho de 2021

O MERCADO DAS QUINTAS

 

O mercado do bairro das Quintas foi inaugurado em 22/061957 pelo prefeito Djalma Maranhão. O mercado viria a abastecer todo aquele subúrbio da capital potiguar e durante algum tempo o funcionamento foi bem, principalmente no que se referia a higiene.


Aspectos do mercado das Quintas


Passados 10 anos e o mercado e a medida que o mercado ia envelhecendo, o abastecimento ali era considerado razoável já em decadência.

A maioria da população que ali residia preferia se abastecer no mercado do Alecrim. Vários fatores concorreram para essa mudança, como por exemplo, houve um dia em que os locatários não puderam adentrar o recinto do mercado porque as portas não abriam devido a ferrugem e ao abandono em que se encontrava o prédio.

Em 1975 o abandono do mercado das Quintas pela prefeitura de Natal era total, segundo o jornal Diário de Natal. Foi comentado pelo vereador João Lucena que apelou ao prefeito no sentido de determinar a recuperação do prédio e instalações sanitárias. Disse ainda que os moradores das proximidades muito reclamavam com a sujeira do local e os comerciantes do mercado pediam maior segurança para o prédio (DIÁRIO DE NATAL, 14/11/1975, p.5).


Aspecto interno do mercado das Quintas em 1975.Foto: Diário de Natal.


Até o final do mês de novembro de 1975 seria restaurado o mercado das Quintas com mudanças nas instalações elétricas e hidráulicas, além de uma limpeza geral no teto (DIÁRIO DE NATAL, 18/11/1975, p.5).

O mercado das Quintas está situado na rua Pedro Nóvoa naquele bairro da capital potiguar.





Aspectos do mercado das Quintas.


O MERCADO DA AV 6 NO ALECRIM


O mercado construído entre a rua dos Canindés e a Av. Mário Câmara (av. 6) no Alecrim foi um da série de 3 mercados modelo construídos na administração do prefeito Agnelo Alves.

Construído para facilitar o acesso aos centros de gêneros alimentícios daquela região da capital potiguar, este mercado foi construído em estrutura metálica. Enquanto não se concluía a sua construção a população vinha se valendo do mercado do Alecrim na av. Presidente Sarmento, onde o lixo e as moscas eram um desafio a saúde pública ( O POTI, 29/09/1968, p.8).

Esse mercado foi construído com boxes variados, estacionamento para veículos e com instalações modernas, oferecendo conforto aos consumidores tendo suas obras iniciadas em 1969 a cargo do Batalhão de Engenharia do Exército.

         O edital de concorrência aberto em 22/04/1969 definia a obra como um prédio de alvenaria em estrutura principal metálica, abrangendo uma área de 3.000m² com único pavimento e tipo de acabamento médio (DIÁRIO DE NATAL, 24/03/1969, p.8).



Aspectos do mercado da av. 6

Interior do mercado da Av. 6 em 1971.Foto: Diário de Natal, 19/01/1971,p.1.


O MERCADO DE LAGOA SECA

 

A mais antiga menção a um mercado público no bairro de Lagoa Seca por nós encontrado data de 1948 registrado pelo jornal A Ordem onde se dizia que a prefeitura estava construindo um prédio para o açougue em Lagoa Seca, evitando assim que a população daquele bairro viesse até o mercado do Alecrim para comprar carne verde (A ORDEM, 28/05/1948, p.6).

Em 02/02/1958 as 10h00 foi solenizada a cerimônia da pedra fundamental do mercado de Lagoa Seca (O POTI, 02/02/1958, p.6).

Para a construção do mercado de Lagoa Seca foi despendido a quantia de Cr$ 200.000,00.

O mercado de Lagoa Seca foi construído entre a rua São José e a Av. Presidente Bandeira naquele bairro.

A construção do mercado de Lagoa Seca não foi pacifica entre a Prefeitura e a Câmara de Vereadores, visto que o vereador Manoel Sátiro disse em discurso na sessão da Câmara de 09/07/1959 que o local onde a prefeitura estava construindo o referido mercado era impróprio (O POTI, 09/07/1959, p.3).

O mercado de Lagoa Seca teve vida curta, tanto que em 09/05/1974 a prefeitura abriu concorrência pública para serviços de adaptação do prédio que passaria a abrigar definitivamente a sede da Secretaria Municipal de Obras e Viação-SUMOV, levando, segundo a prefeitura a sede da SUMOV para o centro de área de expansão urbana de Natal. Em 09/01/1976 aquela secretaria já estava definitivamente instalada no antigo prédio do mercado de Lago Seca.





Prédio onde funcionou o mercado de Lagoa Seca transformado depois em secretaria da prefeitura de Natal.





O MERCADO DA AV. PRESIDENTE SARMENTO NO ALECRIM

 

         O mercado da Av. Presidente Sarmento, mais conhecido como “Mercado da 4”, em alusão a citada avenida que era assim denominada, foi construído em substituição ao mercado situado na Praça Gentil Ferreira no mesmo bairro.

         O prefeito Ernani da Silveira confirmou para as 17h00 do dia 04/09/1970 a inauguração do mercado público do Alecrim, em solenidade presidida pelo governador Walfredo Gurgel.

         O novo mercado situado a Av. Presidente Sarmento, foi construído com 262 boxes que seriam explorados por locatários do velho mercado do Alecrim, do antigo mercado da Cidade Alta e ainda por comerciantes da feira de emergência das Rocas, que teriam condições mais humanas e higiênicas para a venda de gêneros alimentícios.

         Somente após a inauguração do prédio, a prefeitura nomearia a administração do novo mercado que entraria em funcionamento dentro de 60 dias.

         O prefeito Ernani da Silveira havia informado ainda que ainda aquele mês a prefeitura iniciaria a construção de 500 boxes em quadra descoberta situada vizinho ao novo mercado em terreno que já havia sido desapropriado.Com a conclusão desta obra seria solucionado o problema dos locatários (DIÁRIO DE NATAL, 03/09/1970, p.8).

O velho mercado do Alecrim com problemas acumulados há anos seria demolido num futuro próximo para dá lugar a uma passagem urbana reclamada pela cidade, já que o prédio tomava o espaço do que poderia ser o trânsito de veículos.

De acordo com documento que servia de planejamento para futuras realizações na gestão de Agnelo Alves, disse o mesmo que era perfeitamente compreensível a impraticabilidade de qualquer serviço de ampliação ou modernização do mercado do Alecrim, uma única solução afigurava-se como viável na sua administração que era a sua erradicação sumária.

Situação atual

         Presentemente o prédio do mercado da Av. Presidente Sarmento no Alecrim havia sido interditado e o condenado pelo Corpo de Bombeiros por falta de segurança e condições de funcionamento, cabendo a prefeitura tomara as devidas medidas para resolver o problema daquele ninho de arapuá que a  própria prefeitura tem medo de por a mão.

Aspectos do mercado da Av. Pres. Sarmento no Alecrim.

O MERCADO DA CIDADE ALTA

 

A Coleção de Leis Provinciais do Rio Grande do Norte cita o aluguel de uma casa que servia de mercado da Cidade Alta já em 1870 (COLEÇÃO DE LEIS PROVÍNCIAS DO RIO GRANDE DO NORTE, 1870, p.40).

Em 1889 foi publicado no jornal A República o edital de concorrência pública para a conclusão das obras do mercado público de Natal (A REPÚBLICA, 31/12/1889, p.4).

Em 16/04/1890 foi aberto um crédito na quantia de 4 contos de réis da verba dos socorros públicos do ministério do interior, para o pagamento da 2ª prestação a que tinha direito o cidadão Antônio Minervino de Moura Soares, como contratante das obras da casa do mercado público da capital (A REPÚBLICA, 16/04/1890, p.4).

No relatório do governador Adolfo Afonso da Silva Gordo o mesmo escreveu que: “mandei continuar as obras do mercado desta capital, em que já se gastaram dezenas de contos de réis, e que se iam deteriorando com as chuvas completamente” (A REPÚBLICA, 01/07/1890, p.1).

Em 26/07/1890 foi nomeada uma  comissão composta por Augusto Carlos de Melo L’Eraistre, procurador fiscal da tesouraria da fazenda e Jonh Morant, engenheiro chefe da Estrada de Ferro Natal a Nova Cruz, para examinar e declarar se as obras do mercado público da capital foram ou não executadas de conformidade com o seu contrato e respectivo orçamento, a fim de ter lugar a entrega do mesmo mercado à referida tesouraria pelo contratante Antônio Minervino de Moura Soares (A REPÚBLICA, 26/07/1890, p.1).

Em 13/10/1890 foi autorizado o recebimento provisoriamente o prédio do mercado público de Natal com as alterações que, em face do contrato, notou nas obras do mesmo a comissão encarregada de examinar (A REPÚBLICA, 13/10/1890, p.1).

Em 23/11/1890 foi nomeada uma comissão composto por Augusto Leopoldo Raposo da Câmara, 1º tenente Afrodizio Fernandes Barros e Angelo Roseli, para se encarregar da conclusão das obras do mercado público da capital potiguar, ficando a referida comissão autorizada a nomear um administrador para dirigir os respectivos trabalhos (A REPÚBLICA, 23/11/1890, p.1).

A 05/02/1891 seriam abertas as propostas a fim de ser contratada a conclusão das obras do mercado público de Natal, de acordo com o orçamento do município (A REPÚBLICA, 01/02/1891, p.4).

Não tendo a comissão encarregada da conclusão das obras do mercado público da capital, encetado os trabalhos da casa do referido mercado dentro do prazo, a intendência resolveu abrir nova concorrência, a fim de que em hasta pública fosse contratada com melhores vantagens oferecesse a conclusão das referidas obras (A REPÚBLICA, 26/02/1891, p.1).

Em 21/01/1892 foi realizado leilão público dos quartos do mercado de Natal por quem mais desse e maior lance oferecesse, sob a base de 10$000 réis mensais por cada um dos quartos (A REPÚBLICA, 16/01/1892, p.4).

A inauguração

         A inauguração do mercado público de Natal ocorreu em 07/02/1892.

    Conforme o jornal A República em presença da Junta Governativa, de representantes de todas as classes sociais e crescida massa popular, o vice-presidente da Intendência declarou aberto ao comércio e concorrência  pública o mercado cuja utilidade e importância salientou concluindo por felicitar o povo riograndense e a Junta Governativa , cujo presidente saudou a Intendência municipal e ao povo natalense, lavrando-se de tudo uma ata que foi assinada pelos membros da Intendência e da Junta Governativa, pelo major comandante do 34º Batalhão de Infantaria e oficiais, médicos, militares, oficiais de marinha, representantes da magistratura federal e local, comandante da policia, inspetores da tesouraria e do Tesouro e os demais cidadãos presentes( A REPÚBLICA, 13/02/1892, p.2).

        Seguiu-se um copo d’água, durante o qual trocaram-se diversos brindes, cada um dos quais solenizado pela banda de música do 34º Batalhão de Infantaria, que estava postada no salão do edifício.

      Boa e aprazível foi aquela festa que terminou por volta das 14h00.A noite houve música e iluminação no edifício e grande concorrência de famílias das mais distintas da capital.

      Até que enfim desencantou-se o mercado que felizmente estava aberto a concorrência da população natalense e dotado o município de um melhoramento transcendental, de há muito reclamado e longamente esperado por todos que se interessavam pelo bem comum, escreveu ainda o referido jornal ( A REPÚBLICA, 13/02/1892, p.2).

    O edifício tinha proporções adaptadas a comportar as mercadorias que ofereciam diariamente ao mercado.


Aspecto da primeira arquitetura do mercado da Cidade Alta, início do séc. XX.


Nesta imagem o mercado aparece já com as feições diferentes após reformas.



Aspectos do mercado da Cidade Alta.

Nesta foto aparecem os prédios do antigo Atheneu e o mercado da Cidade Alta, ambos com arquiteturas bem parecidas, sendo o Atheneu o prédio em destaque na foto a direita, já o mercado aparece atrás dos soldados em formação.

         Mesmo tendo sido inaugurado o mercado se ressentia de alguns defeitos de condições higiênicas que poderiam facilmente ser remediados abrindo-se válvulas a entrada de maior quantidade de ar “feito isto, estará muito bom” escreveu o citado jornal ( A REPÚBLICA, 13/02/1892, p.2).

O primeiro incêndio 

Na noite de 5 para 6 de março de 1893 houve no mercado público de Natal um começo de incêndio, que danificou completamente um dos quartos do estabelecimento. O fogo só foi descoberto depois de fechado o mercado (A REPÚBLICA, 11/03/1893, p.3).Seria um presságio do triste final que viria a ter o mercado público da Cidade Alta anos depois?

Na mensagem enviada ao Congresso Estadual em 1900 escreveu o governador  Alberto Maranhão que a reconstrução do mercado estava também tornando-se cada dia mais urgente, atentas às más condições daquele edifício, que, pela completa ausência  de higiene, era considerado um iminente perigo para a salubridade pública, podendo torna-se um foco deletério da maior gravidade caso tivesse o infortúnio de visitar a Capital potiguar a peste (MENSAGEM..., 1900, p.9).

Foi então que levar a efeito essa medida, cuja realização requeria um dispêndio superior às forças atuais do erário da Intendência, que segundo o governador Alberto Maranhão, ele foi forçado a autorizar que as obras fossem custeadas pelo Tesouro,  obrigando-se a Intendência a indenizar o Estado (quando pudesse).

   Na mensagem a Assembleia Legislativa em 25/03/1904 o governador Alberto Maranhão escreveu que durante os  4 anos do seu mandato foi reedificado em ótimas condições higiênicas o mercado público de Natal (MENSAGEM..., 1904, p.12).

Consta nos relatórios do governador Alberto Maranhão que o mesmo reconstruiu o mercado público da capital em condições de torná-lo digno de uma capital adiantada (A REPÚBLICA, 24/03/1902, p.1).

A ampliação do mercado da Cidade Alta

Até meados da década de 1930 a cidade de Natal ressentia-se de mercados públicos condignos, o mercado da Cidade Alta seria o único e suficiente mercado público de Natal.

 Tendo sido em 1937 iniciados pelo prefeito Gentil Ferreira a ampliação do mercado da Cidade Alta e a construção do mercado da Ribeira.

O novo e grande mercado da Cidade Alta à Av. Rio Branco, foi construído com uma área de 4.200 m², obra que recomendava qualquer cidade a época.

A inauguração

         O prefeito Gentil Ferreira marcou a inauguração do novo mercado da Cidade Alta para 01/05/1937,  que de acordo com o Diário de Pernambuco: “há mais de seis anos que não se realiza neste Estado, inauguração de prédio público, nas condições do atual edifício, cujo ato vai ser revestido de grande solenidade” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO,14/04/1937,p.12).

         O novo mercado abrangia uma área de 4.200m² compreendidos entre a Av. rio Branco, rua Auta de Souza e praça João Tibúrcio e do Mercado.Na área interna seriam alocados cerca de 250 comerciantes permanentes, existindo uma área para feira diária e instalações de frigorifico

         A inauguração contou com  a presença do governado do Estado, do prefeito da Capital, outras autoridades, representantes da imprensa e grande número de pessoas.

Sobre a inauguração do novo mercado da Cidade Alta escreveu o jornal A Ordem que o prédio recém-inaugurado era verdadeiramente uma obra notável que se construía em Natal, com as próprias rendas municipais, sem auxílios estranhos nem apelo a empréstimos (A ORDEM, 01/06/1937, p.1).Poucas eram as capitais que se podiam orgulhar de possuir um mercado como o da Cidade Alta em Natal dizia ainda o mesmo jornal.

A frente das obras de construção do novo mercado da Cidade Alta estava o engenheiro Otávio Tavares, diretor de obras da prefeitura.

O prédio foi construído com 54 metros de frente por 81 metros de fundo.A parte concluída e a ser posta à disposição do público abrangia uma área de 2.185 m², ou seja, 2 1/5 vezes maior que o antigo mercado.

A área interna estava dividida em ruas e avenidas, sendo 28 locais para carne verde, 22 para carnes secas, queijos e vísceras, 10 para cafés e pequenos restaurantes, 6 para aves, 70 para cereais, 12 para miudezas, 37 para frutas e verduras e 2 grandes locais para feiras livres.

O serviço de saneamento era subterrâneo, onde se achavam instalados  9 aparelhos, 2 mictórios e 2 pias para asseio.

O edifício era coberto com telhas belgas, de amianto. O piso era de paralelépidos, reajuntado e sobre base de concreto. Nos locais de peixe e carne o piso era de mosaico branco e os balcões e colunas de marmorito. Os portões era de ferro, de enrolar, e davam passagem a automóveis e caminhões.

Todas as seções eram providas de instalações de água, sendo que nos locais para a venda de peixe foram postas 18 torneiras.

         Foram instaladas 24 lâmpadas para a iluminação interna. O custo total da parte inaugurada custou a prefeitura 393.660$000 (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 08/06/1937, p.3).



Aspectos do mercado da Cidade Alta após a ampliação de 1937.

Aspectos internos do mercado da Cidade Alta no dia da sua inauguração. Foto: diário de noticias,12/06/1937,p.18.

Aspectos internos do mercado da Cidade Alta no dia da sua inauguração. Foto: diário de noticias,12/06/1937,p.18.

Aspectos do bairro da Cidade Alta onde é possível ver o mercado público.

Aspectos internos do mercado da Cidade Alta no dia da sua inauguração. Foto: diário de noticias,12/06/1937,p.18.

Aspectos internos do mercado da Cidade Alta no dia da sua inauguração. Foto: diário de noticias,12/06/1937,p.18.

Aspectos internos do mercado da Cidade Alta no dia da sua inauguração. Foto: diário de noticias,12/06/1937,p.18.


O fim

    O mercado da Cidade Alta teve um final trágico em 1967 quando foi devorado tal qual a hecatombe que se abateu sou a cidade de Roma mandada ser incendiada pelo doido do imperador Nero. As lendas urbanas e a boas línguas de Natal juram de pé junto com  a mão na bíblia e pelo sangue vertido da Cruz que o incêndio foi criminoso e proposital. Mas isso é assunto para outra postagem, por hora a imagem a baixo mostra o estado em que ficou o mercado da Cidade Alta após o fatídico sinistro que reduziu ao pó aquele que era um dos maiores prédios públicos da Capital potiguar.