segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

EXPEDIÇÃO: NOS TRILHOS DA HISTÓRIA FERROVIÁRIA DE TAIPU




        Resolvi ir no último sábado, dia 21/02/2015, ir em busca do passado ferroviário de Taipu e trazer a tona as lembranças de quando era criança e ia junto com meu pai e meu irmão mais velho, Paulo, até Ceará-Mirim no velho trole que meu usava como meio de transporte para realizar seu trabalho de artífice de manuntenção da extinta RFFSA. O jargão é inevitável "tempo bom que não volta mais".O percurso foi feito saindo da estação indo pelo açude e percorrendo as trilhas que se formaram em meio ao trecho da linha, na maioria envolta pela caatinga, dando a paisagem um tom cinzento causada pela estiagem prolongada.Apesar de no dia anterior ter chovido a paisagem se mostrou árida em sua maioria.
        Cheguei até o pontilhão de Passagem Funda, a mais antiga obra de engenharia ferroviária no município de Taipu (seria a parada de Pitombeira se esta não houvesse sido demolida em 1979).Quase não se chega até lá, o mato toma de conta da estrada de ferro, é preciso ir pela estrada de rodagem.O pontilhão foi construído para transpor o rio Gameleira-Guedes, afluente do rio Ceará-Mirim ( alias é justamente no pontilhão onde o afluente se encontra com o rio principal.
         A ferrovia foi construída margeando o rio Ceará-Mirim, em certos trechos corre paralela ao curso d´água, mas foi preciso muitas obras de engenharia para se alcançar a sede do município, a então vila de Taipu, como o próprio pontilhão, as rampas, aterros, os bueiros para escoamentos dos riachos ou sangradouros de açudes que cruzavam a ferrovia.
             Eis a baixo algumas imagens dessa expedição afetiva e de resgate da história da ferrovia em Taipu.O percurso é no sentido Taipu-Ceará-Mirim.


Inicio da expedição.Vista de quem chegava a Taipu por trem vindo de Natal, Extremoz e Ceará-Mirim.

Margem do açude público

Açude público

Bueiro do sangradouro do açude público

Detalhe do bueiro

Vista do vale do Rio Ceará-Mirim

Lendária tamarineira em Passagem Funda lugar de histórias de assombração 


Primeiro corte na rocha


Bromeliácea as margens da ferrovia 

A estrada de ferro se estreita pelas cercas construídas em suas margens e pela vegetação 


Segundo corte na rocha

No dia anterior choveu e causou este pequeno deslizamento de rochas




Bueiros na ferrovia

Os trilhos quase somem em meio a vegetação seca



Terceiro corte na rocha



O Aventureiro Solitário

A estrada de ferro parece não ter fim, era assim que sentia quando era criança, pesava que nunca tinha fim os trilhos.



Agricultor roçando o mato as margens da ferrovia

Casa de taipa e bairro as margens da ferrovia , coisas rara de se vê e que faz parte da cultura potiguar

Contraste da natureza


Pequena aula de física.Os trilhos não são contínuos pois se o fossem dilatariam em altas temperaturas, por isso eles tem essas intervalos entre si.Quando crianças ficávamos observando quando estavam longe e quando se aproximavam as emendas dos trilhos.São esses intervalos que fazem aquele barulho característico do trem em movimento quando a roda passa pelos intervalos dos trilhos.




Eis o pontilhão da Passagem Funda.A obra foi construída entre 1906 e 1907 ano em que foi inaugurado o trecho entre Ceará-Mirim e Taipu. 

Detalhe do pontilhão


Detalhe do alicerce do pontilhão

Detalhe do lastro do pontilhão

O afluente do rio Ceará-Mirim passando por baixo do pontilhão



Vista de cima do pontilhão, o mato toma de conta do lastro



Vista do rio Gameleira-Guedes afluente do rio Ceará-Mirim

Detalhe do lastro






Para a construção da estrada de ferro foi preciso corrigir a topografia do terreno por onde iria passar os trilhos, aqui o aterro que foi feito para corrigir o terreno


Bueiro que passa por baixo da estrada de ferro pode se vê também o aterro que foi feito

Detalhe do bueiro


Retornando ao ponto de partida

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