terça-feira, 2 de abril de 2019

O TEATRO CARLOS GOMES



        
          O teatro Carlos Gomes, atual Alberto Maranhão, é o maior e mais antigo teatro de Natal.Segundo a mensagem do governador Alberto Maranhão apresentada na Assembleia legislativa em 1904 “o teatro ‘Carlos Gomes’, valiosa construção que o meu honrado antecessor deixou muito adiantada e que se acha quase paralisada, e virtude da insuficiência da verba votada e pela necessidade mais urgente de atender-se a obras que entendem com a saúde pública, poderá dentro de um ano, talvez inaugurado, se as rendas estaduais me permitirem fazer executar, com regularidade e sequência, os respectivos trabalhos, até agora interrupta e morosamente feitos”.(MENSAGENS DO GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE PARA ASSEMBLEIA, 1900,P.12,).
         Este belo edifício começado em 1898 sob a administração do governador Ferreira Chaves, foi inaugurado a 25/03/1904. Mede 18,30 metros de largura e 7,60 metros de extensão.O primitivo plano, fornecido pelo dr. José Berredo, foi durante a construção,completamente modificado, ficando o edifício com todas as acomodações necessárias a um teatro moderno.
         A sala de espetáculos contem 5 camarotes de boca, 22 de primeira ordem e 6 de segunda, laterais.Além desta sala que comporta um lotação de 700 pessoas e mede 13,5 metros de extensão sobre 11,10 de largura, sem falar no espaço ocupado pelos camarotes, possui o teatro um jardim no centro, circundado de varandas, com 20 metros de comprimento sobre 11,10 de largura, um palco com 14,50 metros de extensão por 18,50 de largura, 7 camarins no pavimento térreo cada um com 6,30 metros sobre 2,75 e vasta dependência assobrada, contendo espaçoso salão para ensaios, com 16,90, sobre 12,30 metros.





         A decoração e o remate da obra construída sob a administração do major Teodósio Paiva, deve-se ao engenheiro arquiteto Herculano Ramos.
         O cenário consta de dois panos de boca, representando um em diorama, a cidade de Natal vista do rio Potengi e o outro uma fantasia simbólica sobre a barra do mesmo rio, uma sala fechada completa, uma cena de campo, uma cena de bosque, um cemitério; e um trecho de cidade do norte.A iluminação é feita a acetileno, tendo para esse fim o governador Alberto Maranhão mandado fazer pelo industrial Domingos Barros um gasômetro com capacidade para 38.000 litros de gás.A mobília consta de 6 espelhos, 6 pedras de mármore, 112 cadeiras austríacas, 280 fautelis, 24 cadeiras de ferro, 6 mesas igualmente de ferro, 6 bancas para jardim e 180 tamboretes para camarotes e orquestra.( relatório, 1904,p.50-51).

Termos de contrato
      Em 28/01/1904, foi assinado o contrato entre o governador do Estado, Alberto Maranhão e o engenheiro Herculano Ramos, para a execução do forro da sala de espetáculos do teatro Carlos Gomes no valor de  4:320$000, que seriam pagas em duas parcelas,sendo a primeira de 1:320$000 para a aquisição de material e outra na conclusão do trabalho.
     Conforme o termo do contrato o forro seria feito de pano de algodão sobre gradeamento de pinho, afixado no rigamento existente, ocupando a superfície de 357 m².Seria pintado a tempera com molduras de madeira pintada a óleo.Mensagens do Governador do Rio Grande do Norte para Assembléia,1904,p.71
        Na mensagem do governador em 1913 se lia que o “teatro Carlos Gomes inteiramente reconstruído e adaptado para companhias de grande espetáculo, com acomodações para secretaria, bufet e cenografia e servido de um ótimo salão de concertos e conferencias”(MENSAGEM,1913,p.16).
         A 24/03 foi inaugurado o teatro Carlos Gomes, o espaçoso edifício, cuja construção iniciada sob a administração ilustre do dr. Joaquim Ferreira chaves, atualmente nosso digno representante no senado federal, foi concluída pelo dr. Alberto Maranhão que destarte ligou seu nome a um dos nossos melhores próprios estaduais.Em 1915 foi feito Reparos no teto e nas portas.
Em 21/09/1929 foi assinado um contrato entre o governo do estado e os srs José Elisio Bezerra Cavalcanti e Noel Virgilio de Miranda para o arrendamento do Teatro Carlos Gomes. (MENSAGEM, 21/09/1929, p.46).

Nenhum comentário:

Postar um comentário