Na década de 1930 Estremoz era descrita
ainda como uma decadente povoação, onde não havia ruas, existindo apenas uma
grande praça em torno da qual viam-se quase todas as casas da localidade.
Entretanto, após a Revolução de 1930 (Estado
Novo) já se começava a ver certa diferença na vida de Estremoz.
A prefeitura de Ceará-Mirim havia
construindo um pequeno mercado e estava dando inicio a edificação de um grupo
escolar em frente a estação da EFCRGN.
Logo que assumiu a direção do
Departamento de Educação, Anfilóquio Câmara expôs detalhadamente a situação no
setor da educação ao interventor federal no Rio Grande do Norte, o qual se
mostrou disposto a encarar todas as dificuldades de ordem financeira para
atender as despesas que, naturalmente, decorreriam de tantas obras.
De comum acordo com o interventor, o
Departamento de Educação resolveu encetar as construções que se projetavam
criando três tipos de edifícios:
As Escolas Isoladas, para os povoados
do interior, cuja freqüência não exigisse acomodações muito vastas; as Escolas
Reunidas, para as cidades do interior, ou para vilas, onde já havia um número
regular de alunos; e os Grupos Escolares, cujo número de salas de aula também
variavam segundo a localidade em seriam construídos.
Fonte: A Noite, 19/01/1935, p.19.
Fonte: imagem colorizada por Inteligência Artificial, 2025.
Até o final do ano de 1934 o governo do
Estado havia construído 12 Escolas Isoladas, 10 Escolas Reunidas e 4 Grupos Escolares,
estando em construção mais 12 isoladas, 11 reunidas e 3 grupos.[1]
Foram reparados 15 Grupos Escolares, 8
Escolas Reunidas e 2 Escolas Isoladas.
Assim foi que pelo Departamento de
Educação do governo do Estado foi criado em 1933 na povoação de Estremoz, duas
Escolas Reunidas ficando nelas absorvidas a escola rudimentar já existente.
Em dezembro de 1933 as obras das
Escolas Reunidas de Estremoz estavam em andamento e se esperava em breve sua
inauguração.
O interventor federal, acompanhado de
sua esposa, do dr. Oto Guerra, secretário particular, o engenheiro Miguel Bilro, prefeito de Natal,
coronel Jorge Câmara, proprietário e usineiro no municipio de Ceará-Mirim, dr.
Teixeira Brandão, e outras pessoas, fizeram visita ao aterro do engenho
Carnaubal, no municipio de Ceará-Mirim em abril de 1934.
A passar os excursionistas pela
povoação de Estremoz, tiveram a oportunidade de visitar o novo edifício em
construção, para o funcionamento de uma escola, cuja direção dos trabalhos
estava a cargo do coronel Pignataro, proprietário na povoação.[2]
A Inauguração
A inauguração das Escolas Reunidas de
Estremoz ocorreu em junho de 24/06/1934, contando com a presença do interventor
Mário Câmara e assistido o ato inaugural por várias pessoas gradas da capital
Durante a inauguração tocou a banda de
música da Policia Militar.[3]
Sobre a gestão do interventor Mário
Câmara na área da educação escreveu Câmara Cascudo, então diretor da Escola
Normal de Natal, em 1935:
A escola de Estremoz, há trinta
minutos da capital, tinha uma mesa da recebedoria e três bancos de aroeira da
Igreja.Hoje tem um grupo esplêndido, claro e amplo com salões acolhedores e
material idôneo [...].
Esse foi assim um grande melhoramento da Interventoria
Mário Câmara, por meio do secretário de Educação, Anfilóquio Câmara na povoação
de Estremoz, a o qual viria a contribuir significativamente para o
desenvolvimento da instrução pública em Estremoz.
Mudança de
denominação
Pela lei nº 111, de 27 de outubro de
1937 foi mudado a denominação do Grupo Escolar da cidade de Ceará-Mirim para
Barão do Ceará-Mirim e denominada de Felipe Camarão as Escolas Reunidas da
povoação de Estremoz.[4]
A lei foi assinada pelo interventor
federal Rafael Fernandes.
Fonte: A Noite, 19/01/1935, p.19.
Na legenda da foto estava escrito: “Escolas Reunidas da povoação de Estremoz, no municipio de Ceará-Mirim, inauguradas em 24-06-934, vendo-se parte da assistência que compareceu ao ato, inclusive o interventor Mário Câmara e sua Exma esposa”.
Na imagem a cima aspecto da sessão inaugural das Escolas
Reunidas de Estremoz, vendo-se na presidência o interventor Mário Câmara.
Situação atual
As antigas Escolas Reunidas de Estremoz
denomina-se presentemente de Escola Estadual Felipe Camarão.
Localiza-se no mesmo local onde fora construído o prédio em 1934, porém, ao passar dos anos passou por várias reformas que descaracterizou a sua feição original. Em 1982 o prédio da Escola Estadual Felipe Camarão de Estremoz passou por ampliações e restaurações, tendo sido estas obras inauguradas em 16/07/1982 pelo governador Lavoisier Maia.[5]
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