A escola primária masculina de Gaspar Lopes
Segundo o
relatório do governo do Estado de 1896 já existia naquele ano uma escola de
instrução primária para o sexo masculino no arraial de Gaspar Lopes, a qual era
mantida pela prefeitura do municipio de Angicos.[1]
Já o relatório de 1900
indicava que o professor Francisco Januário Xavier de Menezes havia sido
nomeado para a referida escola em 15/02/1896.
Na quele ano de 1900
haviam sido matriculados 22 alunos sendo a frequencia de 18 alunos.[2]
O relatório de 1905 indicava Gaspar Lopes
já com a denomianção de povoação, indicando que já havia ali um lampejo de
desenvolvimento.[3]
As Escolas Reunidas da
povoação de Epitácio Pessoa
A década de 1930
marcou um período de reorganização do ensino público no Rio Grande do Norte,
inserido nas políticas educacionais do governo estadual e nas diretrizes
nacionais que buscavam modernizar a instrução primária.
Foi nesse contexto
que, em 1934, surgiu em Pedro Avelino a instituição
conhecida como Escolas
Reunidas de Pedro Avelino, símbolo de avanço educacional e de
centralização administrativa do ensino no interior potiguar.
A criação das
Escolas Reunidas representou a transição entre o modelo das antigas escolas
isoladas — unidades autônomas com um único professor — e o sistema mais
estruturado dos grupos escolares.
As Escolas Reunidas
, como o nome indica reuniam
diferentes turmas sob uma mesma direção, com professores especializados e
instalações comuns, visava racionalizar recursos e elevar o padrão pedagógico.
O decreto nº 724, de 04 de outubro de 1934
criou as Escolas Reunidas da povoação de Epitácio Pessoa, no muicipio de
Angicos.
De acordo com o art.1º do reeferido decreto:
“São criadas na povoação de Epitácio Pessoa, do municipio de Angicos, duas escolas reunidas, as quais funcionarão no prédio ali construido pela Prefeitura de cooperação com o Governo do Estado”.[4]
O diretor feral do Ensino firmou acordo com a prefeitura de Angicos para
a construção de um prédio destinado a Escolas Reunidas da povoação de Epitácio
Pessoa, tendo já escolhido em abril de 1934 o local e aprovado a respectiva
planta.[6]
Em 27/04/1934 já se achava no local
escolhido para a construção da referida escola o material necessário aos
trabalhos tendo por isso o prefeito de Angicos ordenado o inicio da construção,
de conformidade com o projeto apresentado.[7]
O prédio
das Escolas Reunidas foi inaugurado com solenidade em 12/10/1934, reunindo
autoridades locais, professores e moradores.
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Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa colorizada por Inteligência Artificial. 
Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa 
Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa. A Noite,19/01/1935,p.23.
Erguido em alvenaria
simples, mas sólida, destacava-se na paisagem urbana de Pedro Avelino.
Suas salas amplas,
janelas altas e pátio interno permitiam ventilação e luminosidade, elementos
valorizados nas construções escolares da época. O mobiliário — carteiras
duplas, quadros-negros e armários de madeira — seguia o padrão adotado pela
Inspetoria Geral do Ensino.
A instituição
abrigava tanto o curso elementar quanto o complementar, com meninos e meninas
em classes separadas, refletindo os costumes educacionais do período. O
currículo seguia as orientações da Secretaria de Educação do Estado,
priorizando leitura, escrita, cálculo, história pátria, geografia, instrução
moral e cívica, além de noções de higiene e trabalhos manuais.
Os professoras
Entre os primeiros
educadores que atuaram nas Escolas Reunidas destacam-se mestres formados nas
Escolas Normais de Natal, comprometidos com os ideais republicanos de
civilização e progresso. Suas práticas combinavam disciplina rigorosa e métodos
intuitivos, que buscavam estimular a observação e o raciocínio das crianças.
Por ato do interventor federal no Rio Grande do Norte foi nomeada
efetivamente para as Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa, a professora Joanita
Costa, diplomada pela Escola Normal do Estado.[8]
Em 20/07/1937 foi
nomeada efetivamente a professora de 3ª classe Nair Trindade de Moraes, para as
Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa.[9]
Em 27/07/1937 estava servindo
interinamente nas Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa a professora Josfa
Sampaio Marinho.[10]
Em 08/03/1938 foi designada a
professora Josefa Sampaio Marinho que se achava em exercicio nas Escolas
Reunidas de Epitácio Pessoa para substituir a professora Maria Plácida Fragoso,
da mesma escola que se achava licenciada.[11]
O decreto assinada pelo interventor Mário Câmara atendia ao que havia representado o Diretor Geral do Departamento de Educação,Antonio José de Melo e Souza, no sentido de serem criadas duas escolas reunidas na povoação de Epitácio Pessoa, onde existia um edifício construído pela prefeitura de Angicos em cooperação com o Governo do Estado de acordo com o projeto fornecido pela Diretoria do referido departamento.
O decreto nº 1.104, de 15 de outubro de 1942 deu a denominação de Professor Abel Furtado as Escolas Reunidas da vila de Epitácio Pessoa, do municipio de Angicos.[5]
O papel das Escolas
Reunidas ultrapassava o campo do ensino. O prédio tornou-se centro de
sociabilidade local, acolhendo festividades cívicas, solenidades religiosas e
encontros comunitários. Datas como o 7 de Setembro e o Dia da Bandeira eram
celebradas com desfiles, declamações e apresentações musicais, reforçando o
sentimento de pertencimento nacional.
Com o passar dos
anos, a instituição formou gerações que viriam a ocupar funções de destaque no
município, consolidando-se como referência de educação pública no sertão.
Na década de 1950,
acompanhando o crescimento populacional e as novas diretrizes da administração
estadual, as Escolas Reunidas dariam origem ao Grupo Escolar de Pedro Avelino, marco da
escolarização moderna no município.
Assim, a criação das
Escolas Reunidas de Pedro Avelino em 1934 simboliza um momento de transição e
esperança. Representou o esforço do Estado e da comunidade em construir um
espaço permanente de instrução e cidadania, que projetaria o nome da cidade no
mapa educacional do Rio Grande do Norte.
[1] Relatorio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1896,p.90
[2] Relatorio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1900,p.143.
[3] Relatorio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1905,p.95
[4] Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1934,p.123
[5] Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1942,p.289
[6] Diario de Pernambuco, 16/04/1934,p.2
[7] Diario de Pernambuco, 27/04/1934,p.3
[8] Diário da Manhã,14/02/1935,p.5
[9] A Ordem,20/07/1937,p.2
[10] A Ordem,27/07/1937,p.1
[11] A Ordem,08/03/1938,p.1
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