sexta-feira, 31 de outubro de 2025

CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO PEDRO AVELINO

 

A escola primária masculina de Gaspar Lopes

         Segundo o relatório do governo do Estado de 1896 já existia naquele ano uma escola de instrução primária para o sexo masculino no arraial de Gaspar Lopes, a qual era mantida pela prefeitura do municipio de Angicos.[1]

         Já o relatório de 1900 indicava que o professor Francisco Januário Xavier de Menezes havia sido nomeado para a referida escola em 15/02/1896.

         Na quele ano de 1900 haviam sido matriculados 22 alunos sendo a frequencia de 18 alunos.[2]

         O relatório de 1905 indicava Gaspar Lopes já com a denomianção de povoação, indicando que já havia ali um lampejo de desenvolvimento.[3]

As Escolas Reunidas da povoação de Epitácio Pessoa

A década de 1930 marcou um período de reorganização do ensino público no Rio Grande do Norte, inserido nas políticas educacionais do governo estadual e nas diretrizes nacionais que buscavam modernizar a instrução primária.

Foi nesse contexto que, em 1934, surgiu em Pedro Avelino a instituição conhecida como Escolas Reunidas de Pedro Avelino, símbolo de avanço educacional e de centralização administrativa do ensino no interior potiguar.

A criação das Escolas Reunidas representou a transição entre o modelo das antigas escolas isoladas — unidades autônomas com um único professor — e o sistema mais estruturado dos grupos escolares.

As Escolas Reunidas , como o nome indica reuniam diferentes turmas sob uma mesma direção, com professores especializados e instalações comuns, visava racionalizar recursos e elevar o padrão pedagógico.

O decreto nº 724, de 04 de outubro de 1934 criou as Escolas Reunidas da povoação de Epitácio Pessoa, no muicipio de Angicos.

         De acordo com o art.1º do reeferido decreto:

         “São criadas na povoação de Epitácio Pessoa, do municipio de Angicos, duas escolas reunidas, as quais funcionarão no prédio ali construido pela Prefeitura de cooperação com o Governo do Estado”.[4]

O diretor feral do Ensino firmou acordo com a prefeitura de Angicos para a construção de um prédio destinado a Escolas Reunidas da povoação de Epitácio Pessoa, tendo já escolhido em abril de 1934 o local e aprovado a respectiva planta.[6]

         Em 27/04/1934 já se achava no local escolhido para a construção da referida escola o material necessário aos trabalhos tendo por isso o prefeito de Angicos ordenado o inicio da construção, de conformidade com o projeto apresentado.[7]

O prédio das Escolas Reunidas foi inaugurado com solenidade em 12/10/1934, reunindo autoridades locais, professores e moradores.


Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa colorizada por Inteligência Artificial.

Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa

Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa. A Noite,19/01/1935,p.23.

Erguido em alvenaria simples, mas sólida, destacava-se na paisagem urbana de Pedro Avelino.

Suas salas amplas, janelas altas e pátio interno permitiam ventilação e luminosidade, elementos valorizados nas construções escolares da época. O mobiliário — carteiras duplas, quadros-negros e armários de madeira — seguia o padrão adotado pela Inspetoria Geral do Ensino.

A instituição abrigava tanto o curso elementar quanto o complementar, com meninos e meninas em classes separadas, refletindo os costumes educacionais do período. O currículo seguia as orientações da Secretaria de Educação do Estado, priorizando leitura, escrita, cálculo, história pátria, geografia, instrução moral e cívica, além de noções de higiene e trabalhos manuais.

Os professoras

Entre os primeiros educadores que atuaram nas Escolas Reunidas destacam-se mestres formados nas Escolas Normais de Natal, comprometidos com os ideais republicanos de civilização e progresso. Suas práticas combinavam disciplina rigorosa e métodos intuitivos, que buscavam estimular a observação e o raciocínio das crianças.

         Por ato do interventor federal no Rio Grande do Norte foi nomeada efetivamente para as Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa, a professora Joanita Costa, diplomada pela Escola Normal do Estado.[8]

Em 20/07/1937 foi nomeada efetivamente a professora de 3ª classe Nair Trindade de Moraes, para as Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa.[9]

         Em 27/07/1937 estava servindo interinamente nas Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa a professora Josfa Sampaio Marinho.[10]

         Em 08/03/1938 foi designada a professora Josefa Sampaio Marinho que se achava em exercicio nas Escolas Reunidas de Epitácio Pessoa para substituir a professora Maria Plácida Fragoso, da mesma escola que se achava licenciada.[11]

O decreto assinada pelo interventor Mário Câmara atendia ao que havia representado o Diretor Geral do Departamento de Educação,Antonio José de Melo e Souza, no sentido de serem criadas duas escolas reunidas na povoação de Epitácio Pessoa, onde existia um edifício construído pela prefeitura de Angicos em cooperação com o Governo do Estado de acordo com o projeto fornecido pela Diretoria do referido departamento.

         O decreto nº 1.104, de 15 de outubro de 1942 deu a denominação de Professor Abel Furtado as Escolas Reunidas da vila de Epitácio Pessoa, do municipio de Angicos.[5]

O papel das Escolas Reunidas ultrapassava o campo do ensino. O prédio tornou-se centro de sociabilidade local, acolhendo festividades cívicas, solenidades religiosas e encontros comunitários. Datas como o 7 de Setembro e o Dia da Bandeira eram celebradas com desfiles, declamações e apresentações musicais, reforçando o sentimento de pertencimento nacional.

Com o passar dos anos, a instituição formou gerações que viriam a ocupar funções de destaque no município, consolidando-se como referência de educação pública no sertão.

Na década de 1950, acompanhando o crescimento populacional e as novas diretrizes da administração estadual, as Escolas Reunidas dariam origem ao Grupo Escolar de Pedro Avelino, marco da escolarização moderna no município.

Assim, a criação das Escolas Reunidas de Pedro Avelino em 1934 simboliza um momento de transição e esperança. Representou o esforço do Estado e da comunidade em construir um espaço permanente de instrução e cidadania, que projetaria o nome da cidade no mapa educacional do Rio Grande do Norte.

        

 



[1] Relatorio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1896,p.90

[2] Relatorio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1900,p.143.

[3] Relatorio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1905,p.95

[4] Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1934,p.123

[5] Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte,1942,p.289

[6] Diario de Pernambuco, 16/04/1934,p.2

[7] Diario de Pernambuco, 27/04/1934,p.3

[8] Diário da Manhã,14/02/1935,p.5

[9] A Ordem,20/07/1937,p.2

[10] A Ordem,27/07/1937,p.1

[11] A Ordem,08/03/1938,p.1

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