Em 1934 Estremoz figurava como distrito do município de Ceará-Mirim.Naquele ano um importante melhoramento foi inaugurado na então povoação de Estremoz.Trata-se da inauguração do prédio das Escolas Reunidas de Estremoz que ocorreu solenemente em 24/06/1934 com a presença do Interventor Federal Mário Câmara, sua esposa e comitiva.
Segundo o Diário de Pernambuco foi criado pelo Departamento de Educação na povoação de Estremoz, do município de Ceará-Mirim, duas Escolas Reunidas, ficando nelas absorvidas a escola rudimentar já existente ali. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 28/02/1934, p.4),o referido jornal escreveu ainda que fora nomeada a professora Antonia Guerra Jales para reger as Escolas Reunidas da povoação de Estremoz.
Já de acordo com o jornal Diário da Manhã a construção do referido
prédio foi iniciada pelo Sr. Carmelo Pignataro com o auxilio de particulares e concluída
pelo Governo do Estado (DIÁRIO DA MANHÃ, PE,06/01/1933, p.1).Hoje em dia tal atitude é conhecida pelo o termo parceria
público-privado.
Em viagem ao município de Ceará-Mirim, o interventor federal no Rio Grande do Norte, Mário Câmara, sua esposa e comitiva, haviam passado antes pela povoação de Estremoz, onde puderam visitar o novo edifício em construção, destinado ao funcionamento de uma escola, cuja direção dos trabalhos estava a cargo do Sr. Cornélio Pignataro, que era um proprietário naquela povoação. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 21/04/1934, p.2).
Sobre a inauguração do prédio das Escolas Reunidas de
Estremoz escreveu o citado jornal: “realizou-se ontem, coma presença do
interventor Mário Câmara, a inauguração das Escolas Reunidas da Vila de
Estremoz, tendo assistido ao ato, várias pessoas gradas da capital. Durante a
inauguração toco abanda de música da Policia Militar”. (DIÁRIO DA MANHÃ, 01/07/1934,
p.18).
De uma entrevista concedida no Rio de Janeiro em 1935 por
Câmara Cascudo sobre a instrução pública no Rio Grande do Norte disse ele a
respeito das Escolas Reunidas de Estremoz: “a escola de Estremoz, há trinta
minutos da capital, tinha uma mesa da recebedoria e três bancos de aroeira da
Igreja.Hoje tem um grupo esplêndido,claro e amplo com salões acolhedores e
material idôneo”. (DIÁRIO DA MANHÃ, PE, 05/05/1935, p.2).
A construção do prédio das Escolas Reunidas de Estremoz foi incluída
no programa de expansão da rede pública de ensino do governo do Interventor
Federal no Rio Grande do Norte, Mário Câmara, o qual fez construir prédios
escolares em povoados, vilas e cidades espalhados pelo território do estado.
As Escolas Reunidas como o nome indica era a junção de todas
as cadeiras primárias existentes em determinado lugar, geralmente haviam duas,
uma para cada sexo, as vezes uma noturna para trabalhadores, que funcionavam na
maioria das vezes na residência dos respectivos professores quando não possuíam
prédios próprios.
Não tenho a informação se o prédio das Escolas Reunidas de Estremoz que fora inaugurado em 1934 ainda existe ou se foi ao longo do tempo modificado em sua arquitetura.Seria, portanto, um dos prédios mais antigos do atual município de Estremoz.
Quanto ao Sr.Carmelo Pignataro que ajudou a construir o referido prédio também não consegui encontrar maiores informações.
Em 29/10/1937 foi assinado
o decreto do interventor federal o qual denominava de Felipe Camarão as Escolas
Reunidas de Estremoz (A ORDEM, 29/10/1937, p.2).
Aspecto da fachada do prédio das Escolas Reunidas de Estremoz no dia de sua inauguração. Foto: A Noite,19/01/1935,p.24. |
Aspectos internos do prédio das Escolas Reunidas de Estremoz no dia de sua inauguração. Foto: A Noite,19/01/1935, p.24. |
Aspectos da vila de Estremoz em 1938.Foto: Revista Cruzeiro,1938. |
Professores
das Escolas Reunidas de Estremoz
Em 05/02/1936 exercia função efetiva nas Escolas Reunidas de
Estremoz a professora Severiana Alves Barbosa, tendo sido naquela data sido
transferida interinamente para servir no Grupo Escolar Cel. Antonio Lago em
Touros.(A ORDEM,05/02/1936, p.2).
Em 25/01/1940 foi promovida a 3ª classe a professora Odí
Freire de Oliveira, das Escolas Reunidas Felipe Camarão, de Estremoz. (A ORDEM,
25/01/1940, p. 40).
Em 13/12/1940 foi removida a pedido, a professora Iolando
Freire Cortês, das Escolas Reunidas Felipe Camarão, da povoação de Estremoz,
para a escola isolada de Sertãzozinho, em Canguaretama.(A ORDEM,13/12/1940, p.4).
Em 13/02/1942 foi nomeada Anita Barbosa para exercer
interinamente como substituta a regência de uma das cadeiras das Escolas
Reunidas Felipe Camarão, da vila de Estremoz, durante o impedimento da titular
Silvia Paiva dos Santos.(A ORDEM,13/02/1942, p.2).Silvia Paiva foi citada como
professora de 4ª classe desde 14/03/1941 pelo mesmo jornal (A ORDEM,14/03/1941,p.4).
Em 21/05/1943 foi designada a professora Zilda Barbosa Lima,
professora de 4ª classe, da escola isolada de Poço de Pedras, no município de
São Gonçalo, para prestar serviços nas Escolas Reunidas Felipe Camarão, em Estremoz,
durante o impedimento da professora Silvia Paiva dos Santos que se encontrava
em gozo de licença de 6 meses para tratar de interesses particulares. (A
ORDEM,21/05/1943, p.3).
Em 09/09/1944 o secretário geral do Estado baixou portaria
concedendo a Inácio Teixeira de Carvalho,ocupante do cargo de professor de 4ª
classe, das Escolas Reunidas Felipe Câmarão,na povoação de Estremoz, 60 dias de
licença para tratamento de saúde.(A ORDEM,09/09/1944, p.2).
Em 25/09/1944 Almira Soares foi nomeada para reger
interinamente como substituta, uma das cadeiras das Escolas Reunidas Felipe
Camarão, da povoação de Estremoz, durante o impedimento da respectiva titular.(A
ORDEM, 25/09/1944, p.2).
Em 05/09/1945
Antonia Arlinda Barbosa foi nomeada para exercer o cargo de professora primária
das Escolas Reunidas Felipe Camarão da povoação de Estremoz. (A ORDEM, 05/09/1945,
p.3).
Foram
estes os mais antigos professores que lecionaram nas Escolas Reunidas de
Estremoz após a construção do seu respectivo prédio em 1934.
Além
destes professores em 15/07/1948 Valdira Honório dos Santos foi nomeada como
zeladora das Escolas Reunidas Felipe Camarão em Estremoz.(A ORDEM, 15/07/1948, p.4).