sexta-feira, 27 de outubro de 2017

NOVA CRUZ A ÉPOCA DA CHEGADA DA FERROVIA




         A estação de Nova Cruz foi inaugurada em 1883 e assim estava caracterizado o município nesse período.
        A cultura principal era o algodão e a pastoril especialmente de gado vacum, exportava também queijos e outros produtos para a cidade de Mamanguape na Paraíba. Estava incluída na comarca de Trairy. A freguesia é a de Nossa Senhora da Conceição de Nova Cruz. Havia 1, juiz de direito,1 juiz municipal bacharel, 1 promotor público, 1 coletoria, 1 agencia dos correios.A população era estimada em 7.223 habitantes.


             
Estação de Nova Cruz, enciclopédia dos municípios, 1957.

Fonte: Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 778.

CANGUARETAMA A ÉPOCA DA CHEGADA DE FERROVIA

          A estação de Canguaretama foi inaugurada em 1882, em 1885 assim estava caracterizada Canguaretama:
            Distante 80 km da capital, a sede havia sido transferida para Uruá em 1858.As ruas eram largas, as casas sofríveis, no entanto havia entre elas alguns sobrados.  A igreja matriz era considerada uma das maiores da província. Co cemitério foi edificado ao norte da vila numa planície elevada. O terreno era quase todo plano. Tinha um porto para barcaças.
            Era sede de comarca, tinha aproximadamente 12 mil habitantes, 3 escolas de ambos os sexos, freguesia de Nossa Senhora da Penha, 1 agencia do correio, uma delegacia com 4 policias sendo um delegado, 1 tabelião, 1 coletoria, 3 professores,1 padre, 1 sacristão, 12 fazendeiros/criadores, 23 lavradores, 16 negociantes, haviam 25 engenhos de fabricar açúcar e aguardente, sendo 6 movidos a vapor, 4 a água e o demais por animais.
            A economia do município se baseava na produção de açúcar, milho, farinha e algodão.

Na Penha
                        Na Penha onde se localizava a estação haviam 3 alfaiates, 3 negociantes exportadores, 2 ferreiros e serralheiros, 5 pedreiros, 20 proprietários capitalistas, 1 sapataeiro.
            O chefe da estação era Nicolau Carlos Dumary.

Estação de Canguaretama, 2015. Google Earth.


 Fonte: Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p.766-768


GOIANINHA A ÉPOCA DA CHEGADA DE FERROVIA

Goianinha a época da chegada da ferrovia
            A estação de Goianinha foi inaugurada em 1882, vejamos como estava caracterizado o município nesse período.
            Exportava açúcar, milho, feijão, arroz, farinha de mandioca e de araruta e gado. Pertencia a comarca de Canguaretama, tinha 1 juiz, 1 promotor , 1 escrivão, 1 oficial, e 1 contador. A freguesia é a de Nossa Senhora dos Prazeres.Tinha 1 coletoria, 1 agencia do correio.A população estava estimada em 11 mil habitantes.









Fonte: Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 771

INAUGURAÇÃO DA PREFEITURA DE SÃO BENTO DO NORTE

             São Bento do Norte foi criado em 1953 e instalado em janeiro de do ano seguinte, tendo sido feita muitas oposições dos políticos estaduais para sua criação.
            O primeiro prefeito constitucional de São Bento do Norte foi José Olimpio do Nascimento, dentre as realizações notáveis de sua administração está a construção do prédio da prefeitura, possível graças a arrecadação verificada no ano de 1955, planta de Arialdo Pinho, considerada uma obra moderníssima, ao custo de inicial de 700 mil cruzeiros, faltando ainda 400 mil para se concluir.
            Instalado em 1954 o novo município não tinha de São Bento do Norte não tinha um prédio para a prefeitura, foi alugada uma casa velha, onde também deveriam funcionar o IBGE, o fórum e a Câmara de vereadores, o problema de espaço era uma coisa séria.
            Segundo o jornal O Poti “Se ele fosse um espirito acanhado e sem visão administrativa, teria mandando construir um desses prédios horríveis, sem conforto e higiene como são em sua maioria  as prefeituras do interior”. Mas ele sabia que o certo seria construir uma obra definitiva, fez  melhor que podia fazer, dizia o jornal e construiu um prédio moderníssimo “ que é um orgulho hoje para o município, um motivo de atração para quantos visitem São Bento do Norte”.


prefeitura de São Bento do Norte

             A inauguração contou com a presença de autoridades civis e eclesiásticas, dentre estas a do bispo auxiliar de Natal, Dom Eugenio de Araújo Sales, o padre Severino Bezerra, monsenhor Vicente de Freitas, padre Lucilo Machado, monsenhor Expedito Medeiros.
            Em breve discurso dom Eugenio Sales congratulando-se com o prefeito pela construção do majestoso prédio.
            Também construiu a casa da lavoura em Caiçara, melhorou a estrada que ligava São Bento do Norte a Parazinho, reestruturou poços tubulares, mandou fazer o levantamento topográfico da cidade e povoações, pagou funcionalismo aem dia, construiu praça em Caiçara, construiu escolas em Juremal, Pedra Grande, São Miguel Lagedo, Farias, Barredos, Terra Santa, Galinhos, Quixabeira, Alto da Aroeira, junto com o governo construiu a estrada que liga São Bento a Caiçara, instalou luz elétrica em Caiçara, poço tubulares em Jucuri e Pedra Grande.


Fonte: O Poti, 1956, p. 16.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

CARACTERIZAÇÃO DE SÃO JOSÉ DE MIPIBU A ÉPOCA DA CHEGADA DA FERROVIA

           São José de Mipibu foi a primeira cidade do interior do Rio Grande do Norte onde se construiu uma estação ferroviária e segunda no estado se consideramos a de Natal.

Prosseguimento dos trabalhos e inauguração do primeiro trecho da EFNNC
            Prosseguiam com notável andamento os trabalhos da Estrada de Ferro de Natal a Nova Cruz com mais de 3 léguas de trilhos assentados esperando que em breve se alcançasse a florescente cidade de São José de Mipibu. Estavam sendo empregados nas obras cerca de 2.000 trabalhadores (REVISTA DE ENGENHARIA, 1880, p.15).
            O trecho entre Natal e São José de Mipibu foi inaugurado em 28 de setembro de 1881, sendo o primeiro trecho de uma ferrovia inaugurado no Rio Grande do Norte.

Descrição do primeiro trecho
            Tinha duas estações e 3 paradas, os trilhos eram de aço Bessemer do sistema Vignole-patin, os dormentes de madeira de lei e 50.000 de pinho resinoso americano. Não havia obras de artes importantes nessa seção, no entanto haviam 3 pequenas pontes, 51 pontilhões e bueiros e 20 guarda-gados [?].
            O material rodante nesta primeira seção estava composto por 4 locomotivas, sendo 3 da fábrica Neilson, de Glasgow e uma Baldwin. Os carros para passageiros eram do sistema americano. Nos carros de primeira classe a capacidade era para 35 passageiros, já nos de 2ª classe 36. Os carros para cargas eram ingleses com capacidade para 6 toneladas (REVISTA DE ENGENHARIA, 1881, p.15).
            O trafego provisório e de lastro estendia-se até o km 106. A companhia desta estrada de ferro era representada pelo engenheiro Rigby e o engenheiro fiscal Coelho Cintra. O chefe da estação foi citado apenas com o nome de Leonardo (ALMANAQUE ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO, 1885, p. 785).A estação fora construída no subúrbio da cidade como era de praxe a época quando se construía ferrovias.

 São José de Mipibu a época da chegada da ferrovia
            Eis seguir como estava caracterizada a cidade de São José de Mipibu à época da chegada da ferrovia em seu território.
            A sede municipal gozava do predicativo de cidade desde 1845, localizada na margem esquerda do rio Trairi ao pé de uma colina no vale do Capió. O município era divido em duas zonas, o agreste proprio para a agricultura e o sertão destinada a criação de gado, as duas zonas, no entanto, prestavam as respetivas atividades.
            A economia estava baseada na cultura do algodão, açúcar e cereais. Havia a fabricação de borracha da mangabeira, o qual estava dando resultados satisfatórios.
            A população estava estimada em 12 mil habitantes, era sede de comarca, havia 6 escolas de ambos os sexos e uma escola de latim e francês, compreendia duas freguesias: São José de Mipibu e Papari.
        Haviam 9 professores entre públicos e particulares, 2 padres, um pároco e um vigário, 4 advogados, 5 alfaiates, 29 fazendeiros, 3 ferreiros, 4 padarias, 8 pedreiros, 5 sapateiros, 14 comerciantes de secos e molhados, 3 seleiros, 7 negociantes de fazendas e miudezas (ALMANAQUE..., 1885, 784).
            A estação ferroviária de São José de Mipibu foi demolida em meados da década de 1990.

Fonte:

ALMANAQUE ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO, 1885. REVISTA DE ENGENHARIA, 1881