segunda-feira, 20 de agosto de 2018

AS IMAGENS DAS IGREJAS DE EXTREMOZ E AREZ NO TEMPO DOS JESUITAS



Os padres da  Companhia de Jesus, também chamados de jesuítas foram os missionários responsáveis pela catequese dos índios em duas aldeias no território do  Rio Grande do  Norte, a aldeia  Guajiru, atualmente Extremoz e a aldeia de Guarairas, atualmente Arez.
Sobre a atuação dos jesuítas em ambas asa aldeias já falei em outras postagens, não carecendo maiores detalhes a não ser que os jesuítas foram expulsos por ordem do  Marquês de  Pombal em 1759 deixando as respectivas aldeias em situação de abandono onde os índios já quase todos civilizados retornaram ao estado selvagem logo após a expulsão dos jesuítas, pois ficaram entregue a própria sorte visto que a nova forma administrativa, ou seja, as vilas, não absorveram os índios.  
Mas, a finalidade dessa postagem é enumerar as imagens que haviam nas respectivas igrejas de São  Miguel e Nossa Senhora dos Prazeres em Guajiru  (Extremoz) e  na de São João Batista em Guarairas (Arez). 
A primeira já não existe mais, apenas as suas ruínas são visíveis atualmente no sitio histórico da antiga aldeia de  Guajiru no centro da cidade de Extremoz. A segunda ainda existe, continua como igreja matriz de São João   Batista, sede da paróquia de mesmo nome no município de Arez 
A lista com as imagens dos santos que ornavam ambas as igrejas jesuíticas no Rio Grande do Norte foram consignadas no livro Missionários  Jesuítas no tempo de Pombal, de autoria do padre jesuíta   Paulo  Ciriaco  Fernandes e publicado em 1936. 
Eis a listagem das imagens: 
NA IGREJA DE SÃO MIGUEL E NOSSA SENHORA DOS PRAZERES DA ALDEIA GUAJIRU (EXTREMOZ): 
     1. Nossa Senhora dos Prazeres (Orago), com sua coroa de prata e uma volta de contas de ouro.  
      2. Menino Jesus com sua cruz de ouro e 6 botões de ouro.  
      3. Nossa Senhora do Rosário com sua coroa de prata. 
      4. Senhora Santa Ana com resplendor de prata.  
      5. São Miguel. 
      6.São Joaquim com resplendor de prata. 
    7. São Pedro, Santo André, São Filipe, São Benedito, São Sebastião, São Silvestre todos com resplendor de latão. 
     8. N. Senhor Jesus Cristo Crucificado, com resplendor e braceletes de prata. 
Eram, portanto, 13 imagens que ornavam a belíssima igreja barroca de   Extremoz, dentre estas, algumas pouco usuais e raramente encontradas em igrejas do período, como as dos apóstolos Santo André e São Filipe e a de São Silvestre, papa, aquele cuja a corrida é celebre no Brasil todo final do ano.  

IMAGENS DA IGREJA SÃO JOÃO BATISTA DA ALDEIA GUARAIRAS (AREZ) 
1. São João Batista (Orago) com resplendor de prata. 
2. Santo Cristo de 2 palmos com resplendor de prata. 
2. Nossa Senhora da Conceição com manto azul e um relicário de ouro. 
Bem mais modesta que a igreja de Extremoz apenas 3 imagens ornavam a igreja de  Arez 
É de se notar que as imagens eram ornadas com resplendores de jóias preciosas (ouro e prata) e as menos expressivas de resplendores de latão. 
Desconheço se as imagens ainda existem na igreja de Arez, penso que ao menos a do padroeiro seja a original citada nessa relação a cima.  
Quanto as de Extremoz, é sabido que a sede da paróquia foi transferida para Ceará-Mirim caindo Extremoz em decadência ao ponto de a igreja barroca ter sido completamente destruída em sua maior parte pela ganancia do povo do lugar e de aventureiros forasteiros que buscavam desenterrar os “tesouros” dos jesuítas que julgavam estarem guardados nos subterrâneos e galerias do subsolo da igreja, ignorando eles que todos os bens dos jesuítas foram confiscados e espoliados com o decreto de expulsão, mas a cobiça não se importa com detalhes pequenos perante a possibilidade do achado de um “grande tesouro”, nunca encontrado e onde uma igreja de belíssima arquitetura foi completamente destruída.  
Das imagens da igreja de Extremoz  ignoro sua existência. 

Fonte:  FERNADES, SJ. Pe.  Antônio Paulo Ciriaco. Missionários Jesuítas no Brasil no Tempo de Pombal. Edição da Livraria Globo, p.174-175. Porto   Alegre1936.  

Notas: 
  • época da expulsão exercia a função de pároco em Arez o Revdo. Missionário Pe. Manuel PinheiroSJ. 

  • Os jesuítas que atuavam no Rio Grande do Norte, Paraíba,  Ceará e Pernambuco estavam sujeitados a este último cuja sede se situava em Olinda. 

  • Após a expulsão as aldeias foram transformadas em vilas sendo trocados seus nomes de origem indígena por nomes que remetiam a topônimos portugueses, assim Guajiru foi transmutada para Vila Nova de Extremoz e  Guarairas para    Vila de  Arez. 

  • No referido livro o autor citou  Guajaru e não Guajiru

  • Orago é a imagem principal colocada no altar mor da igreja matriz, o padroeiro.  

quinta-feira, 26 de julho de 2018

A DESOBSTRUÇÃO DO RIO CEARÁ-MIRIM EM 1910

      A desobstrução do rio Ceará-Mirim foi uma obra da Inspetoria de Obras Contra as Secas-IFOCS, atual DNOCS ( departamento Nacional de Obras Contra as Secas) na 2ª seção de Natal no ano de 1910 para aproveitamento das águas e uso racional das terras do vale cujo produtores do vale do rio Ceará-Mirim reclamavam das constantes inundações no vale.

Visita do governador Alberto Maranhão ao rio Ceará-Mirim
              
    Na foto a cima vê-se o governado Alberto Maranhão em visita de inspeção as obras de desobstrução do rio Ceará-Mirim em 1910.Na época da visita o canal provisório tinha 0,80cm de profundidade e 9,0m de largura e 1,8 km de extensão. A obra tinha por finalidade o rompimento da coroa dos Passarinhos para o escoamento do bacia do Periperi.A coroa dos Passarinhos era um dique natural que represava as águas do rio por muitos quilômetros o que impedia o aproveitamento de grande extensão das terra férteis do vale


Aspectos da obras do canal do rio Ceará-Mirim

          


    Aspecto do canal aberto pela IFOCS. O canal foi aberto para o escoamento das águas do rio Ceará-Mirim e tinha 6 km de extensão, 20 metros de largura e 1,40 metros de profundidade em média.


     Aspectos do canal do rio Ceará-Mirim

              

    Na foto um turma de 60 operários que trabalharam na obra da abertura do canal, aqui na margem esquerda do rio.


Visita de inspeção as obras do canal do rio Ceará-Mirim
                    
    Visita as obras de abertura do canal do rio Ceará-Mirim na imagem aparecem o engenheiro  chefe Júlio Praxedes, engenheiro encarregado da obra R. Pereira Da Silva e o governador Alberto Maranhão.A foto foi tirada na reta do canal no lugar denominado ponte.







Fonte: Arquivo Nacional.

ASPECTOS DE NATAL EM 1910.


   As imagens a baixo mostram as obras da Inspetoria de Obras Contra as Secas-IFOCS, na 2ª Seção de Natal e revelam aspectos da capital potiguar em 1910.

           Arredores de Natal

     A falta de água nos arredores de Natal obrigava as lavadeiras a abrir pequenas cacimbas na areia próximo as praias.


       Poço da escola aprendizes marinheiros


    O   Poço tubular para abastecimento da Escola de Aprendizes Marinheiros em Natal tinha a profundidade  de 51,50m , 5,58’’ de diâmetro e descarga diária de 86.400 litros.


                                         Poço da rua Assu


     O poço da rua Assu tinha 45m de profundidade, 6’’ de  diâmetro e descarga diária de 72.000 litros e foi perfurado para atender a população pobre do bairro.Sim havia pobres no bairro de Petrópolis em Natal no inicio do século XX.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

O ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA NA DÉCADA DE 1930



       As imagens a seguir do arquipélago de Fernando de Noronha foram extraídas das revistas  O Malho, Fon Fon e Excelsor entre os anos de 1930, 1931, 1932, 1938.


Igreja matriz da Vila dos Remédios, 1938.

Desembarque na ilha, 1931.

Casa do diretor do presidio e praia de Fernando de Noronha, 1930.




Vista da Vila dos Rémedios, 1932.


vista da Vila dos Remédios, Fernando de Noronha, 1938.

igreja matriz da Vila dos Remédios, 1931.




Vista do presidio de Fernando de Noronha, 1930.

Vista do presidio de Fernando de Noronha, 1931.

matriz da Vila dos Remédios, 1930.


Detalhes do forte, 1938.

Portão principal do forte


O dirigivel Zepellin passando por Fernando de Noronha, 1932.