quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

A POLÊMICA COM A CONSTRUÇÃO DO MERCADO DE TOUROS EM 1941



         Em 1941 criou-se uma celeuma na cidade de Touros entre a prefeitura e o povo católico devido a construção do mercado na praça em frente a  igreja matriz da cidade que prejudicaria  a realização da tradicional festa do padroeiro Bom Jesus dos Navegantes, visto que o dito mercado ocuparia boa parte do terreno e ficando a apenas 6 metros da igreja matriz.
         O mercado chegou a ser iniciado, mas diante de tantas polêmicas teve as obras paralisadas e em seguida tendo sido aprovados pelo Departamento das Municipalidades o Decreto Executivo e Créditos necessários para a demolição e construção de um novo Mercado em Touros.
         Segundo o jornal A Ordem foi um gesto digno dos aplausos de todos os católicos de Touros e das pessoas que conheceram o fato do Mercado ter sido construído a 6 metros da Matriz, ocupando a praça da mesma, onde há 140 anos, se celebram as festas religiosas e populares do Padroeiro Bom Jesus dos Navegantes e que “o ato teve e terá os aplausos do povo e veio satisfazer aos seus justos desejos, basta considerar que pessoas da cidade de Touros já estão pagando promessas feitas para quando fosse retirado do local junto a Matriz o tal Mercado”.


         O jornal citado parabenizava ao povo de Touros a ao governo que “soube satisfazer as suas aspirações numa demonstração cabal de que respeita e acata os sentimentos religiosos dos seus conterrâneos”.
         A construção do Mercado junto a Matriz foi um erro, mas a reparação veio a tempo dizia o referido jornal.
o que disse o vigário local ao Secretário Geral do Estado sobre o caso do Mercado de Touros
         o padre Biano Aranha, então Vigário da Paróquia de Touros escreveu ao Secretário do Governo para explicar os motivos pelos quais a construção do mercado em frente a igreja matriz daquela cidade seria um erro gravíssimo.Eis o teor do oficio enviado pelo Padre ao Secretário:
Representante legítimo do povo católico do Município de Touros, venho respeitosamente a presença de V. Excia. Esclarecer, tuta conscientia, o caso do Mercado desta cidade.
         Ao se iniciar a construção da malfadada obra, atentatória aos sentimentos religiosos do povo, por ser escolhido o local onde, há 140 anos se celebram as festas do Orago da Paróquia, houve protestos, tendo o Sr. Anisio Furtado promovido tenaz campanha para impedir o Sr. Prefeito de então, de levar a cabo a sua nefasta obra.
         Fotografias foram tiradas, entedimentos com aas altas autoridades civis e eclesiásticas que sempre se manifestaram a favor das aspirações do povo e das suas justas reclamações, não lograram demover o Sr. Prefeito do propósito da construção do aludido mercado, com o apoio do Juiz Severino Rodrigues Santiago, único comerciante beneficiado com a construção, que dista 6 a 7 metros da sua casa comercial e outro tanto da Matriz do Bom Jesus.
         Exmo Sr. Secretário Geral do Estado venho provar a V. Excia que o Mercado da rua ou pequena praça do Bom Jesus, é um atentado tríplice ou um tríplice atentado.
         1º.- Ao urbanismo- porque intercepta uma rua e obstrui uma pequena praça ou largo.
         2º- Ao sentimento religioso e a consciência católico do povo, impedindo  a realização das suas festividades religiosas.
         3º- Ao interesse comercial, porque, na praça Bom Jesus, o mercado dista a pouco metros do estabelecimento comercial do Sr. Severino Rodrigues e mais de 300 metros dos outros dois estabelecimentos comerciais da cidade.
         O mercado na Praça do Centenário, fica no centro da cidade, distando de 90 a 100 metros das 3 casas comerciais existentes em Touros. O mercado na praça Bom Jesus, fica no extremo sul, difícil para os habitantes do norte, zona urbana, chegarem até o mesmo para as suas compras diárias, percorrendo em terreno excessivamente arenoso mais de 500 metros.
         Na praça Centenário fica, no centro urbano de fácil acesso as famílias fazerem as suas compras sem longas caminhadas.Na praça Bom Jesus o mercado é utilíssimo ao juiz comerciante Severino Rodrigues, satisfaz aos seus sórdidos interesses, é prejudicial aos interesses da comunidade.
         Eis Sr. Secretário do Governo, o que me cumpria dizer a V. Exc., o que já disse aos membros dos Departamentos Administrativos e das Municipalidades.
         Com os protestos de elevada consideração e alta estima.
Em 30/09/1941.
Pe. Bianor Aranha, Vigário de Touros.
Fonte: A Ordem, 04/10/1941, p.1-4.

                                                               Mercado atual de Touros



PRIMEIRAS ELEITORAS DO BRASIL EM NATAL




A baixo a foto das primeiras eleitoras do Brasil.A fotografia foi tirada em 1928 na Federação Brasileira pelo Progresso Feminino.
          As primeiras mulheres no Brasil a se alistarem como eleitoras foram:
Júlia Alves Barbosa.
Concita Câmara.
Júlia Augusta de Medeiros (1896-1972).
Maria de Lourdes Lamartine Varela Santiago (1906-1992).
Maria Carolina Vanderley ( 1891-1975).


Fonte: Arquivo Nacional.








terça-feira, 1 de janeiro de 2019

SOBRE A HISTÓRIA DA FREGUESIA DE ANGICOS


A freguesia de Angicos, na região central do Rio Grande do Norte foi criada em 13/10/1836, havendo antes uma capela no lugar.
Sobre os primeiros indícios religiosos da terra angicana transcrevemos o que se segue publicado no jornal A Ordem em 1936, ano do centenário da referida paróquia, que por sua vez extraiu o texto das notas publicadas no jornal de Angicos “O Cabugy” (escrito a época com y).
Povoado. Edificação da Capela. Ereção da Freguesia
         A história da paróquia de Angicos está intimamente ligada com o surgimento do povoado e mais tarde vila de Angicos.Vejamos.
Quando o velho Lopes morreu, em 1805, o seu filho Francisco foi morar na fazenda Santa Cruz, Alexandre e Gulherme foram para o Saco e Antônio Lopes ficou no sítio dos Angicos com algumas irmãs, inclusive Damasia, a únic que morreu solteira.
         Antônio Lopes Filho  era, como o pai, homem trabalhador e bairrista.Não tardou, por isso, para estimular o crescimento do povoado de Angicos, em fundar uma capela.
Preliminarmente fez doação, na parte do sitio dos Angicos que lhe coube por herança, de 40 braças de terras, quadro, para edificação e patrimônio da capela, juntando ao dito patrimônio mais 6 vacas de criação.
         A escritura foi passada aos 30 de junho de 1813, em casa de morada do doador, então alferes Antônio Viegas, no lugar dos Angicos, termo da Vila Nova da Princesa (atual Assu).Era juiz ordinário distribuidor do juízo o alferes Leandro Bezerra Cavalcanti de Albuquerque, que distribuiu o feito ao tabelião Manoel de Melo Montenegro Pessoa, para fazer o instrumento de doação.
         Edificada a capela, que teve como orago o glorioso São José, o alferes Antônio Lopes promoveu os meios para a criação da freguesia, levado a inda pelo louvável bairrismo, aliado ao sentimento religioso.
         Valeu-se dos bons ofícios do tenente-coronel assuense José Correia de Araújo Furtado, que estando, em 1816, no Rio de Janeiro, requereu, ao ministro do Reino, em nome dos angicanos, a elevação da capela a categoria de Igreja matriz.
         A Câmara Municipal de Princesa, chamada a pronunciar-se sobre a pretensão de Angicos, informou favoravelmente, o mesmo não acontecendo com o vigário da freguesia, cuja  a opinião foi favorável a Santana do Matos.
         O alferes Lopes Viegas, de posse de ambos os pareceres seguiu par ao Rio de Janeiro, a fim de advogar, de perto, a sua causa. Ali chegando, foi acometido de séria doença menta, de que jamais se curou.Regressando a sua terra, sem nada conseguir, deixou os papeis aos cuidados do padre João Teotônio de Souza e Silva, que então se achava no Rio.
Atendidas as súplicas dos angicanos
Só em 1821, pelo Alvará de 13 de agosto, foi deferida a súplica, sendo nomeado vigário o Padre João Teotônio.
         Uma das cláusulas da Provisão autorizava o vigário a escolher, para sede da nova paróquia, um dos dois lugares, isto é, Angicos ou Santana, preferindo o padre Teotônio instalar-se neste último, do qual Angicos ficou sendo capela subalterna.
         Os angicanos ficaram desapontados, mas não esmoreceram.De novo trabalharam, e a 13 de outubro de 1836 obtiveram a criação da freguesia de São José dos Angicos, desmembrada da Matriz de Santana do Matos.Seu primeiro vigário foi o padre Manoel Antônio dos Santos Morais, que tomou posse a 22/05/19837.
          A baixo foto publicada no jornal A Ordem sobre o centenário da paróquia de Agnicos comemorado em 1936.

Fonte: A Ordem, 14/10/1936,p.1

         Por esse tempo houve em Angicos grande festa pela chegada da imagem do orago da freguesia, adquirida em Recife, por Joaquim da Silveira Borges, que entrou triunfalmente na Vila acompanhado do glorioso santo sob aplausos da população.
         A 22/10/1847 foi transferida a sede da freguesia para Macau, voltando Angicos a ser capela filial até 27/06/1850 quando, definitivamente, foi elevada a igreja paroquial.
         Naquele ano de 1936 foram celebradas solenes festas pelo centenário da criação da paróquia de Angicos tendo a frente seu vigário a época o padre Julio Bezerra.
         Assim a paróquia de Angicos existe há a 172 anos.
A resolução que criou a freguesia de Angicos
         João José Ferreira de Aguiar, Presidente da Provincia do Rio Grande do Norte.
Faço saber a todos os seus habitantes, que a Assembleia Legislativa Provincial Decretou, e eu sancionei a Resolução seguinte:
Art. 1- fica desmembrada da matriz de Santana do Matos e elevada a Igreja Paroquial a filia Capela de São José dos Angicos, conservando os mesmos benesses, e emolumentos paroquiais que a Freguesia de que é desmembrada, enquanto por Lei nãofor determinado o contrário.
         Art. 2- Os seus limites principiarão na quebrada das águas para o rio Potengi, e Salgado, na fazenda denominada Santa Rosa, daí pela Malhada Funda às fazendas Conceição e São João exclusive, dessa pelo Serrote Jaburú à Fazenda Barra inclusive, não compreendendo todo o Riacho Canivete e rio das Forquilhas; daí ao rio Assú não compreendendo o  sítio Picada, Catú, Fazenda Capivara no rio Pata-Choca, e todo este daí para baixo até a sua foz, daí descendo pela margem oriental do mesmo rio Assú até sua embocadura no mar, e daí ao ponto donde partiu a divisão, compreendendo a Serra Bonfim, ou dos fuzis, Quintipruá, Poço Valentim, Serra da Maniçobas pela ponta de baixo, Tapias, Serra do Lombo, à embocadura do Rio Camorupim, e todas as mais praias e lugares, que eram da freguesia de Santana do Matos.
Art. 3- Fica desmembrada de município da Vila do Assú e instaurada a Vila de Angicos, suprimida pela Lei Provincial de 18 de março do ano passado, sendo os seus limites os mesmos marcados no artigo antecedente para a Freguesia.
         Art. 4.- fica igualmente desmembrada do Município da Vila do Assú, e elevada a Vila, a Povoação de Santana do Matos e os seus limites serão os mesmos da Freguesia.
         Art. 5- estas duas Vilas ficão sujeitas a Disposição da Lei Provincial de 28 de março do ano passado, que manda fazer Cadeias, Casa de Câmara, e Patrimônio dente de quatro anos, sob pena de serem suprimidas e incorporados aquelas donde farão desmembradas.
         Art. 6- Ficão revogadas todas as Leis e Disposições em contrário.
         Mando, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida Resolução pertencer, que cumpram a faça imprirmir, publicar e correr. Palácio do Geverno na Cidade do Natal, aos treze de outubro de mil oitocentos e trinta e seis, décimo quinto da independência e do império.
João José Ferreira de Aguiar
         Foi publicada, e selada a presente resolução na Secretaria deste Provincia do Rio Grande do Norte, aos 14 de outubro de  1836.
Joao Carlos Wanderley
         Registrada a folhas 18 do Livro 1 de semelhantes.Secretaria do Governo na Cidade do Natal, em 14 de outubro de 1836.
Luiz Pedro Alvares França.
Fonte: A ordem, 14/10/1936, p.1-4.
         Assim, tanto a paróquia como o município foram criados no mesmo dia, assim como o município de Santa do Matos, ambos desmembrados do de Assú.


RETALHOS HISTÓRICOS DA PARÓQUIA DE SANTO ANTÔNIO DO SALTO DA ONÇA



         A proprietária das terras em que hoje se assenta a cidade de Santo Antônio, d. Ana Joaquina de Ponte, em 1867, deu o necessário para o patrimônio e construção de uma Capela a Nossa Senhora da Conceição, a qual esteve por muito anos sob a jurisdição eclesiástica da Paróquia de Goianinha.
         Em 1908 a capela da então Vila de Santo Antônio, passou a jurisdição da paróquia de Nova Cruz e anexada a esta, permaneceu até 16/08/1915, quando por decreto do Exmo. Sr. D. Adauto de Mirando Henrique, arcebispo da Paraíba e Administrador Apostólico da Diocese de Natal, erigiu canonicamente em paróquia, sob o patrocínio da SSma. Virgem da Conceição.
         Foi seu primeiro Vigário, o padre José Alves Cavalcanti de Albuquerque, que tomou posse em 12/09/1915.
A matriz
         A primitiva Igreja da Paróquia, dedica a Nossa Senhora da Conceição, que servira de Capela e depois Matriz, foi demolida em 1924, tendo antes, em 1911, o Mons. José Paulino Duarte, dado inicio a atual Matriz, cuja Capela-mor, recebeu a benção litúrgica em 15/08/1927 pelo Cônego Luis Adolfo.
Matriz de Santo Antônio na década de 1970

         A Matriz de Santo Antônio, ainda não estava de todo concluída em 1940, quando se comemorava os 25 anos de criação da paróquia.Estava naquela data terminada na parte interna, graças aos esforços e trabalhos do ex-Vigário padre Bianor Aranha.
Os primeiros vigários
         No decorrer dos 25 anos da paróquia de Santo Antônio em 1940, a paróquia teve a sua frente 14 sacerdotes,dos quais, 11 vigários e 3 encarregados.
Por ordem de nomeação foram Vigários os seguintes: padre José Alves Cavalcanti, José Barbalho, Antônio Vicente, João Felipe, MSF, Josino Gomes, José Adelino Dantas, Antônio Chacon, Carlos Frannik, MSF, João VErberk, MSF, Bianor Aranha.Em 1940 era o atual vigário o padre Severino Bezerra.
         Foram vigários encarregados: Cônego Luis Adolfo, padres Severino Ramalho e Ambrósio Silva.

Fonte: a ordem 16/08/1940, p.1.


A matriz de Santo Antônio atualmente



A INAUGURAÇÃO DA PRIMEIRA PRAÇA DO ALECRIM



         Conforme foi publicado no jornal A Ordem em 24/06/1939 foi inaugurada a Praça e o Jardim do Alecrim sendo esta a primeira praça do famoso bairro da capital potiguar.
         Segundo o referido jornal “inaugura-se, hoje, as 16 horas, oficialmente, com a presença do Sr. Interventor Federal, autoridades civis e militares, representantes da imprensa, a primeira praça e jardim, construída no bairro do Alecrim”.
         Após a inauguração da praça foi levado a efeito interessante festividade que constou do seguinte: inauguração de um alto-falante do Indicador da Agência Pernambucana, retreta, fogos de artifício, barracas, etc. acrescido de uma homenagem ao Dr. Gentil Ferreira, prefeito da capital.
Fonte: A Ordem, 24/06/1939, p.1.
Aspecto da praça Gentil Ferreira na década de 1940

         Trata-se da Praça Gentil Ferreira tradicional recanto do bairro do Alecrim.

Aspectos da praça Gentil Ferreira atualmente