segunda-feira, 10 de junho de 2019

O CENTENÁRIO DA PARÓQUIA DE AREIA BRANCA



Areia Branca é um município localizado no litoral norte do estado do Rio Grande do Norte, na região da Costa Branca, a 330 km da capital do estado, Natal. O município foi emancipado de Mossoró através da Lei nº 10, de 16 de fevereiro de 1892.
Este ano de 2019 marca o ano do centenário de criação da paróquia de Areia Branca.

A primitiva capela
A primitiva capela de Nossa Senhora da Conceição foi edificada a partir do ano de 1885, quando o frei capuchinho italiano Frei Venâncio realizava suas missões de fé e esperança para o pequeno povoado. A construção teve inicio pela capela-mor e aos poucos foi sendo acrescida.
Nessa época, Frei Venâncio, induzia o povo a chamar o local de Porto da Conceição, nome que por muito tempo, muita gente se referia a localidade dessa forma.
         A época da sua construção o Rio Grande do Norte estava ligado eclesiasticamente ao bispado de Olinda (atualmente Arquidiocese de Olinda e Recife), tendo sido o 21º Bispo daquele bispado, Dom José Pereira da Silva Barros (1881-1890) autorizado a construção da capela.
                               Capela antiga de Areia Branca
Foto: Areia Branca Bela.

         Em 1894 foi criado o bispado da Paraíba, o qual ficou subordinado o Rio Grande do Norte, a capela de areia Branca, portanto, passou a jurisdição daquela diocese até 29/12/1909 quando foi criado o bispado de Natal abrangendo todo o território do atual estado do Rio Grande do Norte.

                              Aspecto do Porto de Areia Branca em 1936
Foto: A Ordem,1936.


A criação da paróquia
         A paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Areia Branca foi criada em 08/09/1919 pelo decreto diocesano de Antonio dos Santos Cabral, 2º bispo de Natal. A época todo o território do  Rio Grande do Norte fazia parte do bispado de Natal.
         Dom Antonio dos Santos Cabral viu a necessidade premente de cuidar com desvelo o rebanho a si confiado. Foi seu primeiro pároco o renomado padre Afonso Lopes.
         A paróquia de Areia Branca esteve sob a jurisdição da Diocese de Natal até 1934 quando foi criado o bispado de Mossoró passando a esta circunscrição desde então.
         Areia Branca era a época uma pequena cidade debruçada sobre o Atlântico, vibrou de entusiasmo com o ato do então bispo de Natal. A cidade viveu dias de intenso júbilo porque estava satisfeita uma aspiração dos católicos que, até então se viam privados da assistência dos Divinos Mistérios.

                                  Matriz atual de Areia Branca


         Desde aquele dia memorável a fé católica se acentuou cada vez mais nos corações dos fieis podendo-se deste modo, aquilatar os benefícios advindos com a criação da paróquia.
       Vários sacerdotes de assinaladas virtudes ocuparam o viagariato daquela terra cuidando com desvelo, o aprisco a si confiado. O amor as causas de Deus foi crescendo.A fé difundiu-se através dos rolar dos tempos culminando com a celebração do 1º Congresso Eucarisitico Paroquial em 1938.Ocasião em que mais uma vez Areia Branca mostrou sua solidariedade com os são princípios do Catecismo.
      Sob a orientação do incansável mons. Leão Medeiros, o Congresso foi um acontecimento marcante na vida religiosa daquela terra. Presidido pelo bispo de Mossoró, dom Jaime Câmara, o Congresso arrancou o coração daquele santo antistite um epíteto para Areia Branca: Cidade Eucaristia”. ( A ORDEM, 26/09/1944, p.3).






domingo, 9 de junho de 2019

O TERRITÓRIO DA DIOCESE DE CAICÓ



O bispado de Caicó foi criado abrangendo toda a região do Seridó potiguar, no entanto, haviam apenas 8 paróquias naquele ano de 1939 quando se deu a criação da Diocese. A diocese de Sant´Ana, cuja sede episcopal é Caicó, foi instalada oficialmente, no dia 28/07/1940.
Ao ser criada o território da diocese compreendia uma área territorial de 9.372 Km² e uma população de cerca de 100.000 habitantes segundo informações do Anuário Diocesano da Diocese de Caicó 2019.
As 8 primeiras paróquias

Eis quais eram as 8 primeiras paróquias que compunham o território do bispado de Caicó ao ser criado.


Caicó
Paróquia de Santana, criada em 15/04/1748. Elevada a dignidade de Catedral em 25/11/1939.


                                             Foto: Anuário Diocesano da Diocese de Caicó, 2019
Acari
Paróquia de Nossa Senhora da guia, criaa pela lei provincial nº 15 de 15/03/1835.

                                         Foto: Anuário Diocesano da Diocese de Caicó, 2019

Jardim  do Seridó
Paróquia Nossa Senhora da Conceição, criada pela lei provincial nº 337 de 04 de setembro de 1856.


                                          Foto: Anuário Diocesano da Diocese de Caicó, 2019

Serra Negra
Paróquia de Nossa Senhora do Ó, criada pela lei provincial nº 408 de 01 de setembro de 1858.


                                         Foto: Anuário Diocesano da Diocese de Caicó, 2019.

São Miguel de Jucurutu (atualmente Jucurutu)
Paróquia de São Sebastião, criada pela lei provincial n° 707 de 01 de setembro de 1874.

                                                Foto: Anuário Diocesano da Diocese de Caicó, 2019.

Currais Novos
Paróquia de Santana, criada pela lei provincial nº 893 de 20 de fevereiro de 1884.

                                       Foto: Anuário Diocesano da Diocese de Caicó, 2019.

Flores (Atualmente Florânia)
Paróquia de São Sebastião, criada por decreto diocesano de dom Adauto de Miranda Henrique, bispo da Paraíba, em 05/04/1904.

                                             Foto: Anuário Diocesano da Diocese de Caicó, 2019.

Parelhas
Paróquia de São Sebastião, criada por decreto diocesano de 08/12/1920, por Dom Antonio dos Santos Cabral, 2º bispo de Natal.
                                           Foto: Anuário Diocesano da Diocese de Caicó, 2019.


A primeira paróquia do bispado de Caicó
Já a primeira paróquia criada após a criação do bispado de Caicó foi a Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios em Cruzeta por ato de diocesano de 13/11/1944 de Dom José de Medeiros Delgado, primeiro bispo de Caicó.


Foto: Anuário Diocesano da Diocese de Caicó, 2019.


O PRIMEIRO BISPO DE CAICÓ



         
        O primeiro bispo da Diocese de Caicó foi Dom José de Medeiros Delgado (28/07/1905-09/03/1988).A seguir apanhados históricos sobre sua nomeação para o bispado do Seridó.
        Em março 1940 a Santa Sé criara a Diocese de Caicó, antiga aspiração dos católicos da região do Seridó potiguar.Foi uma noticia acolhida festivamente em todo o Estado.
      Um ano depois chegava a noticia ainda mais auspiciosa, que foi a nomeação do primeiro bispo para aquela Diocese.
         A Santa Sé escolheu para o elevado posto o monsenhor José de Medeiros Delgado, vigário de Campina Grande.
         O nome do monsenhor Delgado era conhecido em todo o nordeste pela sua cultura, sua piedade e grande zelo apostólico, que o animou a grandes empreendimentos.

Telegrama que comunica a nomeação do prelado caicoense
O Bispo Diocesano de Natal recebeu o seguinte telegrama do Sr. Núncio Apostólico:
PETRÓPOLIS, 18-Exmo Bispo Natal. Monsenhor Delgado, Vigário de Campina Grande, nomeado Bispo de Caicó. Núncio Apostólico.Mons. José Delgado fez os seus estudos na Universidade Gregoriana, em Roma, conta 34 anos de idade e nasceu no município de Pombal.Felicitamos os católico da nova Diocese pelo Bispo que vai ter e tornamos extensivas essas felicitações ao Exmo Sr. Bispo D. Marcolino Dantas,pelo êxito alcançado em prol da criação daquele Bispado.(A ORDEM,18/03/1940,p.1).

A sagração episcopal
  A sagração episcopal ocorreu em 29/06/1941 na catedral de Nossa Senhora das Neves em João Pesoa-PB, tendo sido presidida pelo arcebispo da Paraiba dom Moises coelho, sendo consagrantes Dom Marcolino Dantas, bispo de Natal, Dom Jaime Câmara, bispo de Mossoró, Dom João da Mata, Bispo de Cajazeiras, que havia sido naquela data removido para Manaus-AM.
         Entre os paraninfos estava o interventor federal no Rio Grande do Norte, Rafael Fernandes, especialmente convidado pelo prelado caicoense.
         Cerimônia de sagração ocorreu as 06h00 da manhã. Ao meio-dia foi oferecido pelo Arcebispo um banquete aos bispos presentes a solenidade.A noite foi entoado o Te Deum, com sermão de D. Mario Vilas-Boas, bispo de Garanhuns-PE.

Dados biográficos
Dom José de Medeiros Delgado nasceu em Malta, a época distrito de Pombal, atualmente município paraibano, em 28/07/1905. Foram seus pais Manoel Delgado e Francisca de Medeiros Delgado.
Fez seus primeiros estudos em Serra Negra, no vizinho Rio Grande do Norte, e depois em Malta, no seu estado natal.
Fez o curso preparatório e filosófico no seminário da Paraiba e o curso de teologia na Universidade Gregoriana em Roma.
Ordenou-se na cidade de João Pessoa em 02/06/1929, recebendo o presbiterato das mãos de arcebispo da Paraíba, dom Adauto de Miranda Henriques.
Foi nomeado coadjutor da paróquia de Bananeiras e depois coadjutor de Campina Grande.
A 02/02/1931 foi nomeado Vigário da igreja matriz de Campina Grande, cargo que a Santa Sé o escolheu par ao sólio de Caicó, contava 34 anos.


                                  Dom José Delgado


Carta pastoral e o simbolismo litúrgico das armas episcopais de Dom José Delgado
As armas episcopais de Dom José Delgado fala na linguagem heráldica e simbólica da liturgia do batismo, ponto inicial da vida cristã.Em sua primeira carta pastoral saudando o clero e diocesanos, Dom Delgado traçou seu programa de ação nos três capítulos: Vida cristã, paróquia e ação católica.
A vida cristã era o principal objetivo do seu futuro apostalado; ou melhor,era a continuação do seu antigo apostolado paroquial.A vida cristã, base da vida espiritual, alicerce de todo edifício religioso, fundamento de toda vida moral está em contraposição a vida paganizada que assustadoramente se infiltrava na família e na sociedade moderna.
O ponto de vista primário de Dom José Delgado era cristianizar a família, sanar a sociedade, restaurar tudo em Cristo “Instaurare omnia in Christo”, para isto utilizando-se da ação católica e principalmente de um clero santo e bem formado.A ação católica era a cooperação dos leigos no apostolado hierárquico da Igreja e agiria em funções da vida cristã independentemente da hierarquia eclesiástica. “nada sabemos da diocese e de suas possibilidades, mas enquanto os fatos não nos disserem outra coisa, julgamos que não há um recanto da terra, onde houver párocos e fiéis em que não se possa e não se deva fundar a Ação Católica”, disse Dom José Delgado.
Ainda discorreu o prelado caicoense longamente sobre a Ação Católica e a vida cristã, ordenando aos párocos que em três domingos seguidos a tarde antes da benção fosse lida a sua carta pastoral com a explicação da parte referente a paróquia.
A paróquia na expressão de Dom Delgado era uma parcela mimosa da diocese dentro do grande rebanho do Senhor.Desejava o novo bispo ver em cada paróquia dois um mais sacerdotes “Cremos não ser possível elevar uma diocese sem olhar nela o clero, máxime o paroquial, elevando o patrimônio paroquial para sustento de dois ou mais sacerdotes na paróquia”, disse.Ademais que o sacerdote deve ser pobre.“nosso primeiro cuidado como bispo será promover com os párocos a criação de um ambiente de espiritualidade mais intensa e mais viva na paróquia para a elevação de tudo, sem excetuar o próprio pároco.Bem sabemos como a ausência desse clima faz mal ao sacerdote”.

O escudo episcopal
Como a vida cristã era iniciada no Batismo, no simbolismo da liturgia deste foi inspirado o escudo episcopal de D. José Delgado.

Explicação do brasão de Dom José Delgado
As ondas representam a água da fonte batismal também fonte da vida cristã espiritual. A letra psi grega tem a forma de uma pomba voltada verticalmente para baixo, símbolo do Espírito Santo cujos dons se recebem no Batismo, fonte do renascimento espiritual conforme o dialogo de Jesus e Nicodemos, e ensino e a prática da Igreja.Depois, na benção da pia batismal no sábado de aleluia tomam-se três velas em forma da letra psi representando o Espírito Santo; daí vem o uso da letra grega na liturgia da Igreja.
Completava o escudo o atual e expressivo dístico: “Ita Pater Sim” (Sim, Pai), extraído do evangelho de Mateus 11, 26, recordando de maneira incisiva e prática o problema capital da vida Cristã, a obediência. A obediência cria, conserva e desenvolve a Vida Cristã. (A ORDEM, 28/06/1941,p.1).

A CHEGADA E POSSE DE DOM JOSÉ DELGADO EM CAICÓ



         Segundo o jornal A Ordem todo o Rio Grande do Norte católico e especialmente a região do Seridó exultavam de júbilo com a posse do primeiro bispo da diocese de Caicó, dom José de Medeiros Delgado.
Eis como se deu a sua chegada ao Rio Grande do Norte e a posse como bispo de Caicó.
À  cidade de Caicó, desde os primeiros dias da festa da padroeira, começara a chegar os fieis desejosos de presenciar o grato acontecimento.Nos dias 25 e 26/07/1941, a cidade  regurgitava de pessoas dos pontos mais diversos do Estado e da vizinha Paraiba.
A chegada de Dom José Delgado ao Rio Grande do Norte
Desde Equador, no município de Parelhas, começaram as manifestações ao novo prelado, que ai recebia as despedidas dos seus antigos paroquianos e as primeiras homenagens dos novos diocesanos.
         Seguiu-se em Parelhas, um lauto almoço, oferecido pelo prefeito Florêncio Luciano.Nessa ocasião, foi dom Delgado saudado pelo Sr. Raimundo Morais.
Chegada a Caicó
         Nos limites de Caicó, recebeu dom Delgado, que estava acompanhado de grandiosa comitiva os primeiros cumprimentos dos caicoenses, tendo a frente o prefeito Inácio Dias.
         Desde as 15h00, o povo se dirigiu em massa para praça José Augusto,onde se daria a recepção do bispo.As associações religiosas de Caicó, das outras paróquias seridoenses e de outros pontos do Estado formaram alas.Precisamente as 16h10 chegaram Dom Delgado e a comitiva, ao som de varias bandas de música, vivas e palmas da população.
         Chegando a sacada da residência episcopal em companhia do mons.João da Mata, representante do Bispo de Natal, do dr. Gentil Ferreira, representante do Interventor Federal, inúmeros sacerdotes, foi o bispo saudado pelo juiz de Direito  de Santana do Matos, Renato Celso Dantas, caicoense de nascimento.
         A saudação do ilustre magistrado foi muito feliz, sendo retransmitida por alto falantes, podendo ser ouvida, assim por todos os presentes.
         Vivamente comovido Dom Delgado agradeceu aquela saudação, tendo palavras de reconhecimento ao bispo de Natal, que esquecendo seus próprios interesses, tanto fez pela criação da diocese de Caicó, ao ex-governador do Estado, Sr. Juvenal Lamartine. Agradeceu em seguida a presença das autoridades e do povo em geral, terminando por lançar sua benção episcopal.
         As 17h00, da Igreja do Rosário, partiu o bispo com um grande prestito, em direção a Catedral, aonde iria tomar posse. O pálio foi conduzido pelos prfeitos do Seridó, vendo-se sob o mesmo além do Bispo dom Delgado, o bispo de Mossoró, dom Jaime Câmara e mons. João da Mata, representante do bispo de Natal.
         Penetrando na Catedral ao som de Ecce Sacerdos Magnus, subiu o bispo ao solio episcopal, depois da visita ao SS. Sacramento.
         O Pe. Valfredo Gurgel, vigário da Catedral, Le a Bula papal de autorização ao Sr. Bispo para reger a nova diocese, seguindo-se com a palavra o mons. Paulo Heroncio, vigário de Currais Novos, que produziu eloquente oração congratulatória.
         Após o cântico da Ave-Maria, pela Schola Cantorum Santa Teresinha, subiu ao púlpito o bispo de Caicó, pronunciando a sua primeira saudação apostólica. Recordou o bispo o seu lema “Ita, Pater”, que adora, seu significado, o alto valor pedagógico desta norma de vida cristã.Esta obediência, esta conformidade com a vontade de Deus.Teve palavras de carinho para com os que sofrem, os enfermos e os ausentes.Seu desejo era que todos, bispo e fieis, quisessem, juntos aceitar e praticar tudo quanto mandasse a santa vontade de de Deus.
         Depois do Te Deum, foi dada a benção do SS Sacramento encerrando-se a cerimônia.

                            Aspectos da posse de Dom José Delgado

Foto: A Ordem, 1941.

Solene pontifical
         No domingo, 28/07/1941, as 09h30 teve inicio o solene pontifical.A catedral estava completamente cheia, apesar de anda menos 25 sacerdotes já terem vindo, desde as 05h30 da manhã, celebrando missas, muitos concorridas, distribuindo a santa comunhão e ouvindo os fieis em confissão.As portas laterais da Catedral ficaram assim repletas de fieis.Altos falantes colocados na parte externa do templo, permitiram a todos ouvir o magnífico sermão de dom Jaime Câmara, bispo de Mossoró.
         O culto prelado mossoroense traçou um feliz paralelo entre Santana, a mãe sem filhos, que tanto os desejava e tantas mães de então, que receavam os filhos.Santana,q eu tendo obtido a graça de um filho, não hesitou em consagrá-lo inteiramente ao serviço de Deus, e tantos pais que cortam, por mal compreendido egoísmo a vocação religiosa dos filhos.É assim que Deus, glorificado pelas suas criaturas, sabia recompensar, glorificando-as por sua vez Santana teve a gloria de ser mãe de Maria Santissima, por sua mãe do Salvador.
Terminando, rejubilou-se com Caicó, pela dupla felicidade de festejar Santana e receber o seu 1º bispo.
As 16h00 saiu a procissão de Santana, com os andores de São Bento, São Joaquim, Nossa Senhora do Carmo, Coração de Jesus e Santana. Percorreu o prestito as principais ruas da cidade, sendo grande o acompanhamento. Seguiu-se a benção do SS. Sacramento. (A ORDEM, 29/07/1941,p.1).

O PROGRAMA DE RECEPÇÃO E POSSE DE DOM JOSÉ DELGADO



         As 15h30 uma girândola de foguetões anunciaria a aproximação do Sr. Bispo, devendo o povo reunir-se no local da chegada.
         As 16h00 a chegada de D. José Delgado a Caicó. Em nome do Seridó saudaria o Sr. Renato Celso Dantas, figura destacada da magistratura potiguar.
A posse
         O presitito, leitura da Bula, oração congratulatória, saudação apostólica de D. José Delgado, Te Deum, Benção do Santisismo.
         Após a recepção, as Associações, as Irmandades e o Povo se dirigiriam para a igreja do Rosário, de onde as 17h00 após paramenatar-se sairia procissionalmente para a Catedral o Sr. Bispo.O Pálio seria conduzido pelos Prefeitos do Seridó.
         A ordem do prestitio seria a seguinte: Grupo Escolar Senador Guerra, Escola São José, Externato São Luiz, Escola Paroquial, Centro Regional de Escoteiros, Catecismo, Associações Femininas, Pia União de Filhas de Maria, Apostolado da Oração, Colégio Santa Teresinha,Congregações Marianas, Ordem Terceira de São Francisco, Irmandade do Rosário, Irmandade de Santana, Irmandade do SS. Sacramento e o Clero.
         Ao penetrar na Catedral o bispo seria entoado o “Ecce Sacerdos” pela Schola Cantorum Santa Teresinha. Após breve visita ao SS.Sacramento, o bispo se dirigiria para a Capela Mor onde subiria ao Sólio Episcopal da Catedral.O vigário da Catedral leria a bula de Sua Santidade Pio XII, autorizando o Sr. Bispo Dom José de Medeiros Delgado a reger e governar a nova Diocese de Caicó.Em seguida o monsenhor Paulo Herôncio em nome do clero e dos diocesanos faria a oração congratulatória ao Sr.Bispo.
         Após o canto da Ave-Maria executado pela Schola Cantorum, Dom José Delgado subiria ao púlpito para fazer sua saudação apostólica ao rebanho que Deus lhe confiara.
         Feita a exposição do Ss. Sacramento seria entoado o Te Deum, cantado alterandamente pelo clero e pela Schola Cantorum.Com a benção do Santissimo encerraria-se a cerimônia de posse do Sr. Bispo de Caicó.
Solene pontifical
         Eis como se deu o solene pontifical cantado por  Dom José Delgado  que se celebrava a festa da padroeira, com sermão ao Evangelho.
As 09h30 após a chegada na Catedral para o Solene Pontifical repicaram os sinos e a Schola Cantorum entoou o Ecce Sacerdos.A pauta do Pontifical foi a seguinte:
Celebrante-Dom José Delgado.
Presbítero assistente: Mons. Paulo Herôncio.
Diáconos do sólio: Cônego Amancio Ramalho e Pe. Esmerino Gomes.
Diácono da missa: Pe. Ambrosio Silva, subdiácono da missa: Pe. Mario Damasceno.
1º mestre de cerimônia:s: Pe. Eimar Monteiro. 2º mestre de cerimônias: Pe. Severino Bezerra.
Acolitos:seminaristas da Diocese.
Sermão: dom Jaime Câmara, bispo de Mossoró. (A ORDEM, 26/07/1941, p.1).
         Segundo o jornal A Ordem os caicoenses estavam radiantes de contentamento com a chegada do seu primeiro bispo, empossado no dia 26/07/1941 e já em pleno exercício do múnus episcopal.
         Em Natal a Congregação Mariana realizou uma sessão dedica a Dom José Delgado sob a presidência do professor Ulisses de Gois.Após a sessão se dirigiram os congregados até ao Palácio Diocesano, onde apresentaram os cumprimentos a dom Marcolino Dantas pelo feliz acontecimento.
         Dom Marcolino recebeu outras visitas que muito o alegraram.
         A propósito recebeu o bispo de Natal o seguinte telegrama:
CAICÓ, 27, dom Marcolino,Natal-Grandiosa recepção prestada a D. Delgado.O povo otimamente impressionado com o seu novo antistite.Sua Excelência, em discurso, enalteceu a figura do Bispo de Natal com desprendimento e dedicação ao bem das almas.Presentes 245 sacerdotes.Bênçãos.Mons. Mata.(A ORDEM, 28/07/1941, p.1).