segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

A INAUGURAÇÃO DO COLÉGIO PADRE FÉLIX DE ANGICOS




        O Colégio Paroquial Padre Félix de Angicos foi inaugurado em 02/03/1942, atualmente denominado Instituto Padre Félix.
         A instituição escolar foi criada pelo então padre Manoel Tavares de Araújo, mais tarde bispo de Caicó com a colaboração das autoridades municipais e o povo em geral sob as bênçãos do bispo dom Marcolino Dantas.
         Por decreto do prefeito Baltazar Pereira, foi doado ao Colégio um extenso terreno onde foi construído o prédio da referida instituição.
         O prédio do Colégio Padre Félix foi construído com amplos espaços de recreio e aprendizado agrícola, constava ainda de cursos profissionalizantes que seriam instalados ainda naquele ano de 1942.

                                   Fachada do Colégio Padre Félix
Fonte: A Ordem, 1942.
         A prefeitura fez a desapropriação de uma casa situada no local do terreno e estudava a possibilidade de conceder uma subvenção anual fixa capaz de auxiliar eficazmente a manutenção do Colégio Padre Félix.
       Segundo o jornal A Ordem  era preciso ressaltar o concurso generoso e pronto por parte da população dos municípios daquela região especialmente Angicos e Santana do Matos.
         Foi compreendido pela população que o Colégio Padre Félix fundado sob a orientação do padre Tavares, com corpo docente a altura das necessidades locais estava apto a prestar inestimáveis benefícios a juventude sertaneja da extensa zona central do estado do Rio Grande do Norte.
         Ainda de acordo com o citado jornal foi justo o júbilo da população pela inauguração do primeiro pavilhão do prédio do Colégio Padre Félix.A obra completa do estabelecimento de ensino compreenderia 3 pavilhões, o primeiro onde estava funcionando o Colégio naquele ano de 1942, dispunha de entrada, recepção de visitantes, secretaria, 4 salas de aula, construídas todas sob as exigências técnicas.Com o prosseguimento dos trabalhos, as salas de aula se estenderiam pelos outros compartimentos e ficariam otimamente instalados os dormitórios e refeitórios.
         A inauguração do Colégio Padre Félix contou com a presença de autoridades municipais, alunos e numeras pessoas, o padre Manoel Tavares explicou em rápidas palavras o que estava sendo feito e por fazer, revelando animação para continuidade vitoriosa da iniciativa, apesar da crise que se estava atravessando aquela época (a Segunda Guerra Mundial, por exemplo).
         O sr Gregório Taumaturgo, representante do prefeito de Angicos, ausente por motivo  de saúde, declarou inaugurado o Colégio Padre Félix sob demorados aplausos.
         Naquele ano já estava funcionando o internato e externato do Colégio para os cursos primário e admissão.
         Na semana seguinte a inauguração do Colégio Padre Félix seria dada continuidade as obras que quando concluídas dariam a Angicos e a toda região sertaneja um estabelecimento do qual poderiam justamente se orgulhar.

                                                                     
Fonte: A  Ordem,05/03/1942,p.1.


                           Aspectos atuais do Instituto Padre Félix



Fonte: Google Earth,2020.





quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

A LOCOMOTIVA GELSA DA ESTRADA DE FERRO DE MOSSORÓ




         Segundo o jornal O Poti em 23/08/1955 continuavam os trabalhos em Porto Franco (Grossos) para o desembarque da locomotiva Gelsa, destinada a Estrada de Ferro de Mossoró, trazida até ali pelo navio Mirna.
         O  desembarque seria realizado no período  da maré baixa, pois ainda naquele dia estaria concluída a ponte férrea que estava sendo construída entre o cais e o condutor daquele porto.
         A baixo exemplares de uma locomotiva Gelsa igual a que foi destinada a Estrada de Ferro de Mossoró.







Fonte: O POTI, 23/08/1955, p.3.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

MULHERES NAS FERROVIAS DO RN




Quando se fala no tema ferrovia sempre se remete a um trabalho masculino, mas houve um tempo em que as mulheres exerceram protagonismo exercendo trabalhos manuais e intelectuais no setor ferroviário.No Rio Grande do Norte encontramos os seguinte nomes de mulheres que foram funcionárias da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
Segundo o jornal A Ordem com a declaração de guerra entre o Brasil, Alemanha e Itália, o governo tratou de mobilizar as forças vivas do país, a fim de fazer frente a qualquer eventualidade. E uma das partes mais importantes nessa mobilização era o aproveitamento do trabalho da mulher brasileira nos diversos setores de atividades manuais e intelectuais.
         Foi compreendendo a necessidade das circunstancias vividas aquela época que os diretores da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro, tomaram a iniciativa de instituir na capital potiguar e em outras cidades do Brasil, cursos para senhoras e senhorinhas, para prepará-las em substituição dos funcionários que estavam no serviço ativo do Exército.Tais mulheres assumiriam os cargos de  telegrafistas, agentes de estação, condutores de trem e telefonistas.
         Em Natal as interessadas em realizar algum curso na EFCRGN tinha que se dirigir ao escritório da ferrovia na Esplanada Silva Jardim.Para se inscrever era preciso ser maior de 21 anos, saber ler e escrever e sendo menor de 14 a 18 anos era exigida a autorização dos responsáveis. (A ORDEM, 03/09/1942, p.2).
        Não encontramos maiores informações sobre esses cursos, mas encontramos algumas mulheres que exerceram funções na Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
      Em 11/12/1939 o jornal A Ordem cita Isabel Machado Tinoco como funcionária da EFCRGN (A ORDEM, 11/12/1939, p.4), o jornal não menciona a função pois era apenas a menção ao seu aniversário ocorrido naquele dia.Em 20/02/1942 é citada Zuleika Vasconcelos como funcionária da EFCRGN (A ORDEM,20/02/1942,p.4), já em 26/08/1948 foi a vez de Olga Trindade ser citada no pelo jornal Diário de Natal como funcionária da EFCRGN (DIÁRIO DE NATAL,26/08/1948,p.5).
Em  22/05/1951 Teresinha Cordeiro foi mencionada como contadora diplomada e funcionária da EFCRGN, já denominada Estrada de Ferro Sampaio Correia. (DIÁRIO DE NATAL, 22/05/1951, p.5). Isabel Machado Tinoco volta a ser citada como funcionária da EFSC (DIÁRIO DE NATAL, 11/12/1951, p.5) e Maria de Lourdes Marinho foi citada em 29/11/1952 como funcionária da EFSC. (DIÁRIO DE NATAL, 29/11/1952, p.4).
Em 23/08/1955 foi inaugurado o serviço ambulatorial e dentário da EFSC, com uma composição que percorria as estações, paradas e casa de turma da ferrovia levando no carro hospital um médico, um dentista e três enfermeiras, sendo duas pertencentes ao serviço social da EFSC.
         Segundo o jornal O Poti as enfermeiras que faziam parte desse serviço de assistência aos ferroviários eram as senhoritas Luíza Arruda de Aquino e Iracema Peregrino, ambas as enfermeiras diplomadas pela Maternidade Januário Cicco, sendo a primeira parteira. (O POTI, 23/08/1955, p.3). Pelo tratamento dado pelo jornal as enfermeiras se tratavam de moças solteiras.
        Certamente deve ter ocorrido mais atividades femininas nas ferrovias do RN. A pesquisa não está finalizada. Contribuições serão bem-vindas.
        Na imagem a baixo vê-se uma mulher vestida de enfermeira num carro da EFCRGN no pátio da estação central de Natal.




sábado, 15 de fevereiro de 2020

A FREGUESIA DE CEARÁ-MIRIM EM 1925



         Em 1925 o município de Ceará-Mirim tinha uma população de 27.000 habitantes em sua totalidade brasileiros e católicos. Era um dos principais centros do Estado quer pela sua população e riqueza, quer pelos sentimentos profundamente religiosos dos seus habitantes.
         Na paróquia de Nossa Senhora da Conceição o movimento religioso naquele ano de 1925 foi o seguinte:
Batizados 70
Casamentos  62
Óbitos registrados 63
Comunhões 16.117
2 Primeiras comunhões solenes de 92 crianças
Sacramentos a enfermos, confissões 98
Viáticos 76
Extrema unção 89
capelas filiais
         haviam na freguesia os seguintes oratórios públicos: Estremoz, antiga sede, onde existiam históricas ruínas de um convento dos jesuítas que ali fundaram uma aldeamento de índios; Muriú, Boca da Ilha, Capela e Jacumã.
Associações religiosas
        Haviam o Apostolado da Oração com mais de 6.000 associados inscritos, Pia União de Filhas de Maria, Conferencia Vicentina, Congregação da Doutrina Cristã, com três centros de catecismo e Confrarias das Almas e de Nossa Senhora da dores, todas funcionando regularmente.
         A aula noturna paroquial contava com mais de 1.500 alunos.
         A situação da imprensa católica era animadora naquela freguesia
Contava com mais de 60 assinaturas do Diário de Natal, órgão diocesano de imprensa, o Mensageiro do Coração de Jesus tinha 15 assinaturas e eram bastante lidos e apreciados, A União e o Mensageiro da Fé.
         As famílias em sua maioria eram consagradas ao Coração de Jesus.Funcionava na paróquia um excelente colégio com internato e externato de cursos secundários e primário.
        O vigário era o Pe. J. Cabral que levou a efeito vários trabalhos materiais no majestoso templo que era a matriz, e promoveu vários retiros espirituais das associações religiosas, no fito de aumentar o movimento religioso da freguesia, foi substituído em abril daquele ano pelo Pe. Antonio Brilhante de Alencar.


Fonte: A UNIÃO, 25/12/1925, p.20.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

RETALHOS HISTÓRICOS DE SÃO ROMÃO (FERNANDO PEDROZA)



         O município de Fernando Pedroza é uma dos mais novos municípios criados no estado, porém sua história é bem antiga.
Origens
Durante a construção da estrada rodoviária ligando Lajes a Angicos, em 1920, o comerciante Antônio Teixeira da Rocha, instalou nas chamadas Terras de São Joaquim, situadas nas proximidades dos serviços da rodovia, um barracão para fornecer alimentos e utensílios aos trabalhadores.
Tendo como ponto de partida a mercearia de Antônio Teixeira, e a feira livre, realizada no dia 14 de agosto de 1920, incentivada pelo dono da mercearia, iniciou-se o processo de construção de moradias, dando origem ao povoado de São Romão.
Formação Administrativa
O Distrito foi criado com a denominação de Fernando Pedrosa, pelo Decreto-lei Estadual n.º 603, de 31 de outubro de 1938, subordinado ao município de Angicos, assim permanecendo em divisão territorial datada de 17/01/1991.
Foi elevado à categoria de município com a denominação de Fernando Pedroza, pela Lei Estadual n.º 6.301, de 26 de junho de 1992, desmembrado de Angicos com sede no antigo distrito de Fernando Pedroza e instalado em 01/01/1997.
A seguir alguns apanhados históricos sobre este municipio potiguar.
Incêndio na Usina São Joaquim
         No dia 03/02/1936 as 00h00 ocorreu um grane incêndio na Usina São Joaquim localizada na então povoação de São Romão, tendo sido iniciados as diligências que o caso reclamava. (A ORDEM, 05/02/1936, p.4).
         O delegado especial de Angicos remeteu ao poder judiciário o inquérito a que procedeu na povoação de São Romão acerca do incêndio da Usina São Joaquim onde foi apurado que no ocorrido do sinistro um prejuízo de 497: 572$400.
Mudança de denominação
         Em 1937 o deputado estadual Gonzaga Galvão apresentou a Assembleia Legislativa um projeto de lei mudando a denominação do povoado de São Romão para Fernando Pedroza.Aprovada a lei ela foi sancionada pelo interventor Rafael Fernandes em 30/10/1937.( DIÁRIO DE NOTICIAS,30/10/1937,p.2).
         No ano seguinte atendendo a proposta do Diretor Regional dos Correios e Telégrafos do Rio Grande do Norte, o capitão Mário José Faria Lemos, Diretor do Departamento dos Correios e Telégrafos em portaria nº 628 de 24 de maio de 1938 mudou a denominação da Agência Postal Telegráfica de São Romão para Fernando Pedroza, nome adotado para a respectiva localidade. (A ORDEM,31/05/1938,.p.2).
                                   Aspectos de Fernando Pedroza

Inauguração do busto de Fernando Pedroza
         Realizou-se no dia 11/09/1938  na povoação de São Romão a inauguração do busto do industrial Fernando Pedroza, falecido no ano anterior.
         Pelas 06h00 partiu um trem especial de Natal, o qual retornaria a noite, onde levaria até aquela vila o Interventor Federal que participaria dos festejos ali. (A ORDEM, 11/09/1938, p.1).
O Fernando Pedroza Esporte Clube
         Em 05/03/1939 foi fundado o Fernando Pedroza Esporte Clube na vila de mesmo nome, tendo sido sua primeira diretoria composta pelos seguintes membros: Genésio Cabral, presidente de honra, João Mendes, presidente, José Horácio, vice-presidente, Manoel Ovidio Sobrinho, 1º secretário, Valdomiro Teonácio Bezerra,  2º secretário, Maria Alves Toscano, tesoureira, Luis Cid, orador.(A ORDEM,11/03/1939,p.2).

Trem presidencial com Getúlio Vargas na estação de Fernando Pedroza em 1933

Iluminação pública
         Em 1942 já havia iluminação pública na vila de Fernando Pedroza. (A ORDEM, 10/09/1942, p.4).
Passagem do bispo de Mossoró em Fernando Pedroza
No dia 26/01/1944 o bispo de Mossoró, dom João Batista Portocarrero Costa, pernoitou na vila de Fernando Pedroza onde o esperava um carro de linha para viajar até a capital potiguar. (A ORDEM,29/01/1944,p.2).
A inauguração da nova capela de Fernando Pedroza
Por motivo do 30º dia de falecimento do industrial Fabrício PEdroza, presidente do Aeroclube do Rio Grande do Norte, foi realizada no dia 16/05/1945 a benção da nova capela da vila de Fernando Pedroza.
Conforme se lia no jornal A Ordem “oi dada a benção da nova capela da vila e dos seus altares, cuja a construção foi uma iniciativa do saudoso Fabricio Pedroza e quis o destino que a primeira missa fosse em intenção de sua alma”.
A missa foi assistida por todos os membros da família Pedroza.
O Aeroclube solidarizando-se com esta homenagem de fé religiosa,s e fez representar pelo Consul Carlos Lamas, presidente interino e os diretores  Osman Matos e  Plinio Saraiva.
Estiveram presentes os prefeitos de Angicos, Francisco Peres Tores  e o de  Lajes, Francisco Amâncio e o Sr. Genésio Cabral, representando o prefeito de Santana do Matos, Joel Assunção.
A missa foi celebrada pelo padre Manoel Tavares, vigário de Angicos, que ao terminar pronunciou magníficas palavras, congratulando-se com a população católica da região, pela construção do novo templo, cuja concretização se devia em grande parte ao Fabricio Pedroza, que foi seu idealizador.
Em seguida foi feita a encomendação junto a Eça ornamentada por diversas coroas de flores, sendo cantado o “Libera” pelo padre Antonio Antas.
Terminada  a cerimonia religiosa a grande multidão que enchia literalmente o templo, dirigiu-se até a praça principal junto ao monumento de Fernando Pedroza, pai de Fabricio Pedroza e grande benfeitor daquela região. (A ORDEM, 17/07/1945, p.4).
Banquete oferecido a Getúlio Vargas na fazenda São Joaquim em 1933