quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

MULHERES NAS FERROVIAS DO RN




Quando se fala no tema ferrovia sempre se remete a um trabalho masculino, mas houve um tempo em que as mulheres exerceram protagonismo exercendo trabalhos manuais e intelectuais no setor ferroviário.No Rio Grande do Norte encontramos os seguinte nomes de mulheres que foram funcionárias da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
Segundo o jornal A Ordem com a declaração de guerra entre o Brasil, Alemanha e Itália, o governo tratou de mobilizar as forças vivas do país, a fim de fazer frente a qualquer eventualidade. E uma das partes mais importantes nessa mobilização era o aproveitamento do trabalho da mulher brasileira nos diversos setores de atividades manuais e intelectuais.
         Foi compreendendo a necessidade das circunstancias vividas aquela época que os diretores da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro, tomaram a iniciativa de instituir na capital potiguar e em outras cidades do Brasil, cursos para senhoras e senhorinhas, para prepará-las em substituição dos funcionários que estavam no serviço ativo do Exército.Tais mulheres assumiriam os cargos de  telegrafistas, agentes de estação, condutores de trem e telefonistas.
         Em Natal as interessadas em realizar algum curso na EFCRGN tinha que se dirigir ao escritório da ferrovia na Esplanada Silva Jardim.Para se inscrever era preciso ser maior de 21 anos, saber ler e escrever e sendo menor de 14 a 18 anos era exigida a autorização dos responsáveis. (A ORDEM, 03/09/1942, p.2).
        Não encontramos maiores informações sobre esses cursos, mas encontramos algumas mulheres que exerceram funções na Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
      Em 11/12/1939 o jornal A Ordem cita Isabel Machado Tinoco como funcionária da EFCRGN (A ORDEM, 11/12/1939, p.4), o jornal não menciona a função pois era apenas a menção ao seu aniversário ocorrido naquele dia.Em 20/02/1942 é citada Zuleika Vasconcelos como funcionária da EFCRGN (A ORDEM,20/02/1942,p.4), já em 26/08/1948 foi a vez de Olga Trindade ser citada no pelo jornal Diário de Natal como funcionária da EFCRGN (DIÁRIO DE NATAL,26/08/1948,p.5).
Em  22/05/1951 Teresinha Cordeiro foi mencionada como contadora diplomada e funcionária da EFCRGN, já denominada Estrada de Ferro Sampaio Correia. (DIÁRIO DE NATAL, 22/05/1951, p.5). Isabel Machado Tinoco volta a ser citada como funcionária da EFSC (DIÁRIO DE NATAL, 11/12/1951, p.5) e Maria de Lourdes Marinho foi citada em 29/11/1952 como funcionária da EFSC. (DIÁRIO DE NATAL, 29/11/1952, p.4).
Em 23/08/1955 foi inaugurado o serviço ambulatorial e dentário da EFSC, com uma composição que percorria as estações, paradas e casa de turma da ferrovia levando no carro hospital um médico, um dentista e três enfermeiras, sendo duas pertencentes ao serviço social da EFSC.
         Segundo o jornal O Poti as enfermeiras que faziam parte desse serviço de assistência aos ferroviários eram as senhoritas Luíza Arruda de Aquino e Iracema Peregrino, ambas as enfermeiras diplomadas pela Maternidade Januário Cicco, sendo a primeira parteira. (O POTI, 23/08/1955, p.3). Pelo tratamento dado pelo jornal as enfermeiras se tratavam de moças solteiras.
        Certamente deve ter ocorrido mais atividades femininas nas ferrovias do RN. A pesquisa não está finalizada. Contribuições serão bem-vindas.
        Na imagem a baixo vê-se uma mulher vestida de enfermeira num carro da EFCRGN no pátio da estação central de Natal.




2 comentários:

  1. Boa tarde! De que ano é essa fotografia?

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    1. Década da 1940 no parte interna da estação central de Natal na Ribeira.

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