Quando
se fala no tema ferrovia sempre se remete a um trabalho masculino, mas houve um
tempo em que as mulheres exerceram protagonismo exercendo trabalhos manuais e
intelectuais no setor ferroviário.No Rio Grande do Norte encontramos os
seguinte nomes de mulheres que foram funcionárias da Estrada de Ferro Central
do Rio Grande do Norte.
Segundo
o jornal A Ordem com a declaração de guerra entre o Brasil, Alemanha e Itália,
o governo tratou de mobilizar as forças vivas do país, a fim de fazer frente a
qualquer eventualidade. E uma das partes mais importantes nessa mobilização era
o aproveitamento do trabalho da mulher brasileira nos diversos setores de
atividades manuais e intelectuais.
Foi compreendendo a necessidade das circunstancias vividas
aquela época que os diretores da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de
Janeiro, tomaram a iniciativa de instituir na capital potiguar e em outras
cidades do Brasil, cursos para senhoras e senhorinhas, para prepará-las em substituição
dos funcionários que estavam no serviço ativo do Exército.Tais mulheres
assumiriam os cargos de telegrafistas,
agentes de estação, condutores de trem e telefonistas.
Em Natal as interessadas em realizar algum curso na EFCRGN
tinha que se dirigir ao escritório da ferrovia na Esplanada Silva Jardim.Para
se inscrever era preciso ser maior de 21 anos, saber ler e escrever e sendo
menor de 14 a 18 anos era exigida a autorização dos responsáveis. (A ORDEM,
03/09/1942, p.2).
Não encontramos maiores informações sobre esses cursos, mas
encontramos algumas mulheres que exerceram funções na Estrada de Ferro Central
do Rio Grande do Norte.
Em 11/12/1939 o jornal A Ordem cita Isabel Machado Tinoco
como funcionária da EFCRGN (A ORDEM, 11/12/1939, p.4), o jornal não menciona a
função pois era apenas a menção ao seu aniversário ocorrido naquele dia.Em
20/02/1942 é citada Zuleika Vasconcelos como funcionária da EFCRGN (A ORDEM,20/02/1942,p.4), já em 26/08/1948 foi a vez de Olga Trindade ser citada no pelo jornal Diário de
Natal como funcionária da EFCRGN (DIÁRIO
DE NATAL,26/08/1948,p.5).
Em 22/05/1951 Teresinha Cordeiro foi mencionada
como contadora diplomada e funcionária da EFCRGN, já denominada Estrada de Ferro
Sampaio Correia. (DIÁRIO DE NATAL, 22/05/1951, p.5). Isabel Machado Tinoco
volta a ser citada como funcionária da EFSC (DIÁRIO DE NATAL, 11/12/1951, p.5)
e Maria de Lourdes Marinho foi citada em 29/11/1952 como funcionária da EFSC.
(DIÁRIO DE NATAL, 29/11/1952, p.4).
Em 23/08/1955
foi inaugurado o serviço ambulatorial e dentário da EFSC, com uma composição que percorria
as estações, paradas e casa de turma da ferrovia levando no carro hospital um
médico, um dentista e três enfermeiras, sendo duas pertencentes ao serviço
social da EFSC.
Segundo o jornal O Poti as enfermeiras que faziam parte
desse serviço de assistência aos ferroviários eram as senhoritas Luíza Arruda
de Aquino e Iracema Peregrino, ambas as enfermeiras diplomadas pela Maternidade
Januário Cicco, sendo a primeira parteira. (O POTI, 23/08/1955, p.3). Pelo
tratamento dado pelo jornal as enfermeiras se tratavam de moças solteiras.
Certamente
deve ter ocorrido mais atividades femininas nas ferrovias do RN. A pesquisa não está finalizada. Contribuições serão
bem-vindas.
Na imagem a baixo vê-se uma mulher vestida de enfermeira num carro da EFCRGN no pátio da estação central de Natal.
Boa tarde! De que ano é essa fotografia?
ResponderExcluirDécada da 1940 no parte interna da estação central de Natal na Ribeira.
Excluir