sexta-feira, 30 de abril de 2021

DIRETORES DA EFCRGN ENTRE 1904 E 1989

 

DIRETORES DA EFCRGN ENTRE 1904 E 1989

Por João Santos

 

         Ao longo os cargos de direção na Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte tiveram as seguintes designações: Engenheiro Chefe, Superintendente, Diretor, Delegado Regional. A seguir o elenco dos diretores da EFCRGN.

 

Período

Nome

Observação

1904 - 1905

José Matoso Sampaio Correia

Engenheiro

1905-1909

Eugênio Ramos Carneiro da Rocha

Engenheiro[1]

1907-1908

José Luiz Batista

Engenheiro/interino[2]

 

 

 

1908-1913

-José Antônio da Costa Junior 

- Décio Fonseca

 -Otávio Moreira Pena

-Luciano Martins Veras

Engenheiro

 Engenheiro civil e geógrafo[3]

Engenheiro

 Engenheiro/Interino

1914-1916

José Antonio da Costa Junior

Engenheiro

 

 

1917

 

-José Domingues da Silva

 

- Edmundo Varela

Engenheiro[4]

 

Engenheiro[5]

 

1918-1920

Pedro G. de Almeida

Engenheiro

1920-1923

João Ferreira de Sá e Benevides

Engenheiro civil[6]

1923-1924

Getúlio Lins da Nóbrega

Engenheiro

1924-1930

Hermelindo de Barros Lins

Engenheiro[7]

1930

Alberto Candido Martins

Engenheiro[8]

1931-1932

Frederico d’Ávila Bittencourt Melo

Engenheiro[9]

1931-1933

Norberto Paes

Engenheiro[10]

 

1934

-Heitor Teixeira Brandão

-Eduardo Rios Filho

Engenheiro[11]

 Engenheiro[12]

1940-1941

José Soares Espinheira

Engenheiro[13]

1941-1944

Antonio Carlos Zamith

Capitão/major

1944

Armilo Rodrigues Monteiro

Engenheiro[14]

1944-1947

Álvaro Cunha Melo

Engenheiro[15]

1947-1950

Hélio Lobo

Engenheiro[16]

1951

José Nicodemos Silveira Martins

Engenheiro[17]

1951-1955

João Galvão de Medeiros

Engenheiro[18]

 

 1955

-Moacir Maia

 -Edilson Medeiros da Fonseca

Engenheiro

Substituto/interino[19] 

Engenheiro[20]

1956-1957

José Henrique Bittencourt

Engenheiro[21]

1958-1959

José Manoel Wanderley

Engenheiro agrônomo[22]

1960-1963

Waldo Sette de Albuquerque

Engenheiro/major[23]

1962

José Sotero Sobrinho

Interino

 

1963-1964

-Hebert Maranhão

-Paulo Feitosa

Engenheiro[24]

 Engenheiro[25]

1964-1975

Marco Aurélio Cavalcante de Albuquerque

Engenheiro[26]

 

1975

-José Dias Fernandes

-Francisco Araújo de Souza

  

Engenheiro civil

1975-1979

  Francisco Araújo de Souza

Engenheiro civil

1980-1989

Marco Aurélio Cavalcante de Albuquerque

Engenheiro

 

         De 1904 a 1989 foram listados 38 diretores na administração da EFCRGN, tendo sido em média 2 anos o tempo de permanência no cargo.O que mais tempo passou na direção da EFCRGN foi o engenheiro Marco Aurélio Cavalcante de Albuquerque, que somadas as duas vezes que ocupou o cargo contabiliza 20 anos, seguem-se os engenheiros João Galvão de Medeiros e Alberto Candido Martins, ambos com 6 anos.

De 1904 a 1908 foi período de Comissão de Obras e Construção contra os Efeitos da Seca no RN.

Entre 1908 e 1921 ocorreu o período de concessão. Inicialmente a concessão foi feita a empresa Gouveia & Soares, em seguida a Proença e Gouveia que por sua vez alterou o nome para Companhia de Viações e Construções.

A partir de 1920 houve o retorno ao controle do Governo Federal. Ao retornar ao controle do governo a EFCRGN passou a integrar a Inspetoria Federal das Estradas e depois ao Departamento Nacional das Estradas de Ferro.Em 1939 houve a encampação do antigo trecho administrado pela GWBR entre Natal e Nova Cruz passando este a integrar a EFCRGN.

Em 1950 ocorreu a mudança de nomenclatura (Estrada de Ferro Sampaio Correia).

Em 1958 houve a incorporação a Rede Ferroviária do Nordeste e posteriormente a RFFSA.

A partir de 1964 houve reformulação administrativa na RFN, extinguindo-se as delegacias regionais de Natal e Mossoró, sendo esta um simples ramal da RFN e aquela um Distrito da RFN com sede em Recife.

         Perdão pelos erros e omissões.

Concluído em 29/04/2021.



[1] ”O Sr. Lauro Muller, ministro da indústria, recebeu um telegrama do Dr. Carneiro da Rocha, engenheiro chefe da Estrada de Ferro de Penetração, no Rio Grande do Norte, comunicando que, de acordo com os desejos de S. Ex., será inaugurado, com a presença do Dr. Afonso Pena, o primeiro trecho, que vai do Natal a Ceará-Mirim” (GAZETA DE NOTICIAS, 13/06/1906,p.1).

[2] ”Em vista do telegrama que recebeu do engenheiro José Luiz Batista, chefe da comissão construtora da Estrada de Ferro Ceará-Mirim e relativamente a grande quantidade de famílias que, acossadas pela fome e pal sede, emigram dos sertões do Rio Grande do Norte e do Ceará e estão acampadas ao longo da linha férrea em construção naquela zona, o Sr. Miguel Calmon, ministro da indústria mandou aumentar de 500 para 1.000 contos de réis a verba concedida ao referido engenheiro para a construção da mesma via férrea” in: O Apostolo,07/07/1907, p.3 “A estrada avançou depois disso até Taipu, no quilômetro 52, sendo atualmente chefe da construção o engenheiro José Luiz Batista” in: O Paíz, 16/10/1908,p.1.

[3] “Décio Fonseca, diploma de engenheiro geógrafo, passado pela Escola de Engenharia do Estado de Pernambuco” in: Relatório do Ministério da Viação e Obras Públicas, 1915,p.432.

[4] Conforme publicado na A República em 01/03/1917 “assumiu ontem a superintendência da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, o ilustre engenheiro, dr.s José Domingues da Silva, chegado há dias nesta capital, com sua Exm. família” in: Pacotilha, 27/03/1917, p.4.

[5] ”Tomou posse do cargo de superintendente da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, o dr. Edmundo Varela” in: Jornal do Comércio, 23/09/1917, p.1.

[6] Nomeado em 05/06/1920, conforme O Paíz, 05/06/1920, p.4, já em 1922 se dizia no Diário de Noticias: ”O Sr. Ministro da viação baixou portarias, em data de ontem, exonerando,  a pedido, o engenheiro João de Sá e Benevides, do cargo de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte e nomeou, para esse cargo o engenheiro de 1 classe da Inspetoria Federal de Estradas, Getúlio Lins da Nóbrega” in:  Gazeta de Noticias, 14/01/1922, p.3.

[7] A noite, 24/04/1926, p.3

[8] “Natal, janeiro de 1930- O Sr. Alberto Candido Martins, chefe da divisão da Estrada de Ferro S. Luiz-Teresina, foi nomeado pelo Sr. ministro da viação para exercer o cargo, em comissão, de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte” (o paíz, 23/02/1930,p.10).

[9]  ”Na pasta da viação. Exonerando, a pedido, o engenheiro da Inspetoria Federal das Estradas, Frederico d’Ávila Bittencourt Melo, do cargo, em comissão, de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte” in: A Batalha, 26/07/1932, p.4.

[10]“nomeando, em comissão, para diretor da referida Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, o engenheiro da mencionada inspetoria, Norberto da Silva Paes” in: A Batalha, 26/07/1932, p.4.

 “Natal, 29- causou grande constrangimento nos meios ferroviários, a remoção para o Maranhão, do engenheiro Norberto Paes, diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 30/11/1933, p.12).

[11] “Assumiu as funções de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, o engenheiro Heitor Teixeira Brandão” (DIÁRIO DE PERMANBUCO, 05/01/1934, p.4).

[12] “Em vista das solicitações feitas pela Associação Comercial de Natal, ao Dr. Eduardo Rios Filho, diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte com o fim especial de atender ao comércio desta praça [...]” (DIÁRIO DE PERMABUCO, 05/12/1934, p.8).

[13] “oficio do Sr. José Soares Espinheira, diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte. Fazendo uma comunicação.Responda-se e arquive-se”. (A ORDEM, 04/11/1940, p.4).

[14] ”[...] nomeando Armilo Rodrigues Monteiro, engenheiro, classe I para exercer interinamente, como substituto, o cargo de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte” (O JORNAL, 30/08/1941, p.6).

[15] “o presidente da República assinou decreto exonerando do cargo, em comissão, de diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, o engenheiro Álvaro da Cunha e Melo e nomeando o engenheiro Hélio Lobo, para substituí-lo” (A MANHÃ, 04/05/1947, p.8).

[16] “assumiu seu cargo o novo diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, engenheiro Hélio Lobo” (A NOITE, 09/06/1947, p.24).

[17] Citado em Correio paulistano, 28/03/1951, p.3. Nomeado em 28/03/1951.

[18] A Ordem, 06/04/1951, p.4.

[19]  “assumiu a direção da Sampaio Correia, na qualidade de diretor substituto, o engenheiro Moacir Maia, tendo o ato de transmissão se revestido de simplicidade com a presença de todos os chefes de serviços, auxiliares e operários” (O POTI,11/01/1955,p.8).

[20] “foi assinado o decreto exonerando o engenheiro João Galvão de Medeiros, do cargo de Diretor da Estrada de Ferro Sampaio Correia no Rio Grande do Norte, e nomeando para subistitui-lo o engenheiro Edilson Medeiros da Fonseca” (O Poti, 19/01/1955, p.1). o referido engenheiro foi nomeado em 18/01/1955.

[21] Tomou posse no cargo em 28/02/1956, in: O Poti, 29/02/1956, p.8.

[22] “Como já é do conhecimento público, em solenidade presidida pelo engenheiro Lauritson Pessoa Monteiro, presidente da Rede Ferroviária do Nordeste S.A., assumiu ontem, as funções de Delegado  dessa Rede Junto a Estrada de Ferro Sampaio Correia, o Dr. José Manoel Wanderley Filho”. (O POTI, 10/01/1958, p.8). A nomeação de um engenheiro agrônomo e não civil causou estranheza ao Clube de Engenharia.

[23] O engenheiro José Bittencourt fez a transição de diretor para delegado na administração da Estrada de Ferro Sampaio Correia com a incorporação a Rede Ferroviária do Nordeste a partir de 1958, doravante os sucessores seriam nomeados delegados regionais da RFN em Natal.

[24] “Assumiu, ontem, o novo delegado da Rede Ferroviária do Nordeste, em Natal, o engenheiro Hebert Maranhão [...]” (DIÁRIO DE NATAL, 07/02/1963, p.8). Convidado assumir a Estrada de Ferro Leopoldina, no  Rio de Janeiro,  em 1963, foi preso nos desdobramentos da Intervenção Militar de 1964 conforme O POTI, 03/05/1964, p.5.

[25] Substituto de Heber Maranhão também foi preso em Natal nos desdobramentos da Intervenção Militar de 1964. Citado em O Poti, 03/05/1964, p.5.

[26] Nomeado em 01/04/1964.
















terça-feira, 27 de abril de 2021

ASPECTOS URBANOS DE TAIPU NA DÉCADA DE 1940

       Segundo Anfilóquio Câmara no tocante ao urbanismo da cidade de Taipu, além de pequena, deixava muito a desejar. As construções eram antigas; as ruas não tinham qualquer arborização ou calçamento. Não havia serviço de limpeza pública regular, fazendo-se esta atividade, entretanto, periodicamente(CÂMARA, 1943, p.394).

Não tinha matadouro, como faltava, igualmente, a iluminação elétrica, se bem que a Prefeitura movimentava-se no sentido de dotar a cidade com esses importantes melhoramentos. O serviço de abastecimento d’água era precário.

Anfilóquio Câmara atribuiu à crise decorrente do grave surto de impaludismo ocorrido poucos anos antes como tendo concorrido para retardar o desenvolvimento do município e, consequentemente da cidade (CÂMARA, 1943, p.394).

O edifício do mercado público era amplo e tinha passado por algumas reformas e em cooperação com o Governo do Estado foi em 1940, ampliado peia Prefeitura o prédio da cadeia e quartel.

Não havia no município nenhum monumento histórico ou artístico e igualmente não havia cinema nem qualquer outra casa de diversões e na cidade de Taipu funcionava uma única pensão e não se conhecia nenhum ponto de referência para turismo.

Com relação a melhoramentos e serviços públicos, segundo Anfilóquio Câmara muito pouco, ou quase nada, existia neste sentido. (CÂMARA, 1943, p.397). Não só a cidade, mas também o município inteiro reclamava por melhoramentos.

O citado autor mencionava apenas os reparos que se vinha fazendo regularmente nas estradas, com as verbas municipais e as quotas que lhe eram atribuídas, em cada ano, pelo Estado, e a delimitação do âmbito territorial do município, feita de 1939 a 1940 pela Prefeitura, com a abertura de picadas, onde não havia limites naturais e o levantamento do mapa geral e da carta da cidade. (CÂMARA, 1943, p.397).

Fonte: Cenários Municipais. Anfilóquio Câmara, 1943.

No inicio da década de 1940 a prefeitura começou a se preocupar com a estética das residências da zona urbana da cidade de Taipu fornecendo subsídios financeiros para os moradores fazerem as platibandas das casas para melhorar a estética das casas. A praça em frente a matriz só seria construída na década de 1970, o mesmo no tocante a monumentos artísticos.

Nas imagens aspectos de construções da zona urbana de Taipu, atualmente o centro da cidade.











sexta-feira, 23 de abril de 2021

SOBRE A INAUGURAÇÃO DO ESTÁDIO MACHADÃO

 

          O Estádio municipal de Natal inaugurado como Presidente Castelo Branco, teve o nome alterado para João Cláudio Machado, razão pela qual era mais conhecido por Machadão, foi inaugurado em 24/04/1972 as 15h20.

De acordo com a revista RN Econômico naquele dia “o Estádio Municipal de Lagoa Nova, totalmente lotado, prepara-se para sua festa de inauguração. Um locutor visivelmente nervoso e com a voz bastante trêmula, diz entusiasmado através do microfone: Aí está o colosso de Lagoa Nova. Um sonho transformado em realidade e peio qual o Rio Grande do Norte tanto esperou” (RN ECONÔMICO, 1973, p.36).

Prosseguindo no discurso o locutor afirmou “Gente, ele está ai! Preparem-se para viver o maior momento do esporte potiguar, a redenção do nosso futebol e a nossa afirmação diante do cenário esportivo de todo o país. Nas arquibancadas é só festa. Milhares de bandeiras abecedistas, americanas, alecrinenses, brasileiras e do Estado, não um colorido jamais visto em Natal” (RN ECONÔMICO, 1973, p.36).

Naquele momento balões já começavam a subir e foguetes há muito que espocavam no ar. Faixas de agradecimentos eram erguidas por torcedores mais exaltados e uma chuva de papel picado começava a ser ensaiada pelo lado das arquibancadas, onde colocava-se a fiel frasqueira abecedista.

COMEÇOU DE FESTA

Sentado na sua cabine com ar condicionado, sistema de acústica excelente, visão panorâmica de todo o estádio, o mesmo locutor do início, passou as mãos pelos cabelos, olhou o relógio eletrônico do placar e diante do microfone, continuava transmitindo os mínimos detalhes que antecederam a "grande festa".

De repente o eco da sua voz misturada a de milhares de torcedores toma conta do estádio, o locutor saltou e gritou: "Lá vem as seleções", que inflamaram-se  parecendo "inchar" e em seguida começaram as manifestações de saudações às seleções" do Brasil e do Rio Grande do Norte, que dava  os primeiros passos em direção ao gramado. (RN ECONÔMICO, 1973, p.36).

A guerra já havia começado e “é impossível alguém se entender nas arquibancadas a não ser na base de gritos” Bandeiras e faixas estavam tremulantes, papel picado em quantidade banhava as arquibancadas espraiando-se sobre os torcedores, foguetes, e balões sobem no ar empoeirado de confetes e serpentinas.

Foi realmente o que o locutor quase em delírios dizia repetidamente: "estamos presenciando a maior festa já vista em todo o Rio Grande do Norte, estamos presenciando... (O locutor já bastante exaltado e com a voz rouca, toma um copo d'água e volta a falar): "Gente! Agora vamos ver o ponto alto das festividades de inauguração do colosso de Lagoa Nova. Vem ai as autoridades responsáveis pela construção desta obra, façamos o mesmo carnaval que fizemos há pouco tempo quando da entrada das seleções, eles merecem, torcedores! São os grandes responsáveis pela alegria que ora estamos, vivendo"(RN ECONÔMICO, 1973, p.36).

Novamente o estádio explodiu e debaixo de muita vibração, entraram em campo com passos lentos e com rápidos acenos para a multidão em delírio, o Governador Cortez Pereira, o Prefeito de Natal Ubiratan Galvão, João Havelange, Presidente da CBD, João Cláudio Machado, Presidente da FND, além de várias outras autoridades convidadas especialmente para a inauguração do Estádio Municipal de Lagoa Nova.

As autoridades cumprimentaram as duas seleções perfiladas no gramado e em seguida colocaram-se também em posição de sentido, para o início das solenidades (RN ECONÔMICO, 1973, p.36).

 


Fonte e foto: Revista RN Econômico, ano 3, nº 31.Edição especial de aniversário. Nov/dez 1971.