terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Sobre a educação em Taipu em 1900




          Bevenuto Augusto Barbalho ( Taipu) e Ernesto Ottoni Nunes ( Baixa Verde) eram os dois professores estaduais existentes no município. Os referidos professores foram nomeados a 1 de fevereiro de 1900 e estavam lotados cada qual numa das duas escolas mistas existentes no município.
       Haviam sido matriculados naquele ano de 1900 36 alunos, dos quais 25 frequentaram as aulas.O ordenado dos respectivos professores era da ordem de 200$000. 



( fonte: relatórios dos presidentes dos estados brasileiros,1900 p.143)

Medindo a precipitação pluviométrica de Taipu

          Segundo o relatório do ministério de obras viação havia sido  inauguradas 41 estações pluviométricas no RN sendo uma em Taipu inaugurada no ano de 1910, o que indica que os índices de chuva no município começaram a ser medidos a partir daquele ano.
           Os dados atuais sobre o clima do município dizem que possui um clima tropical chuvoso Com precipitação pluviométrica anual (2007): normal com cerca de  901.6 mm, sendo a média observada de 584.1mm. O período chuvoso ocorre entre abril a junho.As temperaturas médias anuais: máxima: 32,0 °C, média: 25,3 °C, mínima: 21,0 °C.Sendo a umidade relativa média anual de  79%.Tem 2.700 horas de Insolação..





Fontes : IBGE, IDEMA, Ministério de viação e obras publica, rio de janeiro, imprensa nacional Relatório, p.205, 1912

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Fragmentação do território do município de Taipu


            Segundo o IBGE o município e a unidade administrativa de menor hierarquia dentro da organização político-administrativo do Brasil. São criados através de leis ordinárias das Assembleias Legislativas e sancionadas pelo governador. Julio Sena (1974, p 68-69) ao fazer analise sobre a origem do município brasileiro assim se expressa:
O município brasileiro nasceu das necessidades apresentadas pelos diversos agrupamentos humanos situados em determinadas regiões. Por sua vez esses agrupamentos se fizeram em torno de objetivos agropecuários. O município tem base em fatores antropogeograficos onde a vida do homem se tornou mais fácil pela amenidade de clima, constituição do solo agrícola e padrão floristico utilitário, os agrupamentos cuidaram da cultura dos campos e da colheita das matérias primas e os municípios formaram-se, desse modo, dentro de pequenas regiões [...].
            Notadamente encontramos nas palavras de Julio Sena as características formadoras do município de Taipu, sobretudo no que se refere aos objetivos agropecuários pois o referido município desenvolveu nas inúmeras fazendas existentes na região.
            A formação do território do município de Taipu não é uma tarefa fácil, mas tentaremos aqui empreender esforços da melhor maneira possível para fazê-lo.
            O município de Taipu foi criado pelo Decreto nº 97 de 10 de março de 1891 assinado pelo governador Amintas Barros na qual o desmembrava do município de Ceara Mirim, ficando o povoado de Taipu elevado a condição de vila e sendo a sede do novo município.O limites do novo município deveriam ser os mesmos do distrito de paz que havia sido criado em 1851.
            Os limites do município de Taipu após a sua criação passaram ser então Ceara Mirim, São Gonçalo do Amarante, Touros e Jardim de Angicos. Segundo Torquato (2009, p.169) o município de Taipu tinha em 1895 uma extensão territorial de 942 km², que além da sede, a vila de Taipu, faziam parte do município as seguintes localidades: as povoações de Poço Branco (atual município), Barreto (atual Bento Fernandes-RN), Gameleira, Contador, Boa Vista, Pitombeira e Passagem Funda Baixa Verde O distrito de Baixa Verde foi criado pela lei municipal nº 2, de 22-12-1892 e incorporado ao território do município de Taipu[1].
            Nas informações sobre o município do relatório do governador do Estado em 1896 diz que “eram poucas as informações confiáveis sobre o município” (RPEB, 1896, p. 39). O relatório dizia apenas que o município pertencia a comarca do Ceará Mirim e não era distrito judiciário e que não foi possível reunir dados históricos e geográficos sobre Taipu (Cf. RPPEB, 1896, p. 77).As informações sobre o município em 1896 nos levam a crer que ainda não haviam sido levantadas informações seguras a respeito do município de Taipu por parte das autoridades locais, o que causa estranheza na demora em coletar os dados sobre o município transcorridos cinco  anos de criação da municipalidade.
Segundo o RPEB (1906, p. 38-39) as informações sobre o município de Taipu dizia eram insuficientes os dados estatísticos, históricos e geográficos, que chegavam à secretaria do estado sobre o município e cuja a superfície não era possível calcular, dada a falta de informações  precisas e seguras.Passados 15 anos de sua criação e ainda assim não haviam informações seguras sobre o município de Taipu conforme atesta o referido território sobretudo no que se refere seus limites geográficos. Havia no município de Taipu grande quantidade de terras do estado (devolutas), nas quais diversos proprietários particulares estavam se apossando ilegalmente para o plantio e da criação (Op. Cit, p. 39). Atesta-se assim a grandeza territorial do município. Nesse período a população estava calculada em 4.000 pessoas.

Demarcação dos limites entre Taipu e Ceará Mirim
            Nos anos de 1917 e 1918 foram assinados decretos que determinavam a demarcação dos limites de Taipu. O primeiro entre Taipu e Ceara Mirim e o segundo entre Taipu e São Gonçalo. O decreto Nº 422 de 28 de novembro de 1917 marcava a linha divisória entre os municípios de Taipu e Ceará Mirim conforme o decreto foi estabelecido que:
Art. 1º. A linha divisória entre os municípios de Taipú e Ceará Mirim é a seguinte: ao Norte: partindo da foz do Riacho Secco a ponta da Lagoa do Matto pelo lado de cima; dahi em linha recta à Passagem das Pedras; dahi em linha recta á Cruz do Salvador; desta pela entrada de Macahyba ou das Boiadas até o Riacho do Mudo e por este a cima até o Trempe dos Municípios num lugar chamado Poço do Joaseiro[2]. (DGERN).
            Foram então estabelecidos os limites entre Taipu e Ceará Mirim. Os limites permanecem inalterados até os dias atuais ressalvados as mudanças toponímicas.

Demarcação dos limites entre Taipu e São Gonçalo
            Em 27 de novembro de 1918 por meio do decreto Nº. 433 foram estabelecidas as linhas divisórias entre os municípios de Taipu e São Gonçalo
Art. 1º. A linha divisória entre os municípios de Taipú e São Gonçalo é a seguinte: partindo do Poço do Joaseiro ao centro da Lagoa da Jurema, dahi para ponta sul do Serrote do Urubu, seguindo em linha recta ao tanque do Quintururé e dahi ao meio da Serra dos Macacos (DGERN, p.5).
            Aqui os limites estabelecidos pelo decreto se referem a parte sul do município de Taipu correspondente ao atual município de Ielmo Marinho.
             Taipu era um município grande em extensão territorial, porém pouco povoado. A sede não passava de uma vila que não atingia a mil habitantes, a maioria da população, no entanto, habitava o meio rural.

Desmembramentos e fragmentação do território do município de Taipu
            Três municípios do Rio Grande do Norte foram desmembrados de Taipu foram eles: João Camara, Bento Fernandes e Poço Branco.Assim em sua história Taipu se fragmentou por três vezes para ceder parte do seu território à formação de novos municípios.

 Baixa Verde (João Câmara-RN)
O distrito de Baixa Verde foi criado pela lei municipal nº 2, de 22-12-1892, subordinado ao município de Taipu. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Baixa Verde, figura como pertencente ao município de Taipu. (Cf. IBGE, 2010). O desenvolvimento de Baixa Verde deu-se pela chegada da estrada de ferro que partindo de Taipu chegou àquela localidade em 1910. A emancipação política de Baixa Verde deu-se em 29 de outubro de 1928 por meio da lei nº 697 sancionada pelo governador Juvenal Lamartine. Seu território foi composto pelo desmembramento dos municípios de Touros, Taipu e Lajes ( Morais, 2007,p.103).a instalação do município deu-se em em 1 de janeiro de 1929.Em 11 de junho Baixa Verde foi elevada a condição de cidade. João Câmara conta atualmente (2013) com uma população de 32.227 habitantes numa área de 714, 954 Km² (Cf. IBGE, 2010), na qual se consolida como um município polo da Microrregião Leste Potiguar, também denominada de Mato Grande.

Bento Fernandes-RN
            A localidade de Barreto começou a ser povoado no inicio do século XIX.Foi nessa época que surgiram, em 1804, evidencias históricas da posse de terras no Tabuleiro do Barreto, ribeira do Ceará Mirim ( Maorais, 2007,p.40)
            O município de Barreto foi emancipado pela lei estadual nº 2353-A assinada pelo governador Dinarte Mariz em 31-12-1958, sendo desmembrado de Taipu com sua sede no distrito de Barreto, ex-povoado e oficialmente instalado em 01\01\1959 (Morais, 2007, p. 40).Em 16 de outubro de 1967 houve a mudança de nome do município passando de Barreto a Bento Fernandes por meio da lei 3506 sancionada pelo governador Walfredo Gurgel.
            Com a criação do município de Bento Fernandes, Taipu perde pela segunda vez parte de seu território cedendo àquele novo município uma área de 301, 068 km².Atualmente o município de Bento Fernandes conta com uma população de 5.113 habitantes segundo o Censo de 2010.Distante 88 km da capital.

Poço Branco-RN
A história de Poço Branco remonta ao final do século XIX.  A origem de seu nome está datada por volta de 1890, quando os primeiros moradores do povoado deram este nome ao lugar devido aos poços de água cristalina que existiam à margem do rio Ceará Mirim. Antes de 1900, existia um pequeno aglomerado de casas, pouco urbano, às margens de um pequeno rio.
O processo de emancipação de Poço Branco teve início no final dos anos 50 e como em todo movimento separatista, este também teve alguma oposição.
Da parte da população de Taipu não houve manifestações contrárias ao desmembramento do distrito de Poço Branco, mas os políticos taipuenses se opuseram ao movimento. Prevaleceu, porém a separação e criação do município de Poço Branco.
No dia 26 de julho de 1963, foi criado o município de Poço Branco pela Lei nº 2.899 sancionada pelo governador Aluizio Alves tendo sido desmembrado de Taipu, tornando-se município do Rio Grande do Norte e oficialmente instalado em 05 de abril de1964 (Cf. IBGE, 2010). Pela terceira vez Taipu cedeu parte de seu território à criação de um novo município potiguar, desta vez foi uma área de 230,399 km². Os dados mais recentes do IBGE (2010) mostram que o município Poço Branco conta com uma população de 13.947 habitantes.
Fontes: Julio Sena In: Ceara Mirim Exemplo Nacional, 1974.Marcos Cesar Cavalcanti de Morais In. Terras Poriguares, 2007. IBGE, 2010.




[1] Refere-se ao núcleo urbano  primitivo da atual cidade de João Camara-RN.
[2] A ortografia foi transcrita conforme o original.

Mulheres taipuenses



            A história é essencialmente machista.Ela é pródiga em enaltecer os feitos heroicos  do sexo masculino e relegar ao segundo plano a força do sexo feminino.Como cantou Zé Ramalho numa música ‘se não fosse a mulher mimosa flor a história seria mentirosa’.De fato a figura da mulher esteve sempre presente nos acontecimentos históricos, mas os creditos são todos para os homens.Vejam só o caso do Rio Grande do Norte.De 167 municípios 51 tem nomes dedicados a homens, poetas, militares das mais diversas patentes, políticos e santos ( 18 municípios levam nomes de santos, incluindo aqui os de nomes repetidos, se excluídos os que se repetem o numero cai para 13).Agora vejamos quantos municípios homenageiam as mulheres.Seis é o número de municípios que tem nomes de mulheres no Rio Grande do Norte, excluídos os dois que se repetem ( Santana do Matos e do Seridó) o numero baixa para cinco ( o já citado Santana, Santa Maria, Alexandria, Lucrécia e Nisia Floresta).
            Desses seis, dois são referencias a santas católicas, Santa Maria ( referencia a Mãe de Jesus) e Santana a mãe da Virgem Maria, Mãe de Jesus.Alexandria faz referencia a Alexandrina Barreto Ferreira Chaves, natural da antiga Serra da Barriguda que era o nome primitivo do atual município de Alexandria, a referida Alexandrina foi a esposa do político do estado  Joaquim Ferreira Chaves ( foi senador, governador e ministro da marinha e da justiça).A mudança toponímica ocorreu em 1913 ( Morais, 2007, p.23).
             O município de Lucrécia tem sua origem na construção de um açude onde antes habitava uma negra por nome Lucrécia no inicio do século XX. O município foi criado pela lei 3.040 de 27 de dezembro de 1963 (Morais, 2007, p.116).
             Já Nísia Floresta tem seu nome herdado da filha ilustre da então vila de Papary .Dionísia Gonçalves Pinto nasceu em 1810 no sitio Floresta no município de Papary, ganhou projeção nacional e internacional como escritora e defensora do feminismo.O nome do município foi então alterado para homenageá-la na década de 1950.
Mulheres taipuenses
            As mulheres são figuras discretas na historiografia taipuense, tão discreta quanto a figura da Virgem Maria nos evangelhos. Poucas são as figuras femininas que se destacam no passado do referido município. Tentaremos aqui resgatar algumas dessas figuras femininas.
            A primeira figura feminina alusiva ao município de Taipu diz respeito a Luiza de Oliveira que junto com seu marido Manuel Alves Barbalho receberam a data de terra ( sesmaria) Nº 217 em 18/05/1735 (Auto de Repartição do RN), porém a mais importante figura feminina é a sua padroeira Nossa Senhora do Livramento, sua figura está relacionada a origem do município pois foi no entorno da sua capela que a vila de Taipu cresceu vindo a ser a cidade que hoje é. A Nossa Senhora do Livramento se liga a figura de Maria Inácia do Carmo possuidora em sua residência da imagem de Nossa Senhora do Livramento e da qual foi doadora para a comunidade assim como também foi doadora do terreno para a construção da capela pública de Nossa Senhora do Livramento em 25 de outubro de 1861 ( livro tombo, p. 1).Ela era esposa de Bernardo José Gadelha, considerado um dos cinco fundadores do município ( Morais, 2007, p.225).Nenhuma alusão é feita essa mulher na município, nenhuma rua se quer foi a ela dedicada.
             Nova figura feminina em Taipu aparecerá em 1896. Trata-se da professora Maria Emilia de Araújo. Duarte que junto com Francisco da Silva Lyra eram os dois docentes do município naquele ano (. RPPEB, 1896, p.47). O nome da referida professora figura nos relatórios em sucessivas licenças concedidas pelo estado para tratamento de saúde, donde se conclui ter a saúde frágil.Seu nome é apontado nos relatórios do governo do estado até o ano de 1899.
            No Relatório do ano de 1900 foi notificado um crime na vila de Taipu, ao que tudo indica tenha sido este o primeiro assassinado registrado no município. Eis o que diz o Relatório (RPPEB, 1900, p. 4):
Na povoação do Taipú cerca de 3 horas da tarde do dia 09/02/1899 Rosa Maria do Nascimento vibrou em João Fernandes de Oliveira uma tacada do qual veio esse infeliz a fallecer meia hora depois.Contra a delinquente que foi presa em flagrante delito procedeu o respectivo delegado na forma da lei [....].
            Coube a Rosa Maria do Nascimento entrar para história de Taipu como a primeira mulher a cometer uma assassinato no municipio, ao que tudo indica por motivos passionais e de ter inaugurado a carceragem da delegacia de policia civil da vila de Taipu já que nos relatórios anteriores a esta data não se tem noticias de crimes cometido e tão pouco informações sobre presos na delegacia de Taipu.
            Uma nota pitoresca foi publicada no Jornal das Moças, periódico do Rio de Janeiro, endereçada a uma moça identificada por Maria moradora de Taipu-RN na qual dizia: “tem sido muito censurado seu o proceder pois as mocinhas de quem tem falado não se lhe comparam”. Assinava a nota ‘Um observador de Taipu R .G. do Norte’ (Jornal das Moças, 1920. p 29).O texto trata de uma repreensão a tal Maria que ao que tudo indica não primava em ser um bom exemplos para as mocinhas taipuenses da época.
            No já referido Jornal das Moças em 1 de maio de 1924 foi publicada uma declaração de amor anônima endereçada a uma moça de Taipu nestes termos: Amo-te minha querida, legenda do meu amor, inspiração desta vida, Como és linda! És um Primor e de graça és guarnecida – Texa – Taipu R. G. do Norte” (Jornal das Moças, n. 463, 1 de maio de 1924 p. 59 ).
            Assina a nota A.Teixeira, o que não é possível dizer que se trate do galanteador, também não foi identificada a moça cortejada.
            No ano de 1927 ano aparecem duas mulheres exercendo profissão no serviço público federal. Como agente dos correios Maria Barbosa do Rego e na coletoria federal exercia a função de agente Maria Furtado (AACI, 1072, vol. IV), possivelmente tenha sido estas as primeiras mulheres a exercer função pública no município de Taipu.
            A edição do dia 14/10/1936 publicou a nomeação da agente postal Lindalva Ferreira da Cruz para a agência dos correios de Taipu (Jornal do Brasil, 1936, p.8).
            Professoras se destacaram em profusão no município no entanto daremos destaque a três que são mais lembradas no município.Teresinha Dias da Silva, Francisca Avelino dos Santos e Eleonor Soares Ribeiro.Dona
Teresinha Dias da Silva
Teresinha Dias da Silva foi a primeira mulher taipuense a se formar num curso superior, formou-se em pedagogia (antigo curso normal) em Mossoró. Suas atividades na educação foram desenvolvidas nas três escolas estaduais existentes na cidade de Taipu a maior parte na Escola Joaquim Nabuco como diretora, cargo que também exerceu nas outras duas. Foi de dona Teresinha a ideia de denominar de escola estadual Nossa Senhora do Livramento atual Escola Estadual Adão Marcelo da Rocha que por motivos políticos passou a ter esse nome e não o da padroeira em 1969 quando foi construída a referida escola. Alem de relevantes serviços prestado na educação dona Teresinha Dias exerceu função de secretaria e tesoureira no centro social Dom Bosco e na maternidade APAMI.
Dona Francisca Avelino dos Santos
Nascida em Taipu aos 16 de março de 1925, estudou no grupo escolar Joaquim Nabuco, onde aprendeu as primeiras letras com a professora Rosimira Nascimento e Alzira Soares. Ao terminar o 4º ano primário começou a lecionar em sua própria casa, em 1945.
A convite do prefeito Tamires Miranda, lecionou no centro social Dom Bosco. Dedicou toda sua vida a educação, mesmo depois de se aposentar abria sua casa para as crianças carentes e lhes ensinava a ler e escrever, além de dá aulas de catecismos. Transmitiu a muitas gerações os valores morais, éticos, civis e socioculturais ao povo taipuense (jornal o papagaio informa, 2005, p.4). Morreu em 27 de janeiro de 2012.
Leonor Soares Ribeiro
Nasceu em Taipu em 8 de maio de 1911, ainda jovem  passou a lecionar numa escola particular por ela mesma fundada, a escola General João Varela, em 1929, “na qual ensina às futuras gerações o caminho do saber” ( Cf. jornal o papagaio informa, 2006, p.3) parou de ensinar somente em 1976 quando se aposentou do oficio de professora.
Detentora de uma memória invejável, em 1992, o jornal O Poti, publicou uma matéria sobre esta taipuense. Na matéria, foi noticiada que esta senhora “detinha na ponta da língua datas e registros de acontecimentos que vêm escrevendo a história mundial” (Op. Cit, p.3) devido ao hábito que mantinha em colecionar noticias relacionadas aos Kennedy, a rainha Elizabeth II da Inglaterra, os Onassis, dentre outras personalidades internacionais e mesmo nacionais. Morreu no dia 11 de junho de 2006 aos 95 anos, dos quais 46 dedicados a educação. Em Taipu a escola do assentamento Tabuleiro do Barreto homenageia esta insigne educadora taipuense.
            A primeira secretaria paroquial foi a senhora Teresinha Dias da Silva na década de 1940 seguida por dona Francisca Avelino (in memorian) sucedida por Sueli Varela que assume o cargo em 1981 permanecendo até os dias atuais.
            De 40 ruas existentes na cidade de Taipu apenas duas tem nomes de mulheres (Alzira Saldanha e Salvina Soares de Miranda) uma praça publica tem o nome de Maria das Dores Praxedes.

             Fontes: Auto de repartição do Rio Grande do Norte, Marcus Cesar Calvalcanti, Terras potiguares, 2007, Livro tombo da paróquia Nossa Senhora do Livramento, Taipu-RN, Relatórios dos Presidentes dos Estado Brasileiros, 1896,1900; Jornal das Moças, 1920,1924; Alamanak Administrativo, Comercial e Industrial, Rio de Janeiro, 1927;Jornal do Brasil, Rio de Janeiro 1936.Jornal o Papagaio Informa,Taipu-RN,2006

Padres da paróquia de Taipu-RN X

Padre ( Monsenhor) Luiz Lucena Dias

             Luiz Lucena Dias nasceu em 1927 na cidade de Pirpirituba, no estado da Paraíba, chegou a então cidade de Baixa Verde no ano de 1958, assumindo a paróquia de Nossa Senhora Mãe dos Homens, antes havia sido vigário em São Rafael e Taipu.
            O ano de sua chegada a João Câmara foi marcado por  muita seca, a cidade era pequena tinha aproximadamente 1500 (um mil e quinhentos habitantes), sendo considerada bem menor que a cidade vizinha Taipu, não existia basicamente  nada na cidade e o principal problema era a falta de um poder publico que pudesse cuidar dos interesses do povo; o Padre Lucena preocupado com a condição daquele povo que não tinha o necessário para subsistência resolveu pedir ajuda ao então Bispo Dom Eugênio para tentar sanar a situação pelo menos de forma momentânea.
            O comércio da cidade essencialmente se limitava as casas da firma João câmara & irmãos, o comercio era ainda muito limitado, o que levou o então Pe. Lucena a dirigir-se para a cidade de Taipu para comprar alguns alimentos básicos a sustentação do povo naquele momento, comprou então vinte garajaus de rapadura e vinte sacos de farinha, trouxe para a cidade e distribuiu ao povo que estava faminto, sanando parcialmente a situação. Toda essa mercadoria foi comprada para que o então bispo pagasse, somente depois é que o bispo ficou sabendo que seria ele o responsável pelo pagamento das mercadorias. A seu respeito diz o historiador camarense Aldo Torquato (2004, p.141):
Ninguém que pretenda escrever a história da cidade de João Câmara poderá deixar de registrar a participação de um homem, que tem dedicado grande parte de sua vida a serviço do seu povo, tanto no aspecto religioso, quanto no âmbito das suas necessidades sociais mais prementes, sem discriminação, sem desfalecimentos [1].
                Monsenhor Lucena criou ainda a maternidade de João Câmara, o centro social e a escola João XXIII, importantes marcos sociais daquela cidade. Foi também um grande incentivador da apicultura na região do Mato Grande.
             O Padre Luiz Lucena Dias assumiu a paróquia de Taipu por duas vezes. De 06/1957 a 06/1958 a primeira vez. A 2ª vez foi nomeado em 02/02/1994.



Padre Luis Lucena Dias.Arquivo PNSL.