segunda-feira, 13 de abril de 2015

Pelo RN de antigamente



        A baixo algumas imagens do RN antigamente extraídas da revista A Semana.Na edição de 29/06/1902 a revista estampou uma foto de uma procissão  de  São Sebastião em Caraúbas, na região oeste do estado (A semana, 1902 n.111, p. 211), já a  edição de 01/02/1903 estampou a foto do palacete do dr. Fernando Barros em Ceará-Mirim ( A Semana, n. 142, p.453, 1903).A edição de 16/08/1903 trazia varias imagens de Mossoró como esta da praça Seis de Janeiro, Rua das Flores. ( a semana,n. 170, p.702, 1903).
     Na edição de 30/04/1905 a revista a semana estampou a foto do vapor Brasil do Loyd Brasileiro que encalhou na boca da barra do rio Potengi.O navio encalhou no dia 27 de março nos arrecifes próximo a fortaleza do Reis Magos tendo saído do encalhe no dia 29 graças  aos serviços da Companhia de Melhoramentos do porto de  Natal segundo a revista. ( A Semana, n.259, p.2261, 1905). Na edição  01/02/1930 exibiu uma foto da Praia do Forte e em 1941 ,A fortaleza do Reis Magos na edição de 29/03/1941, p.19 já em 1942 a revista a semana exibia uma foto das ruínas da igreja de Extremoz.
   Na foto do forte havia a seguinte descrição da antiga capela que não existe mais: "Do lado esquerdo se apruma já deteriorado, quase em ruínas, o frontispício tosco da capelinha branca abandonado pelos Reis que mudaram de império e onde hoje se avista a miraculosa cacimba de água doce centralizando a sala de orações abojada nos recuos da maré para se esconder como resto estagnado de cisterna no crescendo encrespado da  dos arremesso da preamar". A foto e o texto são de  João Alves (revista  A Semana, 1938, p.23).
     Outras imagens foram retiradas da mesma revista em diversas épocas como Cais da Tavares de Lira na Ribeira em Natal, 1927, a Missa do 4º centenário de descobrimento do Brasil em frente a antiga catedral de Natal,1900., imagens de Mossoró no inicio do século XX em 1903, Marco de fundação da cidade do Natal, capital do Rio Grande do Norte, 1941. e vistas aéreas de Natal na década de 1940 mostradas a seguir.







Praça Pedro Velho mas conhecida com Praça Cívica em Natal, 1937.

Praia de Areia Preta década de de 1930.

Cais da Tavares de Lira na Ribeira em Natal, 1927.

Procissão de São Sebastião em Caraúbas, 1902.
Missa do 4º centenário de descobrimento do Brasil me frente a antiga catedral de Natal, 1900.


Palacete do dr. Fernando Barros em Ceárá-Mirim. ( A Semena, n. 142, p.453, 1903).

Ruinas da igreja de Extremoz construídas pelos Jesuítas no séculos XVII, ( A Semana, 1943, p.11)

Fortaleza dos Reis Magos em Natal, 1941.

Navio encalhado na boca da barra do rio Potengi, 1905

Praça Sies de Janeiro em Mossoró, 16/08/1903. 

Rua da Flores em Mossoró, 16/08/1903. 

Marco de fundação da cidade do Natal, capital do Rio Grande do Norte, 1941.

Vista aérea de Natal,1941 ( A Semana, 1941, p.86)

Vista aérea do bairro da Ribeira em Natal, 1945.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Taipu no livro as pelejas de Ojuara de Ney Leandro de Castro parte II




         Ney Leandro de Castro coloca outra história que se passa em Taipu em seu romance As pelejas de Ojuara.Desta vez a história se passa na zona, meretrício, cabaré.Como em toda cidade do interior Taipu também tinha sua ‘zona’.Segundo o narrado onipresente do romance da sexta pra sábado era o dia danado de bom pra mulher de zona “era quando os caixeiros-viajantes caiam na farra, os feirantes vindos de outros cantos gastavam no frege e até os pais de família gostavam de molhar a caneta noutro tinteiro” (p. 177).
        No entanto o personagem Ojuara achou estranho ao saber que em Taipu a ‘zona’ não abria nem as sextas e nem aos sábados. Tudo por causa de Zé Tabacão “um homem ruim que só a peste, que costumava aparecer naqueles dias e fazia o maior estrago na zona” (p. 177), Zé Tabacão maltratava mulher, quebrava garrafas e copos, não pagava despesas, era um terror, obrigava as meninas a ir para o quarto com ele e “o danado se era ruim vestido, nu então diz arreda” (p. 177) o valentão dava com chicote nas meninas e “marcava os peitos lá delas com um ferrinho em brasa que tinha as letras do nome dele, que nem ferra gado” (p. 177).A dona da ‘pensão’ era Belinha e foi com ela que Ojuara foi falar para abrir a pensão naqueles dias de sua passagem por Taipu onde Ojuara “afogou o jegue até não poder mais” (p. 179), adormeceu nos braços de uma rapariga e quando amanheceu foi despertado pelo alvoroço que se formou na pensão de Belinha pois “Zé Tabacão soube que a pensão de Belinha estava aberta e tá vindo pra cá.Tá vindo mais abufelado do que gota serena”(p. 179).Segundo o narrado onipresente (p. 182):
Aquele dia calorento de Taipu tinha tudo para ser igual a todos os outros, cobertos de sol e monotonia, com alarido de papagaios ao entardecer.Mas duas coisas quebraram a calma do vilarejo.A primeira foi a peleja entre o caboclo Ojuara e Zé Tabacão que começou exatamente as oito e trinta e cinco da manhã.
         Os dois se agarraram num corpo a corpo de gigantes, levando par ao céu uma nuvem de poeira (p. 182), perto de uma hora da tarde ( lembre-se que a luta começou as oito e trinta e cinco) os brigantes ainda estavam atracados que nem feras quando surgiu uma nuvem escura no céu.De repente, baixaram sobre  verde da plantação milhões de gafanhotos.Ao barulho de suas asas em voo somou-se o ruído da serra de seus dentes devorando  feijão, milho, mandioca, cana de açúcar, destruindo tudo que era verde (p. 183-184).Cinco horas depois, os dois brigões já tinha se deslocado alguns quilômetros e adentraram na plantação infestada de gafanhotos e Zé Tabacão foi sugado pela nuvem de gafanhotos restando Ojuara como vencedor da contenda, encontraram o corpo de Zé Tabacão “ triturado da cintura pra baixo” (p. 184).
       O finado foi atraído pelos gafanhotos pela calça verde que vestia eis a explicação para o fim trágico do brigão. ”mas gafanhoto não come carne, observou Celso da Silva, que chegou a Taipu um dia atrasado e se lastimou pelo resto da vida por não ter testemunhado os acontecimentos. Pois estes comiam, disse o delegado do município. Basta ser verde pra entrar no dente”. (p. 185).
        E assim foram estas as passagens de Ojuara por Taipu. Cumpre dizer para satisfazer a curiosidade do leitor que Ojuara permaneceu três dias se recuperando da briga com Zé Tabacão vivendo do bom e do melhor na pensão de Belinha, mas os detalhes não serão ditos aqui (o horário não permite) e quem os quiser saber terá que ler o livro (sem querer fazer propaganda, mas já fazendo).
       As cenas passadas em Taipu foram retratadas no filme ‘O Homem que desafiou Diabo’ de 2007, adaptado do livro em questão, porém, como em todo livro que é mutilado quando se é adaptado par ao cinema, manteve-se os personagens porém sem dá os devidos créditos ao local do ocorrido,o que é  uma lástima.




Fonte: CASTRO, Ney Leandro.As pelejas de Ojuara: a verdadeira história do homem que virou bicho.Natal: A.S.Editores, 2002.

Taipu no livro as pelejas de Ojuara de Ney Leandro de Castro ( Parte I)



            O livro As pelejas de Ojuara do potiguar Ney Leandro de Castro conta a história de Ojuara, outrora Araújo, mascate sedutor que em suas andanças pelo interior do estado acaba por se prender a um casamento que o deixa preso a mulher e ao sogro, em bom potiguarês: virou manicaca da mulher, cansado da situação resolve ’matar’ o Araujo e dá vida a Ojuara, Araújo ao contrário. Na pele de Araujo se aventura pelo Rio Grande do Norte onde encontra Bruxos, Valentões, mentirosos, prostitutas, vaqueiros, assombrações entre outros personagens na áspera paisagem do sertão nordestino. O romance também é composto de uma áurea de magia, com cavalos que levantam voo, terras onde corre rios com leite e mel, pavões misteriosos, briga de guerreiros, duelo contra o Príncipe das Trevas.
            O personagem percorre o interior do estado ‘cujo o contorno de um elefante mal ajambrado’ como diz o narrador (p.13) e nessas andanças de cidade em cidade Ojuara passa por Taipu onde “logo na entrada da cidade, o sol já se pondo, Ojuara viu uma nuvem escura encobrir a bola de fogo que incendiava o céu” ( p.175).Tratava-se de uma nuvem de pássaros, mais precisamente de papagaios “ reclamando da vida com seus gritos agudos, se recolhiam aos ninhos”.Taipu era a terra deles” (p. 175).O narrador acrescenta ainda que “todo taipuense tinha ódio de quem chamava sua cidade de terra dos papagaios” (p. 175).
            A lenda  de que Taipu é a  terra dos papagaios é tradicional em todo estado do Rio Grande do Norte.Difícil saber como surgiu essas e outras subsequentes com o tema dos papagaios referentes a Taipu.Ai via minha ignota contribuição para esclarecer tal lenda.Taipu é cortada pelo rio Ceará-Mirim que segundo Câmara Cascudo (2002) significa rio dos papagaios pequenos, ora ocorre que vizinha a Taipu tem um cidade que se denomina justamente com o nome do rio em questão, não deveria ser esta a “terra dos papagaios”? Ocorre que a cidade de Ceará-Mirim sempre foi mais desenvolvida que Taipu que já fora distrito seu e é compreensível que houvesse as comparações entre os dois lugares sendo Ceará-Mirim ‘superior’ a Taipu a população queria sempre se sair na vantagem em relação a Taipu o que lhes dava a alcunha de terra do papagaio.O papagaio é uma ave que imita a voz humana e a repete, daí o termo ser inaceitável por parte da população de Taipu por ser um termo pejorativo em que se quer dizer que o povo de Taipu repete o que os outros dizem, em outras palavras não tem personalidade própria, o que é inaceitável pelos taipuenses.Dai surgiram as lendas em relação a ‘brabeza’ dos taipuenses quando se dizia que Taipu era a terra do papagaio.
            A lenda de Taipu como terra dos papagaios vem de tempos imemoráveis e ninguém sabe ao certo como surgiu tendo inclusive variantes que fogem a veracidade histórica e registrada ao gosto de quem as conta.
             Ney Leandro de Castro inseriu em seu romance a famosa história do homem com o panariço que passava por Taipu no trem onde:
 O homem ia pra Natal de trem, por amor de operar um panariço no dedo fura-bola. Na estação de Taipu, o caningado do panariço doendo que só a gota serena, o homem resolveu botar o dedo pra fora da janela, pra tomar um ventinho e aliviar a dor. Mas em Taipu não é só proibido se falar de papagaio como também é desaforo fazer o gesto com o fura-bolo curvado, a mão fechada, como quem diz me dá o pé, meu loro.
         Pois o homem estava lá, com dedo inchado na janela do trem. Um menino vendedor de rolete de cana, vendo aquele gesto de mangação com sua terra, tacou um porrete em cima do dedo: tribufu!O desgraçado deu um berro do tamanho do trem, foi pus pra tudo que é lado, o carnegão saltou lá fora. Nem precisou ir pra Natal sarjar o panariço. (p. 176).
            E o narrador acrescenta que “Ojuara riu sozinho da desgraça alheia” (p. 176). Pois bem, era assim que a população de Taipu reagia a quem os ofendesse com o gesto do ‘me dá o pé loro’.Como em todo livro que é mutilado quando vira filme a passagem do panariço foi omitida do filme O Homem que desafiou o Diabo de 2007 adaptado do livro em questão.




Fonte:CASTRO, Ney Leandro.As pelejas de Ojuara: a verdadeira história do homem que virou bicho.Natal: A.S.Editores, 2002.

A Telern em Taipu-RN




        A antiga TELERN-TELECOMUNICAÇÕES DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, atual Oi Telecomunicações, foi criada 3 de setembro de 1963, pelo então governador Aluízio Alves . A TELERN foi uma iniciativa pioneira, das mais importantes que, juntamente com o plano de eletrificação e com a construção de estradas (365,6 Km de estradas construídas de 1961 a 1964, num investimento total de Cr$ 7.476.933.146,00), criavam aquelas condições mínimas que possibilitariam um desenvolvimento maior do Rio Grande do Norte.
            E foi assim que em 1978 o povo de Bom Jesus, Galinhos, São Bento do Trairi, Taipu e Várzea começaram a usar os serviços de telefonia através dos postos da TELERN. Em Taipu o posto ficava em frente a atual praça Maria das Dores Praxedes.Na imagem a baixo no muro branco está o antigo prédio do posto telefônico da TELERN em Taipu, hoje serve de depósito da Oi.Os orelhões começaram a ser implantados em Taipu em 1996.



Fonte: Google earth.






Intendentes de Taipu de 1907 a 1930


       O cargo de intendente equivale ao atual cargo de prefeito na qual é o gestor que administra o municipio.Em minhas pesquisas consegui fazer essa lista dos intendentes de Taipu do ano de 1907 a 1930, contudo não é possivel dizer se corresponde a realidade dos fatos posto que os relatórios por mim consultados nem sempre estavam atualizados em relação a Taipu.


1907-Manuel Eugênio Pereira de Andrade
1908-Manuel Eugênio Pereira de Andrade
1909  manuel Eugênio pereira de Andrade (AAIM 1909, p.21).
1910- Manuel  Eugênio Pereira de Andrade
1911- Manuel  Eugênio Pereira de Andrade (AAIM, 1911, p.3726).
1912-Manuel  Eugênio Pereira de Andrade
1913-Manuel  Eugênio Pereira de Andrade (AAIM, 1913, p. 3638)
1914- Manuel  Eugênio Pereira de Andrade.
1915-1917- José Soares da Silva ( AAIM,1915, p. 3813)
1918-Rosendo Ferreira de Miranda. ( AAIM, 1918, p.3627).
1919- Rosendo Ferreira de Miranda (AAIM, 1919, p. 3626)
1921- Rosendo ferreira de Miranda Camara ( AAIMC, p 3670)
1922- Rosendo ferreira de Miranda (AAIM, 1922, p 3970).
1923- Rosendo Ferreira de Miranda
1924-  Rosendo Ferreira de Miranda (AAIM, 1924, p.4071)
1925- Rosendo Ferreira de Miranda (AAIM, 1925 p. 1319)
1926- Rosendo Ferreira de Miranda (AAIM, 1926, p. 1320)
1927- João Severiano da Câmara (AAIM, 1927 p. 1137)
1928- João Severiano da Câmara
1929- João Severiano da Câmara, (AAIM, 1929, p.1072)

1930- João Severiano da Câmara, (AAIM, 1930, p.1016).


Fonte: Almanak Laemmert, anuário administrativo, agrícola, profissional, mercantil e industrial.Rio de Janeiro: oficinas typographicas Almanak Laemmert. 1909, 1911, 1913,1918,1919,1922,1924,1925,1926,1927,1929,1930.