terça-feira, 2 de abril de 2019

CENTENÁRIO DE DOM PEDRO II COMEMORADO EM NATAL




No dia 02/12/1925 foi comemorado no Rio Grande do Norte o centenário de nascimento do imperador do Brasil Dom Pedro II.Dentre as homenagens que foram realizadas destaca-se a inauguração da praça e do busto do imperador no Alecrim, na capital potiguar e a inauguração do Grupo Escolar Dom Pedro II em Lajes, na região central do estado.
A iniciativa das solenidades foi o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte,  coadjuvado eficazmente pelo Governo do Estado, que ofereceu o busto em bronze do monarca extinto, pela Intendência Municipal e que denominou de «Pedro II» a antiga praça «24 de Maio» no Alecrim[1] e ali realizou obras de melhoramento e aformoseamento.
Já o comércio de Natal e outros cavalheiros subscreveram em quantias adiante publicadas,para a construção do pedestal em granito e o Sr. Bispo Diocesano, que se dignou celebrar missa campal, no dia comemorativo.
Segundo a revista do IHGRN “grande homenagem foi essa que o Rio todas as camadas sociais de Rio Grande do Norte prestou ao ínclito Imperador, de quem recebera, em 1877—1879, eficazes auxílios, por ocasião da seca terrível, daquele triênio”. (p.199).
A MISSA CAMPAL
No dia 02/12/1925, o Sr. D. José Pereira Alves, Bispo de Natal, celebrou missa campal, em comemoração da data natalícia do ex Imperador D. Pedro II, na praça deste nome[2].
Às 07h00, achava-se a praça repleta de autoridades, famílias, pessoas gradas e considerável multidão para assistir ás primeiras festas comemorativas da magna data.
Dentre as autoridades estavam presente o Governador José Augusto, acompanhado do Dr.
Anfilóquio Câmara, Secretario Geral, Severino Elias, ajudante de ordens, Desembargador Hemeterio Fernandes, Presidente do Superior Tribunal de Justiça, Dr. Omar O' Grady, Presidente da Intendência, Coronel Pedro Soares, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico, Nestor Lima e Joaquim Ignácio, diretores dos Departamentos de Educação e da Fazenda e do Tesouro, outros membros do Instituto Histórico, desembargadores, chefes de repartições, representantes da imprensa e de todas as classes sociais, além de famílias, e o general J o ã o Varella, veterano da guerra do
Paraguai.
D. José foi assistido pelo cônego Estevam Dantas e o clérigo Antônio Macedo. Por ocasião da elevação da hóstia, tocaram as músicas da Policia Militar e dos Escoteiros, formadas na praça onde se aglomerava enorme multidão.
INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO
Na Praça Pedro II achava se o monumento velado pela bandeira nacional.Nestor Lima, o orador oficial da solenidade e membro do Instituto Histórico, proferiu, no ato da inauguração, entusiástica oratória, na qual justificou a justiça das homenagens ao velho monarca, cuja vida foi um exemplo de patriotismo e de sabedoria.
A gratidão dos brasileiros, a quem conduziu seus destinos durante mais de meio século, não podia deixar de se expandir tão eloquentemente, e o orador disse com elevação de ideias e com verdadeiro entusiasmo o valor do homenageado e a eloquencia das manifestações de apreço á memória do ultimo imperador do Brasil. Suas belas palavras foram calorosamente aplaudidas.
A convite de Nestor Lima, desvendaram o monumento os dom José
Pereira Alves, bispo diocesano e José Augusto, governador do Estado.
Ao ser descoberto o busto de d. Pedro II, deu-se vivas palmas, tocando as bandas de música ali postadas.
O Fotógrafo João Galvão bateu algumas chapas da cerimônia.
O MONUMENTO
O monumento compõe se de um pedestal de alvenaria, provisório, até que fossem concluídas as obras de cantaria, em granito azulado, das pedreiras de nosso Estado, encimado por um busto em bronze, em tamanho natural, representando fielmente a expressão augusta e respeitável do velho imperador.
Foi  autor desse busto o escultor brasileiro Francisco de Andrade, a quem foi conferido o prêmio de viagem pela Escola Nacional de Belas Artes e tem sido premiado com medalhas de ouro, em 1917, de prata, em 1915 e 1916 , primeiro lugar para o monumento de Tiradentes, premiado no concurso universal entre escultores franceses e italianos para o monumento á Proclamação da Republica, 2º lugar no monumento a Cayrú e autor do monumento da família Cavalcante no cemitério de São João Baptista no Rio de Janeiro.
O busto foi executado na Fundição «Cavina», á rua Luiz de Vasconcellos, 515, no Rio de janeiro.
Na parte fronteira do busto le se a seguinte legenda : «QUE DEUS FAÇA FELIZ  O MEU BRASIL» !!

A PRAÇA PEDRO II
A antiga praça 24 de Maio que passou a ter o nome do benemérito imperador foi completamente transformada, calçada e ajardinada.
Seu aspecto atual é de belo efeito, muito contribuindo para a eficiência dos serviços o dr. Julio de Mello Rezende, engenheiro e membro do Instituto Histórico, que não poupou esforços para o bom andamento dos trabalhos técnicos e remodelação da praça e a cuja capacidade se deve a presteza com que foram executadas as obras.
Eis a Resolução nº 9 267, de 23 de junho de 1925, que deu o nome de Pedro II á aludida praça :
A Intendência Municipal de Natal,Resolve :
Art. Único — Denominar Praça Pedro II, a atual 24 de Maio no bairro da Cidade Alta, revogadas as disposições em contrario. Sala das Sessões da Intendência Municipal de Natal, aos 23 de Junho de 1925.
( aa ) OMAR O' GRADY — Presidente.
JOAQUIM I. TORRES — Vice –Presidente.
FRANCISCO CASCUDO
EDUARDO DOS ANJOS
Conforme
MARIO EUGÊNIO LYRA
Secretario.

GRUPO ESCOLAR «PEDRO II»
Uma das mais importantes manifestações de apreço tributadas a D. Pedro II, no 1 ° centenário do seu nascimento, foi a do Govemo do Estado, decretando, por indicação do Departamento de Educação, a criação de um grupo escolar, na florescente cidade de Lajes, para funcionar brevemente no prédio que ali estava sendo construído por esforço dos poderes municipais e dos particulares.
Eis o teor desse decreto nº 284 de 2 de Dezembro de 1925 :
Decreto n° 284 — O Governador do Estado, usando de atribuição legal, querendo homenagear a memória do falecido ex Imperador do Brasil, d. Pedro de Alcântara, na passagem do primeiro centenário de seu nascimento.
Decreta :
Artigo 1º — Fica criado na cidade de Lajes um grupo escolar sob a denominação de «Pedro II», com o número de cadeiras que for oportunamente fixado.
Artigo 2° — Revogam se as disposições em contrário.
Palácio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, em Natal, 2 de Dezembro de 1925.
José AUGUSTO BEZERRA DE MEDEIROS
anfilóQUIO CARLOS SOARES DA CAMARA p.208-209
LISTA DOS SUBSCRITORES PARA O PEDESTAL DE GRANITO DO MONUMENTO DE D. PEDRO II
Concorreram para o monumento a D. Pedro II, erigido á praça do mesmo nome, na capital, em 02/12/ 1925 :








Governo do Estado
5:000$000
D. José, bispo de Natal
100$000
Warthon Pedrosa
500$000
Julius von Sohsten
5oo$ooo

João Galvão & Cia
500$000
Olympio Tavares & Cia
200$000

M. Machado & Cia
200$000
Loureiro Barbosa & Cia
200$000

Banco do Natal
200$000
Mesquita & Cia.
100$000
C. Galvão & Cia
100$000
Joaquim Etelvino
100$000
A. dos Reis & Cia
10$000
Albino Borges & Gia
100$000
T. Bezerra
100$00
Aureliano C. de Medeiro & Filhos
100$00
Total
5:130$006
Transp.
5:130$500
Gurgel Lüch & Cia.
100$000
Pedro Soares de Araujo
100$00
Dr. José Dantas C. de Medeiros
100$000
João Freire
50$000
Lagreca & Freitas
50$000
Viuva Moraes & Filhos
50$000
Gurgel Amaral & Cia
50$000
Guilherme Littiere
50$000
Miguel Barra
50$000
Cel. Miguel Faustino do Monte
50$000
Tobias Palatnick & Irmãos
50$000
M. F. do Monte
50$000
Dr. F . G. Valle Miranda
20$000
Dr. Odilon Garcia Filho
20$000
Dr. Antonio Soares de Araujo
20$000
Total
8.855$000

Fonte: Revista do IHGRN, 1925, p. 211-212.


Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. VOLS. XX XXI XXII, 1923, 1924, 1925. Natal: Tipografia da Imprensa Diocesana,1925.



[1] A praça que fica em frente a igreja de São Pedro.
[2] Dom Pedro II nasceu no Rio de Janeiro em 02/12/1825, sendo filho do imperador Dom Pedro I e da imperatriz Leopoldina, herdou o trono aos 5 anos de idade devido a abdicação do pai que partiu para Portugal.

OS PRIMEIROS ESPETÁCULOS DO TEATRO CARLOS GOMES




         O teatro Carlos Gomes, atual Alberto Maranhão, é o mais antigo teatro de Natal.Você já teve curiosidade de saber quais foram as primeiras apresentações ali realizadas? Vamos satisfazer essa curiosidade.
         Conforme se lia no jornal Diário do Natal em 22/09/1904: “Chegou a esta capital, anteontem, uma Companhia que vem trabalhar alguns dias no Teatro Carlos Gomes. O seu trabalho é de mágicas, excentricidades, originalidades, variedades, extravagâncias e paradoxo”.  A Companhia era composta pelo sr. Martinez, o director Salvador Vigilante, a aplaudida bailarina e cançonetista Maria La Bonita, Lino Ribas e outros artistas.
Segundo o referido jornal “esses artistas têm grande nomeada onde tem trabalhado, não só no Brasil, como na Europa”. Estiveram o sr. Martinez, Salvador Vigilante e Lino Ribas na redação do jornal que mostraram o programa de seus trabalhos  e convidando “os diletantes ao Teatro”.(DIÁRIO DO NATAL, 22 de Setembro de 1904, p.1).




Já na edição do dia 02/10/1904 se lia que: “Hoje a companhia de excentricidades e originalidades dará o seu segundo espetáculo, oferecendo ao nosso público uma representação variadíssima dos mais importantes trabalhos”.Os artistas são merecedores do concurso do público natalense dizia o referido jornal e finalizava convidando o público “Ao theatro, ao theatro”. (DIÁRIO DO NATAL, 2 de Outubro de 1904.p.1).
No domingo realizou-se a segunda apresentação do espetáculo do grupo do festejado artista Vigilante e segundo o jornal Diário do Natal “Como no primeiro, o desempenho do trabalho foi completo e despertou muitos aplausos da platéia. A artista Maria La Bonita nos bailados espanhóis esteve impagável e foi devidamente apreciada, e com justiça”.
Em contraste com a critica positiva ao espetáculo foi a critica negativa ao desinteresse do público natalense como se segue “o grupo do sr. Vigilante é credor do favor público natalense, que aliás, desta vez, parece que não se tem manifestado, como de costume, sempre pronto apreciador do bom trabalho artístico”.A razão da pouca concorrência, foi credita “talvez devido a crise, là nisso há razão” dizia o jornal (DIÁRIO DO NATAL. 5 de Outubro de 1904.p.1
Em 30 de outubro de 1904 seria realizado um concerto pelo professor Joaquim Cipião no teatro Carlos Gomes, em seu beneficio,” em que tomam parte diversas amadoras e amadores da arte musical” (DIÁRIO DO NATAL, 30 de Outubro de 1904, p.1) e segundo o referido jornal “pelo programa que recebemos, parece-nos que será uma festa verdadeiramente agradável e pouco comum entre nós”. (DIÁRIO DO NATAL, 30 de Outubro de 1904, p.1).
O concerto foi realizado no salão de ensaios do teatro Carlos Gomes, o o programa foi “executado com a maior exatidão distinguindo-se o beneficiado, a senhorita Iracema Ramos,no violino e o sr. José Borrajo no clarineta.A orquestra estava bem ensaiada.Foi grande a enchente e o vasto salão estava repleto de cavalheiros c de distintas famílias”. (DIÁRIO DO NATAL, 01 de Novembro de 1904.p.1).

O TEATRO CARLOS GOMES



        
          O teatro Carlos Gomes, atual Alberto Maranhão, é o maior e mais antigo teatro de Natal.Segundo a mensagem do governador Alberto Maranhão apresentada na Assembleia legislativa em 1904 “o teatro ‘Carlos Gomes’, valiosa construção que o meu honrado antecessor deixou muito adiantada e que se acha quase paralisada, e virtude da insuficiência da verba votada e pela necessidade mais urgente de atender-se a obras que entendem com a saúde pública, poderá dentro de um ano, talvez inaugurado, se as rendas estaduais me permitirem fazer executar, com regularidade e sequência, os respectivos trabalhos, até agora interrupta e morosamente feitos”.(MENSAGENS DO GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE PARA ASSEMBLEIA, 1900,P.12,).
         Este belo edifício começado em 1898 sob a administração do governador Ferreira Chaves, foi inaugurado a 25/03/1904. Mede 18,30 metros de largura e 7,60 metros de extensão.O primitivo plano, fornecido pelo dr. José Berredo, foi durante a construção,completamente modificado, ficando o edifício com todas as acomodações necessárias a um teatro moderno.
         A sala de espetáculos contem 5 camarotes de boca, 22 de primeira ordem e 6 de segunda, laterais.Além desta sala que comporta um lotação de 700 pessoas e mede 13,5 metros de extensão sobre 11,10 de largura, sem falar no espaço ocupado pelos camarotes, possui o teatro um jardim no centro, circundado de varandas, com 20 metros de comprimento sobre 11,10 de largura, um palco com 14,50 metros de extensão por 18,50 de largura, 7 camarins no pavimento térreo cada um com 6,30 metros sobre 2,75 e vasta dependência assobrada, contendo espaçoso salão para ensaios, com 16,90, sobre 12,30 metros.





         A decoração e o remate da obra construída sob a administração do major Teodósio Paiva, deve-se ao engenheiro arquiteto Herculano Ramos.
         O cenário consta de dois panos de boca, representando um em diorama, a cidade de Natal vista do rio Potengi e o outro uma fantasia simbólica sobre a barra do mesmo rio, uma sala fechada completa, uma cena de campo, uma cena de bosque, um cemitério; e um trecho de cidade do norte.A iluminação é feita a acetileno, tendo para esse fim o governador Alberto Maranhão mandado fazer pelo industrial Domingos Barros um gasômetro com capacidade para 38.000 litros de gás.A mobília consta de 6 espelhos, 6 pedras de mármore, 112 cadeiras austríacas, 280 fautelis, 24 cadeiras de ferro, 6 mesas igualmente de ferro, 6 bancas para jardim e 180 tamboretes para camarotes e orquestra.( relatório, 1904,p.50-51).

Termos de contrato
      Em 28/01/1904, foi assinado o contrato entre o governador do Estado, Alberto Maranhão e o engenheiro Herculano Ramos, para a execução do forro da sala de espetáculos do teatro Carlos Gomes no valor de  4:320$000, que seriam pagas em duas parcelas,sendo a primeira de 1:320$000 para a aquisição de material e outra na conclusão do trabalho.
     Conforme o termo do contrato o forro seria feito de pano de algodão sobre gradeamento de pinho, afixado no rigamento existente, ocupando a superfície de 357 m².Seria pintado a tempera com molduras de madeira pintada a óleo.Mensagens do Governador do Rio Grande do Norte para Assembléia,1904,p.71
        Na mensagem do governador em 1913 se lia que o “teatro Carlos Gomes inteiramente reconstruído e adaptado para companhias de grande espetáculo, com acomodações para secretaria, bufet e cenografia e servido de um ótimo salão de concertos e conferencias”(MENSAGEM,1913,p.16).
         A 24/03 foi inaugurado o teatro Carlos Gomes, o espaçoso edifício, cuja construção iniciada sob a administração ilustre do dr. Joaquim Ferreira chaves, atualmente nosso digno representante no senado federal, foi concluída pelo dr. Alberto Maranhão que destarte ligou seu nome a um dos nossos melhores próprios estaduais.Em 1915 foi feito Reparos no teto e nas portas.
Em 21/09/1929 foi assinado um contrato entre o governo do estado e os srs José Elisio Bezerra Cavalcanti e Noel Virgilio de Miranda para o arrendamento do Teatro Carlos Gomes. (MENSAGEM, 21/09/1929, p.46).

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O CENTENÁRIO DO GRUPO ESCOLAR JOAQUIM NABUCO DE TAIPU



          No último dia 08/01/2019 foi o dia em que se comemorou o centenário do Grupo Escolar Joaquim Nabuco de Taipu.A celebração do centenário desta instituição de ensino público estadual muito honra não só ao município de Taipu, como também a região do Mato Grande por ser esta uma das mais antigas escolas públicas da região.
O Grupo Escolar Joaquim Nabuco foi criado pelo Decreto Nº 86, de 08 de janeiro de 1919 pelo então governador Joaquim Ferreira Chaves. Conforme se lia no referido decreto em seu artigo 1º “é criado, na vila de Taipu, um grupo escolar denominado ”. Conforme registrado no jornal A República, o Grupo Escolar Joaquim Nabuco foi oficialmente inaugurado em 18/02/1919 na qual esse Grupo Escolar representaria mais um dos grandes melhoramentos na instrução pública (A REPÚBLICA, 1919, p.2).
O grupo Escolar Joaquim Nabuco também era conhecido por Escolas Isoladas ou Escolas Reunidas, isso devido ao fato de que a lei que reestruturou o ensino no Rio Grande do Norte, determinava que três ou mais escolas existentes nos municípios (escolas isoladas) fossem agrupadas (reunidas) em um só lugar (grupo escolar), sendo assim, ao Grupo Escolar Joaquim Nabuco foram incorporadas as escolas isoladas que haviam na vila de Taipu, inicialmente foram duas escolas isoladas agrupadas no Joaquim Nabuco, uma para cada sexo.
                 Grupo Escolar Joaquim Nabuco em 1927
                                   
Fonte: IHGRN, 1927, p. 21.


A imagem a cima é um dos registros mais antigos do grupo escolar Joaquim Nabuco, tendo sido feito na visita de inspeção naquele ano de 1927.
Conforme a Lei Orgânica do Ensino, os grupos escolares seriam regidos por um ou mais professores em cada cadeira, que correspondia a cada ano de ensino, composto pelos cursos infantil e elementar e sob a direção de um funcionário administrativo (RIO GRANDE DO NORTE, 1917, p.30 ).
Os Grupos Escolares deveriam funcionar em prédio próprio, por isso, se desenvolveram “projetos arquitetônicos que organizassem o espaço escolar a fim de construir atividades que se adequassem as novas metodologias de ensino e princípios higienistas propalados pelo discurso de uma pedagogia moderna”.
Segundo a Lei Orgânica do Ensino os prédios escolares deveriam ser construídos no centro de terreno elevado e seco, sem ligação com outros prédios, devendo ficar situado fora dos centros urbanos de grande movimento e da vizinhança de estabelecimentos comerciais ou casas de diversões, os quais pudessem prejudicar a frequência e a moralidade escolar (RIO GRANDE DO NORTE, 1 917, p. 32).
Além disso, na construção dos prédios escolares deveriam ser observados os preceitos comuns de higiene e conforto.
 Ainda no tocante a estrutura física  as salas dos prédios dos grupos escolares seriam em forma retangular com capacidade para 40 alunos, no máximo, medindo pelo menos 7 metros de comprimento por 6 de largura e pé direito (altura do solo até o teto) de 4 metros.


Alunos do grupo escolar Joaquim Nabuco turma de 1927
Fonte: IHGRN,1927,p.21.

 Os edifícios deveriam ser pintados em cores neutras, de preferência nas cores azul ou verde-claro (RIO GRANDE DO NORTE, 1917, p. 32).
As classes deveriam ter janelas de maneira tais que os alunos pudessem receber o ar e a luz de forma mais higiênicas, resumindo, deveria ser janelas amplas e classes arejadas, também nas salas de aula deveria ter um vestiário guarnecido com cabides para cada aluno (RIO GRANDE DO NORTE, 1 917, p. 32).
Ainda na estrutura física dos Grupos Escolares, deveria constar uma sala para a diretoria e arquivo, uma área descoberta e murada para o recreio, com divisões para cada sexo (RIO GRANDE DO NORTE, 1 917, p. 32).
Na falta de esgoto público, as latrinas deveriam ter uma fossa séptica ou reservatório estanque e na falta destes seriam construídas fossas comuns, com paredes impenetráveis aos dejetos de forma que fosse possível fazer a desinfecção e o esvaziamento (RIO GRANDE DO NORTE, 1917, p. 32)


Grupo Escolar Joaquim Nabuco década de 1960/70
Fonte: IBGE.
                             Escola Estadual Joaquim Nabuco em 2015

Fonte: João Batista dos Santos,2015.

O Grupo Escolar Joaquim Nabuco teve que ser construído conforme essas especificações físicas. Ao analisar as características arquitetônicas do prédio do Grupo Escolar Joaquim Nabuco percebe-se que foi construído em estilo neoclássico, em formato retangular, cuja a cimeira vê-se 3 faixas, possivelmente para a colocação do nome do estabelecimento de ensino.
Possui 10 amplas janelas, sendo 6 na parte da frente do edifício e 4 em ambas as laterais. Na frente do edifício também se localiza a porta principal que dava acesso a parte interna do prédio.
Quanto a parte interna, estava constituída de um rol de entrada, duas grandes salas de aulas, sendo uma com um palco para apresentações (na  sala a esquerda de quem entra no edifício), a sala da diretoria e pátio interno do recreio.
O grupo escolar Joaquim Nabuco atualmente se situa na rua Antônio Alves da Rocha, a rua principal da cidade de Taipu, na época de sua construção, o prédio ficava fora da zona urbana da vila.

O município a época da criação do Grupo Escolar Joaquim Nabuco
Em 1919 o município estava assim caracterizado:
Tinha uma extensão territorial de 2.160 km ², população de 10.000 habitantes3, se limitava com os municípios de Touros, ao norte, Ceará-Mirim a leste, Lajes a oeste e São Gonçalo ao sul. De clima quente, saudável.
Os distritos eram a Vila, Baixa Verde e Boa Vista.Os povoados Baixa Verde, Boa Vista, Poço Branco, Contador e Gameleira, Matão, Pitombeira.
A economia estava baseada nas culturas de algodão, mandioca, milho, feijão e criação de gado.
Importava todos os artigos de consumo e exportava algodão, farinha de mandioca, milho, feijão, couros e peles.
O município tinha uma estrada de rodagem que o ligava ao município de Ceará-Mirim e a Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte4, cujas as estações eram 4: Vila, Pitombeira, Baixa Verde e Melancias, esta última inaugurada em 08/09/1919 no km 76.
A Vila de Taipu
Situada a margem direta e sul do rio Ceará-Mirim, distante da Capital 56 km, a situação urbana era essa: 173 casas, 1 igreja, 1 escola, 1 mercado, 1 coletoria, 1 agencia dos correios, 1 agencia de telégrafos, 1 estação ferroviária, 1 cemitério. A população da vila era de 1.038 habitantes.

                                Centro histórico de Taipu
Fonte: Teresinha Dias, 1965.
Administração municipal
 Na administração municipal era intendente: Rosendo Ferreira de Miranda.Vice-Presidente: José Joaquim de Vasconcelos. Secretário: João Ferreira de Mirada Câmara.Intendentes (vereadores):João Gabriel Campos, João Gomes da Costa, Joaquim Ferreira de Miranda e José Soares da Silva.Procurador: Manoel Eugênio de Andrade.Fiscal: Manoel Cândido da Câmara.Porteiro: Antônio Eugênio de Andrade.
Instrução pública
Os Professores municipais eram: Carlota Alves da Silva, João Francisco de Sá Buriti, Joaquim Guedes de Paiva Fonseca, Helena Botelho e Josefa Botelho, sendo as duas últimas as primeiras professoras do Grupo Escolar Joaquim Nabuco.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

CAMPO DE POUSO DA VILA DE EPITÁCIO PESSOA ATUAL PEDRO AVELINO



         Conforme publicado no jornal A Ordem foi festivamente inaugurado no dia 15/05/1947 o campo de pouso da vila de Epitácio Pessoa, atual cidade de Pedro Avelino, a época pertence ao município de Angicos.
         Esse importante melhoramento era um dos resultados prático da até então atual campanha que empolgava o Rio Grande do Norte visando o mairo incentivo e desenvolvimento do movimento da aviação civil promovido pelo Aeroclube do RN.
         Para participar das festividades da inauguração daquele campo de pouso seguiu de Natal uma caravana de dois aviões do Aeroclube sob o comando do tenente Clidenor Lago, e pilotado pelos aviadores civis Plinio Saraiva e Jaques Saraiva, também seguindo o dr. Rui Lago, diretor da Escola de Voo.
         Além de outras homenagens prestadas aos visitantes aviadores foi servido ao meio dia um banquete, falando no seu termino diverso oradores.
         As 14h00 depois de pousar o avião vindo de Mossoró, pilotado pelo Sr. Roberto Stanley, foi realizada a solenidade de inauguração do campo de pouso da vila de Epitácio Pessoa. (A ORDEM, 18/09/1947,p.1).