segunda-feira, 1 de março de 2021

SOBRE ACONTECIMENTOS EM TAIPU ENTRE 1936 E 1937 #TAIPU130ANOS #13

 

Ainda em 1936 foi publicada a nomeação da agente postal Lindalva Ferreira da Cruz para a agência dos correios de Taipu (JORNAL DO BRASIL, 14/10/1936, p.8).

Em 18/09/1937 Rosendo Leite da Fonseca assumiria para mais um mandato o cargo de prefeito de Taipu conforme se lia no comunicado expedido pelo mesmo ao jornal a Ordem dando ciência de sua posse como prefeito constitucional de Taipu.

Fonte: jornal A Ordem, 18/09/1937.

Em dezembro daquele ano o prefeito Rosendo Leite da Fonseca, baixou uma portaria proibindo as feiras no município aos domingos. Segundo o jornal A Ordem esse ato do prefeito de Taipu era uma gesto que precisava ser destacado, pois “representa uma alta compreensão da necessidade de respeitar os sentimentos religiosos do nosso povo” (A ORDEM, 24/12/1937, p.1).

O ato do prefeito de Taipu se baseava na nova Carta Constitucional que tornava obrigatório o repouso aos domingos. Em telegrama enviado a redação do citado jornal o prefeito de Taipu comunicava que a partir de janeiro todas as feiras seriam transferidas do domingo para o sábado.

O ato do prefeito de Taipu causaria celeuma entre comerciantes e proprietários rurais, como foi o caso do proprietário do antigo engenho da Pitombeira que não aceitando a determinação da prefeitura continuou realizando a feira naquela propriedade aos domingos como e costume.

         O diretor de Departamento de Educação comunicou ao Chefe do Governo ter a suspensão dos trabalhos das escolas reunidas Joaquim Nabuco da vila do Taipu, onde grassava com intensidade a epidemia do impaludismo (ORDEM, 09/09/1937, p.4) e segundo o jornal Diário da Tarde a epidemia de malária assolava o RN em 1938, onde a doença já havia acometido milhares de pessoas em Taipu (DIÁRIO DA TARDE, 28/07/1938, p.8).

AS PRIMEIRAS AÇÕES EM PROL DA CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DE TAIPU NO DISTRITO DE POÇO BRANCO #TAIPU130ANOS #12

 

As cheias do rio Ceará-Mirim sempre foram um problema ao vale do açucareiro da cidade de Ceará-Mirim, de modo que os donos de engenhos acalentavam o sonho de que se fosse construída uma barragem pra se controlar a vazão do rio.

A Inspetoria Federal de Obras Contra Seca-IFOCS elaborou um relatório em 1935 para a construção da Barragem de Taipu (SENA, 1972, p.240).

Em 08/02/1935 começava-se a discutir a sobre a construção da barragem de Taipu (JORNAL DO BRASIL, 1935, p.27), antiga aspiração dos produtores rurais e canavieiros do vale do rio Ceará-Mirim que sofriam com as perdas da produção ocorridas pelas enchentes do referido rio.

         Em 1936 a IFOCS concluiu os estudos preliminares para a construção do Açude (barragem) de Poço Branco, no município de Taipu. A previsão de inicio das obras seriam  imediatamente após a conclusão desses estudos pela Inspetoria de Obras Contra as Secas-IFOCS. (DIÁRIO DE NOTICIAS, 05/12/1936, p.2), entretanto as obras só se iniciaram no final da década de 1940.

         O interventor federal Rafael Fernandes recebeu do município de Taipu o seguinte telegrama:

Signatários presentes, representantes [de] todas as classes, vimos solicitar vossencia interceder junto [aos] poderes competentes [no] sentido [da] construção [do] açude [neste] município, de vez que ele vem trazer grandes vantagens e apreciável melhoramento à esta região. Confiamos [que] tomará consideração [ao] nosso apelo, visto tratar-se de mais um grande melhoramento que vem beneficiar o Estado que vossencia superiormente administra. (DIÁIRIO DE NOTICIAS, 19/06/1937, p.2, grifos nosso).

Entretanto, as obras não se iniciaram naquele ano e a população teve que esperar ainda mais pelo início dessa importante obra não só para o município, mas para toda a região do vale do Ceará-Mirim.

O município tinha no algodão a sua base econômica, ao lado de largo cultivo de feijão, sofreu grande devastação em seus algodoais que foram atacados pela lagarta. Em 1936 o município estava sendo ameaçado por nova praga da lagarta que começava a perturbar o esforço dos agricultores.

De acordo ainda com o jornal A Ordem estava se desenvolvendo em Taipu a fruticultura, onde já se notava excelentes sítios próximos a vila, que, no entanto, lutavam com a dificuldades de acesso a água no verão, por ser a água do rio e do moinho público salgadas. Para o referido jornal era possível que esse problema fosse solucionado no menor espaço de tempo possível.

Alargavam-se as proporções da vida agropecuária e comercial do município com a construção do açude Taipu no lugar Jacaré, a 10 km acima da vila e que seria o maior reservatório do Estado entre os até então construídos.

De acordo com o jornal A Ordem o engenheiro Frederico Korner, já tinha instalado e em funcionamento máquinas do aludido serviço. (A ORDEM, 09/08/1936, p.2).

       

Cheia do rio Ceará-Mirim nas proximidades do cemitério, 1964.
A construção da barragem seria a solução para o transbordamento do rio, o alagamento do vale e prevenir as inundações na zona urbana de Taipu.





Aspectos atuais do rio Ceará-Mirim em Taipu contido pela barragem de Poço Branco.


SOBRE ACONTECIMENTOS EM TAIPU EM ENTRE 1934 E 1935 #TAIPU130ANOS #11

 

         A edição do Jornal do Brasil do dia 14/08/1934 destacava o caso do furto dos autos eleitorais em Taipu (JORNAL DO BRASIL, 1934, p.8).

         O furto foi cometido pelo delegado que entrou na calda da noite no cartório eleitoral e sumiu com os documentos das eleições daquele ano, vindo a serem encontrados no dia seguinte na delegacia de policia, o delegado sumiu no dia seguinte ao furto, o que levou a ser indiciado como o principal suspeito, como de fato foi comprovado pelo delegado de Ceará-Mirim que concluiu o inquérito.

A agência dos correios no distrito de Barreto foi instalada no dia 13/02/1934. (CÂMARA, 1943, p.393), já conforme o Jornal do Comércio a estação do Departamento dos Correios e Telégrafos em Barreto, município de Taipu foi inaugurada em 03/04/1935 (JORNAL DO COMÉRCIO, 04/04/1935, p.3).

Aspectos da rua principal de Taipu na década de 1950.

Em 15/12/1935 foi inaugurado o serviço de transporte rodoviário por ônibus entre Baixa Verde e Natal, tendo as viagens escalas em Taipu, Ceará-Mirim, São Gonçalo e Macaíba, partindo de Baixa Verde as segundas e quartas-feiras as 07h00, de Natal o ônibus retornava nas terças e quintas-feiras as 12h00, sendo o ponto de partida em Natal na Avenida Tavares de Lira junto ao Hotel Internacional (A ORDEM, 10/12/1935, p.4).

 A empresa era de propriedade de J. Inácio & Filhos e se chamava Viação Baixaverdense.

Naquele período a a cidade de Baixa Verde já exercia influência significativa no município de Taipu, cuja a cidade em franco crescimento urbano e desenvolvimento econômico,  já a vila de Taipu teimava em não se desenvolver apesar de todas as possibilidades na agricultura que havia em suas ricas e férteis terras as margens do rio Ceará-Mirim e no vale da Gameleira/Boa Vista.

Naquele ano de 1935 Taipu já estava subordinado juridicamente a comarca de Baixa Verde.


Prédio da Prefeitura de Baixa Verde, 1944 e década de 1980


Nova igreja matriz de Baixa Verde em construção em 1944.




Aspectos de ruas de Baixa Verde, 1944.

A INAUGURAÇÃO DA PREFEITURA DE TAIPU #TAIPU130ANOS #10


           A partir de 1930 os municípios passaram a ser administrados pelos prefeitos, havendo assim a distinção dos poderes executivos e legislativos, este passou a ser exercido somente pelos vereadores. Foi a partir daquele ano que os municípios passaram a construir os prédios próprios para a sede da prefeitura que em em Taipu só ocorreu em 1934.

         Conforme publicado no jornal Diário de Pernambuco foi inaugurado em janeiro de 1934 o prédio da prefeitura de Taipu.

       Esteve presente a solenidade Mário Câmara, interventor federal, em companhia de sua esposa, o Dr. Augusto Leopoldo, Rosendo Leite, prefeito, Dr. Manoel Abate,1º juiz distrital, o monsenhor Alfredo Pegado, vigário geral da diocese, o padre Fortunato Leão, vigário da paróquia, Dr. Francisco Canindé Cavalcante, promotor público e numerosos comerciantes, industriais, fazendeiros e pessoas de todas as classes sociais.

         Além destas pessoas estiveram presentes ainda Odilon Cabral de Macedo, prefeito de Baixa Verde e José Porto Filho, prefeito de Touros.

         Em nome do prefeito de Taipu falou o Eneás Leite, filho de Rosendo Leite, agradecendo ao interventor Mário Câmara, as referências à sua pessoa e congratulando-se com o povo taipuense por aquele melhoramento que era a inauguração do prédio da prefeitura. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 09/01/1934, p.4).

Prefeito Rosendo Leite da Fonseca

         Após a solenidade o interventor e a comitiva se dirigiram ao município de Touros para vê as obras do governo estadual que ali se realizavam, passando antes pelo povoado de Boa Cica.

         De acordo com o professor Gustavo Praxedes essa casa já foi a sede da prefeitura em Taipu. Não sabemos no entanto, se se trata da prefeitura inaugurada no relato a cima.

          Até ser instalada no prédio atual na Rua Antônio Alves da Rocha, no antigo prédio da coletoria de rendas, a prefeitura de Taipu já esteve em outros lugares, como na casa do ex prefeito Aluízio Viana, por exemplo dali sendo transferida para o prédio atual por iniciativa desse ex prefeito.



Sede da prefeitura de Taipu após a transferência par ao prédio da rua Antônio Alves da Rocha no inicio dos anos 1980.

Prefeitura de Taipu em 2012.



Prefeitura de Taipu em 2015.


SOBRE ACONTECIMENTOS EM TAIPU NO INICIO DA DÉCADA DE 1930 #TAIPU130ANOS #9

 

No início da década de 1930 o município de Taipu constava do seguinte panorama: havia 10 comerciantes de fazendas e retalhos, 14 comerciantes de molhados, 1 indústria de descaroçar algodão, de propriedade de João Gomes da Costa.

Os acontecimentos mais significativos ao longo desse período foram os que seguem.

Os profissionais autônomos que havia no município eram: 1 barbeiro, 1 ferreiro 1 funileiro, 1 pedreiro, 1 sapateiro, já os agricultores e lavradores eram em número de 27 e os criadores de animais eram 14.

No dia 27/04/1930 foi inaugurado o campo de pouso de Taipu. Naquele dia decolaram de Natal, às 08h45min, os dois aviões do Aeroclube: o “NATAL I” pilotado pelo aluno Fernando Gomes Pedrosa e conduzindo o mecânico do Aeroclube, Abel de Oliveira, e o “NATAL II”, pilotado pelo Cmte. Petit, tendo como passageiro o governador do estado Juvenal.

Em São Tomé pousaram às 09h35min ficando o campo oficialmente inaugurado. Às 11h00min horas prosseguiram viagem para Baixa Verde (hoje João Câmara), onde aterraram 35 minutos após. Às 15h00min horas os dois aviões partiram com destino a Taipu onde pousaram 25 minutos depois ali seria inaugurado o campo de pouso do município.

De Taipu decolaram às 16h00min chegando à Capital somente o “NATAL II”, pois o “NATAL I” foi obrigado a permanecer em Taipu em virtude de um ligeiro acidente verificado por ocasião da aterragem, danificando o trem de pouso.

Ainda naquele ano de 1930 um surto da malária no município de Taipu. Em 1931 continuaram os trabalhos de combate ao surto da malária pelo Governo do Estado e segundo o jornal do Comércio do Rio de Janeiro “parecendo cada vez melhor a situação sanitária” (JORNAL DO COMERCIO, RJ, 17/10/1931,p.2).

De acordo com o jornal Diário de Pernambuco a mortalidade causada pela malária no Rio Grande do Norte impressionava pela sua alta porcentagem, onde “no pequeno município de Taipu, entre 6 e 7 mil impaludados o número de mortos se eleva a cerca de 10 por dia, em geral após uma quinzena de marcha do mal”. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 26/09/1931, p.8).

Antiga igreja matriz de Taipu.


Cata vento do poço artesiano em Taipu.