segunda-feira, 1 de março de 2021

AS PRIMEIRAS AÇÕES EM PROL DA CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DE TAIPU NO DISTRITO DE POÇO BRANCO #TAIPU130ANOS #12

 

As cheias do rio Ceará-Mirim sempre foram um problema ao vale do açucareiro da cidade de Ceará-Mirim, de modo que os donos de engenhos acalentavam o sonho de que se fosse construída uma barragem pra se controlar a vazão do rio.

A Inspetoria Federal de Obras Contra Seca-IFOCS elaborou um relatório em 1935 para a construção da Barragem de Taipu (SENA, 1972, p.240).

Em 08/02/1935 começava-se a discutir a sobre a construção da barragem de Taipu (JORNAL DO BRASIL, 1935, p.27), antiga aspiração dos produtores rurais e canavieiros do vale do rio Ceará-Mirim que sofriam com as perdas da produção ocorridas pelas enchentes do referido rio.

         Em 1936 a IFOCS concluiu os estudos preliminares para a construção do Açude (barragem) de Poço Branco, no município de Taipu. A previsão de inicio das obras seriam  imediatamente após a conclusão desses estudos pela Inspetoria de Obras Contra as Secas-IFOCS. (DIÁRIO DE NOTICIAS, 05/12/1936, p.2), entretanto as obras só se iniciaram no final da década de 1940.

         O interventor federal Rafael Fernandes recebeu do município de Taipu o seguinte telegrama:

Signatários presentes, representantes [de] todas as classes, vimos solicitar vossencia interceder junto [aos] poderes competentes [no] sentido [da] construção [do] açude [neste] município, de vez que ele vem trazer grandes vantagens e apreciável melhoramento à esta região. Confiamos [que] tomará consideração [ao] nosso apelo, visto tratar-se de mais um grande melhoramento que vem beneficiar o Estado que vossencia superiormente administra. (DIÁIRIO DE NOTICIAS, 19/06/1937, p.2, grifos nosso).

Entretanto, as obras não se iniciaram naquele ano e a população teve que esperar ainda mais pelo início dessa importante obra não só para o município, mas para toda a região do vale do Ceará-Mirim.

O município tinha no algodão a sua base econômica, ao lado de largo cultivo de feijão, sofreu grande devastação em seus algodoais que foram atacados pela lagarta. Em 1936 o município estava sendo ameaçado por nova praga da lagarta que começava a perturbar o esforço dos agricultores.

De acordo ainda com o jornal A Ordem estava se desenvolvendo em Taipu a fruticultura, onde já se notava excelentes sítios próximos a vila, que, no entanto, lutavam com a dificuldades de acesso a água no verão, por ser a água do rio e do moinho público salgadas. Para o referido jornal era possível que esse problema fosse solucionado no menor espaço de tempo possível.

Alargavam-se as proporções da vida agropecuária e comercial do município com a construção do açude Taipu no lugar Jacaré, a 10 km acima da vila e que seria o maior reservatório do Estado entre os até então construídos.

De acordo com o jornal A Ordem o engenheiro Frederico Korner, já tinha instalado e em funcionamento máquinas do aludido serviço. (A ORDEM, 09/08/1936, p.2).

       

Cheia do rio Ceará-Mirim nas proximidades do cemitério, 1964.
A construção da barragem seria a solução para o transbordamento do rio, o alagamento do vale e prevenir as inundações na zona urbana de Taipu.





Aspectos atuais do rio Ceará-Mirim em Taipu contido pela barragem de Poço Branco.


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