As cheias do rio Ceará-Mirim sempre
foram um problema ao vale do açucareiro da cidade de Ceará-Mirim, de modo que
os donos de engenhos acalentavam o sonho de que se fosse construída uma
barragem pra se controlar a vazão do rio.
A Inspetoria Federal de Obras Contra
Seca-IFOCS elaborou um relatório em 1935 para a construção da Barragem de Taipu
(SENA, 1972, p.240).
Em 08/02/1935 começava-se a discutir
a sobre a construção da barragem de Taipu (JORNAL DO BRASIL, 1935, p.27),
antiga aspiração dos produtores rurais e canavieiros do vale do rio Ceará-Mirim
que sofriam com as perdas da produção ocorridas pelas enchentes do referido
rio.
Em 1936 a IFOCS concluiu os estudos
preliminares para a construção do Açude (barragem) de Poço Branco, no município
de Taipu. A previsão de inicio das obras seriam imediatamente após a conclusão desses estudos
pela Inspetoria de Obras Contra as Secas-IFOCS. (DIÁRIO DE NOTICIAS, 05/12/1936,
p.2), entretanto as obras só se iniciaram no final da década de 1940.
O interventor federal Rafael Fernandes
recebeu do município de Taipu o seguinte telegrama:
Signatários presentes, representantes [de]
todas as classes, vimos solicitar vossencia interceder junto [aos] poderes
competentes [no] sentido [da] construção [do] açude [neste] município, de vez
que ele vem trazer grandes vantagens e apreciável melhoramento à esta
região. Confiamos [que] tomará consideração [ao] nosso apelo, visto tratar-se de
mais um grande melhoramento que vem beneficiar o Estado que vossencia
superiormente administra. (DIÁIRIO DE NOTICIAS, 19/06/1937, p.2, grifos nosso).
Entretanto, as obras não se iniciaram
naquele ano e a população teve que esperar ainda mais pelo início dessa importante
obra não só para o município, mas para toda a região do vale do Ceará-Mirim.
O município tinha no algodão a sua
base econômica, ao lado de largo cultivo de feijão, sofreu grande devastação em
seus algodoais que foram atacados pela lagarta. Em 1936 o município estava
sendo ameaçado por nova praga da lagarta que começava a perturbar o esforço dos
agricultores.
De acordo ainda com o jornal A Ordem
estava se desenvolvendo em Taipu a fruticultura, onde já se notava excelentes sítios
próximos a vila, que, no entanto, lutavam com a dificuldades de acesso a água
no verão, por ser a água do rio e do moinho público salgadas. Para o referido
jornal era possível que esse problema fosse solucionado no menor espaço de
tempo possível.
Alargavam-se as proporções da vida
agropecuária e comercial do município com a construção do açude Taipu no lugar
Jacaré, a 10 km acima da vila e que seria o maior reservatório do Estado entre
os até então construídos.
De acordo com o jornal A Ordem o
engenheiro Frederico Korner, já tinha instalado e em funcionamento máquinas do
aludido serviço. (A ORDEM, 09/08/1936, p.2).
Aspectos atuais do rio Ceará-Mirim em Taipu contido pela barragem de Poço Branco. |
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