quinta-feira, 13 de maio de 2021

O COMÉRCIO EM TAIPU


         A atividade comercial é fator de desenvolvimento de toda localidade, mesmo que ela tenha surgido de atividades agropastoris como foi o caso de Taipu. A atividade comercial em Taipu tem seus primórdios na pequena feira que se realizava na povoação. O registro mais antigo de sua existência remonta a 1877 quando foi citada pelo historiador Manoel Ferreira Nobre em sua obra Breve Noticia sobre a Província do Rio Grande do Norte publicada em 1877, onde escreveu: “Taipu, cinco léguas ao Poente da vila, edificada irregularmente; pouco trato comercial, com uma pequena feira, e exporta algodão e courama” (NOBRE, 1877, p.192).A época  a povoação do Taipu era distrito de Ceará-Mirim.

A feira era realizada embaixo de uma latada onde os habitantes compravam gêneros de primeira necessidade como milho, feijão, farinha, sal, batatas, etc.

       Segundo o que foi publicado num artigo jocoso e irônico sobre o novo município de Taipu por um autor anônimo de Ceará-Mirim publicado no jornal A República havia em Taipu em 1891 uma pequena feira sob uma latada “igual a um ninho de asa-branca, aonde alguns matutos reúnem-se para vender certos gêneros, como sejam milho, feijão, farinha, sal, batatas, etc, porém tudo em tão pequena quantidade, que um freguês dispondo-se a atacar tudo, talvez não ache em que empregar a fabulosa quantia de 100$000 réis” (A REPÚBLICA, 26/09/1891, p.4).

         Ainda de acordo com o citado jornal ao invés de obrigar os vendedores a terem suas medidas aferidas pela municipalidade, ao contrário, a intendência obrigava-os a só vender pelas medidas da mesma intendência.

         O funcionário encarregado de alugar as tais medidas da intendência foi citado pelo referido jornal apenas pelo sobrenome Ferreira, o qual não satisfeito com a medida tomada pela intendência obrigava o matuto a alugar tantas medidas quantas fossem os sacos, ou outras vasilhas em que pusesse a venda os seus produtos, dizia o citado jornal (A REPÚBLICA, 26/09/1891, p.4).

Mercado e feira em Taipu em 1965.

            A primeira propaganda de um estabelecimento comercial foi veiculada no jornal O Nortista no final do século XIX, precisamente em 22/09/1894.

       Trata-se de um anúncio da inauguração de uma padaria em Taipu. Com o titulo 'O Taypú na ponta!' o referido anúncio em tom entusiasmado faz referência a este estabelecimento comercial como um fator de desenvolvimento local e regional, pois diz o texto que as cidades da região como Jardim de Angicos e os distritos de Boa Vista (Taipu), Contador ( atual distrito de Poço Branco) e Baixa Verde ( atual João Câmara, a época distrito de Taipu) seriam beneficiadas com a instalação desta padaria.

         O anúncio e a inauguração do estabelecimento comercial se deu três anos após a emancipação política de Taipu. Em tom ufanista diz o texto: "o Taipu torna-se-á, pois d'ora em diante o centro commercial de maiores vantagens para os consumidores dos produtos de farinha de trigo [...]", assina o texto José Macário Freire, em que paira a dúvida se seria este o proprietário do referido estabelecimento. Obviamente este não foi o primeiro estabelecimento comercial em Taipu, mas foi o primeiro a ser encontrado em registro bibliográfico, o que o torna uma relíquia para a historiografia de Taipu.

Propaganda do jornal O Nortista em 1894.

          Em 1903 seria inaugurado o primeiro mercado da vila de Taipu.

O município despendeu a quantia de 1.600$000 em 1906 com uma casa que servia de mercado público (RELATÓRIO, 1905, p.75-78).

Ainda de acordo com o citado relatório haviam 20 casas comerciais, todas de pequeno giro(RELATÓRIO, 1906, p.40).

No ano de 1909 existiam em Taipu 11 negociantes de fazendas a retalhos sendo eles: Alfredo Edeltrudes de Souza, Candido Ferreira de Miranda, Francisco Correia, João Batista Furtado, João Leite da Fonseca, João Soares da Silva Filho, Joaquim Ferreira Junior, José Soares da Silva, Josino Furtado, Manoel Herodoto de Miranda, Miguel Soares da Silva.

Os negociantes de molhados e miudezas eram igualmente 11, sendo eles: Francisco Bezerra da Silva, Ismael, Mauricio da Silveira, João Gabriel Campos, Joaquim Alves da Rocha, Joaquim Pequeno de Morais, Júlio Leite da Fonseca, Luís Inácio de Melo, Rosendo Leite da Fonseca, Silvino Raposo de Oliveira Câmara, Simplício Ribeiro da Silva, Vicente Ferreira de Paula.

Em profissões diversas estavam ocupados Eduardo Davim (funileiro), Joaquim Damásio (sapateiro), Manoel Ramos de Araújo (pedreiro), Manoel Avelino dos Santos (ferreiro).

         Em 1913 o número de negociantes de fazendas a retalhos se elevou 24 comerciantes.

Em 1926 foi instalada uma agência da Caixa Rural no distrito de Baixa Verde denotando assim a crescente atividade comercial e industrial daquele distrito.Já em 1927 exerciam atividades no comércio, indústrias e profissões diversas Alfredo Edeltrudes de Souza, Antônio Justino de Souza, Francisco Nóbrega Costa, João Câmara & Irmãos, João Gabriel Campos, João Gomes da Costa, Joaquim Rebouças de Oliveira Câmara, Theófilo Furtado.

No ramo de armarinhos, fazendas, ferragens, secos e molhados eram 31 pessoas exercendo tais atividades, sendo: Antônio Gomes, Emília Leite, Fortunato Guedes de Moura, Francisco Nobre da Costa, Francisco Teixeira, Inocêncio Francisco de Barros, Ismael Mauricio da Silveira, Jerônimo Soares da Câmara, João Batista Furtado, João Câmara & Irmãos, João Gomes da Costa, João Inácio de Melo, João Leite da Fonseca, João Soares da Silva Filho, José Gonçalves de Oliveira, José Justino de Souza, José Soares da Silva, Júlio Leite, Luís Gonçalves de Oliveira, Luiz Gomes da Costa, Manuel Leite da Fonseca, Miguel Guedes da Câmara, Paulo Bilro, Pedro Baião, Pedro P. de Souza, Pedro Torquato, Rodrigues & Praxedes, Rosa Miranda Leite, Rosendo Leite da Fonseca, Salustiano da Silva, Sebastião Nunes da Silva.

Nas profissões de carpinteiros e marceneiros 5 pessoas exerciam atividades, sendo eles: José Romualdo Filho, José Romualdo Davi, Manoel Pequeno, Francisco Beraldo, Pedro Pequeno.

Havia ainda 1 ferreiro (Manoel Avelino dos Santos) e 1 fogueteiro, (Marcolino de Oliveira), 3 padarias sendo proprietários: Joaquim Matias de Lima, Minervino Ferreira da Costa e Luiz Gonçalves de Oliveira. Sapateiros eram 3, sendo eles: Antônio Francelino, Cícero Saldanha e  Francisco Regis.

Ao iniciar a década de 1930 o município de Taipu constava do seguinte panorama: havia 10 comerciantes de fazendas e retalhos, 14 comerciantes de molhados. Os profissionais autônomos que havia no município eram: 1 barbeiro, 1 ferreiro 1 funileiro, 1 pedreiro, 1 sapateiro.

De acordo com o Diário de Pernambuco, o Banco do Rio Grande do Norte mantinha uma agência em Taipu em 1935 (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 17/05/1935, p.14).

na década de 1940 segundo Anfilóquio Câmara o comércio local em Taipu não apresentava nenhum desenvolvimento e  limitando-se ao comércio varejista e tendo como produtos vendidos para fora do município algodão, peles e couros e sendo Natal o melhor mercado para escoamento da produção. (CÂMARA, 1943, p.393).

As agências, que havia na capital, do Banco do Brasil, do Banco do Povo e o Banco do Rio Grande do Norte mantinham correspondentes, na cidade de Taipu, para o trato de seus negócios.

Na cidade de Taipu funcionava uma Agência Fiscal, subordinada á Mesa de Rendas Estaduais de Ceará-Mirim. tendo sido por ela, no período de 1937-1941, feitas as seguintes arrecadações para os cofres do Estado:

Ano

Arrecadado

1937

Cr$ 21.768,70

1938

Cr$ 26.842,60

1939

Cr$ 34.632,00

1940

Cr$ 33.238.70

1941

Cr$ 32.547,00

Total

Cr$ 140.249,00

Fonte: Câmara, 1943, p.396.


       Foi na administração do prefeito Luis Gomes da Costa que foi construído o novo mercado na qual         segundo o jornal A Ordem “sob a orientação do ilustre prefeito de Taipu Sr. Luis Gomes da Costa encontra-se em construção um novo mercado para aquela cidade, estando situado em lugar inteligentemente escolhido que é na praça do comércio” (A ORDEM, 12/11/1949, p.6). Os serviços iniciados há pouco tempo achavam-se bastante adiantados, esperando-se está tudo pronto em janeiro de 1950.

 Quanto ao velho mercado uma parte foi cedida para um comerciante local “para melhorar o seu estabelecimento comercial” (A ORDEM, 12/11/1949, p.6) e outra parte seria aproveitada para a construção de um teatro municipal “após cuidadosa reforma a fim de dá mais vida a cidade” (A ORDEM, 12/11/1949, p.6.

Na década de 1950 conforme o IBGE no tocante ao comercio diz a publicação já citada que o mesmo não apresentava um grande desenvolvimento e que exportava na época algodão, couros e peles com destino a Natal. Havia no município 73 estabelecimento comerciais varejistas em 1956 (ENCICLOPÉDIA DOS MUNICIPIOS, 1958, p.166).


A rua lateral do mercado era onde se localizava as principais casas comerciais em Taipu na década de 1950.


Mercado e espaço onde se realiza a feira atualmente.

O mercado de Taipu.



Casa residenciais e comerciais se mesclam atualmente no centro de Taipu.

Fonte:

A REPÚBLICA, 26/09/1891, p.4

Câmara, Anfilóquio. Cenários Municipais (1941/1942).Natal: Oficinas do DEIP, 1943.

IBGE. Enciclopédia Dos Municípios Brasileiros. Rio de Janeiro, 1958.

NOBRE, Manoel Ferreira. Breve Notícia Sobre a Província do Rio Grande do Norte. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1971.

quarta-feira, 12 de maio de 2021

A INTRÉPIDA AVENTURA DO ESCOTEIRO POTIGUAR JOÃO CASADO ALVES DE NATAL AO EXTREMO SUL DO BRASIL

 

Essa é mais uma história intrépida, digna de roteiro de filme de aventura e que honra a memória do movimento escoteiro do Rio Grande do Norte.

Trata-se da excursão realizada pelo escoteiro potiguar João Casado Alves entre 1933 e 1936 partindo de Natal percorrendo o interior do Brasil até chegar a São Paulo. João Casado Alves levou consigo um livro onde registrava os lugares onde passava por meio da assinatura das autoridades locais que atestavam a veracidade de sua jornada.

Dos atestados que possuía João Casado Alves, constava ter o andarilho partido de Natal em 27/07/1933, viajando através dos estados do Ceará, Piauí, Maranhão. De sua passagem pelo estando maranhense registrou o jornal Noticias, de São Luiz, que o escoteiro potiguar andante esteve na redação daquele jornal onde manteve agradável palestra. O jornal apresentava a João Casado Alves votos de felicidades em sua jornada (NOTICIAS 26/10/1933, p.4).

 Já no Pará, em cujo território penetrou pela cidade de Viseu, em 28/11/1933, chegou a Belém, capital daquele estado em 23/12/1934 depois de percorrer, qual judeu errante, as seguintes localidade paraenses: Viseu, Limãoteua, Fernandes Belo, Assaiteua, Satui, Satubim, Perobinha, Aturiai, Cacaual, Brangança, Tracuateua, Miraselva, Taunay, Capanema, Peixa-Boi, Nova Timboteua, Livramento, São Luiz, Curi, Pajurá, João Pessoa, Jambu-Assu, Granja, Eremita, São Francisco, Castanhal,Apeú,Americano, Santa Isabel, Benevides, Ananideua e Muritiba.

De Belém, onde recebeu urbano acolhimento por parte do Interventor Barata e depois do necessário repouso, o andarilho potiguar prosseguiu o seu raid, passando por Carapanã, Jundiaí, Guajará-Assu, Igarapé-Assu do Bom Intento,São Domingos do Capim, Aningal, Tomé-Assu, Badajós, Miriti-Pitanga, Acará, Mujú, Igarape-Miri, Abaeté,Breves, Gurupá, Monte Alegre, Alenquer, Santarem, Óbidos, Oriximiá e Earo, onde chegou a 02/09/1934.

Ingressando no Estado do Amazonas visitou Parantins e Itacoatiara, chegando em Manaus em 10/09/1934 recolheu-se no hospital da Santa Casa de Misericórdia, como pensionista do Estado.

Com a saúde restabelecida embarcou em Manaus passando por Carauari e João Pessoa, chegando a Seabra em 20/11/1934, de onde saiu três dias depois por terra, alcançando Feijó em 28/11/1934.Daquela vila acreana partiu o andarilho em 03/12/1934, alcançando a foz do rio Jurupari em 05/12/1935 e a  vila de Castelo em 16/12/1934  fazendo escalas pelos seringais Brasil, Cruzeiro, Terra Nova, Nova Esperança, do rio Muaco, e Maloca, do rio Macapá, aportando na cidade de Sena Madureira, em canoa, no dia 21/12/1934.

O jornal Reforma, da cidade de Seabra, município de Taraucá, no Território do Acre registrou que vindo de Manaus chegou ao porto daquela cidade no dia 20/08/1934 pela manhã o barco Waltina, sob o comando do capitão Felipe de Paula Benfica, o qual dentre os passageiros estava o escoteiro potiguar João Casado Alves em 3 classe (REFORMA, 25/08/1934, p.4).

A capital acreana o andarilho potiguar chegou em 18/02/1935. João Casado Alves foi hospedado no hotel Madri e cercado de fraternal simpatia pela colônia potiguar e prosseguiu na sua aventura aos primeiros dias de março, rumo ao rio Madeira, via Abunã (O ACRE, 24/02/1935, p.4).

Á chegada do escoteiro potiguar andante a rio Branco, capital do então território do Acre, assim se expressou o jornal O Acre: “como estamos na terra das piracemas, mais uma oportunidade temos na presente edição de noticiar a realização de outra aventura, cujo protagonista é o jovem João Casado Alves, membro do grupo de escoteiros do Alecrim, localizado na cidade de Natal , capital do Rio Grande do Norte, chegando a esta capital a 18 do corrente pela estrada Acre-Yaco”.

No mesmo dia da sua chegada o jovem João Casado Alves procurou a redação do citado jornal apresentando dois grandes volumes de atestados firmados por autoridades de todas as categorias e pessoas gradas dos lugares por ele percorridos, donde se verificava que o seu intuito era de realizar um raid pedestre em torno do Brasil.

Prosseguindo viagem pelos sertões do Brasil, João Casado Alves percorreu o então Território do Guaporé (atual estado de Rondônia) adentrando daí no Mato Grosso.

De acordo com o Correio Paulistano o intrépido escoteiro potiguar João Casado Alves havia chegado a São Paulo em 10/06/1936 e assim se expressou o referido jornal sobre o feito de João Casado Alves: “pondo em prática aquela expressão ‘meter o pé no mundo’, João Casado Alves, é um andarilho que procede do tórrido chão do Rio Grande do Norte, de onde partiu nos alvores de 1933, estando presentemente em nossa capital. Na visita que fez à nossa redação, esse denodado indiferente aos mais rápidos meios de transporte, criados pelo vigésimo século, relatou-nos passagens curiosas de seu raid pedestre através dos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas, Acre e Mato Grosso.

Chegando em Itapura, território mato-grossense, por aquela cidade entrou no Estado de São Paulo, seguindo para as cidades de Novo Horizonte, Valparaiso, Araçatuba, Penapólis, Lins, Bauru, São Manuel, Botucatu, Avaré, e etc., ganhando, alcançando assim a capital paulistana.

De São Paulo pretendia João Casado Alves continuar a “meter o pé no mundo” indo par ao sul do Brasil, assegurando que dentro de mais dois anos, atingiria o extremo sul do continente.

Ainda de acordo com o Correio Paulistano escreveu sobre a audaciosa aventura do escoteiro potiguar: “a locomotiva, o Zepellin, o avião e o automóvel, parece ‘café pequeno’ para quem tem tanta vontade de andar a pé” (CORREIO PAULISTANO, 10/06/1936, p.3).

O jornal A Noticia, da cidade de Joinville em Santa Catarina, registrou que havia chegado em 29/08/1936 procedente de Campo Alegre, o escoteiro potiguar João Casado Alves, tendo percorrido quase todo estado catarinense.

Até aquela data o destemido escoteiro andante já havia percorrido os Estado do Rio Grande do Norte, de onde partiu em 27/07/1933, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas, Território do Acre, Mato Grosso, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, destinando-se para o Rio Grande do Sul.

Em visita a redação do referido jornal, João Casado Alves declarou que pretendia concluir a sua longa jornada, através dos mais longínquos sertões do Brasil, no ano de 1939, fazendo-se sempre se acompanhar pelo seu fiel companheiro, o cão policial Sentinela. O escoteiro potiguar permaneceu em Joinville três dias e em seguida prosseguiu com destino a Florianópolis (A NOTICIA,JOINVILE, 30/08/1936, p.12).

Em 25/09/1936 o escoteiro potiguar João Casado Alves esteve na redação do jornal A República, de Florianópolis, capital catarinense, o qual se propôs a realizar o raid pedestre através de todo o Brasil, com a finalidade de estudar o solo, as belezas e a gente brasileira.

Iniciou a excursão em 27/07/1933, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, tendo percorrido quase todo o Brasil. Declarou aos jornalistas do referido jornal que pretendia chegar de volta a Natal em 1939 quando daria por terminada o seu audacioso empreendimento.

O Tenente João Casado Alves fez sua excursão acompanhado por um cão policial que atendia pelo nome de Sentinela.

O jornal A República desejou ao jovem potiguar êxito completo em sua excursão (A REPÚBLICA, SC, 26/09/1936, p.7).

Não encontramos noticias a respeito do retorno de João Casado Alves a cidade de Natal de onde partira em 27/07/1933 percorrendo a pé o interior até o extremo sul do Brasil.

O roteiro do filme está pronto, aguarda-se apenas quem queira criá-lo e contar essa intrépida aventura desse escoteiro potiguar. É pena que histórias desse tipo não interessem aos produtores e cineastas brasileiros, cinema no Brasil só dá futuro se for de desgraça, violência, apologia a sexo e droga e ideologia de gênero, infelizmente é a mais pura e cristalina verdade.

Continuaremos a pesquisar sobre a aventura de João Casado Alves, por enquanto ficamos com o que temos.

Imagem feita pelo jornal Correio Paulistano por ocasião da vista do escoteiro potiguar ra redação do referido jornal.






O FERNANDO PEDROSA ESPORTE CLUBE


Em 05/03/1939 foi enviado um comunicado ao jornal A Ordem dando ciência de que na vila de São Romão foi fundado uma sociedade denominada Fernando Pedroza Esporte Clube, tendo sido eleita e empossada a diretoria que haveria de reger os seus destinos no período de 1939 a 1940, a qual ficou assim constituída:

Genésio Cabral, presidente de honra, João Mendes, presidente, José Horácio, vice-presidente, Manoel Ovidio Sobrinho, 1º secretário, Valdemiro Teonácio, 2º secretário, Maria Alves Toscano, tesoureira, Luiz Cid, orador (A ORDEM, 11/03/1939, p.2).

Cremos nós, salvo engano, a primeira agremiação esportiva naquela então vila de São Romão, que é atualmente a cidade de Fernando Pedrosa.

    Em 21/05/1939  no gramado do Fernando Pedroza Esporte Clube realizou-se uma partida esportiva entre os times do Angicos Esporte Clube e o Fernando Pedroza Esporte Clube com a vitória do Angicos Esporte Clube com placar de 6x0.

         Os times estavam compostos da seguinte forma:

Angicos Esporte Clube: Silvinho, Almeida, Olimpo, Zé Mariano, Lapiau, Raimundo, João Dionisio, Silvio, Zé Rodrigues, João Lopes, Pereira.

Fernando Pedroza Esporte Clube : Paulino, Toscano, Berto, Bassiano, Solsona, Rocha, Belmiro, Tavares, Caetano, Carlos e Araújo (A ORDEM, 30/05/1939,p.2).

OS PRIMEIROS CLUBES DE FUTEBOL DE BAIXA VERDE

  BAIXA VERDE ESPORTE CLUBE

Em 05/04/1936 na cidade de Baixa Verde foi fundada em uma associação esportiva denominada Baixa Verde Esporte Clube.

A nova organização se dedicaria a vários esportes, estando entregue a seguinte direção: Jerônimo Rodrigues da Câmara, presidente de honra, Odilon Cabral de Macedo, vice-presidente, Francisco Bittencourt, presidente efetivo, Bianor Aranha, vice-presidente efetivo, Natanael Bezerra, 1º secretário, Joaquim Soares de Miranda, 2º secretário, Evaristo Martins de Souza, orador, Paulo Gambeta de  Lima, vice orador, Sinval Lima, tesoureiro,  , Francisco Maximiano, 1º diretor técnico, Severino Benfica, 2º diretor técnico (DIÁRIO DE PERNAMBUCO,12/04/1936, p.6).

Em 27/03/1938 foi empossada a segunda diretoria do Baixa Verde Esporte Clube para o período de março de 1938 a marco de 1939.A diretoria ficou assim constituída:

Francisco Bittencourt, presidente reeleito, Biano Aranha, vice-presidente reeleito, Vivaldo Bezerra, 1º secretário, Raul Varela, 2º secretário, Luiz Lucas Caldas, orador, Natanael Bezerra Valle, vice orador, Sinval Lima, tesoureiro reeleito, Manoel Nazareno Bittencourt, diretor de esporte, Severino Benfica, vice diretor de esporte (A ORDEM,07/05/1938,p.2).

Já em 16/02/1941 em sessão solene  foi empossada a nova diretoria do Baixa Verde Esporte Clube,  a qual teria de reger os destinos daquela agremiação esportiva durante o exercício de 1941/1942 ficando a mesma, assim constituída:

Francisco de A. Bittencourt, presidente, Jeronimo Rodrigues da Câmara, vice-presidente, Benedito de Souza Lobo, 1º secretário, Manoel Bittencourt, 2º secretário,  Dr. Raimundo Baracho, orador, Virgilio Benfica, vice orador,  Sinval, Lima, tesoureiro, Severino Benfica, diretor de esporte, Bento Tenório, vice diretor de esporte, José Martins Benevides, diretor social bibliotecário e José Augusto de Moura, bibliotecário (A ORDEM,31/03/1941,p.2).

A 01/04/1945 em sessão solene foi empossada a nova diretoria que deveria reger os destinos do Baixa Verde Esporte Clube, no período de 1945/1946, ficando assim constituída:

Francisco de A. Bittencourt, presidente reeleito, Jerônimo Rodrigues da Câmara, vice-presidente reeleito, Olavo Silva, diretor efetivo, José Inácio Sobrinho, vice-diretor efetivo, José Maia da Silva, 1º secretário, Luiz Rodrigues Primo, 2º secretário, Orlando Alves da Rocha, tesoureiro, José Wilson Gomes Neto, orador, Francisco Zabulon, vice orador, Luiz Varela Pache, diretor de esporte, Miguel Seabra de Melo, vice-diretor de esporte, José Porpino, diretor social reeleito, Bartolomeu V. de França, bibliotecário (A ORDEM,25/04/1945,p.5).

Em 1947 o jornal A Ordem classificou o Baixa Verde Esporte Clube como um dos mais adiantados do Estado. O tradicionalíssimo Baixa Verde Esporte Clube já havia disputado com o ABC F.C e o América F. C entre outros. Possuía um campeonato de futebol conquistado na capital potiguar.

 

O BARROSO FUTEBOL CLUBE

 Em 1947 surgiu em Baixa Verde um novo clube de futebol denominado Clube Barroso, fundado na progressista e laboriosa cidade do Mato Grande, em 02/07/1947.

A primeira diretoria foi assim constituída:

Francisco Calaça, presidente de honra, Jose Maia da Silva, vice-presdidente de honra, Ivanaldo Lopes, diretor efetivo, Wanildo Queiroz, vice-diretor efetivo, Zelito Calaça, 1º secretário, Floriano Benevides, 2º secretário, Paulo Bezerra, tesoureiro, Francisco Zabulon, orador, Anacleto Lima, diretor de esporte, Antonio Costa, vice-diretor de esporte, Francisco Calaça, diretor social.

Aumentava assim o interesse pelo futebol na referida cidade (A ORDEM, 04/07/1947, p.3).

BALNEÁRIO DA PRAIA DA LIMPA


         Autorizado por lei do Congresso Legislativo e tendo em vista a urgente necessidade de sanear e melhorar a capital potiguar, o governador Alberto Maranhão, mandou construir, com recursos do empréstimo externo, várias obras que julgou indispensáveis para poder organizar a higiene e a assistência pública, melhorando as condições de vida da população de Natal.

         Dentre estas obras estava o estabelecimento de um balneário na praia da Limpa que seria construído de cimento armado, servido por um barco a vapor que o ligaria ao cais Augusto Lyra (MENSAGENS DO GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE PARA ASSEMBLEIA, 1910, p.17).

        Ao que tudo indica a construção desse balneário ficou apenas no campo das boas intenções, pois em 1924 o projeto ainda não havia sido se quer iniciado, pois segundo o Jornal do Comércio “na Praia da Limpa seria criada uma estação balneária e  em breve começaria a instalação do ramal de bondes e a edificação de vivendas de tipo moderna” (JORNAL DO COMÉRCIO, 27/08/1924, p.1).

         O atual bairro de Santos Reis espera até hoje essa obra da prefeitura do Natal.

Aspectos do Canto do Mangue nas proximidades da praia da Limpa em 1957.
Foto: Biblioteca IBGE.

Aspecto de barcos no Canto do Mangue em 1939, foto de João Alves de Melo que estampou a capa da Revista da Semana em 1939.