quarta-feira, 23 de março de 2022

A SEGUNDA PARADA DA PITOMBEIRA EM TAIPU

 

         Em 12/12/1916 a Companhia de Viação e Construções, empresa arrendatária da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, tornou público no jornal A República a autorização dada pelo aviso nº 217, de 07 de novembro de 1916, do Ministro da viação e obras públicas, o qual havia estabelecido um ponto de embarque e desembarque de passageiros no lugar denominado Pitombeira, no km 47, sendo que a resolução passaria a vigorá a partir de 15/12/1916.

         O aviso era assinado por Carlos Sampaio, chefe do tráfego e dado vistas por André Verissimo Rebouças, superitendente e A. Lima Junior, engenheiro chefe. (A REPÚBLICA, 12/12/1916, p.2).

Esse ponto de embarque e desembarque de passageiros como visto a cima se localizava 5 km antes da parada do km 52 na mesma fazenda Pitombeira, donde se conclui houve duas paradas naquela localidade.

         Este ponto estaria atualmente nas imediações do distrito de Boa Vista.

         A parada do km 52 foi inaugurada em 15/11/1907 no mesmo dia da inauguração da estação da Vila de Taipu.


Jornal A Rpública, 12/12/1916, p.2.

domingo, 20 de março de 2022

A NOVA CATEDRAL DE NATAL (PARTE I)


Prolegomenos

A catedral é a igreja principal de uma Diocese. É nela que se encontra a cátedra (cadeira) do bispo, símbolo de sua autoridade como pastor e de onde transmite seus ensinamentos aos seus diocesanos e onde se realizam os principais eventos litúrgicos da diocese, como os atos da semana santa, ordenações presbiterais, etc. 

Geralmente ao ser criado um bispado a igreja matriz é elevada a dignidade de catedral, porém, nada impede que sejam construidas catedrais propriamente ditas.

As catedrais remetem ao periodo clássico da Idade Média quando surgem os grandes e magnificos edificios para o culto católico, por isso a palavra catedral tem conotação de grandeza e esplendor,visto que nas grandes catedrais além do edificio imponente haviam as grandes obras de artes sobretudo em vitrais que conferiam as mesmas sua imponência.

A Diocese de Natal foi criada em 29/12/1909 pelo papa, hoje santo, Pio X, até então o território do Rio Grande do Norte pertencia eclesiasticamente a diocese da Paraíba. Com a criação do Bispado do Rio Grande do Norte, ou, Diocese de Natal, a então igreja matriz de Nossa Senhora da Apresentação, que era a única paróquia da capital potiguar, foi elevada a dignidade de catedral, tendo sido confirmado esse predicativo no ato de leitura da bula de criação da diocese que foi lida solenemente (Te Deum) em 29/10/1909 por ato do bispo da Paraíba, dom Aurélio de Miranda Henriques, que fora nomeado Administrador Apostólico do novo bispado até a nomeação do seu primeiro e titular bispo, que só ocorreria em 1911.

O primeiro bispo da diocese de Natal e a primeira catedral

O primeiro bispo da diocese de Natal foi dom Joaquim Antônio de Almeida que tomou posse em 11/06/1911 e permaneceu no cargo até 1915 quando renunciou por motivo de saúde. Nesse ínterim não se tem notícias de que ele houvesse cogitado a construção de uma nova catedral para a diocese ou que elevaria a nova igreja matriz de Natal em construção na Cidade Nova à condição de nova catedral.

A catedral de Natal, como já dito antes, era a igreja de Nossa Senhora da apresentação, situada a praça André de Albuquerque na Cidade Alta. Foi ela a primeira igreja de Natal, pequena, de arquitetura simples ao estilo barroco do século XVII, teve sua construção iniciada em 1601, destruída ao tempo da invasão holandesa, reconstruída após a expulsão destes, teve sua ampliação somente em 1962 com a construção da torre, desde então, pouco ou quase nada foi feito para o melhoramento ou ampliação da igreja e assim permaneceu até os dias atuais limitada em suas modestas proporções arquitetônicas.

No início do século XX o pe. João Maria, então vigário de Natal, dá início a construção da nova igreja matriz de Natal, de maiores proporções percebendo já a pequenez da matriz e antevendo o crescimento, assim como a população natalense, do número de fies católicos. Essa nova igreja começou a ser erguida num terreno situado na Cidade Nova, atualmente o bairro de Petrópolis entre as avenida Deodoro da Fonseca e floriano Peixoto com as ruas Mossoró e Apodi. As obras foram paralisadas com sua morte em 1905, chegou a ser retomada pelo seu sucessor o pe Moisés Ferreira em 1907 mas não logrou êxito ficando paralisadas logo depois.

         A igreja de Nossa Senhora da Apresentação na Cidade Alta foi a catedral de Natal até 21/11/1988 quando se inaugurou a nova e atual catedral metropolitana na Av. Deodoro, passando a ser novamente a igreja matriz da paróquia da Cidade Alta.Conservou honorificamente o predicamento de Catedral Antiga.

O sonho de uma nova catedral

O sonho de uma nova catedral para a diocese de Natal se inicia depois que dom Antônio dos Santos Cabral, o segundo bispo de Natal, tomou posse na Diocese em 1918.

Ele escreveu num jornal denominado A Cathedral em 1920 que causava constrangimento para a cidade de Natal que estava em franco progresso ter uma catedral tão acanhada que mal podia acomodar os fiéis em tempo de grandes solenidades.

Ele tomou a iniciativa de se construir então a nova catedral de Natal, e consciente das condições modestas do povo potiguar, idealizou uma catedral maior que a existente, com gosto e estilo arquitetônico e litúrgico, porém simples e a altura que as condições do povo permitissem, posto que seriam os fiéis católicos que contribuíram para sua construção.

De acordo com o Jornal do Comércio de Manaus na edição do dia 26/06/1920 ia ser iniciada a construção da nova catedral de Natal para a qual havia diversos planos arquitetônicos. (JORNAL DO COMÉRCIO, AM, 29/06/1920, p.1).

O local para essa nova catedral seria onde estava as ruínas da igreja iniciada pelo pe. João Maria em 1902.

 Em 30/06/1920 se reuniu no palácio do governo a comissão formada pró-construcão da nova catedral a qual seria responsável pela construção e arrecadação de meios para a realização do projeto. Sob a presidência do bispo diocesano, dom Antonio dos Santos Cabral, se reuniu no Colégio Santo Antonio, a  comissão central incumbida de promover os meios de se levar a efeito a construção da nova catedral da diocese de Natal. (JORNAL DO COMÉRCIO, AM, 01/08/1920, p.1).

         A sessão foi aberta com a palavra de dom Antonio Cabral, bispo diocesano, que expôs a finalidade da reunião, terminando por pedir o concurso do povo católico de Natal para a construção do novo templo.

         Em seguida o bispo indicou a comissão encarregada de promover os meios para o andamento dos serviços de construção da nova catedral a qual estava sob a presidência  do governador do Estado, Antonio de Souza.

         Por fim dom Antonio Cabral agradeceu o comparecimento de todos, o concurso das senhorinhas encarregadas dos convites para aquela reunião, terminando por convidar os membros da comissão para uma sessão no dia 01/07/1920 na igreja de Santo Antonio.

         No salão nobre do palácio do governo onde se realizou a reunião tocou uma grande orquestra, dando assim ao ato o máximo brilhantismo. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 03/07/1920, p.4).

De acordo com o jornal A Noite,dom Antonio Cabral, resolveu que a construção da nova catedral de Natal seria feita no bairro da Cidade Nova. (A NOITE, 06/06/1920, p.3).

         Dom Antonio dos Santos Cabral subscreveu uma doação de 2 contos de réis para o inicio das obras do templo, tendo igual gesto o coronel Francisco Cascudo, membro da comissão e pai do ilustre escritor e folclorista potiguar Luis da Câmara Cascudo.

Essa comissão por sua vez deliberou que deveriam ser criadas comissões em todas as paróquias da Diocese, que abrangia a época todo o território do Rio Grande do Norte, e para divulgar a ideia da construção da nova catedral de Natal foi criado o jornal A Cathedral, que até onde se sabe só teve poucas edições naquele ano de 1920.

Em 1921 a comissão central continua em atividade conforme se registra nós jornais da época, porém, em 1922 com a transferência de dom Antônio dos Santos Cabral para a então Diocese de Belo Horizonte-MG interrompe as atividades da comissão e do início das obras.

         Ainda de acordo com o referido jornal em 04/02/1921 continuavam com atividade os trabalhos da comissão central para a ereção de uma nova catedral na capital potiguar. (JORNAL DO COMÉRCIO, 04/02/1921, p.1).

         A comissão central das obras da nova catedral continuava empenhada em dar o maior desenvolvimento aos seus trabalhos apoiando em seus grandes esforços Dom Antonio dos Santos Cabral, bispo diocesano,na construção de um templo que serviria de Sé à Diocese de Natal.

         Dom Antonio Cabral estava em constante atividade, correspondendo-se diretamente com os vigários do interior do Estado, intensificando a propaganda em suas freguesias a auxiliarem a ação da comissão central em todo Estado.

         Resolveu-se pedir ao Rio Jornal, no Rio de Janeiro, a abertura de uma subscrição na colônia norteriograndense sediada naquela cidade em favor das obras da nova catedral. (JORNAL DO RECIFE, 24/09/1921, p.2).

       Em novembro de 1921 foi aprovado pelo Congresso Estadual o projeto nº 18,do deputado Pedro Soares e outros, autorizando o Governo do Estado a entrar em acordo com a Comissão Central encarregada da construção da nova catedral do Bispado, despendendo até a importância de 50:000$000, para a remoção das fundações da igreja matriz iniciada pelo Pe. João Maria, situada na Praça Pio X, no bairro da Cidade Nova, tendo em vista o aformoseamento da praça onde seria construída a nova catedral de Natal. (DIÁRIO DE PERNAMBUCO,30/11/1921,p.2).

         Nada foi encontrado até o momento a respeito do estilo arquitetônico adotado por dom Antonio dos Santos Cabral para o projeto da nova catedral de Natal.Podemos supor que se foi adotado estilo em voga a época na construção de igrejas no Brasil, este era o gótico, inclusive o estilo já vinha sendo adotado nas igrejas do Estado e até mesmo na reforma por qual passou a antiga catedral de Natal, entretanto o espírito esclarecido de Dom Antonio dos Santos Cabral tendia mais para o neoclássico ou eclético.

         Fica portanto a incógnita a esse respeito.

Dom José Pereira Alves

O terceiro bispo de Natal, dom José Pereira Alves, só tomaria posse em 1923, o qual dá prosseguimento ao projeto de construção da nova catedral dos bispado.

Em 05/04/1924 esteve reunida a comissão diretora das obras da nova catedral sob a presidência do bispo diocesano, dom José Pereira Alves, para tomar medidas inerentes a construção do majestoso edifício.

         Dom José Pereira Alves havia convidado o engenheiro Miranda  Carvalho, chefe da comissão fiscalizadora das obras do porto de Natal para levantar a planta do local onde seria erguida a nova catedral da capital potiguar. (O IMPARCIAL, 06/04/1924, p.4).

Em 1925 ele autoriza a demolição das ruínas da igreja iniciada pelo pe João Maria e a limpeza do terreno para ser iniciada a construção da nova catedral.

         De acordo com o jornal A União a obra mais momentosa da Diocese de Natal em 1925 era a construção de uma nova catedral, pois a antiga e vestuta matriz, se bem que ainda completamente reformada,já não satisfazia as necessidades do povo. (A UNIÃO, 25/12/1925, p.21).

         Naquele mesmo ano de 1925 o Congresso Estadual havia votado uma subvenção para as obras da nova catedral.

         Assim, conforme se lia no jornal O Paiz em 09/04/1925 foram inciados os serviços de construção da nova catedral com a demolição dos antigos alicerces da igreja iniciada pelo Pe.João Maria em 1902 na praça Pio X. (O PAÍZ, 10/04/1925, p.2).

É desconhecido se o estilo arquitetônico proposto por dom Antônio dos Santos Cabral foi adotado por dom José Pereira Alves nem que se tenha sido elaborado outro projeto.

Ocorreu que em 1928 dom José Pereira Alves foi transferido para a então Diocese de Niterói-RJ e pela segunda vez foi interrompida construção da nova catedral de Natal.

Em 1929 tomou posse dom Marcolino Dantas, como o quarto bispo da diocese de Natal, porém ele só retoma a ideia de construir a nova catedral de Natal no ano seguinte.É o que vermos na próxima postagem.

 

Praça Pio X o local onde seria construida a nova catedral de Natal a partir de 1920.Na imagem de 1922 é possivel vê parte das colunas da igeja iniciada pelo Pe. João Maria em 1902, quenão é evidentemente a nova catedral.

Aspecto de uma missa celebrada na praça Pio X onde se vê as paredes e colunas da igreja iniciada pelo Pe. João Maria em 1902 e que seria demolida em 1925 por ordem de Dom José Pereia Alves para dá  lugar a nova catedral de Natal.

terça-feira, 15 de março de 2022

NOTAS PARA A MEMÓRIA DO MUNICÍPIO DE IELMO MARINHO (POÇO LIMPO) PARTE 5

 

Efemérides

       A seguir algumas efemérides que contribuem para a memória histórica do municipio de Ielmo Marinho.

O Guarani Futebol Clube de Umari

       Em 1972 foi fundado no distrito do Umari em Ielmo Marinho o Guarani Futebol Clube.

Sede do Guarani do Umari.Foto: o Poti,30/12/1973, p.11.

 O Penarol de Iemo Marinho

Foto: Dario de Natal, 26/02/1972, p.4.

          A cima  o time de futebol de Ielmo Marinho o Penarol em disputa do Matutão de 1972.

Falar com o papa

         No encontro que o então papa (atualmente santo) João Paulo II manteria em Recife com 40 agricultores integrantes do Movimento de Animação Cristã no Meio Rural, o Rio Grande do Norte estaria representado por 4 camponeses, sendo eles José dos Santos, de Pureza, Teodósio Henrique de Paiva, de São Gonçalo do Amarante, Raimundo Bento Xavier, de Ielmo Marinho e Simão Paulino do Nascimento, de São Bento do Norte. (DIÁRIO DE NATAL, 03/07/1980, p.5).

Agência bancária

         Segundo o Diário de Natal em 28/02/1984 seria inaugurada a agência do Unibanco em Ielmo Marinho, situada na rua José Camilo Bezerra, 31, naquela cidade. (DIÁRIO DE NATAL, 28/02/1984, p.3).

Morte do ex-prefeito

Em 1984 morreu vitima de infarto aos 60 anos, o ex-prefeito de Ielmo Marinho, José Valdivino de Mesquita, que foi dos lideres do PSD naquele município.

         Ele foi prefeito em dois períodos, entre 1965 e 1968 e de 1973 a 1977.

         Era casado com Aliete Dias de Mesquita e tinha dois filhos, José Roberto Dias de Mesquita e Carlos Henrique dias de Mesquita.

         Ao seu sepultamento estiveram presentes lideranças políticas do município, presidentes de associações de classe e representantes do comércio local. (DIÁRIO DE NATAL, 07/02/1984, p.6).

José Valdivino de Mesquita, Ex-prefeito de Ielmo Marinho. 


NOTAS PARA A MEMÓRIA DO MUNICIPIO DE IELMO MARINHO (POÇO LIMPO) PARTE 4

 

O reitor da UFRN

        O município de Ielmo Marinho tem dentre seus filhos ilustres a figura do professor Domingos Gomes que foi o Reitor da Universidade Fedral do Rio Grande do Norte-UFRN, tendo sido eleito para o cargo em 1975.

          Eis a seguir um esboço biográfico do professor Domingo Gomes feito pelo jornal Diário de Natal:

         O professor Domingos Gomes foi considerado um dos reitores de universidade mais jovens do Brasil, contando 35 anos em 1975 quando assumiu o cargo na UFRN.

         Havia ingressado na UFRN em 1965 como chefe de gabinete do então reitor Onofre Lopes sendo rápida sua ascensão naquela instituição de ensino.

      Foi Pró-reitor de planejamento e administração, cargo criado pela reforma das universidades brasileiras.

         Domingos Gomes de Lima teve o apoio declarado do então reitor Genário Fonseca que o colocou a frente das comissões mais importantes e sempre o levava nas viagens ara tratar de assuntos com o MEC.

         Nascido em Ielmo Marinho (Poço Limpo), Domingos Gomes de Lima foi seminarista do Seminário São Pedro da Arquidiocese de Natal.Depois de deixar o seminário resolveu estudar medicina e passou um ano na Argentina, voltando a Natal e decidindo-se pelo curso de Direito, onde formou-se em 1966.

         Sua primeira atividade pública foi exercida no governo de Aluizio Alves gerenciando o projeto de auto-construção do bairro das Rocas, executado pela FUNDHAP (depois COHAB),após um curso de aperfeiçoamento na Colômbia.

         Em seguida foi para a UFRN convidado pelo então reitor Onofre Lopes para ser seu chefe de gabinente.

         Foi professor de Ciências Politicas do Instituto de Ciências Humanas e era considerado a maior autoridade em reforma universitária no Rio Grande do Norte, um trunfo que certamente pesou muito na decisão final de escolhê-lo entre integrantes da lista sêxtupla.

Era casado com a advogada Laris Cortez de Lima, tinha 3 filhos, era torcedor do América, gostava muito de banho de mar, mas seu verdadeiro hobby, segundo sua mulher era “trabalhar, trabalhar, trabalhar”.

         Suas leituras se concentravam em tratados de administração e orçamento, mas no passado já havia consumido muitas novelas policiais e de suspense. Sua característica maior, era um enorme bigode a moda mexicana. (DIÁRIO DE NATAL, 26/04/1975, p.12).

Professor Domingos Gomes, ex reitor da UFRN

.

O Reitor Domingos Gomes (o segundo a esquerda) examinando a planta do Campus Universitário em 1978.



NOTAS PARA A MEMÓRIA DO MUNICÍPIO DE IELMO MARINHO (POÇO LIMPO) PARTE 3

 

A energia de Paulo Afonso

         Em 20/01/1970 o governador Walfredo Gurgel esteve em Ielmo Marinho para a inauguração da energia elétrica da cidade tendo sido na ocasião o 65º município do Rio Grande do Norte a receber a energia vinda da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso-BA e distribuída por meio da COSERN. (DIÁRIO DE NATAL, 20/01/1970, p.4).

Estiveram presente além do governador os secretários do Governo, o prefeito José Mesquita, prefeitos da região, diretores da COSERN, os engenheiros Rômulo Galvao, presidente, Wober Lopes Pinheiro, diretor comercial, Homero Barros, direto técnico e Oswaldo Monte, diretor de relações públicas.

         Em 1973 a prefeitura de Ielmo Marinho contratou empréstimo no Banco do Nordeste com interveniência da COSERN no valor de Cr$ 100.000,00 para a construção da rede de distribuição da energia urbana da cidade e nos distritos de Umari dos Gonçalves e Boa Vista. (DIÁRIO DE NATAL, 28/02/1973, p.3).

         A inauguração do sistema de iluminação dos distritos de Umari e Boa Vista em Ielmo Marinho ocorreu em 22/11/1973 realizada em praça pública e na presença de milhares de pessoas, prefeito, vereadores, funcionários e autoridades locais.

         De acordo com o jornal Diário de Natal a população de Umari viveu um dia de intensa festividade, aguardando o instante em que o Sr. Jesus de Oliveira Campelo, diretor da COSERN, representando o Governador Cortez Pereira, acionou o botão que fez acender as luzes dos postes e residências para a alegria da pequena localidade que passava a ter luz elétrica não como um objeto de adorno, mas que serviria para o desenvolvimento social e econômico da região cuja fonte de produção era a agricultura e pecuária, escreveu o referido jornal.

         Por volta das 23h00 foi a vez do distrito de Boa Vista ter inaugurado o sistema de eletrificação tendo o presidente da COSERN ligado o botão sob vivas e aplausos da população local que saiu as ruas para agradecer ao representante do governador  pelo melhoramento que chegava ao povoado.

         O Governador Cortez Pereira não se fez presente em ambas às inaugurações por motivo de saúde. (DIÁRIO DE NATAL, 23/11/1973, p.6).

Enchente de 1974

         Na noite de 10/07/1974 caiu forte chuva em Ielmo Marinho ameaçando novas inundações na cidade deixou  na iminência de arrombamento o açude Juvenal Lamartine, de 12 milhões de m³ de reservatório.

         Caso tivesse sido arrombado o açude ocorreria fatalmente uma catástrofe,pois as suas águas seriam lançadas em outro açude menor de propriedade de Antonio Ribeiro, de cerca de 2 milhões de m³, ainda em Ielmo Marinho, de onde desceriam as águas inundando Macaiba e São Gonçalo do Amarante.

         Entretanto, o secretario de agricultura do município agiu na situação de emergência cuidando da desobstrução do sangradouro do grande açude com tratores,possibilitando a vazão das águas e sanando o perigo eminente. (DIÁRIO DE NATAL, 12/07/1974, p.3).

         Mesmo assim o município de Ielmo Marinho ficou ilhado em decorrência das enchentes no rio Potengi e a situação só tendia a se agravar.

Panorama

         Em 1967 foi aprovado pela SUDENE o Projeto Potengi que seria instalado no município de Iemo Marinho no valor superior a NCr$ 6.005,00 para a exploração de pecuária bovina com produção de matrizes selecionadas da raça Nelore e recria e engorda de mestiços Zebu.

         O Censo do IBGE apontou que haviam 9.723 habitantes em Ielmo Marinho, dos quais 4.818 eram homens e 4.729 mulheres.Apenas 579 residiam na sede municipal. (DIÁRIO DE NATAL, 27/10/1970, p.1).

          De acordo com o Diário de Natal o municipio de Iemo Marinho tinha em 1975 cerca de 10.000 habitantes.Sendo servido pela RN-003, estrada que se ligava a BR-304 em Santa Maria e se prolongava até Ceará-Mirim.No km 18 dessa estrada estava situada a sede municipal de Ielmo Marinho (DIÁRIO DE NATAL, 04/02/1975, p.5).

         Naquele ano de 1975 foram entregues pelo governador Cortez Pereira mais 149 títulos de venda de terras devolutas do Estado a posseiros do município de Ielmo Marinho.

         O ato de entrega dos títulos teve lugar na localidade de Pororocas, onde o governador fez dos posseiros os legítimos proprietários dos 1.720 hectares de terras localizadas nos distritos de Serrote Coberto, Pororocas, Lajes dos Torreões e Capivara. (CORREIO BRASILIENSE, 16/03/1975, p.32).

         O deputado estadual Paulo Gonçalves apresentou requerimento ao secretário de educação e ao governador do Estado a recuperação de um grupo escolar na localidade de Canto de Moça e a construção de um outro em Lagoa das Lajes, ambos em Ielmo Marinho.

         Em Canto de Moça o prédio do grupo escolar estava péssimas condições e as aulas estavam sendo realizadas na igreja local. Já Lagoa das Lajes que tinha considerável população na faixa etária escolar não possuía estabelecimento de ensino. (DIÁRIO DE NATAL, 16/09/1978, p.5).O requerimento foi aprovado na sessão da Assembleia Legislativa do dia 11/10/1978.

         Em 25/02/1979 a TELERN comunicava aos usuários que ativado o Posto de Serviço Telefônico de Ielmo Marinho.A partir de então os usuários daquela cidade poderiam realizar ligações interurbanas para todo o Estado e do País devendo os mesmos se dirigirem ao PS e solicitar a ligação a telefonista.

         Já os assinantes das demais cidades do Rio Grande do Norte para ligarem para Ielmo Marinho deveriam discar o número 101 e solicitar a chamada. (O POTI, 25/02/1979, p.2).

         O Censo do IBGE de 1980 registrou uma população de 9.301 habitantes no município de Ielmo Marinho e contava 2.562 eleitores em 1982.

        A CAERN publicou o edital de tomada de preços para a implantação de obras do sistema de abastecimento de água de Ielmo Marinho em 05/08/1980.Em  17/10/1981 o governador Lavoisier Maia esteve em Ielmo Marinho para inaugurar o serviço de abastecimento de água da cidade. Os investimentos foram de Cr$ 7,5 milhões e beneficiariam 1.000 pessoas, através de uma rede de distribuição de 2 km, com uma adutora de 1.200 metros e um reservatório com capacidade para 50m³. (DIÁRIO DE NATAL, 16/10/1981, p.1).




Aspecto de uma rua em Ielmo Marinho