Em
1907 foi publicado o livro The New Brazil
de Marie Robinson Wright onde tem o
capitulo dedicado ao Rio Grande do Norte.Eis o que escreveu a citada autora
sobre o estado potiguar.
Tradução
Capitulo XXIX
RIO GRANDE DO NORTE
O
Estado do Rio Grande do Norte ocupa uma posição única no mapa do mundo, marcando
o ponto mais oriental do continente da América. No norte e leste, faz fronteira
com Oceano Atlântico, o que lhe confere uma extensa linha costeira; a oeste, é
delimitada pelo Ceará, e no sul por Paraíba.
Nenhum
Estado no Brasil registrou progresso industrial mais acentuado nos últimos dez
anos do que Rio Grande do Norte, cujo povo desenvolveu um espírito de energia e
empreendimento que geralmente não é creditado aos habitantes dos países
tropicais.
Embora
este estado esteja entre o quinto e o sétimo graus de latitude sul, perto do
equador, seu clima é tão modificado pela brisa do mar e a altitude das serras
que a atravessam todas as direções que o calor nunca é excessivo, mesmo no verão.
Na
costa a terra é baixa e arenosos, grandes extensões de depósitos salinos estendendo-se
para o interior por quilômetros ao longo da costa norte. Cem mil toneladas de
sal são enviados anualmente a partir desta parte do Estado para os portos do
sul do Brasil.
O
chefe centro da indústria do sal é o Mossoró, situado no rio com o mesmo nome,
que drena a parte ocidental do Estado e deságua no Oceano Atlântico através de
um estuário que divide o Rio Grande do Norte do Ceará.
Além
do Mossoró o estado é regado pelo Piranhas, um rio largo que tem sua nascente
no estado de Paraíba, e depois de receber as águas de inúmeros afluentes,
atravessa os dois Estados m seu curso para o Atlântico.
Muitos
pequenos riachos fluem para leste a partir das serras e vazios no Oceano
Atlântico, sendo o Ceará-Mirim o mais importante deles. A Serra da Borborema,
que se estende através da região leste, com suas numerosas esporas e ramificações,
é a principal montanha cadeia do Estado, embora João Valle, Luiz Gomez e Martins
são serras de considerável altitude no oeste, os dois sistemas de montanhas
sendo divididos pelo vale das piranhas.
A
construção do ferrovia que agora conecta Natal, capital do Rio Grande
Norte,
com várias importantes cidades do interior do estado e, através delas, com os
estados vizinhos da Paraíba e Pernambuco, estimulou bastante a atividade
comercial; desenvolvimento industrial é mostrando avanço constante sob as
condições aprimoradas que melhor transporte instalações trouxeram.
A
ferrovia não apenas contribuiu para o "novo despertar", mas a conclusão
das obras portuárias da capital colocou essa cidade na estrada tráfego marítimo
e vapores do Lloyd-Brazileiro e de outras linhas, que antes eram ancorada longe
para evitar as ondas turbulentas que atravessaram todas as barreiras e fizeram
o desembarque durante algumas partes do ano quase uma impossibilidade, - agora
entre no porto e descarregar ao lado das novas docas.
O
espírito empreendedor que reina em todas as partes do Brasil é particularmente
notável, como já foi observado, neste Estado, que, embora sempre tenha avançado
em termos sociais e questões educacionais, até agora não tem sido notável no
setor industrial e comercial. progresso, fato facilmente explicado pelas
dificuldades que precisavam ser superadas antes da ferrovia comunicação foi
estabelecida e o tráfego oceânico incentivado a buscar seus portos. Agora o condições
são excepcionalmente favoráveis para um rápido aumento de riqueza e
prosperidade. o
O
governo dedicou atenção especial à melhoria dos distritos do interior de
o
Estado, que, há alguns anos, sofria de uma seca severa. A fim de fornecer
contra reincidência do desastre e garantir proteção aos habitantes da zona
seca, planeja adotadas para afundar poços artesianos, construir barragens e
reservatórios e outras empresas projetadas para melhorar as condições
existentes. Os prêmios também são pagos pelo governo aos cidadãos que constroem
reservatórios, poços artesianos etc. em suas propriedades.
Novas
ferrovias estão em construção para conectar o interior remoto à costa, que os distritos industriais possam ser
facilmente comunicados com os melhores mercados.
O
Ceará-Mirim e outras ferrovias levarão os produtos do interior para o porto, e
linhas estão sendo construídas para atravessar o Estado e alcançar os servos do
oeste. O chefe ferrovia atualmente em operação pertence ao Great Western do
Brasil e compreende 121 quilômetros dentro do Estado, estendendo-se de Natal,
no litoral leste, até Guarabira, na fronteira sul e passando pelas cidades de São
José de Mipibu, Nova Cruz e outras.
Nesta
região, o cultivo de açúcar e algodão gera uma receita importante,
enquanto
no interior são finos pastos. O solo e o clima da serra fazem com que
parte
do Estado particularmente adaptada à pecuária e à indústria de laticínios,
embora nem desses interesses foi completamente explorado. A imigração é
desejável, não apenas para fornecer o trabalho necessário para conduzir
empreendimentos de grande magnitude, mas também para estabelecer comunidades
que desenvolverão os recursos do Estado de maneira permanente e satisfatória.
Atualmente,
a principal riqueza é derivada da cana-de-açúcar e algodão no distrito da costa
leste, óleos essenciais, resinas, plantas medicinais e produtos da carnaúba nos
sertões, e criação de gado nas serras. A área do Rio Grande do Norte é de
trinta mil quadrados milhas e sua população meio milhão.
O
valor dos produtos exportados anualmente através da capital equivale a quase um
milhão de dólares em ouro.
Sob
a administração do Dr. Antonio Jose de Mello Souza, que sucedeu o Dr. Augusto Tavares
de Lyra como governador quando este foi chamado ao gabinete do Presidente Afonso
Pena, o progresso do Estado continuou refletindo a política liberal e judiciosa
de um governo que busca promover seu desenvolvimento social, industrial e
comercial.
O
governador é escolhido a cada quatro anos, o executivo recém-eleito, cuja
inauguração ocorrerá em 1908, sendo o Dr. Alberto Maranhão, conhecido como estadista,
não apenas em sua próprio Estado, mas nos conselhos mais altos da nação.
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Marie Robinson Wrigth ilustrou o capitulo
referente ao Rio Grande do Norte com as seguintes imagens.
WRIGHT, Marie Robinson .The New
Brazil, 1907, p.442.
WRIGHT, Marie Robinson .The New Brazil, 1907, p.440. |
WRIGHT, Marie Robinson .The New Brazil, 1907, p.439. |
WRIGHT, Marie Robinson .The New Brazil, 1907, p.441. |
Fonte:
WRIGHT,
Marie Robinson .The New Brazil. Second Edition, Revised and Enlarged. Philadelphia:
George Barrie & Sons, 1907. p.440-442.
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