Taipu é uma terra pequena, onde, dos devaneios de nossos avós, amores dos nossos pais e sonhos enluarados da infância, fazem dela o relicário da nossa meninice, tão longe e tão perto do coração. Dir-se-ia que naquele rincão descansava a felicidade no meio da carência de tudo. Luís Viana, poeta taipuense.
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segunda-feira, 23 de março de 2015
terça-feira, 17 de março de 2015
Ainda sobre o discurso da seca na construção da EFCRN
Com
o titulo ‘lucta contra os effeitos das secas’ a mensagem do governador do
estado Antonio José de Mello trazia um
relato sobre a construção da EFCRN que serviria para amenizar os efeitos
desoladores da seca que sofria o RN.Segundo ele (1907, p. 8) "Continuam
em actividade os trabalhos emprehendidos pelo governo federal no sentido de
attenuar os effeitos das seccas que periodicamente, e agora com tanta
frequência assolam o Estado".
A seca sempre estava como pano de
fundo nos discursos dos governantes que queriam adquirir os recursos do governo
federal para a realização de obras de infraestrutura que pudessem servir de
ocupação para os milhares de retirantes que se concentravam na capital vindos
fugindo das longas estiagens no interior do RN. Ainda segundo o relatório de Antonio
José de Mello (1907, p. 8) “a estrada de
ferro de penetração [...] estende seus trilhos em busca do sertão,
attingindo já a Villa de Taipú a
extremidade da linha construída”.A construção estava a frente do jovem
engenheiro José Luiz Baptista.
Fonte:
MELLO, Antonio José de. Mensagem
apresentada ao Congresso legislativo em 1º de novembro de 1907 pelo governador
Antonio José de Mello e Souza.Natal:
Typographia d’ARepublica,1907.
O traçado da ferrovia EFCRN
O relatório do governador Tavares de Lyra a
EFCRN fornece a noção do traçado da EFCRN que deveria ser construída no prolongamento
da de Ceará–Mirim.Segundo Tavares de Lyra (1906, p. 9) a ferrovia deveria
seguir:
accompanhando o curso
do rio deste nome, em demanda da sua
cabeceira na linha divisória das águas pertencentes a bacia do Piranhas ou
Assú; atravessará em seguida e sem dificuldade este divortium auquarum e
cortando nas prosimadades de suas cabeceiras, o rio Pata Choca, affluente do
Assú, procurará alcançar a margem esquerda deste ultimo descendo pelo vale de
seu affluente Caraú ou Sant’Anna do Matos até perto da povoação de São Raphael,
onde se inclinará para o S.O a fim de subir o curso do Piranhas (Assú); de S.
Raphael em diante a estrada segurá pela margem direita do Assú até a cidade de
Caicó, e depois, internando-se no estado da Parahyba, atravessará o Piranhas
próximo dos municípios de Souza e de Pombal, de modo a alcançar o Valle do rio
do Peixe, pelo qual subirá até transpor o
divisor de águas deste rio e do Jaguaribe no Ceará, onde irá encontrar a estrada de ferro de Baturité no
ponto mais conveniente.
Como visto a cima a linha de
penetração percorreria a parte central da região assolada pela seca e se ligaria
a rede de viação férrea do Ceará e a rede que já se estendia de Alagoas
ao Rio Grande do Norte.Esse traçado da ferrovia estava dentro do Plano Geral de
Viação do governo federal que visava ligar todos os estado brasileiros.
Já se previa outros futuros ramais
ferroviários no estado que seriam interligados a EFCRN como afirma Tavares de
Lyra ( 1906, p. 9):
nella poderá se entrocar novos ramaes que partam de Macau e Mossoró,
será no futuro, a linha principal de uma vasta rede que attenderá de múltiplas
necessidades de transporte em uma região em que
elle se faz difícil e imperfeitamente em costas de animaes
a ferrovia virá a ser, portanto, uma
estrada de socorro em tempo de calamidade e um
elemento seguro de progresso nas épocas normais. ( 1906, p. 9).
LYRA,
Augusto Tavares.Mensagem lida perante o
Congresso Legislativo do Estado em 14 de julho de 1906 pelo
governador Augusto Tavares de Lyra
Sobre a ferrovia no discurso da seca
A
lei n 1.145 de 31 de dezembro de 1903
autorizava o governo proceder com os estudo
da estrada de ferro que “partindo do ponto mais conveniente do litoral
fosse ter na região mais assolada pela seca”.Além da seca outra razão para se
construir o traçado proposto pela comissão de estudos, encabeçada pelo
engenheiro Sampaio Correia era “a necessidade de por a Capital em fácil
communicação com o interior” (Lyra, 1906,
p.8).
As ferrovias eram consideradas um meio absolutamente
necessário para o desenvolvimento da indústria no Estado, assim pensavam os
governadores do RN, param quem as estradas de ferro seriam a forma mais
concreta de promover o desenvolvimento do estado.Segundo o governador Tavares
de Lyra ( 1906, p.8):
Si o
caminho de ferro é sempre o factor mais poderoso do desenvovimento material de
um povo, si é em grande parte a sua rede
enorme de cominhos de ferro que a
Republica dos Estados Unidos da América do Norte deve a sua prosperida, n’este Estado –o caminho de ferro é condição
imprescindível de progresso e civilisão.
Não há meios de comunicação e o transporte de carga é
feito por preços tão exagerados que não
há industria que possa subsistir. A importantíssima estrada de ferro para o
Ceará Mirim parece que em breve será uma realidade. (p. 15).
Sobre
a potencialidade do estado na agricultura
Segundo o relatório do governador Alberto Maranhão o RN possuía
terras fertilíssimas que “prestavam-se a
cultura da canna de assucar, do algodão, fumo, feijão, milho, arroz e outros
cereas” (MARANHÃO , 1906, p. 14).
Fonte:
MARANHÃO, Alberto. Mensagem
lida perante o Congresso Legislativo do Estado do Rio Grande do Norte pelo
governador Alberto Maranhão.Natal: Typogrphia d’ARepublica, 1905.
LYRA, Augusto Tavares. Mensagem
lida perante o Congresso Legislativo do Estado do Rio Grande do Norte pelo
governador Augusto Tavares de Lyra.Natal: Typogrphia d’ARepublica, 1906.
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