terça-feira, 17 de março de 2015

O traçado da ferrovia EFCRN


            O  relatório do governador Tavares de Lyra a EFCRN fornece a noção do traçado da EFCRN que deveria ser construída no prolongamento da de Ceará–Mirim.Segundo Tavares de Lyra (1906, p. 9) a ferrovia deveria seguir:
accompanhando o curso do rio  deste nome, em demanda da sua cabeceira na linha divisória das águas pertencentes a bacia do Piranhas ou Assú; atravessará em seguida e sem dificuldade este divortium auquarum e cortando nas prosimadades de suas cabeceiras, o rio Pata Choca, affluente do Assú, procurará alcançar a margem esquerda deste ultimo descendo pelo vale de seu affluente Caraú ou Sant’Anna do Matos até perto da povoação de São Raphael, onde se inclinará para o S.O a fim de subir o curso do Piranhas (Assú); de S. Raphael em diante a estrada segurá pela margem direita do Assú até a cidade de Caicó, e depois, internando-se no estado da Parahyba, atravessará o Piranhas próximo dos municípios de Souza e de Pombal, de modo a alcançar o Valle do rio do Peixe, pelo qual subirá até transpor o   divisor de águas deste rio  e do Jaguaribe no Ceará, onde irá  encontrar a estrada de ferro de Baturité no ponto mais conveniente.
            Como visto a cima a linha de penetração percorreria a parte central da região assolada pela seca e se ligaria a  rede de viação férrea  do Ceará e a rede que já se estendia de Alagoas ao Rio Grande do Norte.Esse traçado da ferrovia estava dentro do Plano Geral de Viação do governo federal que visava ligar todos os estado brasileiros.
            Já se previa outros futuros ramais ferroviários no estado que seriam interligados a EFCRN como afirma Tavares de Lyra ( 1906, p. 9):
 nella poderá se entrocar  novos ramaes que partam de Macau e Mossoró, será no futuro, a linha principal de uma vasta rede que attenderá de múltiplas necessidades de transporte em uma região em que  elle se faz difícil e imperfeitamente em costas de animaes
            a ferrovia virá a ser, portanto, uma estrada de socorro em tempo de calamidade e um  elemento seguro de progresso nas épocas normais. ( 1906, p. 9).

LYRA, Augusto Tavares.Mensagem lida perante o  Congresso Legislativo do Estado em 14 de julho de 1906 pelo governador  Augusto Tavares de Lyra

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