quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

A CRIAÇÃO DA PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO NO ALECRIM (BAIXA DA BELEZA)



         Em 20/01/1949 foi criada a paróquia de São Sebastião situada na Avenida Cel. Estevam no bairro do Alecrim, a época o lugar era chamado de Baixa da Beleza e foi a 4 paróquia criada na capital potiguar.
         Até aquela data a cidade de Natal ficará tinha 3 paróquias, a saber:  a de N. S. da Apresentação, na Cidade Alta, a do Bom Jesus da Dores, na Ribeira, a de São Pedro, no Alecrim a quarta, portanto, seria a nova, a de São Sebastião da Baixa da Beleza.
Segundo o jornal A Ordem “no dia em que a Igreja celebrará a festa em honra de São Sebastião a transcorrer a 20 deste, vai a Diocese de Natal criar uma nova paróquia, que como era natural, será confiada a proteção do grande soldado-mártir”.
         Ainda segundo o citado jornal foi uma acertada medida do Sr. Bispo Diocesano, que sempre está atento as necessidades do seu rebanho, realizando, animando, aplaudindo e orientando tudo o que venha fortalecer a religião católica.Viu, sentiu a urgência  com que os milhares de fiéis do popularíssimo bairro do Alecrim reclamavam a criação  daquela paróquia, cuja preparação da há muito vem sendo feita pelo dedicado apostolado que os padres da Sagrada Família ali desenvolvem, principalmente o infatigável padre Luiz Klur.
         A Baixa da Beleza é atualmente um populoso bairro que dia a dia aumenta, na ânsia de acompanhar o formidável desenvolvimento do Alecrim. A sua densa população é pobre.Isto, entretanto, não arrefece a fé dos fiéis.
         Pelo contrário, todos os atos religiosos que se celebram na capela de São Sebastião são concorridos, reinando sempre, o fervor religioso e a piedade dos devotos do milagroso patrono contra as pestes, fome e guerra.
         O futuro vigário da nova paróquia, que D. Marcolino escolheu com justiça, padre Luiz, está radiante com o seu paroquiato. Gente pobre é verdade, dizia-nos há pouco, o digno sacerdote, mas mesmo assim esperamos fazer alguma coisa. E de fato, suas virtudes sacerdotais asseguram a florescência da paróquia que lhe foi confiada, a qual, muitos benefícios fará, com a ajuda de Deus, ao bom povo alecrinense.
  Fonte: A Ordem, 18/01/1949, p.2.
         Neste ano de 2019 a paróquia de São Sebastião na Av. Cel Estevam (Av 9) celebra seu 70º aniversário de criação. Deo Gratia!.
  A antiga e atual fachada da igreja matriz da paróquia de São Sebastião

Fonte: site da paróquia.

 Elenco dos párocos da paróquia São Sebastião
1º - Pe. Luiz Klur (MSF)                               21/01/1949.
2º - Pe. Evaldo Behe - alemão (MSF)            04/11/1956.
3º - Pe. Estevam Quodt (MSF)                      12/03/1959.
4º - Pe. Guilherme Mirlembrikq (MSF)           01/04/1960.
5º - Pe. João Began (MSF)                           28/02/1963.
6º - Pe. Francisco Dera (MSF)                      19/04/1964.
7º - Pe. Estanislau Kompomonski (MSF )      25/08/1966.
8º - Pe. Valdemar Fernandes de Pinho         17/03/1968. 
(1º Pároco brasileiro a assumir a paróquia São Sebastião), nascido em no dia 01 de novembro de 1934 e foi ordenado em 07 de julho de 1963.
9º - Pe. Mariano Moraques Zaforteza (SJ)     08/08/1991.
10º- Pe. José Freitas Campos                      10/01/1993.

Fonte: site da paróquia.

A INAUGURAÇÃO DA MATERNIDADE DE NATAL


       A maternidade de Natal foi inaugurada em 12/02/1950 e segundo o jornal A Ordem “dentro em breve a nossa capital será dotada de um grande melhoramento com a solenidade de inauguração da Maternidade de Natal, majestoso prédio que se ergue no populoso bairro de Petrópolis.”
         Tendo a frente o Dr. Januário Cicco, a Maternidade de Natal vem concretizar o velho sonho da população não somente da capital, mas também de todo Estado, das as suas nobres e elevadas finalidades dizia ainda o referido jornal.
                                      A maternidade de Natal



        Após ter passado grandes reformas a casa que durante a última guerra mundial serviu de Hospital Militar será entregue ao público com a solene inauguração no dia 12/02/1950.
        A solenidade teve inicio as 08h00 e foi organizado com caprichoso programa do qual constou com a benção da Capela e do edifício e missa celebrada pelo bispo de Natal dom Marcolino Dantas, as 10h00 houve a sessão solene da Sociedade de Assistência Hospitalar, no anfiteatro da Maternidade foi servido um coquetel as autoridades presentes, as 15h00 foi realizada a entronização da imagem do Coração de Jesus pelo Mon. Celso Cicco (irmão do Dr. Januário Cicco) e vigário da paróquia de Ceará-Mirim e em seguida visitação pública que se prolongaria até as 20h00 daquele dia.
Fonte: A Ordem, 08/02/1950, p.4.
       Atualmente a maternidade é denominada Maternidade Januário Cicco e pertence a UFRN.
                                        Maternidade Januário Cicco




O NOVO RELÓGIO DA CATEDRAL DE NATAL



         Adquirido em São Paulo pela prefeitura de Natal o relógio marcava as horas a cada 30 minutos e tinha dois mostradores luminosos
         O relógio foi comprado pelo secretário da fazenda do município de Natal João Ferreira de Souza em viagem ao sul do Brasil. A encomenda chegou a capital e em breve seria instalado no alto da torre da catedral de Natal na Cidade Alta.
         O relógio foi adquirido aos fabricantes Vitalino Michelini & Filhos de São Paulo por Cr$ 12.914,20 e era dotado de mostradores luminosos, batendo as horas e meia horas.
        A baixo imagens da catedral de Natal na década de 1950 onde se vê o relógio instalado na torre.
                      A Catedral de Natal na década de 1950

         A firma Carlos Farache foi encarregada de fazer a instalação do relógio que seria no mesmo local do antigo, ficando os mostradores voltados para a praça André de Albuquerque e a rua Santo Antônio.
         A montagem do novo carrilhão teria inicio por aqueles dias já estando o Sr. Carlos Farache de posse dos esquemas respectivos para os estudos necessários à perfeita instalação do relógio segundo publicado no jornal A Ordem.
Fonte: a ordem, 23/01/1946, p.1.

Antiga catedral de Natal atual Matriz da Apresentação na Cidade Alta


O PAÇO EPISCOPAL QUE NATAL NUNCA TEVE



         O paço episcopal, também chamado de palácio episcopal, é a residência do bispo/arcebispo de uma diocese/arquidiocese.
         A diocese de Natal foi criada em 29/12/1909 e seu primeiro bispo tomou posse em 1911, tendo sido ele o potiguar natural de Goianinha Dom Antônio Joaquim de Almeida.
         Mesmo depois de criada a diocese as condições financeiras da circunscrição eclesiástica não permitia a construção de um palácio a altura da dignidade eclesiástica episcopal (para a Igreja Católica todo bispo tem a dignidade de Príncipe da Igreja).O bispo de Natal residia então num casarão situado a rua Santo Antônio, na Cidade Alta em frente a igreja Santo Antônio, a igreja do Galo, e ficou sendo desde então conhecida como paço episcopal.
         A sociedade natalense se ressentia da pobreza franciscana do casarão que servia de ‘palácio episcopal’ do bispo de Natal. Como ocorreu ao político e jornalista Elói de Souza a escrever artigos nesse sentido no jornal A República onde tinha uma coluna
Já o jornal A Ordem observou sobre as colunas de Elói de Souza:  “Parece ironia chamar-se Paço ao velho casarão em que mora o Bispo de Natal.O que o Dr. Elói de Souza escreveu há pouco nas colunas da A República sobre a residência do prelado natalense merece divulgação e pede uma providência.O ilustre homem público disse o que viu e o que sentiu.Realçou a pobreza da casa, a modéstia franciscana em que vive D. Marcolino Dantas - o bispo que cuidou dos outros e se esqueceu de si mesmo, que organizou dioceses para outros bispos e ficou na humildade do seu bispado contente pelo bem que fez e satisfeito com o nada que lhe restou”.
O constrangimento pela falta de uma palácio episcopal condigno ao tamanho da dignidade de Dom Marcolino Dantas perante seus relevantes serviços em prol do povo católico e da sociedade em geral era visível nos jornais e reclamava por isso a construção de uma paço episcopal.
         Se D. Marcolino sente-se bem com a modesta casa em que mora, nós, porém, não nos podemos sentir assim. A Diocese de Natal precisa de uma residência para o seu bispo dizia o jornal A Ordem.
         Nesse sentido o jornal também aderiu a campanha em prol da construção de um palácio episcopal: “As nossas colunas estão abertas para a campanha. Sentimo-nos bem em cumprir deste modo um dever de gratidão para como Exmo. Sr. Bispo D. Marcolino e uma obrigação de justiça para com a Diocese”.
         Foi criada uma comissão composta pelo Vigário Geral do Bispado, mons. João da Mata, os Vigários da Catedral, os provedores das Irmandades do SS. Sacramento, do Passos e de São João e os presidentes das associações religiosas da cidade para iniciar a campanha de construção do palácio episcopal. Vamos dar a Diocese um palácio para o Bispo, dizia o jornal A Ordem.
         Vale ressaltar que Dom Marcolino Dantas nunca fez questão pela construção de um novo palácio episcopal, tamanha era sua simplicidade, mais inclinada a promover o bem do povo do que a si próprio.A iniciativa foi das pessoas que queriam ver o prelado em uma residência condigna a suas merecedoras virtudes e estima do povo católico natalenses pela sua pessoa.
Morreu sem vê realizada a obra, pois até onde sabe o paço episcopal de Natal foi sempre o mesmo casarão habitado desde o primeiro bispo de Natal dom Joaquim de Almeida até os dias atuais onde reside arcebispo titular da arquidiocese Dom Jaime Vieira Rocha.
        
                                      O "Paço Episcopal" de Natal
Fonte: google earth.

Fonte: A Ordem, 28/01/1944, p1.


SOBRE A HISTÓRIA DO GINÁSIO SANTA LUZIA DE MOSSORÓ



         O Ginásio Diocesano Santa Luzia de Mossoró é um tradicional estabelecimento de ensino secundário da cidade de Mossoró e região oeste do estado.
Fundado em 02/03/1901 pelo Bispo da Paraíba Dom Adauto de Miranda Henriques naquela data em visita pastoral aquela circunscrição (a época todo o estado do Rio Grande do Norte pertencia eclesiasticamente ao então bispado da Paraíba).
         Segundo o jornal A Ordem o funcionamento do Ginásio Santa Luzia era uma necessidade premente, tendo-se em vista o grande desenvolvimento do município de Mossoró e a facilidade de comunicações com os outros centros de real importância na vida econômico-social do Rio Grande do  Norte.
         Recebendo o nome de Santa Luzia, excelsa padroeira dos mossoroense, o utilíssimo educandário teve como seu primeiro diretor o Cônego Estevam Dantas que, durante 5 anos exerceu aquelas funções, conseguindo colocar o novo estabelecimento da zona oeste do Estado em condições de poder cumprir as altas finalidades que determinaram a sua criação.
                               Colégio Santa Luzia de Mossoró
Font: A Ordem, 1943.

        
Nos 2 anos seguintes, ou seja, em 1907, já com outros diretores, surgiram dificuldade que se agravaram ao extremo de provocar o fechamento do estabelecimento.
         Criada a Diocese de Natal, em 1909; seu primeiro Bispo, D. Joaquim Antônio de Almeida estudou a situação e, em 1912, providenciou a reabertura do estabelecimento, confiando a direção do mesmo aos franciscanos  Frei André de Araújo e Frei João Batista de Morais.
         Nesse período o Ginásio Santa Luzia passou por períodos de grandes prosperidades e períodos difíceis, sendo de justiça salientar os frutíferos 8 anos que esteve o  estabelecimento sob a direção do Cônego Amâncio Ramalho, que deixou perduráveis sinais de sua operosa passagem, como a construção do andar superior do edifício, dando-lhe a ampla e elegante fachada que ostentava na década de 1940.Com o auxilio do
Estado, aquele sacerdote dotou o Ginásio de laboratório de ciências físico-naturais, condição indispensável para obter inspeção federal.
         O Ginásio mereceu sempre a solicitude dos preclaros antistites D.  Antônio Cabral, D. José Pereira Alves e D. Marcolino Dantas, até a elevação de Mossoró a Diocese.
         Criado o bispado de Mossoró, estava na direção do Ginásio o padre Jorge O’Grady de Paiva, na qual ainda hoje permanece, pondo em beneficio daquela benemérita e sólida obra educacional toda a sua vasta cultura, aureoladas das virtudes que o sacerdócio lhe confere.Graças a sua sábia orientação o Ginásio recebeu a inspeção federal.
A inspeção federal
         O decreto nº 11. 930 de 17 de março de 1943 concedeu reconhecimento sob regime de inspeção permanente aos curso ginasial do Ginásio Santa Luzia com sedo em Mossoró, estado do Rio Grande do Norte.A baixo o teor do decreto.
DECRETO Nº 11.930 DE 17 DE MARÇO DE 1943
         Concede reconhecimento sob, regime de inspeção permanente , ao curso ginasial do Ginásio Santa Luzia, com sede em Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte.
O presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 74, letra “a” da Constituição, e nos termos do artigo 72, da lei orgânica do ensino secundário decreta:
         Artigo 1º- É concedido, reconhecimento, sob regime de inspeção permanente, ao curós ginasial do Ginásio Diocesano Santa Luzia com sede em Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte.
         Artigo 2º- revogam-se as disposições em contrário.
         Rio de Janeiro, 17 de março de 1943, 122º da Independência e 55º da República.
GETÚLIO VARGAS
Gustavo Capanema
Fonte: a ordem, 27/04/1943, p.1.

                A baixo as imagens do inspetor federal junto ao Colégio Santa Luzia e o diretor do Ginásio em 1943, respectivamente.

Fonte: A Ordem,1943.