O paço episcopal, também chamado de
palácio episcopal, é a residência do bispo/arcebispo de uma
diocese/arquidiocese.
A diocese de Natal foi criada em
29/12/1909 e seu primeiro bispo tomou posse em 1911, tendo sido ele o potiguar
natural de Goianinha Dom Antônio Joaquim de Almeida.
Mesmo depois de criada a diocese as
condições financeiras da circunscrição eclesiástica não permitia a construção
de um palácio a altura da dignidade eclesiástica episcopal (para a Igreja
Católica todo bispo tem a dignidade de Príncipe da Igreja).O bispo de Natal
residia então num casarão situado a rua Santo Antônio, na Cidade Alta em frente
a igreja Santo Antônio, a igreja do Galo, e ficou sendo desde então conhecida
como paço episcopal.
A sociedade natalense se ressentia da
pobreza franciscana do casarão que servia de ‘palácio episcopal’ do bispo de
Natal. Como ocorreu ao político e jornalista Elói de Souza a escrever artigos
nesse sentido no jornal A República onde tinha uma coluna
Já o jornal A Ordem observou sobre as
colunas de Elói de Souza: “Parece ironia
chamar-se Paço ao velho casarão em que mora o Bispo de Natal.O que o Dr. Elói
de Souza escreveu há pouco nas colunas da A República sobre a residência do
prelado natalense merece divulgação e pede uma providência.O ilustre homem
público disse o que viu e o que sentiu.Realçou a pobreza da casa, a modéstia
franciscana em que vive D. Marcolino Dantas - o bispo que cuidou dos outros e
se esqueceu de si mesmo, que organizou dioceses para outros bispos e ficou na
humildade do seu bispado contente pelo bem que fez e satisfeito com o nada que
lhe restou”.
O constrangimento pela falta de uma palácio
episcopal condigno ao tamanho da dignidade de Dom Marcolino Dantas perante seus
relevantes serviços em prol do povo católico e da sociedade em geral era visível
nos jornais e reclamava por isso a construção de uma paço episcopal.
Se D. Marcolino sente-se bem com a
modesta casa em que mora, nós, porém, não nos podemos sentir assim. A Diocese
de Natal precisa de uma residência para o seu bispo dizia o jornal A Ordem.
Nesse sentido o jornal também aderiu a
campanha em prol da construção de um palácio episcopal: “As nossas colunas
estão abertas para a campanha. Sentimo-nos bem em cumprir deste modo um dever
de gratidão para como Exmo. Sr. Bispo D. Marcolino e uma obrigação de justiça
para com a Diocese”.
Foi criada uma comissão composta pelo Vigário
Geral do Bispado, mons. João da Mata, os Vigários da Catedral, os provedores
das Irmandades do SS. Sacramento, do Passos e de São João e os presidentes das
associações religiosas da cidade para iniciar a campanha de construção do
palácio episcopal. Vamos dar a Diocese um palácio para o Bispo, dizia o jornal
A Ordem.
Vale ressaltar que Dom Marcolino Dantas
nunca fez questão pela construção de um novo palácio episcopal, tamanha era sua
simplicidade, mais inclinada a promover o bem do povo do que a si próprio.A
iniciativa foi das pessoas que queriam ver o prelado em uma residência condigna
a suas merecedoras virtudes e estima do povo católico natalenses pela sua
pessoa.
Morreu sem vê realizada a obra, pois até
onde sabe o paço episcopal de Natal foi sempre o mesmo casarão habitado desde o
primeiro bispo de Natal dom Joaquim de Almeida até os dias atuais onde reside arcebispo
titular da arquidiocese Dom Jaime Vieira Rocha.
O "Paço Episcopal" de Natal
Fonte: google earth. |
Fonte:
A Ordem, 28/01/1944, p1.
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