quinta-feira, 17 de junho de 2021

SOBRE O MUNICÍPIO DE PARAZINHO #9

 

CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PARAZINHO

 

Localização e acesso

O município de Parazinho situa-se na mesorregião Agreste Potiguar e na microrregião Baixa Verde, limitando-se com os municípios de Caiçara do Norte, São Bento do Norte, Pedra Grande, São Miguel do Gostoso, Touros, João Câmara e Jandaíra, abrangendo uma área de 274 km².

 A sede do município apresenta as coordenadas de 05°, 13’, 22,8” de latitude sul e 35°,50’,16,8” de longitude oeste, distando da capital cerca de 113 km, sendo seu acesso, a partir de Natal, efetuado através das rodovias pavimentadas BR-406 e RN-120.

Aspectos Fisiográficos

Clima                 

         O clima do município de Parazinho é caracterizado como muito quente e semiárido, com estação chuvosa atrasando-se para o outono. A precipitação pluviométrica (ocorrência de chuvas) anual é considerada normal, sendo observada a ocorrência de 281,8 mm. O período chuvoso ocorre entre  março e junho.

 As temperaturas médias anuais constam de 32,0 °C, a máxima, 25,5 °C,  a média e 21,0°C a mínima.A  umidade relativa média anual é de 74%. Ocorrem no município 2.700 horas de insolação.

 Formação Vegetal

A formação vegetal de Parazinho consta de:

Caatinga Hipoxerófila - vegetação de clima semiárido, a qual apresenta arbustos e árvores com espinhos e de aspecto menos agressivo do que a Caatinga Hiperxerófila. Entre outras espécies destacam-se a catingueira, angico, braúna, juazeiro, marmeleiro, mandacaru e aroeira.

Caatinga Hiperxerófila - tipo de vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactácea e plantas de porte mais baixo e espalhadas. Entre outras espécies destacam-se a jurema-preta, mufumbo, faveleiro, marmeleiro, xique-xique e facheiro. 

Solos

Os solos predominantes e suas características principais são:

 Cambissolo Eutrófico - de fertilidade natural alta, textura média, relevo plano, fortemente drenados e rasos. Os Cambissolos são utilizados na plantação do algodão, milho, feijão em pequenas áreas. Em maior extensão são cultivadas com pastagem natural para criação extensiva de bovinos e caprinos. A principal limitação ao uso agrícola relaciona-se com falta d´água, decorrente do longo período de estiagem e da irregularidade das chuvas na região.

Areias Quartzosas Distróficas - de fertilidade natural baixa, textura arenosa, relevo plano, excessivamente drenado.

Nas áreas de ocorrência das Areias Quartzosas Distróficas a agricultura é praticamente inexistente, cultivando-se apenas as culturas de subsistência em pequenas áreas. As limitações ao uso agrícola decorrem da falta d´água, da pouca capacidade de retenção e da baixa fertilidade natural, sendo, portanto, mais indicados para culturas de ciclo longo, tais como coco, caju e sisal.

Apresentam condições favoráveis ao uso de implementos agrícolas, e seu aproveitamento racional requer adubações parceladas e irrigação, no período seco. Aptidão Agrícola: aptidão regular e restrita para pastagem natural, aptas para culturas especiais de ciclo longo tais como algodão arbóreo, sisal, caju e coco. Aptidão restrita para lavouras e uma pequena área isolada, ao Norte, indicada para preservação da flora e da fauna ou para recreação. 

Sistema de Manejo

Apresenta baixo e médio nível tecnológico. As práticas agrícolas estão condicionadas tanto ao trabalho braçal e tração animal, com implementos agrícolas simples. 

Relevo

O relevo do município apresenta menos de 100 metros de altitude. Está situado na Chapada da Serra Verde que é formada por terrenos planos, ligeiramente elevados, localiza-se entre os Tabuleiros Costeiros de geologia sedimentar e o Relevo Residual chamado de "sertão de pedras" de geologia cristalina.

 






Fonte: Ministério de Minas e Energia. Serviço Geológico do Brasil – CPRM. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE PARAZINHO. Organização do Texto: Breno Augusto Beltrão. Recife Setembro/2005.

SOBRE O MUNICÍPIO DE PARAZINHO #8

 

PARAZINHO E OS ABALOS SÍSMICOS

  

         Em 1973 a cidade de Parazinho foi palco de constantes abalos sísmicos notados pela população havia cerca de três meses, conforme disse o prefeito Jaime Boa da Câmara ao jornal Diário de Natal.

         Um dos maiores “estrondos” ocorreu em 02/05/1973 as 12h30 quando, segundo relatos coletado pelo jornal Diário de Natal, todas as casas da pequena cidade foram abaladas. As pessoas notaram que tudo se mexia com os estrondos e ficaram apavoradas, chegando a dizer que era o fim do mundo.

         Os abalos foram sentidos também em cidades próximas como Pedra Grande, Touros e parte do município de João Câmara.

         Segundo o prefeito de Parazinho, a população já pressentiam os abalos sísmicos, que segundo os moradores, de acordo com a temperatura as pessoas poderiam prever a ocorrência de abalos ou não. Quando o vento estava parado e a temperatura muito quente, os abalos eram notados em todo o município.

         O município de Parazinho a época constava de 2.700 habitantes. A constituição dos terrenos é de rocha calcária, onde a mudança de temperatura e ocorrência de fortes chuvas poderiam provocar os estrondos, pois esse tipo de terreno está sujeito a acomodações do solo. Mas a população não acreditava nessa explicação  e já algumas pessoas estavam querendo vender seus terrenos onde eram plantados algodão e sisal, para sair do município.

Aspectos de Parazinho em 1973

                                  Fonte: DIÁRIO DE NATAL, 03/05/1973, p.3.       

 

Aspectos de Parazinho em 1973 colorizada por meio de tratamento digital de Inteligência Artificial.

         O prefeito Jaime Boa da Câmara disse ao jornal Diário de Natal que estava numa situação difícil, diante da população que não entendia as razões dos abalos sísmicos e suas consequências e apelava para o Governo Estadual ou Federal para tranquilizar a população em relação ao assunto (DIÁRIO DE NATAL, 03/05/1973, p.3).

         Em 23/07/1973 ocorreu novo tremor de terra em Parazinho sentido as 10h27 da manhã e que teria rachado a torre da capela, segundo noticiou o jornal O Estado de São Paulo em 25/07/1973, já de acordo com o Diário de Natal o abalos teria ocorrido as 11h00 daquele dia.A estação sismológica de Natal registrou naquele dia 8 tremores ocorridos em Parazinho, sendo o maior ocorrido as 10h27 com intensidade de 3.0 na Escala Richeter (O POTI,14/12/1986, p.7).

         Mais de 10 pessoas já havia deixado o município de Parazinho, em consequência de fortes abalos sísmicos ocorridos durante a noite de 23/07/1973 quando o chão tremeu fortemente, as telhas rangeram nos telhados e as prateleiras balançaram bruscamente com as garrafas batendo umas nas outras.

         Embora o fenômeno tenha sido percebido em Natal, por volta de 18h20, com grande intensidade, tudo indicava que os maiores abalos foram registrados em João Câmara, Parazinho e Pedra Preta. Em João Câmara, o secretário municipal, Francisco Freire, afirmou que o estrondo for ao maior já ouvido ali.

         Em Parazinho a situação estava se agravando a cada instante, com sucessivos fortes estrondos. Na noite de 23/07/1973 por volta das 18h20, as famílias abandonaram suas casas e correram para o meio da rua assustadas com o barulho parecido como um trovão “que tomava conta de tudo e as telhas rangendo como se fossem cair”.

         O prefeito Jaime Boa da Câmara, estava bastante preocupado com os abalos, pois mais de 10 pessoas já havia deixado a cidade de Parazinho apavoradas com os abalos que estavam ocorrendo, partindo rumo a Natal e o litoral do estado.”Durante toda a noite ninguém conseguiu dormir.Foram mais de trinta estrondos”, disse o prefeito.

          Mesmo que nenhuma casa tenha desabado na cidade, em consequência dos abalos, informou o prefeito de Parazinho que estava sabendo do desabamento de duas casas na Fazenda Santa Luzia, a 6 km de Parazinho. Na manhã de 23/07/1973, várias pessoas procuram a prefeitura pedindo condução, porque não queriam mais permanecer na cidade e faltou energia na cidade de Pedra Preta. Em Parazinho algumas casas afastadas do centro da cidade chegaram a apresentar rachaduras nas paredes.

         Segundo observou o prefeito de Parazinho, os estrondos vinham acontecendo nos dias de muito calor. As 11h00 da manhã de 23/07/1973 um estrondo voltou a ser ouvido ao longe, em direção do litoral e a terra tremeu novamente. ”Quando o tempo está frio, não há estrondo nem tremor. Mas quando o tempo está muito quente é certeza a terra treme”, observou o prefeito.

         O prefeito Jaime Boa da Câmara havia dito ao jornal Diário de Natal que nunca tinha visto coisa igual. Segundo ele: “passou a noite toda estremecendo.

Começava dando um estrondo como um trovão, para as bandas do mar e ia passando pela cidade como um eco. Logo depois a gente começava a sentir tudo tremendo”. Para os moradores de Parazinho do domingo para  a segunda-feira foi a pior noite.

Os estrondos ocorreram constantemente, chegando a provocar pânico em algumas mulheres que correram para o meio da rua gritando e as crianças que choravam sem entender o que estava acontecendo.”É um estrondo grande e um tremor debaixo dos pés da gente” comentou o prefeito.

Na opinião do estudioso Joel Dantas, que esteve juntamente com a reportagem do Diário de Natal em Parazinho ouvindo os moradores, o fenômeno parecia ser a falta de acomodação de rochas sedimentares embora a continuidade dos estrondos e tremores sejam um fator estranho. O tremor, segundo os agricultores, ocorriam de baixo para cima, ou seja em sentido vertical.              

         De acordo com Joel Dantas, no caso de abalos fortes as pessoas deveriam sair de dentro de suas casas, principalmente quando as paredes estivessem apresentando rachaduras, mesmo de muito tempo. Não considerava ele o fenômeno de grande gravidade, mas insistia em aconselhar a realização de um estudo mais profundo, que pudesse determinar a causa principal dos abalos em Parazinho.

         Sugeria ainda Joel Dantas que no momento dos abalos a chave geral da cidade fosse desligada imediatamente, bem como a chave de cada casa mesmo que entre um poste e outro existisse um espaço de tolerância para os fios, seria recomendável que no memento do abalo, a pessoa desligasse a chave e se possível fosse desligada também a chave geral de Natal.

         Em Parazinho, o prefeito afirmou ao jornal Diário de Natal que estava com vontade de pedir ajuda ao Governo para tranquilizar a população. ”O povo está querendo deixara a cidade e se fosse prefeito deixaria também” finalizou Jaime Boa da Câmara (DIÁRIO DE NATAL, 24/07/1973, p.3).

SOBRE O MUNICÍPIO DE PARAZINHO #7

 

ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DE PARAZINHO NOS ANOS 2000

 

Segundo o censo de 2000, a população total residente era de 4.325 habitantes, dos quais 2.189 são do sexo masculino (50,60%) e 2.136 do sexo feminino (49,40%), sendo que 3.060 vivendo na área urbana (70,80%) e 1.265 na área rural (29,20%).

Em 2005 a população foi estimada em 4.541 habitantes (IBGE/2005). A densidade demográfica era de 15,77 hab/km².

A rede de saúde dispunha de 01 Hospital com 08 leitos e 02 Unidades sendo 02 estabelecimentos de ensino médio da administração municipal e 02 da administração estadual. Da população total, 60,40% eram alfabetizados.

O município possui 959 domicílios permanentes, sendo 687 na área urbana e 272 na área rural. Destes, 500 eram abastecidos de água através da rede geral, 35 através de poço ou nascente e 424 por outras fontes. Apenas 02 domicílios estavam ligados à rede geral de esgotos.

As principais atividades econômicas do município eram: agropecuária, extrativismo e comércio.

Na infraestrutura, o município possuía 01 Agência dos Correios, além de 30 empresas com CNPJ atuantes no comércio varejista. (IDEMA, 2001).

No ranking de desenvolvimento, Parazinho estava em 164º lugar no estado (164/167 municípios) e em 5.186º lugar no Brasil (5.186/5.561 municípios) (www.desenvolvimentomunicipal.com.br). O IDH-M era de 0,564 (Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. www. FJP.gov.br/produtos/cees/idh/Atlas)._

Na área educacional, o município possuía 04 estabelecimentos de ensino.



Aspectos de Parazinho.


SOBRE O MUNICÍPIO DE PARAZINHO #6

 

                                          PARAZINHO NA DÉCADA DE 1970

         Os principais acontecimentos que contribuem para a memória do município de Parazinho na década de 1970 foram os que se seguem.


A luz elétrica da COSERN

         Em 1975 faltavam apenas 4 cidades em todo o Rio Grande do Norte par que tivessem os serviços de energia elétrica oferecidos pela COSERN com energia vinda da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso-BA (CHESF).

         No dia 04/05/19175 o governador Corte Pereira inaugurou a 146ª cidade potiguar a receber a energia da CHESF, que foi Parazinho.

         Exatamente as 21h00 o governador Cortez Pereira ligou a chave que acendeu as luzes da cidade, que em seu discurso disse: “a cidade hoje, dá o seu grito de luz e a escuridão apressada foge de Parazinho”.

         Fez da inauguração uma homenagem a toda a população, mas particularmente aos namorados “que agora encontraram mais tempo para  amar e os pais, em casa, poderão ficar mais tranquilos”.

         O prefeito de Parazinho, Jaime Boa da Câmara, em seguida falou do esforço conjunto feito para a concretização daquela obra.

         Foi uma grane festa ocorrida em Parazinho a inauguração da luz elétrica da CHESF, havendo depoimentos como o do idoso José Cruz, natural de Santana do Matos, mas morador havia 40 anos em Parazinho “sempre dormi muito cedo. Ficava casando de ver essa escuridão. Hoje vou até de madrugada. A noite ficou bonita” (DIÁRIO DE NATAL, 05/01/1975, p.8).

Pórtico da entrada da cidade de Parazinho.


A visita do governador Tarcísio Maia

         Em 1976, Parazinho era uma cidade de mais 2.500 habitantes. A cidade mais próxima era Pedra Grande, distante 5 minutos de carro e ligada a Parazinho por uma estrada de barro.

         Naquele ano de 1976 o governador do Estado, Tarcísio Maia, esteve em Parazinho, onde o aguardava os alunos do grupo escolar e o povo, sob um sol muito quente, tendo chegado ali as 11h15, sendo recebido com muitas palmas.

         A maior reivindicação naquela visita do governador foi de cerca de 230 familiais que residiam nas terras que pertenceram ao falecido industrial João Câmara que mesmo ali vivendo, não possuíam qualquer titulo que comprovasse a legalidade da posse, que em virtude dessa situação estavam impossibilitados de negociar principalmente com instituições financeiras.

         Segundo o Diário de Natal, disse o governador: “não vim aqui prometer uma solução, mas podem ficar certos que  contam com o interesse do governador que vai procurar a melhor solução para este problema”.

         Na sua visita a Parazinho, o governador Tarcísio Maia pediu votos para o candidato da ARENA, Manoel Domingos que disputava a prefeitura, o qual venceu as eleições daquele ano.

Visitou ainda o Posto de Saúde que se encontrava em fase final de construção e o grupo escolar que seria ampliado (DIÁRIO DE NATAL, 28/10/1976, p.4).

 Eleitores

         Em 1978 constavam 1.459 eleitores em Parazinho. Em 1982 constavam 2.091 eleitores em Parazinho.

Sistema de abastecimento de água

         A CAERN publicou aviso em 20/12/1978 para propostas de execução das obras de implantação do sistema de abastecimento de água da cidade de Parazinho. O sistema só entrou em funcionamento em 1980.

Posto da TELERN

O Posto Telefônico da TELERN em Parazinho foi instalado em outubro de 1978. A partir de então a população da cidade poderia realizar ligações telefônicas nacionais (DDD) e internacionais (DDI).


Igreja matriz de Nossa Senhora de Nazaré de Parazinho


SOBRE O MUNICÍPIO DE PARAZINHO #5

 

                  A INAGURAÇÃO DA LUZ ELÉTRICA DA COSERN EM PARAZINHO


         Em 1975 faltavam apenas 4 cidades em todo o Rio Grande do Norte par que tivessem os serviços de energia elétrica oferecidos pela COSERN com energia vinda da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso-BA (CHESF).

         No dia 04/05/19175 o governador Corte Pereira inaugurou a 146ª cidade potiguar a receber a energia da CHESF, que foi Parazinho.

         Exatamente as 21h00 o governador Cortez Pereira ligou a chave que acendeu as luzes da cidade, que em seu discurso disse: “a cidade hoje, dá o seu grito de luz e a escuridão apressada foge de Parazinho”.

Inauguração da luz elétrica em Parazinho

                                                           Fonte: DIÁRIO DE NATAL, 05/01/1975, p.8.

 

         Fez da inauguração uma homenagem a toda a população, mas particularmente aos namorados “que agora encontraram mais tempo para  amar e os pais, em casa, poderão ficar mais tranquilos”.

         O prefeito de Parazinho, Jaime Boa da Câmara, em seguida falou do esforço conjunto feito para a concretização daquela obra.

         Foi uma grane festa ocorrida em Parazinho a inaguração da luz eletrica da CHESF, havendo depoimentos como o do idoso José Cruz, natural de Santana do Matos, mas morador havia 40 anos em Parazinho “sempre dormi muito cedo.Ficava casando de ver essa escuridão.Hoje vou até de madrugada.A noite ficou bonita” (DIÁRIO DE NATAL, 05/01/1975, p.8).