sexta-feira, 12 de setembro de 2025

A INSTALAÇÃO DO APOSTOLADO DA ORAÇÃO DE CEARÁ-MIRIM E A CONCLUSÃO DAS OBRAS DA MATRIZ

O Apostolado da Oração da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Ceará-Mirim foi instalado em 01/01/1900.

 De acordo com o jornal Imprensa, da Diocese de Paraíba, uma nova era de bênçãos e felicidades acabava de descortinar-se para esta vasta paróquia com a instalação desse apostolado.

 Ainda segundo o referido jornal a providencial obra do Apostolado da ORação que tantos beneficios tinha já derramado em muitas paróquias para glória de Deus e salvação das almas, e que de algum tempo a esta parte constituia o mais suspirado desiderium do povo católico do Ceará-Mirim.

 A instalação ocorreu por entre as mais genuína expressões de um santo contentamento.

 Na ocasião celebrava-se também na mesma data a festa da excelsa padroeira a Virgem da Conceição, transferida para aquele dia por causa dos trabalhos da matriz.

 De há muito anos os cearamirinenses se esforçavam, correspondendo aos apelos do seu zeloso e ativo pároco, por preparar de um modo condigno da majestade do culto divino, a sua matriz, que naquele ano seria definitivamente concluída com a aposição em suas torres dos grandiosos sinos.

 Segundo o referido jornal, apesar da crise que nos últimos anos se vinham atravessando, o povo conseguiu fazer todo o trabalho complementar, ao menos uma grande parte de serviços que muito melhoraram as condições do majestoso templo, “hoje tido como um dos primeiros do norte do Brasil”.

 O jornal elogiava com aplausos a comissão encarregada das obras da matriz de Ceará-Mirim, a qual não tinham poupado sacrifícios no intuito de bem desempenhar sua tarefa, assim como todos que concorreram com seu generoso óbulo para a decoração da igreja matriz.

 Assim, a referida agremiação religiosa está presente na paróquia de Ceará-Mirim há 135 anos.

A primeira reunião

 No dia 05/01/1900, a primeira sexta-feira do mês, houve missa celebrada pelo pároco e diretor local do Apostolado da Oração, no altar do Sagrado Coração de Jesus, acompanhada a hinos sacros, recebendo a sagrada comunhão os zeladores e mais de 50 associados.

 Ao final da missa o pároco fez uma breve prática sobre o amor do Coração de Jesus e deu a bênção do Santíssimo Sacramento.

 Naquele dia inscreveram-ser ainda muitos associados, elevando-se o número a 131.

 A tarde, teve lugar a primeira reunião do conselho dos Zeladores, presidida pelo Diretor Local, ou seja, o Pároco.

 “Queira o amável Coração de Jesus abençoar e fazer frutificar para sua maior glória a semente plantada nos corações dos cearamirinenses.Laus Deo et Marie” registrou o jornal Imprensa. (Imprensa, 21/01/1900,p.3).

Fonte: Imprensa, 21/01/1900, p.3.

Matriz de Ceará -Mirim 

Matriz de Ceará-Mirim. Imagem restaurada por meio de tratamento digital de Inteligência Artificial. 

Matriz de Ceará -Mirim em 1900. Segundo a legenda da foto por ocasião da subida do sino grande.

Matriz de Ceará -Mirim. Imagem restaurada por meio de tratamento digital de Inteligência Artificial.

Matriz de Ceará -Mirim em 1929.

Matriz de Ceará -Mirim. Imagem restaurada por meio de tratamento digital de Inteligência Artificial.

Matriz de Ceará -Mirim. Imagem restaurada por meio de tratamento digital de Inteligência Artificial.

Matriz de Ceará -Mirim. Imagem restaurada por meio de tratamento digital de Inteligência Artificial.

Matriz de Ceará -Mirim em imagem de 1929.


sábado, 30 de agosto de 2025

SOBRE OS PROJETOS PARA A NOVA CATEDRAL DE NATAL

Prolegômenos

         O vigário de Natal, Pe. João Maria, iniciou em 1894 a construção da segunda igreja matriz de Natal no terreno onde atualmente se encontra a Catedral Metropolitana, entre as avenidas Floriano Peixoto e Deodoro da Fonseca com as ruas Apodi e Mossoró.Com sua morte ocorrida em 16/10/1905 as obras foram paralisadas, sendo retomadas pelo seu substituto, o Pe. Moisés Ferreira, mas esse tendo sido removido da freguesia de Natal, deixou as obras ique haviam sido iniciadas inacabadas.As obra da dita igreja não passaram dos alicerces.

         A Diocese de Natal foi criada em 29/11/1909 e instalada oficialmente com a posse do seu primeiro bispo, dom Joaquim Antonio de Almeida, 13/06/1911.

         Ao ser criado o bispado potiguar a igreja de Nossa Senhora da Apresentação na praça André de Albuquerque, na Cidade Alta, foi elevada a categoria de catedral.

     A catedral por suas modestas proporções arquitetônicas do século XVII contrastava com o aumento do número de fiéis católicos, sendo ventilada desde a criação do bispado a necessidade da construção de uma nova catedral para a capital potiguar.

         Dito isso, passemos a discorrer sobre os projetos para a construção da nova catedral de Natal ao longo do tempo, os quais foram recriados por meio de tratamento digital de Inteligência Artificial.

Dom Joaquim de Almeida

         Não encontramos nenhuma informação a cerca da intenção de dom Joaquim Antonio de Almeida construir a nova catedral de Natal.

         Talvez, e são só suposições, ele quisesse levar adiante as obras deixada pelo Pe. João Maria da segunda igreja matriz para ser ali a nova catedral.

         O pouco tempo que passou a frente o bispado pode ter sido a causa de não ter realizado o intento de se construir a nova catedral. Ele se resignou por motivos de saúde em 1915.

Dom Adauto Aurélio de Miranda Henrique

         Entre 1915 e 1918 a Diocese de Natal esteve sob a Administração Apostólica de dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, bispo de Paraíba, atual João Pessoa.

         Não há também informações sobre a construção da nova catedral de Natal durante esse período, e parece que a ideia não foi ventilada, pois se deu a reforma da catedral da Apresentação na Cidade Alta em 1916 para melhor servir aos atos litúrgicos exigidos pela diocese.

Dom Antonio dos Santos Cabral

         Dom Antonio dos Santos Cabral tomou posse como segundo bispo de Natal em 1918.

         Em 1920 ele resolveu que deveria ser construída a nova catedral de Natal no mesmo local onde estavam as obras paralisadas da igreja iniciada pelo Pe. João Maria.Foram formadas as comissões necessárias e iniciadas as obras.

         Não encontramos informações a respeito do projeto arquitetônico idealizado por dom Antonio dos Sanots Cabral, mas notando-se as fotos antigas do local onde estava sendo construída a nova catedral percebe-se que a nova catedral teria um estilo eclético ou gótico, este último marcado pela presença das janelas em arcos como se vê na imagem. O estilo poderia ser parecido com o da igreja de São Pedro do Alecrim.

Catedral iniciada por dom Antonio dos Santos Cabral.Imagem recriada por IA.

Imagem recriada por Inteligência Artificial

         Com a transferência de Dom Antonio dos Santos Cabral para a diocese de Belo Horizonte-MG em 1922 as obra iniciadas forma paralisadas.

Dom José Pereira dos Santos

         O terceiro bispo de Natal tomou posse na diocese em 1923. Em 1925 dom José Pereira dos Santos autorizou a derrubada das obras iniciadas pelo seu antecessor para ser ali construída a nova catedral de Natal.

         Deste também não indicação do projeto arquitetônico.Foi convidado pelo bispo de Natal o engenheiro das obras do porto de Natal para elaborar o projeto da nova catedral de Natal.

         Dom José Pereira dos Santos foi transferido para a diocese de Niterói-RJ em 1928 deixando assim mais uma vez a construção da nova catedral de Natal abandonada.

Dom Marcolino Esmerado de Souza Dantas

         Dom Marcolino  Dantas tomou posse como o quarto bispo da Diocese de Natal em 1929.

         Em 1933 dom Marcolino Dantas retomou a ideia de se construir a nova catedral de Natal, para isso foi convidado o engenheiro francês radicado no Recife Geroge Monier para elaborar o projeto.

         Este elaborou uma catedral em estilo neogótico semelhante as catedrais medievais europeias.

         Nesse projeto a nova catedral de Natal teria 30 metros de comprimento por 52 de largura e 41 metros no treveiro e altura de 28 metros.As tores teriam 70 metros de altura e uma rosácea de 9 metros de diâmetro.





Projeto do arquiteto Geogre Monier.Imagens recriadas por IA

         

Imagem recriada por Inteligência Artificial


Imagem recriada por Inteligência Artificial

        As obras chegaram a ser iniciadas com a benção da pedra fundamental em 1933, porém, foram paralisadas aguardando melhores condições.

A praça Pio X

         Como as obras da construção da nova catedral na av. Deodoro não avançaram foi feito um acordo entre a Diocese de Natal e a prefeitura de Natal para que no local fosse construída uma praça até ser iniciada a construção da nova catedral, que não ocorreu nas décadas seguintes e a praça foi permanecendo ao ponto de quando foi retomada a construção já década de 1950 ter se criado uma polêmica na imprensa e na opinião pública sobre a destruição da praça, mas o terreno sempre fora da diocese, portanto particular e não público.

Dom Eugênio Sales

         Em 1954 o então bispo auxiliar de Natal foi autorizado pelo arcebispo dom Marcolino Dantas a retomar a construção da nova catedral de Natal sob um novo projeto, abandonando o criado por ele da catedral neogótica.

         Foi escolhido o projeto do arquiteto Benedito Calixto de Jesus Neto, o mesmo que elaborou a Basílica de Aparecida-SP.

        Nesse projeto seria construída uma igreja monumental em estilo neorromano.



Projeto de Benedito Callixto de Jesus Neto.
Imagens recriadas por Inteligência Artificial.

         As obras foram iniciadas por dom Eugenio Sales, mas sua transferência para Salvador-BA em 1964 deixaram as obras paralisadas.

Dom Nivaldo Monte e a epopeia dos projetos modernos

     Em 1965 foi nomeado dom Nivaldo Monte para arcebispo de Natal.Impulsionado pelas ideias do Concilio Vaticano II e sentido a necessidade de uma catedral simples mas que pudesse acolher o maior número de fiéis possível para os atos litúrgicos, dom Nivaldo Monte abandonou o antigo estilo da catedral em construção e abriu espaço para a apresentação de projetos modernos para a construção da nova catedral de Natal, o que viria a ser uma verdadeira odisseia para ser aprovado o que melhor se adequaria as necessidades da arquidiocese, sem contar as polêmicas e controvérsias surgidas pela apresentação dos diversos projetos pensados entre 1967 e 1972.

A “catedral galpão”

         A ideia era ser uma catedral inspirada no Palácio dos Esportes construído na praça Pedro Velho onde muitas celebrações vinham sendo realizadas pela arquidiocese por falta de espaço na catedral da Cidade Alta.

         O projeto foi apresentado pelos alunos do curso de engenharia o qual A concepção arquitetônica desse projeto se assemelharia a três dunas como panorama de fundo se encaixaria na paisagem da cidade. Seria constituído de três estrutura metálicas com três vitrais na frente de forma a permitir o máximo de ventilação. Inicialmente no lugar dos vitrais seriam colocados combongôs. Entre as entradas da frente haveria 12 colunas de cimento significando os 12 apóstolos. Além das três entradas frontais haveria três nas laterais.

         A Inteligência Artificial reelaborou o projeto como se fosse uma estrutura semelhante a uma taba indígena.


Imagem recriada por IA.

         O projeto foi duramente criticado por engenheiros, arquitetos e imprensa, tendo sido chamado de catedral galpão e catedral ginásio de esportes, sendo o projeto foi descartado.

A catedral pirâmide

         Este projeto foi elaborado pelo do arquiteto João Mauricio Miranda em 1968.

         De acordo com o projeto a catedral seria construída em concreto armado com uma cúpula sextonada de 17 metros de altura. Ao lado da entrada principal ficaria o batistério e um recinto para a administração dos serviços religiosos, nas laterais ficariam capela para a padroeira, outra para o santíssimo e outra para celebrações menores como batizados, casamentos etc. Haveria ainda um salão para festas religiosas, além das sacristias. A baixo ficaria a cripta para sepultamento dos bispos da Arquidiocese e outras autoridades religiosas.


Projeto de João Mauricio Miranda.Imagens recriadas por IA.

         Apesar de ser considerado um dos melhores projetos para a nova catedral de Natal o clero considerou que o alto custo da obra avaliado em NC$ 1 milhão seria impossível de ser realizado e o projeto teve que ser interrompido ainda na primeira etapa fazendo-se  a opção pelos galpões, estilo que os arquitetos consideravam inadequado para o tipo de construção que deveria ser uma catedral.

Subterrânea e sem ventilação: O projeto de Luciano Toscano

            Um anteprojeto para a nova catedral foi apresentado a arquidiocese por Luciano Toscano em 1971.

Nesse projeto a obra seria dividida em três pavimentos, sendo o primeiro a uma profundidade de 1,40m, onde na parte da frente seria construída a cúria metropolitana, ficando a igreja propriamente dita na parte de trás, o segundo pavimento compreenderia um platô em cimento armado a 2,60m acima do solo e o terceiro compreenderia a torre ao estilo da catedral de Brasília, com altura de 26 metros e uma cruz de 7 metros sobre ela plantada.

         O projeto foi orçado em 2 milhões de cruzeiros, dos quais 700 mil só de cimento armado. Esse projeto foi vetado pela prefeitura que justificou que a ocupação de todo o terreno da praça Pio X prejudicaria a visão urbanística da cidade.

O anteprojeto da nova catedral se assemelhava a catedral de Brasília, porém sem os raios com a cúpula, achatada, foram considerados feios, além disso, esse projeto não previa sistema de ventilação perfeito onde ameaçava sufocar os féis em sua parte subterrânea.

         Outra crítica ao projeto era de que as salas destinadas a cúria metropolitana se assemelhariam a biombos, contrariando a moderna arquitetura, acrescente a isso que o projeto foi elaborado por um desenhista e não arquiteto, fato esse que estaria preocupando dom Nivaldo Monte.






                             Projeto de Luciano Toscano.Imagens recriadas por IA.

         Se tivesse sido aprovado a arquidiocese se veria as voltas com o alto custo de elaboração, construção e  manutenção do sistema de ventilação de ar condicionado além de ter que lidar com o descontentamento da população de Natal (católica ou não) que consideraram o projeto horroroso de feio.

Habemus catedrali

Finalmente um novo projeto apresentado da nova catedral foi aprovado. Desta vez foi aprovado o projeto do arquiteto Marconi Grevi. Um projeto simples e sóbrio, com 80% da obra em concreto aparente, sem luxos supérfluos, visto que a arquidiocese de Natal estava inserida numa região pobre e de grandes problemas sociais.

A concepção arquitetônica nesse projeto representa nas suas linhas ascendentes a elevação do homem a Deus. O homem na sua proporção é bastante pequeno às coisas de Deus, daí a entrada da nova catedral ser rebaixada, convidando ao fiel a uma atitude de humildade. Na medida que se adentra a catedral as linhas começam a subir elevando-se ao infinito, o infinito implica a Deus.

 A nova catedral atendia ao que prenunciava o Concilio Vaticano II, pois sendo funcional, a nova catedral permitiria a participação ativa do fieis no culto.

A planta da nova catedral apresenta um formato trapezoidal, tendo dois pavimentos, a nave num único vão e o subsolo destinado a cúria metropolitana. O acesso ao interior da nave da catedral se dá por três portas principais e duas posteriores, sendo as três principais de talhas.

O presbitério tem formato circular com raio de 6 metros, no centro uma grande cruz em acrílico também medindo 6 metros.

 A área da nave mede 2. 870 m² e a do subsolo 2. 658 m², o afastamento lateral máximo mede 26m e o mínimo 16m.A parte posterior da catedral mede 30 metros de altura onde seria ocupada por um vitral de 26 m de altura por 36m de largura, representando a aurora matutina. Em frente a catedral fica uma cruz tridimensional de 20 metros de altura. Mede 60 metros de comprimento e 45 de largura num total de 10.000² de terreno.

O projeto previa ainda no restante do terreno a construção de jardins fontes luminosas e lagos. A área construída da nova catedral ocupa 30% da área destinada a construção que era a antiga praça Pio XII.

A nova catedral de Natal foi a segunda obra em concreto protendido construída no Rio Grande do Norte, tendo sido a primeira a ponte rodoferroviária de Igapó.

 As obras foram orçadas em 3 milhões de cruzeiros, só os vitrais custariam 800 mil e seriam importados da Bélgica. Se pretendia inaugurar em 1975. As plantas e a maquete ficaram prontas em 1972.


                                
Projeto de Marconi Grevy.Imagens recriada por IA.




domingo, 17 de agosto de 2025

SOBRE O PALÁCIO ARQUIEPISCOPAL DE NATAL


        Com a ajuda da Inteligência Artificial foi possivel reconstituir e aperfeiçoar o projeto para o Palácio Arquiepiscopal de Natal, o qual seria a residência do Arcebispo de Natal.
       A ideia foi ventilada por Dom Marcolino Dantas na década de 1930, pensando em dotar não só a Diocese, mas cidade de Natal com um monumental edifcio em estilo modernista, em alusão ao surto progressista por qual passava a capital potiguar a época.
        O projeto foi elaborado pelo arquiteto Mário Maranhão.
       Em 1936 foi adquirido o terreno na rua Jundiaí onde seria construido o referido palácio, porém, outras prioridades fizeram com que o projeto fosse deixado de lado até melhores condições, porém, a ideia não prosperou e o palácio episcopal de Natal jamais foi construido.
     No terreno adquirido foi construido já na década de 1950 o prédio onde funcionou a Escola de Serviço Social de Natal que atualmente abriga a Câmara Muncipal de Natal.

Projeto do Palácio Arquiepiscopal de Natal



                                 Projeto do Palácio Arquiepiscopal de Natal

Em cima imagem recriada por IA, em baixo o projeto do Palácio Arquiespiscopal de Natal publicada no jornal A Noite,  24/12/1930, p.2.


sábado, 16 de agosto de 2025

SOBRE AS ESCOLAS REUNIDAS DE ESTREMOZ

  

         Na década de 1930 Estremoz era descrita ainda como uma decadente povoação, onde não havia ruas, existindo apenas uma grande praça em torno da qual viam-se quase todas as casas da localidade.

         Entretanto, após a Revolução de 1930 (Estado Novo) já se começava a ver certa diferença na vida de Estremoz.

         A prefeitura de Ceará-Mirim havia construindo um pequeno mercado e estava dando inicio a edificação de um grupo escolar em frente a estação da EFCRGN.

         Logo que assumiu a direção do Departamento de Educação, Anfilóquio Câmara expôs detalhadamente a situação no setor da educação ao interventor federal no Rio Grande do Norte, o qual se mostrou disposto a encarar todas as dificuldades de ordem financeira para atender as despesas que, naturalmente, decorreriam de tantas obras.

         De comum acordo com o interventor, o Departamento de Educação resolveu encetar as construções que se projetavam criando três tipos de edifícios:

         As Escolas Isoladas, para os povoados do interior, cuja freqüência não exigisse acomodações muito vastas; as Escolas Reunidas, para as cidades do interior, ou para vilas, onde já havia um número regular de alunos; e os Grupos Escolares, cujo número de salas de aula também variavam segundo a localidade em seriam construídos.

                                       Escolas Reunidas de Estremoz

Fonte: A Noite, 19/01/1935, p.19.

                                           Escolas Reunidas de Estremoz

Imagem colorizada por Inteligência Artificial, 2025.

Imagem recriada por Inteligência Artificial.

         Até o final do ano de 1934 o governo do Estado havia construído 12 Escolas Isoladas, 10 Escolas Reunidas e 4 Grupos Escolares, estando em construção mais 12 isoladas, 11 reunidas e 3 grupos.[1]

         Foram reparados 15 Grupos Escolares, 8 Escolas Reunidas e 2 Escolas Isoladas.

         Assim foi que pelo Departamento de Educação do governo do Estado foi criado em 1933 na povoação de Estremoz, duas Escolas Reunidas ficando nelas absorvidas a escola rudimentar já existente.

         Em dezembro de 1933 as obras das Escolas Reunidas de Estremoz estavam em andamento e se esperava em breve sua inauguração.

         O interventor federal, acompanhado de sua esposa, do dr. Oto Guerra, secretário particular,  o engenheiro Miguel Bilro, prefeito de Natal, coronel Jorge Câmara, proprietário e usineiro no municipio de Ceará-Mirim, dr. Teixeira Brandão, e outras pessoas, fizeram visita ao aterro do engenho Carnaubal, no municipio de Ceará-Mirim em abril de 1934.

         A passar os excursionistas pela povoação de Estremoz, tiveram a oportunidade de visitar o novo edifício em construção, para o funcionamento de uma escola, cuja direção dos trabalhos estava a cargo do coronel Pignataro, proprietário na povoação.[2]

A Inauguração

         A inauguração das Escolas Reunidas de Estremoz ocorreu em junho de 24/06/1934, contando com a presença do interventor Mário Câmara e assistido o ato inaugural por várias pessoas gradas da capital

         Durante a inauguração tocou a banda de música da Policia Militar.[3]

         Sobre a gestão do interventor Mário Câmara na área da educação escreveu Câmara Cascudo, então diretor da Escola Normal de Natal, em 1935:

A escola de Estremoz, há trinta minutos da capital, tinha uma mesa da recebedoria e três bancos de aroeira da Igreja.Hoje tem um grupo esplêndido, claro e amplo com salões acolhedores e material idôneo [...].

Esse foi assim um grande melhoramento da Interventoria Mário Câmara, por meio do secretário de Educação, Anfilóquio Câmara na povoação de Estremoz, a o qual viria a contribuir significativamente para o desenvolvimento da instrução pública em Estremoz.

Mudança de denominação

         Pela lei nº 111, de 27 de outubro de 1937 foi mudado a denominação do Grupo Escolar da cidade de Ceará-Mirim para Barão do Ceará-Mirim e denominada de Felipe Camarão as Escolas Reunidas da povoação de Estremoz.[4]

         A lei foi assinada pelo interventor federal Rafael Fernandes.


Inauguração das Escolas Reunidas de Estremoz

Fonte: A Noite, 19/01/1935, p.19.

         Na legenda da foto estava escrito: “Escolas Reunidas da povoação de Estremoz, no municipio de Ceará-Mirim, inauguradas em 24-06-934, vendo-se parte da assistência que compareceu ao ato, inclusive o interventor Mário Câmara e sua Exma esposa”.


Na imagem a cima aspecto da sessão inaugural das Escolas Reunidas de Estremoz, vendo-se na presidência o interventor Mário Câmara.

Situação atual

         As antigas Escolas Reunidas de Estremoz denomina-se presentemente de Escola Estadual Felipe Camarão.

         Localiza-se no mesmo local onde fora construído o prédio em 1934, porém, ao passar dos anos passou por várias reformas que descaracterizou a sua feição original.  Em 1982 o prédio da Escola Estadual Felipe Camarão de Estremoz passou por ampliações e restaurações, tendo sido estas obras inauguradas em 16/07/1982 pelo governador Lavoisier Maia.[5]

Escola Estadual Felipe Camarão

Fonte: João Santos, 2025.










 



[1] A Noite: Suplemento: Secção de Rotogravura, 19/01/1935, p.23.

[2] Diário de Pernambuco, 21/04/1934, p.2.

[3] Diário da Manhã, 01/07/1934, p.18

[4] Atos Legislativos e Decretos do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, 1937, p.12.

 

[5] O Poti, 11/07/1982, p.12.

 

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

SOBRE A CAIXA D’ÁGUA DE MONTANHAS-RN

 


         Em 1956 a Estrada de Ferro Sampaio Correia-EFSC construiu na vila de Montanhas uma caixa d’água para abastecimento da vila que era bastante escassa de água.

         A água viria do rio Pirarí, já estando pronta uma barragem no mesmo, e em franco andamento o serviço de encanamento da barragem para a vila.

         A caixa d’água foi erguida em cimento armado tendo dois depositos, um subeterraneo e outro no alto, tendo capacidade de 300.000 litros, sendo 200.000 no reservatório de baixo e 100.000 no do alto.

         A obra custou Cr$ 200.000,00.

         Segundo o jornal O Poti em breves dias seria inaugurado este melhoramento de real valor para a vila de Montanhas que em épocas de seca sofria o terrível flagelo da falta de água.

         Presentemente a caixa d’água é a única coisa que remete a memória ferroviária da cidade de Montanhas, visto que a estação foi demolida.

 






Fonte: O Poti, 10/06/1956, p.3.

Pesqusia: João Santos, 11/08/12025.