quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

OS PRIMEIROS ALUNOS MATRICULADOS NO GRUPO ESCOLAR JOAQUIM NABUCO

    O livro de matriculas da escola isolada masculina do Grupo Escolar Joaquim Nabuco registrou a matricula de 52 alunos no primeiro ano de funcionamento do estabelecimento de ensino, o número é divergente do que foi constatado pela visita de inspeção de Anfilóquio Câmara que registrou 40 alunos.
    A seguir o quadro com os 52 alunos matriculados e registrados no livro de matriculas do Grupo Escolar Joaquim Nabuco.
Nº de ordem
Aluno
Nascimento
Naturalidade
1
Adaucto Batista
1911
Rio Grande do Norte
2
Agnelo Gomes da Silva
1904
Rio Grande do Norte
3
Alberto Baptista
1913
Rio Grande do Norte
4
Alfredo Teixeira de Oliveira
1908
Rio Grande do Norte
5
Alfredo Pequeno de Morais
1903
Rio Grande do Norte
6
Alípio Davim
1904
Rio Grande do Norte
7
Almir Furtado
1913
Rio Grande do Norte
8
Anísio Francisco de Barros
1912
Rio Grande do Norte
9
Antônio Ferreira Sobrinho
1906
Rio Grande do Norte
10
Antônio Gomes da Silva
1911
Paraíba
11
Antônio Henrique do Nascimento
1909
Rio Grande do Norte
12
Cornélio Arruda de Miranda
1904
Rio Grande do Norte
13
Davino Ferreira de Miranda
1909
Rio Grande do Norte
14
Delmiro Ribeiro da Silva
1911
Rio Grande do Norte
15
Dinarte Soares de Miranda
1910
Rio Grande do Norte
16
Elviro Gomes da Silva
1909
Paraíba
17
Francisco Raimundo da Silva
1910
Rio Grande do Norte
18
Heronides Teixeira de Oliveira
1909
Rio Grande do Norte
19
Hosano Alves Ribeiro
1904
Paraíba
20
João Antônio Miranda
1911
Rio Grande do Norte
21
João Soares da Silva Sobrinho
1910
Rio Grande do Norte
22
João Soares Damasceno
1908
Rio Grande do Norte
23
Joaquim Soares de Miranda
1907
Rio Grande do Norte
24
José Alves Ribeiro
1904
Paraíba
25
José Antônio Barbosa
1906
Paraíba
26
José Arruda de Miranda
1907
Rio Grande do Norte
27
José Ferreira de Miranda
1907
Rio Grande do Norte
28
José Juvêncio da Câmara
1904
Rio Grande do Norte
29
José Leite Sobrinho
1910
Rio Grande do Norte
30
José Maria de Araújo
1908
Rio Grande do Norte
31
José Soares da Silva
1910
Rio Grande do Norte
32
Juvenal Alves da Rocha
1917
Rio Grande do Norte
33
Juvenal Câmara Neto
1910
Rio Grande do Norte
34
Manoel Arruda de Miranda
1906
Rio Grande do Norte
35
Manoel Silvino Nunes
1913
Rio Grande do Norte
36
Manoel Soares da Silva
1906
Rio Grande do Norte
37
Miguel Arcanjo de Oliveira
1911
Rio Grande do Norte
38
Miguel Juvêncio da Câmara
1905
Rio Grande do Norte
39
Moisés Pequeno de Morais
1906
Rio Grande do Norte
40
Octávio Gomes da Silva
1906
Paraíba
41
Octávio Arruda de Miranda
1906
Rio Grande do Norte
42
Omar Furtado
1910
Rio Grande do Norte
43
Paulo Juvêncio da Câmara
1913
Rio Grande do Norte
44
Pedro Bispo Duarte
1910
Rio Grande do Norte
45
Pedro Miguel da Costa
1906
Rio Grande do Norte
46
Ramiro Francisco Barros
1913
Rio Grande do Norte
47
Raimundo Baptista Neto
1910
Rio Grande do Norte
48
Raimundo Teixeira da Silva
1911
Rio Grande do Norte
49
Rivadávio do Amaral Bezerra
1911
Rio Grande do Norte
50
Rodoval Soares de Miranda
1909
Rio Grande do Norte
51
Severino de Andrade Benfica
1911
Rio Grande do Norte
52
Severino Ferreira Lins
1913
Rio Grande do Norte
Fonte: livro de matriculas do Grupo Escolar Joaquim Nabuco, 1919-1935.


       O livro de matriculas da escola isolada feminina não foi encontrado nessa nossa pesquisa.
        O Grupo Escolar Joaquim Nabuco é um dos 30 grupos escolares que foram criados no Rio Grande do Norte após a reforma do ensino primário de 1916, cuja a lei preconizava a criação de pelos menos um Grupo Escolar em cada um dos municípios do Rio Grande do Norte.Cada Grupo Escolar deveria reunir no minimo 3 escolas isoladas que haviam nos municípios e dotados de prédios próprios.
      O grupo Escolar Joaquim Nabuco tem uma importância histórica imensa para a Região do Mato Grande e outras regiões do estado, pois é o mais antigo estabelecimento de ensino inaugurado como já dito após a reforma do ensino primário no estado, para se ter uma ideia, o Grupo Escolar Joaquim Nabuco é mais antigo que os grupos escolares de Touros e Macau.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

SOBRE A POSSE DO SENADOR JOÃO CÂMARA


    João Câmara chegou ao Rio de Janeiro no dia 14/09/1948. No aeroporto Santo Dumont João Câmara foi recebido pelos parlamentares potiguares que o aguardava para o ato de posse no senado, entre estes estavam o senador Georgino Avelino, os deputados federais Dioclécio Duarte Mota Neto, Walfredo Gurgel e José Arnauld, seu genro (A manhã, 1948, p. 8).
     Sobre a posse do senador João Câmara se lia no jornal A Manhã em 1948: “Tomou posse, ontem [15 de setembro], de sua cadeira no Senado o Sr. João Severiano da Câmara, eleito pelo PSD do Rio Grande do Norte”.
   Presidiu a sessão do senado naquele dia o senador Nereu Ramos, que anunciou que se achava na mesa da presidência o diploma do senador João Câmara, expedido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte. João Câmara se achava na antessala, o presidente da sessão designou uma comissão formada por Melo Viana, Georgino Avelino e Vergniauld Wanderley para ir busca-lo, João Câmara prestou o compromisso regimental e tomou lugar na bancada sendo aplaudido pelos seus pares e demais senadores ali presentes.
     No gabinete do 1º secretário do senado o também potiguar Georgino Avelino o novo senador recebeu os cumprimentos dos seus pares e demais pessoas que assistiram ao ato de posse de João Câmara.
     Em entrevista ao jornal A Manhã o senador João Câmara disse que em breve retornaria ao estado do Rio Grande do Norte, mas que ali ficaria poucos dias, de onde retornaria para o Rio de Janeiro para tomar parte nas atividades do senado.
   No seu primeiro discurso João Câmara pretendia se pronunciar sobre a situação econômica do nordeste, focalizando sobretudo a cultura do algodão.


Fonte: A Manhã, 16/09/1948, p. 7.

O Senador Georgino Avelino, a esquerda e o senador João Câmara, após a posse deste.Foto: A Manhã,16/09/1948, p. 7.
    
        A imagem a cima foi tirada no gabinete do senador Georgino Avelino que a época era o 1º secretário do senado, o registro foi feito após a posse e onde o novo senador da República pelo Rio Grande do Norte recebeu os cumprimentos dos demais senadores e pessoas presentes a ato.







HISTÓRIA DO GRUPO ESCOLAR CLOTILDE DE MOURA LIMA, O GINÁSIO DE TAIPU


    O grupo escolar Clotilde de Moura Lima em Taipu funcionou inicialmente no prédio onde atualmente se situa a Escola Estadual Adão Marcelo da Rocha, na rua Cândido Marcolino, no Alto da Boa Vista em Taipu, inicialmente foi criado com o nome de grupo escolar Nossa Senhora do Livramento, depois teve o nome alterado para Clotilde de moura Lima.
   Em 1971 foi feito um requerimento do deputado estadual Magnus Kelly solicitando melhorias no grupo escolar Clotilde de Moura Lima em Taipu (DIÁRIO DE NATAL, 25/08/1971).
      Em 1975 se lia no mesmo jornal relembrando o empenho que vinha fazendo o já citado deputado para conquistar um ginásio para Taipu aguardando que isto fosse obtido do governador Tarcísio Maia (DIÁRIO DE NATAL, 1975, p.5). Havia, segundo o deputado Pedro Lucena, uma verba de 50 mil cruzeiros para essa finalidade, mas que estranhava o desinteresse do prefeito nesse sentido “quando para este problema não deveria existir fronteiras partidárias”.  
    Em 23/08/1975 o jornal trazia uma matéria sobre o tema com o título “Secretaria de Educação assegura ginásio para Taipu em 1976”, a matéria dizia que o deputado Magnos Kelly havia recebido uma correspondência do secretário de educação “a respeito de medida que há muitos anos vem pleiteando para beneficiar a   população estudiosa de Taipu”, essa luta era a criação de um ginásio na cidade de Taipu.
   O secretário explicou ao deputado depois de esclarecer as providencias indispensáveis da parte do município de Taipu que o funcionamento do ginásio não ficaria condicionado a construção de um prédio próprio podendo a construção do prédio dar-se paralelamente ao funcionamento da instituição escolar, ou seja, para funcionar o ginásio não precisaria necessariamente de um prédio próprio, podendo funcionar em outro prédio cedido.
     Da tribuna da assembleia o deputado Magnos Kelly elogiou o comportamento do governador Tarcísio Maia o qual havia se mostrado sensível a esta reivindicação que não era apenas de sua iniciativa, mas de toda a população de Taipu. Fez ainda um apelo para que o projeto de criação do ginásio de Taipu pelo prefeito de Taipu encontrasse apoio na câmara municipal sem nenhuma conotação partidária em benefício de Taipu para que já a partir de 1976 os jovens taipuenses pudessem estudar no curso ginasial sem a necessidade de ir buscar este tipo de estudo em outras cidades as custas de enormes sacrifícios. (DIÁRIO DE NATAL, 23/08/1975, p.5).
    Assim a secretaria de educação havia assegurado todas as condições a prefeitura de Taipu para que o ginásio de Taipu tivesse condições de funcionar em 1976, para tanto bastava que o prefeito enviasse uma mensagem a câmara de vereadores criando o ginásio.
    A criação do ginásio implicaria na vitória política de um deputado da oposição, razão pela qual a câmara de vereadores de Taipu preferiu não aprovar a mensagem. Diante disso o deputado Magnos Kelly resolveu lutar para conseguir recursos para a construção de um prédio proprio para que Taipu pudesse criar finalmente o seu ginásio. Segundo a matéria exibida no jornal 7 vereadores de Taipu não aprovaram a mensagem de criação do ginásio de Taipu (Diário de Natal, 26/11/1975, p.5).
       A várias legislaturas que deputado Magnos Kelly se dedicava a obtenção de um ginásio para a cidade de Taipu “pois os que querem ali estudar tem de deslocar-se todos os dias para Ceará-Mirim, a falta de estabelecimento que naquela cidade possa ministrar o curso de que necessitam” (DIÁRIO DE NATAL, 02/04/1976, p. 3). Disse ainda o parlamentar que “depois de intensa luta pela implantação do ginásio, problemas políticos regionais estão dificultando os eu funcionamento. Contudo tranquiliza a juventude e diz que que o próximo ano será decisivo para consolidação do ginásio” (Diário de Natal, 20/10/1978, p.5).
      Em 1978, o jornal O Poti, em matéria sobre a atuação do deputado Magnos Kely diz que foi ele quem conseguiu a construção do grupo escolar Clotilde de Moura Lima, diz ainda que o mesmo conseguiu construir em dois anos um ginásio noturno que mesmo estivesse funcionado ainda não havia sido inaugurado por divergências políticas (O Poti, 27/08/1978, p.5).

       O prédio do grupo escolar Clotilde de Moura Lima foi inaugurado no final da década de 1970.Na parede da escola há uma placa em que diz que passou por uma reforma em 1980.


Terreno onde foi construído o ginásio Clotilde de Moura Lima na rua Antônio Gomes da Costa [rua do Fogo], 1977.Acervo de João Batista dos Santos.

O PRIMEIRO ANO DE ADMINISTRAÇÃO DE LAJES SOB O GOVERNO DE ALZIRA SORIANO


  Passada as festas da eleição de Alzira Soriano, os olhos de todos, principalmente dos céticos do feminismo, dos adversários políticos e da imprensa se voltavam para a administração da prefeita
   Em entrevista ao jornal a Republica disse a prefeita Alzira Soriano ter renovado o contrato da luz elétrica pública, há muito suspenso, estando agora funcionando, iniciou a limpeza total da cidade, a construção da cadeia pública e em breve iniciaria a construção do campo de aviação de Lajes (apud O PAIZ 1929, p. 8).
     A prefeita havia saldado as dividas deixada pelo antecessor, pagas em parte, depois de escrupulosamente estudá-las, ficando por amortizar as outras no exercício entrante. Demonstrou-se um saldo, ficando provado o seu equilíbrio financeiro.
    Abriu mais duas escolas, além das três que já haviam, sendo a instrução publica o assunto de sua predileção. Reformou o mercado de Lajes, construiu outro em Jardim de Angicos, melhorou o cemitério e realizou muitas outras obras, como a construção de um jardim público. O serviço de limpeza foi reforçado, remodelou a sede do município, vilas e povoados, havendo com tudo isso economia para os cofres públicos.
     Ao assumir o cargo a Sra Alzira Soriano encontrou a cidade sem luz, devido ao mal pagamento à companhia fornecedora, saldou a dívida e melhorou a usina de energia com processos modernos. Melhorou os 155 km de estradas que ligavam Lajes aos municípios vizinhos.
      No tocante a administração da prefeita se dizia no jornal A Cruz: “o relatório do seu primeiro ano de governo enche-nos de nobre orgulho e satisfação” (A CRUZ, 1930, p. 4).

Criticas
    Além do descrédito para a administração pública Alzira Soriano foi muito criticada pela imprensa por ter manifestado apoio a Júlio Preste para presidente da República que o fez mediante orientação do governador Juvenal Lamartine.

O município
    Eis como se caracterizava o município de Lajes na época em que Alzira Soriano foi eleita para ser prefeita do município.
     O antigo município de Jardim de Angicos criado pela lei Nº 55 de 04 de outubro de 1890 com sede na vila de Jardim de Angicos, situada a margem esquerda do rio Ceará-Mirim, fora suprimido e transferido para a então povoação de lajes, elevada a categoria de vila, instalada em 01/03/1915.A vila foi elevada a categoria de cidade em outubro de 1927 e instalada a 06/11/1927.
    O município possuía 240 km², distante 150 km da capital, a época o município de lajes se limitava com Touros, Angicos, Santa Cruz, São Gonçalo e Taipu. Os distritos era Lajes e Jardim de Angicos. Os povoados eram Cauassu, Pedra Preta e Caiçara. Era servida pela estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte, tinha ainda 4 estradas de rodagens. A economia do município girava em torno do cultivo de algodão e cereais. O município importava todos os artigos de consumo e exportava algodão, peles, couros, carnaúba, carnes e laticínios.
    A população era estimada em 8.75 habitantes e 40 eleitores. A sede municipal era igualmente sede de comarca.

Repartições federais
      Havia no município uma coletoria federal de rendas com um coletor e um escrivão. Uma agência dos correios com seu respectivo agente. O cargo de ajudante de procurador da República achava-se vago, havia um agente da estação e um telegrafista da EFCRN, sendo estes as repartições públicas do âmbito federal no município (ALMANAQUE LAEMMERT: ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E INDUSTRIAL-RJ, 1929, p. 1015).
       No âmbito estadual as repartições e serviços eram: na comarca, um juiz de direito, adjunto do promotor, escrivão e tabelião e oficial de justiça. No tocante a segurança pública havia um delegado e um subdelegado. Na coletoria de rendas estadual havia um agente município (ALMANAQUE LAEMMERT: ADMINISTRATIVO, MERCANTIL E INDUSTRIAL-RJ, 1929, p. 1015).
     No tocante a instrução pública, na sede municipal existia o grupo escolar dom Pedro II e outras várias escolas nas povoações. Existiam 4 cemitérios, 1 paróquia. Duas associações: a União Operária e o Grêmio Musical de lajes município (Op. Cit.).
       No tocante ao comercio, indústria e profissões havia em lajes 1 alfaiate, 29 estabelecimentos comerciais de armarinhos, secos e molhados e fazendas. Barbeiros eram 6; bares e bilhares eram 10; 1 fábrica de cal; 1 fábrica de calçados, exportadores de carne seca eram 4; carpinteiros e marceneiros eram 10; cocheiras 3; curtumes 3; farmácia 1; fogueteiro 1. Funileiro 2; exportado de gado 2; hotel e pensão eram 2; livraria e papelaria 1; olarias eram 5; padaria 1; parteiras eram 4; pedreiros erma 14; fotografo 1; restaurante 1; sapateiros 12; agricultores e lavradores 53, criadores 44; capitalistas 5 (Op. Cit. p. 1015- 1016).

A administração municipal

   A administração municipal estava assim constituída: Presidente: Alzira Soriano, vice-presidente: Francisco Ferreira da Costa. Intendentes: Joaquim Macário Gomes Pinheiro; Mariano Avelino dos Santos; Francisco Damasceno Bezerra, João Alfredo de Góis, Aureliano Moura do Vale, Joaquim Ferreira Junior, José da Costa Alecrim, Manoel Rebouças de Oliveira, Sebastião Moura do Vale (Op. Cit. p. 1015).
    A época a administração pública era feita pela intendência municipal cujo intendentes eram eleitos e estes em votação elegiam o presidente que por sua vez exercia a função de presidente da intendência, o equivalente ao cargo de prefeito como hoje o conhecemos. O cargo de procurador estava vago e o tesoureiro era Francisco Avelino.